julho 31, 2010

Substâncias psicoativas: duas faces da luta anti-proibicionista

Ouvi falar em uma MARCHA!!! - Marcha da Maconha Natal RN - Coletivo Cannabis Ativa

Queria comentar um pouco como foi a primeira marcha da maconha em Natal. Estou cansada, mas gostaria de compartilhar com vocês o que foi nosso dia hoje.

Durante uma semana, a mídia foi atualizando os conflitos que a marcha daqui estava causando. Fato é que o ministério público, a PM, a Polícia Civil, a Denarc, e a secretaria de segurança, foram pegas de surpresa e deram declarações em que foram obrigados a voltar atrás. Tivemos reunião com o MP, com chefe do comando da polícia militar, chefe da inteligência, delegado da Denarc, tudo foi esclarecido: não é um movimento de apologia, não é incitação à violência. O habeas corpus saiu e, dessa forma, marchamos hoje, dia 30.07, dentro da UFRN.

Fomos às ruas, a tarde estava linda, e o primeiro problema apareceu: estavam querendo impedir o carro de som de entrar na UFRN e queriam multar o carro por estar esperando uma resposta da segurança do campus permitir a entrada. Fato é que não permitiram e mudamos o início do trajeto, e assim saímos. Antes, colocamos "Porcos Fardados", do Planet Hemp em homenagem a todas as forças policialescas repressivas da cidade de Natal e do Estado do Rio Grande Norte presentes no momento.

A marcha teve em torno de 500 pessoas nas ruas. Todo o percusso foi tranqüilo, apesar de ter até helicóptero da polícia sobrevoando o ambiente.

Optamos por tomar o campus, apesar de estar amparado legalmente para fechar a BR, mas prefirimos fazer as coisas com cautela, estratégia para poder levar o debate de forma menos agressiva para uma sociedade que "precisa chegar cedo em casa". Conseguimos nosso objetivo: tivemos a oportunidade de levar e elevar o debate sobre a descriminalizaçã
o da maconha para desmistificar toda o preconceito, o moralismo, a ignorância e a hipocrisia que há ao tratar desse tema, e pensar que a política proibicionista do Estado brasileiro em nada resolveu problemas de violência e de combate ao tráfico, muito pelo contrário, só aumentou a estatística de homicídio no país.

A mídia veio fazer uma mega cobertura e demos entrevistas para todos eles, com excessão da TV Ponta Negra que veiculou uma informação na quarta feira em seu site dizendo que tinha procurado os organizadores da marcha e nós tinhamos nos negado a dar entrevistas. Fato é que isso nunca ocorreu, nunca fomos procurados e, por isso, decidimos não dar nenhuma declaração à TV Ponta Negra. Igualmente ocorreu com TVU, que não veicularam duas entrevistas antes da marcha, além de terem censurado o Xeque Mate com um dos integrantes do Coletivo Cannabis Ativa. Fora estes, todos que chegaram para conversar com nós tiveram nossa posição.

Fizemos uma paralização em frente à reitoria da UFRN, onde colocamos o debate de maneira séria, legal, ética, responsável, científica e política. O ato durou em torno de 15 a 20 minutos e partimos em direção ao setor 2, onde tudo da marcha começou.
Fizemos quase que um ritual de ciranda com o Pau e Lata, que foram responsáveis por segurar e muito o batuque da marcha por todo o percusso. Dispersamos e....continuamos a noite.

A marcha continuou no show do Tom Zé, na praça cívica, onde o número de policiais parecia ter triplicado e se concentrado na região da praça cívica onde nós, do Coletivo Cannabis Ativa permanecemos,  para ver se estávamos fumando. Não conseguiram achar ninguém praticando tal ato e ficaram perdidos olhando as pessoas. Assim começou uma grande vaia e todos cantando com toda força "polícia para quem precisa, polícia para quem precisa de polícia".

Pouco tempo depois um conhecido nosso foi pego com fumo e fumando, e foi levado pela polícia. Fomos atrás e, por mais que o nosso conhecido tivesse errado nessa situação, fomos atrás para que ele não fosse preso e que a lei 11.343, por mais que seja proibicionista, fosse cumprida. O que aconteceu é que eu e outra integrante do Coletivo Cannabis Ativa fomos ameaçadas de serem presas pois, segundo um dos policiais, nossa camisa que tinha escrito "marcha da maconha" era apologia. O que eles não sabia, e ficaram sem justificativas, foi que tínhamos um habeas corpus que nos protegia desse tipo de coerção. Não conseguimos falar com os advogados, mas sabemos que nosso conhecido foi levado para delegacia e liberado pouco tempo depois.

Imaginávamos que isso seria prato cheio para mídia negativar o movimento, mas não conseguiu nenhum pouco. A primeira marcha da maconha aconteceu, e saber que se o Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes não tivesse vindo nos incomodar com um email bastante repressivo sobre os usuários de maconha no setor 2, creio que isso não estaria ocorrendo. POR ISSO, OBRIGADO CCHLA, POR FAZER INFLAMAR ESSA ORGANIZAÇÃO TODA.

Agradeço a todos que puderam ir, e aos que não puderam valeu por todo apoio dado. Agora é só jogar no google e youtube "marcha da maconha Natal" e ver o que fizemos. Agora vamos nos articular para promover esse debate nas periferias de Natal e em outras áreas da cidade para mostrar a urgência que é esse assunto.

Abraços,

IB
Coletivo Cannabis Ativa
Natal-RN

Nota do blog: As políticas de "repressão" ou "demonização" do uso de drogas se mostraram ineficazes, como afirmam Beatriz Caiuby Labate, Maurício Fiore e Sandra Lucia Goulart, na introdução do livro "Drogas e Cultura: novas perspectivas", obra editada pela EDUFBA/Fapesp, imprescindível para as reflexões públicas que os integrantes da Marcha da Maconha estão propondo ao país. Na contra-mão dessa história, a Universidade Federal do Amazonas mergulhou na onda proibicionista, tudo porque universitários estariam fazendo uso de maconha no campus. Que desperdício! Instituição do saber por excelência, com um quadro de professores e pesquisadores notáveis, capazes de dar profundidade e consistência a um tema tão paradoxal e enigmático como o uso de drogas na sociedade atual, optou-se equivocadamente por uma resposta anti-acadêmica e anti-democrática, em plena era da interdisciplinaridade. Torço para que a comunidade acadêmica aproveite o ensejo para por fim às raízes históricas do proibicionismo. Como egresso desta universidade (que na concepção do marxista José Carlos Mariatégui, compõe o quarto segmento da comunidade acadêmica), reivindico a imediata abertura de um espaço de diálogo que reafirme a universidade como produtora de novas realidades e não reprodutora da nefasta ideologia de "guerra às drogas", cujo cenário é marcado por sequelas de estigmatização, violência, cinismo e estreiteza intelectual. Cabe a universidade o trabalho intelectual contra toda sorte de simplificação conceitual e manipuilação política e, sobretudo, contra a espiral viciosa que naturaliza a ilegalidade e potencializa a repressão, se quisermos impedir que a sociedade seja inundada de preconceitos e a juventude criminalizada. (Dedico essa postagem ao sociólogo, redutor de danos, Dênis Petuco).

Francia: represión brutal contra mujeres inmigrantes y sus bebés


WorldStarVids | 30 de julho de 2010
"A video has emerged showing French police evicting African immigrants with babies and children during a housing protest in a Paris suburb. Police arrived in the north-east Parisian suburb of La Courneuve last Wednesday and asked a group of about 60 mostly women and children to move, said Michael Hajdenberg, a journalist with the French media organization Mediapart. The group had been living in the street since being evicted from their council homes on July 8 to make way for a new housing project, he said. When the group failed to respond to the request, Hajdenberg said police officers forcibly removed them. " CNN

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(VIDEO) Brutal represión policial en Francia contra mujeres inmigrantes y sus bebés
Por: Agencias
Fecha de publicación: 31/07/10


31 de julio 2010.-La policía francesa arremete duramente contra un grupo de mujeres y niños en un suburbio al noreste de París, informó CNN según recoge el portal web del diario español el Mundo. [Más...]

El grupo de inmigrantes, compuesto por alrededor de 60 personas mayoritariamente procedente de Costa de Marfil, estuvo viviendo en la calle desde que fueron desalojados de sus casas debido a un nuevo proyecto previsto en esa misma zona para construir viviendas, aseguró a la cadena de noticias el periodista Michael Hajdenberg.


En las imágenes se ve durante alrededor de 30 minutos a las fuerzas de seguridad parisinas arrastrando a las mujeres de raza negra que intentan escudarse en sus bebes. Se puede ver incluso a una embarazada.
 
Fuente: aporrea.org

Revisão do Código Florestal: vem aí uma onda de desmatamento e emissões incontroláveis de gás carbônico

Aziz Ab’Saber - imagem postada em zelmar.blogspot.com
Mudanças no Código Florestal baseiam-se em ‘desconhecimento entristecedor’ Imprimir E-mail
Escrito por Aziz Ab’Saber   
15-Jul-2010
 
Em face do gigantismo do território e da situação real em que se encontram os seus macrobiomas – Amazônia Brasileira, Brasil Tropical Atlântico, Cerrados do Brasil Central, Planalto das Araucárias e Pradarias Mistas do Brasil Subtropical – e de seus numerosos mini-biomas, faixas de transição e relictos de ecossistemas, qualquer tentativa de mudança no "Código Florestal" tem de ser conduzida por pessoas competentes e bioeticamente sensíveis.
 
Pressionar por uma liberação ampla dos processos de desmatamento significa desconhecer a progressividade de cenários bióticos, a diferentes espaços de tempo futuro. Favorecendo de modo simplório e ignorante os desejos patrimoniais de classes sociais que só pensam em seus interesses pessoais, no contexto de um país dotado de grandes desigualdades sociais.
 
Cidadãos de classe social privilegiada, que nada entendem de previsão de impactos. Não têm qualquer ética com a natureza. Não buscam encontrar modelos técnico-científicos adequados para a recuperação de áreas degradadas, seja na Amazônia, seja no Brasil Tropical Atlântico ou alhures. Pessoas para as quais exigir a adoção de atividades agrárias "ecologicamente auto-sustentadas" é uma mania de cientistas irrealistas.
 
Por muitas razões, se houvesse um movimento para aprimorar o atual Código Florestal, teria que envolver o sentido mais amplo de um Código de Biodiversidades, levando em conta o complexo mosaico vegetacional de nosso território. Remetemos essa idéia para Brasília e recebemos resposta de que era boa, mas complexa e inoportuna (…). Entrementes, agora outras personalidades trabalham por mudanças estapafúrdias e arrasadoras no chamado Código Florestal.
 
Razão pela qual ousamos criticar aqueles que insistem em argumentos genéricos e perigosos para o futuro do país. Sendo necessário, mais do que nunca, evitar que gente de outras terras, sobretudo de países hegemônicos, venha a dizer que fica comprovado que o Brasil não tem competência para dirigir a Amazônia (…). Ou seja, os revisores do atual Código Florestal não teriam competência para dirigir o seu todo territorial do Brasil. Que tristeza, gente minha.
 
O primeiro grande erro dos que no momento lideram a revisão do Código Florestal brasileiro – a favor de classes sociais privilegiadas – diz respeito à chamada estadualização dos fatos ecológicos de seu território específico. Sem lembrar que as delicadíssimas questões referentes à progressividade do desmatamento exigem ações conjuntas dos órgãos federais específicos, em conjunto com órgãos estaduais similares, uma Polícia Federal rural e o Exército Brasileiro. Tudo conectado ainda com autoridades municipais, que têm muito a aprender com um Código novo que envolva todos os macrobiomas do país e os mini-biomas que os pontilham, com especial atenção para as faixas litorâneas, faixas de contato entre as áreas nucleares de cada domínio morfoclimático e fitogeográfico do território.
 
Para pessoas inteligentes, capazes de prever impactos, a diferentes tempos do futuro, fica claro que ao invés da "estadualização" é absolutamente necessário focar para o zoneamento físico e ecológico de todos os domínios de natureza do país. A saber, as duas principais faixas de Florestas Tropicais Brasileiras, a zona amazônica e a zona das matas atlânticas; o domínio dos cerrados, cerradões e campestres; a complexa região semi-árida dos sertões nordestinos; os planaltos de araucárias e as pradarias mistas do Rio Grande do Sul; além de nosso litoral e o Pantanal mato-grossense.
 
Seria preciso lembrar ao honrado relator Aldo Rabelo, que a meu ver é bastante neófito em matéria de questões ecológicas, espaciais e em futurologia – sendo que atualmente na Amazônia Brasileira predomina um verdadeiro exército paralelo de fazendeiros que em sua área de atuação têm mais força do que governadores e prefeitos. O que se viu em Marabá, com a passagem das tropas de fazendeiros, passando pela Avenida da Transamazônica, deveria ser conhecido pelos congressistas de Brasília e diferentes membros do Executivo. De cada uma das fazendas regionais passava um grupo de cinqüenta a sessenta camaradas, tendo a frente em cavalos nobres o dono da fazenda e sua esposa e filhos em cavalos lindos.
 
E os grupos iam passando separados entre si, por alguns minutos. E, alguém a pé, como se fosse um comandante, controlava a passagem da cavalgada dos fazendeiros. Ninguém da boa e importante cidade de Marabá saiu para observar a coluna amedrontadora dos fazendeiros. Somente dois bicicletistas meninos deixaram as bicicletas na beira da calçada olhando silentes a passagem das tropas. Nenhum jornal do Pará, ou alhures, noticiou a ocorrência amedrontadora. Alguns de nós não pudemos atravessar a ponte para participar de um evento cultural.
 
Será certamente, apoiados por fatos como esse, que alguns proprietários de terras amazônicas deram sua mensagem, nos termos de que "a propriedade é minha e eu faço com ela o que eu quiser, como quiser e quando quiser"? Mas ninguém esclarece como conquistaram seus imensos espaços inicialmente florestados. Sendo que, alguns outros, vivendo em diferentes áreas do centro-sul brasileiro, quando perguntados sobre como enriqueceram tanto, esclarecem que foi com os "seus negócios na Amazônia" (…). Ou seja, através de loteamentos ilegais, venda de glebas para incautos em locais de difícil acesso, os quais ao fim de um certo tempo são libertados para madeireiros contumazes.
 
E o fato mais infeliz é que ninguém procura novos conhecimentos para reutilizar terras degradadas. Ou exigir dos governantes tecnologias adequadas para revitalizar os solos que perderam nutrientes e argilas, tornando-se dominados por areias finas (siltização).
 
Entre os muitos aspectos caóticos, derivados de alguns argumentos dos revisores do Código, destaca-se a frase que diz que se deve proteger a vegetação até sete metros e meio do rio. Uma redução de um fato que por si já estava muito errado, porém agora está reduzido genericamente a quase nada em relação aos grandes rios do país. Imagine-se que para o rio Amazonas a exigência protetora fosse apenas sete metros, enquanto para a grande maioria dos ribeirões e córregos também fosse aplicada a mesma exigência. Trata-se de desconhecimento entristecedor sobre a ordem de grandeza das redes hidrográficas do território intertropical brasileiro. Na linguagem amazônica tradicional, o próprio povo já reconheceu fatos referentes à tipologia dos rios regionais.
 
Para eles, ali existem, em ordem crescente: igarapés, riozinhos, rios e parás. Uma última divisão lógica e pragmática, que é aceita por todos os que conhecem a realidade da rede fluvial amazônica.
 
Por desconhecer tais fatos os relatores da revisão aplicam o espaço de sete metros da beira de todos os cursos d’água fluviais sem mesmo ter ido lá para conhecer o fantástico mosaico de rios do território regional.
 
Mas o pior é que as novas exigências do Código Florestal proposto têm um caráter de liberação excessiva e abusiva. Fala-se em sete metros e meio das florestas beiradeiras (ripário-biomas) e depois em preservação da vegetação de eventuais e distantes cimeiras. Não podendo imaginar quanto espaço fica liberado para qualquer tipo de ocupação do espaço. Lamentável em termos de planejamento regional, de espaços rurais e silvestres. Lamentável em termos de generalizações forçadas por grupos de interesse (ruralistas).
 
Já se poderia prever que um dia os interessados em terras amazônicas iriam pressionar de novo pela modificação do percentual a ser preservado em cada uma das propriedades de terras na Amazônia. O argumento simplista merece uma crítica decisiva e radical. Para eles, se em regiões do centro-sul brasileiro a taxa de proteção interna da vegetação florestal é de 20%, por que na Amazônia a lei exige 80%? Mas ninguém tem a coragem de analisar o que aconteceu nos espaços ecológicos de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais com o percentual de 20%. Nos planaltos interiores de São Paulo a somatória dos desmatamentos atingiu cenários de generalizada derruição.
 
Nessas importantes áreas, dominadas por florestas e redutos de cerrados e campestres, somente o tombamento integrado da Serra do Mar, envolvendo as matas atlânticas, os solos e as aguadas da notável escarpa foi capaz de resguardar os ecossistemas orográficos da acidentada região. O restante, nos "mares de morros", colinas e várzeas do Médio Paraíba e do Planalto Paulistano, e pró-parte da Serra da Mantiqueira, sofreram uma derruição deplorável. É o que alguém no Brasil – falando de gente inteligente e bioética – não quer que se repita na Amazônia brasileira, em um espaço de 4.200.000 km².
 
Os relatores do Código Florestal falam que as áreas muito desmatadas e degradadas poderiam ficar sujeitas a "(re)florestamento" por espécies homogêneas pensando em eucalipto e pinus. Uma prova de sua grande ignorância, pois não sabem a menor diferença entre reflorestamento e florestamento. Esse último, pretendido por eles, é um fato exclusivamente de interesse econômico empresarial, que infelizmente não pretende preservar biodiversidades. Sendo que eles procuram desconhecer que para áreas muito degradadas foi feito um plano de (re)organização dos espaços remanescentes, sob o enfoque de revigorar a economia de pequenos e médios proprietários: o Projeto FLORAM.
 
Os eucaliptólogos perdem sentido ético quando alugam espaços por trinta anos de incautos proprietários, preferindo áreas dotadas ainda de solos tropicais férteis, do tipo dos oxissolos, e evitando as áreas degradadas de morros pelados reduzidas a trilhas de pisoteio, hipsométricas, semelhantes ao protótipo existente no Planalto do Alto Paraíba, em São Paulo. Isso ao arrendar terras de bisonhos proprietários, para uso em 30 anos, e sabendo que os donos da terra podem morrer quando se completar o prazo. Fato que cria um grande problema judicial para os herdeiros, sendo que ao fim de uma negociação as empresas cortam todas as árvores de eucaliptos ou pinus, deixando miríades de troncos no chão do espaço terrestre. Um cenário que impede a posterior reutilização das terras para atividades agrárias. Tudo isso deveria ser conhecido por aqueles que defendem ferozmente um Código Florestal liberalizante.
 
Por todas as razões somos obrigados a criticar a persistente e repetitiva argumentação do deputado Aldo Rebelo, que conhecemos há muito tempo e de quem sempre esperávamos o melhor. No momento somos obrigados a lembrar a ele que cada um de nós tem de pensar na sua biografia e, sendo político, tem de honrar a história de seus partidos. Principalmente em relação aos partidos que se dizem de esquerda e jamais poderiam fazer projetos totalmente dirigidos para os interesses pessoais de latifundiários.
 
Insistimos que em qualquer revisão do Código Florestal vigente deve-se enfocar as diretrizes através das grandes regiões naturais do Brasil, sobretudo domínios de natureza muito diferentes entre si, tais como a Amazônia e suas extensíssimas florestas tropicais, e o Nordeste Seco, com seus diferentes tipos de caatingas. Trata-se de duas regiões opósitas em relação à fisionomia e à ecologia, assim como em face das suas condições sócio-ambientais. Ao tomar partido pelos grandes domínios administrados técnica e cientificamente por órgãos do Executivo federal, teríamos de conectar instituições específicas do governo brasileiro com instituições estaduais similares. Existem regiões como a Amazônia, que envolve conexões com nove estados do Norte brasileiro. Em relação ao Brasil Tropical Atlântico os órgãos do Governo Federal – IBAMA, IPHAN, FUNAI e INCRA – teriam que manter conexões com os diversos setores similares dos governos estaduais de norte a sul do Brasil. E assim por diante.
 
Enquanto o mundo inteiro repugna para a diminuição radical de emissão de CO2, o projeto de reforma proposto na Câmara Federal de revisão do Código Florestal defende um processo que significará uma onda de desmatamento e emissões incontroláveis de gás carbônico, fato observado por muitos críticos em diversos trabalhos e entrevistas.
 
Parece ser muito difícil para pessoas não iniciadas em cenários cartográficos perceber os efeitos de um desmatamento na Amazônia de até 80% das propriedades rurais silvestres.
 
Em qualquer espaço do território amazônico que vêm sendo estabelecidas glebas com desmate de até 80% haverá um mosaico caótico de áreas desmatadas e faixas de inter-propriedades estreitas e mal preservadas. Nesse caso, as bordas dos restos de florestas, inter-glebas, ficarão à mercê de corte de árvores dotadas de madeiras nobres. E, além disso, a biodiversidade animal certamente será profundamente afetada.
 
Seria necessário que os pretensos reformuladores do Código Florestal lançassem sobre o papel os limites de glebas de 500 a milhares de quilômetros quadrados, e dentro de cada parcela das glebas colocassem indicações de 20% correspondentes às florestas ditas preservadas. E, observando o resultado desse mapeamento simulado, poderiam perceber que o caminho da devastação lenta e progressiva iria criar alguns quadros de devastação similares ao que já aconteceu nos confins das longas estradas e seus ramais, em áreas de quarteirões implantados para venda de lotes de 50 a 100 hectares, onde o arrasamento de florestas no interior de cada quarteirão foi total e inconseqüente.
 
Aziz Ab’Saber é professor emérito de geografia da USP e já produziu diversos trabalhos sobre a Amazônia Brasileira, tendo mais de 400 trabalhos acadêmicos publicados.

Fonte: Correio da Cidadania 

Uma noite em 67


RollingStoneBrasil | 22 de março de 2010
Trailer do documentário Uma Noite em 67, escolhido para abrir a festival É Tudo Verdade em São Paulo.

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Uma noite em 67

Uma noite em 67  

Ficha técnica

  • Nome: Uma noite em 67
  • Nome Original: Uma noite em 67
  • Cor filmagem: Colorida
  • Origem: Brasil
  • Ano de produção: 2010
  • Gênero: Documentário
  • Duração: 93 min
  • Classificação: Livre
  • Direção: Ricardo Calil, Renato Terra
  • Elenco:


Locais de filmagem

  • Brasil

Sinopse

Uma noite que entrou para a história da cultura brasileira: a final do 3º Festival de Musica Popular Brasileira que consagrou “Ponteio”, de Edu Lobo. A disputa foi acirrada, para alegria do público, com direito a guitarras estridentes e violão quebrado por músico revoltado.

Nota Cineweb

PéssimoRuimRegularBomÓtimo

Crítica Cineweb

26/07/2010
Como transformar um programa de televisão em História? Nem os envolvidos parecem saber. “Só queríamos fazer um bom programa de TV”, confessa Solano Ribeiro, produtor do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, cuja noite de encerramento, em 21 de outubro de 1967, terminou sendo histórica, com direito a violão quebrado, guitarras estridentes, urros de alegria e vaias.
 
O documentário Uma noite em 67,em estreia nacional, combina imagens de arquivo da Rede Record, que coproduz o filme, com depoimentos de personagens fundamentais do evento, como Caetano Veloso, Edu Lobo, Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Sérgio Ricardo e Roberto Carlos –que foram entrevistados pelos diretores do filme, Ricardo Calil e Renato Terra, 43 anos depois daquela final.
                                            
Como o filme mostra, aqueles eram tempos conturbados, de incertezas e mudanças políticas e culturais. Em plena ditadura militar, era uma época de protestos. Tudo era motivo para sair na rua carregando faixas contra qualquer coisa – até as guitarras elétricas, consideradas por alguns artistas como um sinônimo do imperialismo norte-americano. Por isso, acabou sendo uma atitude também política quando Caetano subiu ao palco para cantar Alegria, Alegria acompanhado de tais instrumentos. Aos poucos, as vaias se dissiparam e a beleza da música jogou para escanteio qualquer preconceito artístico.
 
Fica claro que o amor pela música impulsionou o trabalho dos diretores de Uma noite em 67, Calil e Terra, respectivamente crítico de cinema e publicitário, ambos estreantes em cinema. No documentário, não se recorre a invencionices, gráficos, desenhos ou qualquer recurso visual para desviar a atenção. O filme é documentário em sua essência, informativo e carinhoso, sem cair nunca num didatismo enfadonho.
 
A montagem de Jordana Berg cria um diálogo entre o passado (imagens de arquivo) e o presente (entrevistas atuais). É curioso ver como esses artistas olham para o passado, para uma época em que seus nomes começavam a ganhar notoriedade. O compositor Edu Lobo diz que se via mais maduro naquele tempo, quando tinha 20 e poucos anos. Já Chico Buarque diz com seu famoso sorriso que “não fica pensando nessas histórias velhas”. E Sergio Ricardo explica em detalhes as emoções que o dominaram, levando-o a quebrar seu violão e atirá-lo no público, que vaiava sem cessar sua interpretação de Beto bom de bola.
 
Já seria mais do que suficiente se Uma noite em 67 fosse um retrato, mesmo que um tanto nostálgico, daquela época, resgatando a memória dos que viveram o período e revelando um pouco dos festivais de música para os jovens de hoje. No entanto, o documentário vai além disso, numa época pré-AI-5, quando não se vivia ainda nos anos de chumbo.
 
Há um quê de inocência nas músicas, apesar de suas críticas sociais – como em Domingo no Parque, que Gil cantou com os Mutantes –, Alegria, Alegria e Roda Viva – interpretada por Chico e o MPB-4. Os próprios entrevistados relembram não apenas daquela noite em 67, mas também da trajetória da música, de sua criação, entre outras coisas.
 
Se no palco o momento era de mudanças radicais na música, na plateia e bastidores o clima era de pura descontração, de um humor quase nonsense. Entre uma música e outra, andando nos bastidores, o apresentador Randal Juliano comenta com sua colega que segura o outro microfone: “Seu vestido é muito bonito, essa cor é nova, né?”. Ao que Cidinha Campos prontamente responde: “É rosa-choque, com verde-chuchu”.
 
Partindo de um marco da televisão e da MPB – há muitos outros em vários outros festivais –, os diretores Calil e Terra fazem uma ótima meditação sobre o poder e o papel da música, tanto como elemento de diversão, como de transformação, ou representação de um momento histórico.  
Alysson Oliveira


Fonte: Cineweb

Miguel do Rosário comenta os números do Vox Populi

Oleo do Diabo


Na verdade, eu fiquei meio atrapalhado hoje. Agora sim arrumei tempo para fazer uns comentários sobre a pesquisa Vox Populi, cujo relatório completo acaba de ser publicado pelo instituto. Antes de tudo, lembremos mais uma vez que a pesquisa, divulgada semana passada, mostrou Dilma Rousseff oito pontos à frente de Serra, 41% X 33%.

Eu revirei esse relatório por todos os lados. O que mais chama atenção é a robusteza da petista. Confiram, por exemplo, a sequência abaixo.







Dilma tem uma avaliação positiva muito maior que Serra. A campanha negativa da imprensa não deu certo. Segundo o Vox Populi, 18% do eleitorado tem uma imagem "muito positiva" de Dilma, enquanto apenas 10% disseram ter a mesma opinião sobre Serra. Números bem legais para um "poste", não?

Repare que ela desfruta de uma imagem extremamente favorável junto às faixas de renda mais baixas, o que lhe assegura um voto firme junto ao eleitorado mais volumoso, e isso apesar de ser bem menos conhecida. É importante confrontar esses dados com os que informam sobre o grau de conhecimento dos candidatos. Repito abaixo sequência do post anterior sobre isso.




Enquanto apenas 2% dos entrevistados afirmaram não conhecer José Serra, um total de 6% afirmaram o mesmo sobre a candidata petista. Serra é bem mais conhecido que Dilma, conferindo à petista um grande potencial de crescimento.

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6 - O PRESIDENTE LULA
6.1 - CANDIDATO APOIADO
Pelo que você sabe ou já ouviu dizer qual destes(as) é o(a) candidato(a) a presidente da república que tem o apoio do presidente Lula?


Repare que 18% dos entrevistados, ou mais de 20 milhões de eleitores, deram respostas equivocadas (ou não sabiam) sobre quem era o candidato apoiado pelo presidente Lula. Os números são muito volumosos entre as faixas de renda mais baixas e com menos instrução. É interessante analisar isso porque mostra que a mídia nacional não está cumprindo a sua função de levar informação correta à população. Teremos que esperar o início da propaganda eleitoral e o próprio "calor" do processo para observamos uma redução substantiva desse déficit de informação. Possivelmente nas eleições deste ano veremos gente votando sem saber quem é o candidato apoiado por Lula.

A tabela acima também é muito importante para compreender o processo político. Deixe-me explicá-la para quem não a entendeu bem. Ela mostra que 43% das pessoas que declararam voto em Serra ERRARAM quando questionados sobre quem é o candidato apoiado por Lula. Ou seja, grande parte do eleitorado de Serra não tem consistência, é composta por cidadãos que ainda não receberam a informação que é, obviamente, a mais importante para as eleições deste ano: quem é o candidato da situação, e quem é o candidato da oposição. O próprio Serra vem, deliberadamente, contribuindo para isso, ao afirmar que não é oposição, o que é um engodo, um ato de cinismo, uma tentativa de ludibriar o povo, visto que todas as forças que o apóiam integram uma oposição bastante radicalizada.

*

A conclusão que podemos tirar dos números do Vox Populi é que ainda há um percentual elevado de eleitores que não sabem que Dilma é a candidata apoiada por Lula, mas essa ignorância não deverá durar muito. A campanha dilmista tem até o dia 3 de outubro para sanar esse déficit. No próprio dia da eleição, mesmo sendo proibido o boca de urna, a pessoa mais desinformada do Brasil poderá ouvir alguém na rua cantando um jingle ou vociferando alguma preferência, deixando bem claro quem é quem. 


O blogueiro já deu uma boa olhada e separou e editou as seguintes tabelas:



*

6.3 - CONTINUIDADE OU MUDANÇA DE POLÍTICAS
Para você, o próximo presidente da república deve:



*

Vou citar para você o nome de alguns possíveis candidatos a presidente e gostaria que você me respondesse algumas perguntas sobre cada um deles, vamos falar de: Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva. Com relação a ________ você diria que:





*

3 - INTENÇÃO DE VOTO ESTIMULADA
3.1 - CENÁRIO 1
Se a eleição para presidente fosse hoje, em qual destes candidatos você votaria?





Acho que nem precisa comentar muito, né? Os números são eloquentes. Se no Datafolha, que dava empate entre Serra e Dilma, já era possível observar uma enorme superioridade estatística da candidata petista, essa do Vox Populi, que deu 8 pontos de vantagem para Dilma, a situação de Serra é ainda mais desoladora. 

[Boletim Diplo] Outras Palavras - Boletim 9 - 28/7/2010


bibliotecadiplô e OUTRASPALAVRAS
Boletim de atualização de Outras Palavras e Biblioteca Diplô - Nº 9 - 28 de julho de 2010
                                                                   
NO BLOG DA REDAÇÃO, RECÉM-INAUGURADO:

O Wikileaks e os arquivos secretos da guerra afegã 

Como uma ferramenta colaborativa da internet revelou o desastre militar que Washington tenta ocultar -- e está perturbando poderes econômicos e políticos, ao tornar públicos seus segredos


“A mais brutal confusão e todos os desacertos" 

No primeiro texto do The Guardian sobre o Afeganistão, a surpresa: relatos do Wikileaks revelam uma guerra totalmente desconhecida do público, até agora

Nos porões da grande máquina de guerra 

Jornal londrino conta como produziu relato sobre atoleiro dos EUA, a partir do Wikileaks. E acrescenta: o site tem mais material bombástico e seu editor vive sob ameaça

Venezuela e Colômbia: tensões e personalismos 

Uribe provoca porque teme perder influência em seu país. E Chávez?


NA REVISTA VIRTUAL OUTRAS PALAVRAS:

Benjamin: Brasil precisa de uma Comissão da Verdade
Militante histórico da luta contra a ditadura propõe esclarecer os crimes do passado, para que eles não se repitam

Carta aos candidatos, sobre a utopia do possível
Marilza de Melo Foucher expõe suas propostas para defesa dos Bens Comuns, e convida os (e)leitores a fazerem o mesmo

A possível paz afegã
O governo de Cabul já cogita um acordo com os talebãs. Mas os militares norte-americanos querem prolongar a guerra

Em breve, novo Outras Palavras
Mundanças editoriais e gráficas visam consolidar profundidade temática, estabelecer atualização diária e multiplicar a rede de colaboradores


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Outras Palavras é a nova versão do boletim de atualização do Le Monde Diplomatique, agora vinculado à Biblioteca Diplô e o site Outras Palavras.

Italian on Malta


Danpamio | 20 de maio de 2007
Cool one =D

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Nota do blog: A dica de humor é do João Carlos Caribé.

"Bem-Vindo à Casa de Bonecas"

[ O cinema degradante de Todd Solondz (+ 1) ]




» por Bruno Cava «

Lançado em DVD pela Lume Filmes, chegou mês passado às locadoras brasileiras um filme emblemático do cinema independente americano dos anos 1990. Bem-Vindo à Casa de Bonecas (1995), segundo longa do diretor Todd Solondz, dá prosseguimento, na referida coleção da Lume, a Felicidade (1998), aparecido em DVD há dois anos. Ambos os filmes de baixo orçamento, “outsiders” à indústria hollywoodiana e generosamente recepcionados pela crítica. O primeiro levou o prêmio do júri em Sundance/1996 e o segundo foi laureado na categoria internacional da Mostra de São Paulo/1998.


A filmografia de Todd Solondz é marcada por uma sátira inclemente da classe-média. Situados no subúrbio medioclassista de Nova Jérsei, seus enredos expõem a frustração de personagens impotentes aprisionados no vazio existencial. Essa temática, desenvolvida em Bem-Vindo à Casa de Bonecas, reaparecerá multiplicada nos longas seguintes, cada vez mais ácidos e chocantes. Basta lembrar a trama de sordidez, estupro, pedofilia e humilhação de Felicidade. Se, no primeiro filme, a degradação plasma o microcosmo adolescente; no último, Solondz generaliza-a para a classe-média como um todo, não abrindo exceções.

A protagonista de Bem-Vindo à Casa de Bonecas é uma menina oprimida pela rejeição social e falta de amor. Feia e sem atrativos, objeto de escárnio e violência moral por outros alunos, incompreendida pelos professores, longe de ser correspondida romanticamente, preterida na família em proveito da queridinha irmã mais nova. Apesar da situação, Dawn Wiener (Heather Matarazzo) não se angustia e não pensa em suicídio. Suporta a violência passivamente mais por covardia do que benevolência. Assim como a adolescente Carrie, no filme homônimo (Brian de Palma, 1976), Dawn terá o seu momento de vingança. E não perderá a oportunidade para descontar nos mais fracos – inclusive na irmãzinha e no único amigo, um menino efeminado.

-- Heather Matarazzo em cena --

Nenhum espaço para fábulas de cinderela, comoventes e esperançosas, como em Preciosa (Lee Daniels, 2009). Próximos da caricatura, os personagens medíocres e disfuncionais de Bem-Vindo à Casa de Bonecas encenam um drama sem superação, sem catarse, sem beleza. O diretor sistematicamente decepciona as expectativas, ao contornar qualquer resolução aos impasses e frustrações. Assim, a “high school” e o universo suburbano – cifras clássicas da autoconsciência americana – comparecem como purgatório permanente, em que todos sofrem e ninguém é absolvido. Os desejos de prazer e liberdade são frustrados e os elementos rebeldes sufocados pelo sistema opressivo. Resta o nojo diante do mundo e de si mesmo.

A única solução parece ser fugir daquele limbo para bem longe – opção adotada pelo usuário mirim de drogas e pelo roqueiro inadaptado. Dawn também tem a chance de dar o fora, mas “simplesmente não pode”. E aí concorre na responsabilidade pela circunstância lamacenta a que está condenada. A sátira aufere a dimensão conscientizadora que define o gênero. Dawn não arrisca nada e então se sentencia à felicidade cretina.

O cinema de Solondz pode parecer niilista e mesmo ineficaz como interpretação e transformação do real. Pode parecer, ainda, carregado em demasia pelo ressentimento – o filme como vingança pessoal do diretor. São leituras possíveis, porém injustas. Uma sátira opera precisamente pelo exagero constitutivo de personagens e situações, dentro de uma estratégia dramática que propicie a partilha da experiência com a audiência. Freqüentemente, a sátira extrapola e choca o público, a fim de incitá-lo à reflexão e à ação. Aí, os filmes de Todd Solondz dialogam com Michael HanekeA Pianista (2001), Caché (2005), Violência Gratuita (2008) etc. –, que também elabora a crítica jogando com a repulsa do espectador.

Nesse sentido, o relançamento em DVD de Bem-Vindo à Casa de Bonecas vem em ótima hora. Compare-se essa poética corrosiva com o imaginário adolescente propagado por telenovelas ou por Malhação, em sua domesticação, seu apaziguamento, seu comodismo. Ou então com o recente sucesso de As Melhores Coisas do Mundo (Laís Bodanzky, 2010), história bobinha e deslumbrada de uma classe-média que reafirma a sua falta do que falar com filmes noveleiros. Juventude acomodada.

À margem desse entretenimento impotente, e sem incorrer na propaganda, Todd Solondz realiza um cinema de agressão, que força o posicionamento.
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Declaración de apoyo a Venezuela


  Ver como pdf 31-07-2010

Declaración de apoyo a Venezuela




La Red de Intelectuales y Artistas en Defensa de la Humanidad, comprometida con la paz, la soberanía de los pueblos y la construcción de una sociedad de justicia y de igualdad, rechaza categóricamente la infundada acusación emitida el pasado 22 de Julio por el Embajador de Colombia ante la Organización de Estados Americanos (OEA), Luis Alfonso Hoyos, quien, en una proyección internacional de los ya acostumbrados “falsos positivos”, pretendió responsabilizar a la República Bolivariana de Venezuela de una situación de conflicto estrictamente interno que afecta al pueblo colombiano desde hace más de 60 años, que ha cobrado la vida de decenas de miles de colombianos, así como el desplazamiento y la emigración de millones de personas, y que se mantiene hasta ahora irresoluble.

Esta conducta, que se inscribe claramente en una estrategia de hostigamiento contra la revolución bolivariana y de quebrantamiento de la unidad de los pueblos de Nuestra América, diseñada y dirigida desde el Departamento de Estado y de la cual Álvaro Uribe Vélez se ha hecho su agente principal, no sólo ofende la dignidad y atenta contra la soberanía de la República Bolivariana de Venezuela, sino que también pone en peligro el bienestar y la tranquilidad de los pueblos del continente.


Ante tal arremetida, respaldamos la decisión del Presidente de la República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez Frías, de romper relaciones con el actual Gobierno de Colombia, al tiempo que llamamos a la comunidad internacional a juntar esfuerzos para poner fin a esta escalada de agresiones, así como a apoyar los esfuerzos por una solución política negociada del conflicto en Colombia, que ponga fin definitivamente a la violencia y al sufrimiento del pueblo colombiano, de los cuales el reciente hallazgo de 2000 cadáveres en la mayor fosa común jamás encontrada en nuestra América, no es sino la última de sus expresiones.


Tal conducta merece el rechazo absoluto de la comunidad internacional y obliga a los hombres y mujeres de conciencia, así como a los gobiernos libres del continente y del mundo a radicalizar su compromiso con la paz, la unidad y la definitiva emancipación de los pueblos respecto a toda expresión de dominio imperial.


Rebelión ha publicado este artículo con el permiso de los autores mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.

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Fuente: Rebelión

Enlace Zapatista

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EXPOSICIÓN GRAFICA EN SOBRE EL CAMBIO CLIMÁTICO Viernes 30 de Julio, 7 pm Inaguración, y Presentación de la Serie de [...]
México Tenochtitlan, Jueves 28 de julio de 2010 A nuestros compañeros pres@s politic@s en pie de lucha; A Victor Herrera [...]

"Pacote da autonomia universitaria"


‘Pacote da autonomia’ amplia privatização das universidades federais Imprimir E-mail
Escrito por Najla Passos   
30-Jul-2010
 
O chamado "pacote da autonomia universitária", implementado esta semana pelo governo federal, afasta ainda mais as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) da verdadeira autonomia universitária, estabelecida no artigo 207 da Constituição Federal. Essa é a avaliação preliminar feita pelo ANDES-SN sobre a Medida Provisória 435/2010 e os Decretos 7232, 7233 e 7234, assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 19 de julho, durante reunião com 58 reitores articulados na Associação Nacional dos Dirigentes das Ifes (Andifes).
 
"Autonomia sem garantia de verbas não é autonomia. Sem contar que o governo, ao invés de agir no sentido de dar um basta à relação perniciosa estabelecida entre as universidades públicas e as fundações privadas, preferiu fazer mais um atentado ao fundamento republicano da separação entre as esferas pública e privada, dando um fio de legalidade a uma relação que é estruturalmente espúria e fonte de corrupção. Além disso, merece destaque o fato de o governo se utilizar do expediente da Medida Provisória para assunto que não inspira urgência, aviltando o fundamento desse tipo de medida legislativa", analisa o 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch.
 
Confira aqui o chamado 'pacote da autonomia'
 
Assistência estudantil
 
Para o membro da coordenação do Grupo de Trabalho de Políticas Educacionais (GTPE) e 2º vice-presidente da Regional Sul do ANDES-SN, Cláudio Antônio Tonegutti, os atos legais do governo incluídos no chamado pacote da autonomia universitária podem ser enquadrados em duas categorias distintas: a de assistência estudantil e a de gestão administrativa e financeira das Ifes.
 
Em relação à assistência estudantil, na qual se insere o Decreto 7234/2010, que cria o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), Tonegutti vê avanços. "São ações reivindicadas pela comunidade universitária, em especial pelos estudantes, e que fazem parte do Plano de Lutas do ANDES-SN desde sua fundação", esclarece.
 
Segundo ele, as Ifes já implementam algumas ações nesta linha, em maior ou menor grau, conforme as condições e meios disponíveis. "Parece-nos que o Pnaes visa articular essas ações em nível nacional, podendo contribuir como veículo de articulação da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão", afirma ele, ressaltando que, infelizmente, tais ações têm sido constrangidas pela falta de recursos e de infra-estrutura.
 
Para o 2º vice-presidente do ANDES-SN, Luís Mauro Sampaio Magalhães, a principal falha do decreto encontra-se justamente na falta de previsão orçamentária e de infra-estrutura, o que acabou comprometendo-o por inteiro. "O Decreto 7234/2010 parece mais um programa de intenções, já que não prevê recursos orçamentários e nem melhorias na estrutura das Ifes para que, de fato, sejam desenvolvidas as ações de democratização da permanência dos jovens nas universidades, redução das taxas de evasão e promoção da inclusão social pela educação", destaca.
 
Fundações privadas
 
As críticas do ANDES-SN ao pacote da autonomia são mais duras no que tange ao aspecto da gestão administrativa e financeira das Ifes, em que se inserem a MP 435 e os Decretos 7232 e 7233. "A MP 435 é um ato de negação da autonomia universitária, desconsiderando, mais uma vez, o artigo 207 da Constituição Federal, pois em grande parte trata de legalizar as relações das Ifes com suas fundações privadas ditas de apoio, propiciando levar ao campo privado muitas das ações que deveriam ser efetivadas no campo público", resume Tonegutti.
 
Para explicar este movimento, o membro da coordenação do GTPE resgata o Acórdão nº 2731/2008 publicado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no final de 2008, que resultou da constatação de uma série de ilegalidades nas relações entre as universidades públicas e as fundações privadas a elas associadas. O Acórdão, que previa uma série de recomendações a serem cumpridas pelas Ifes, pelo Ministério da Educação (MEC) e pelas agências de fomento, impactou no gerenciamento das instituições, alavancando um grande movimento político por mudanças na legislação, protagonizado por governo, reitores e gestores de fundações.
 
"Assim, num contexto no qual as políticas governamentais são majoritariamente formuladas dentro da lógica da não ampliação da estrutura estatal nas áreas sociais e, portanto, da valorização das relações ou das parcerias público-privadas, já se poderia esperar que a opção política do atual governo federal estivesse situada no aprofundamento deste movimento, na esfera do ensino superior público, como está bastante evidente nas questões relativas à legalização e regulamentação de vários aspectos, antes a descoberto, da relação IFES - fundações", esclarece.
 
O 2º vice-presidente do ANDES-SN reforça que a MP 435, ao invés de criar condições para que as Ifes assumam de fato a autonomia prevista pela Constituição, opta por delimitar recursos, formas de atuação e gerenciamento, entre outros aspectos da gestão. "Portanto, faz o movimento contrário ao necessário para garantir a verdadeira autonomia", analisa.
 
Ele destaca ainda, no âmbito da MP, as modificações impingidas a alguns artigos da Lei 8958/1994, que criam ainda mais possibilidades de atuação para as fundações privadas ligadas às Ifes. "A MP passa a permitir, por exemplo, que as fundações concedam bolsas para estudantes de pós-graduação e abre a possibilidade de convênios entre essas fundações e as agências de fomento (Capes, CNPq e Finep), o que é uma situação nova e complicada, já que as universidades é que deveriam gerir toda a sua política de concessão de bolsas", acrescenta.
 
Luis Mauro ressalta ainda que a MP mantém a possibilidade das fundações "concederem bolsas de ensino, pesquisa e extensão para os servidores da Ifes, de acordo com os parâmetros a serem fixados em regulamento".  "A MP não diz que regulamento é esse e nem mesmo quem será responsável por fixá-lo".
 
Gerenciamento de pessoal
 
O Decreto 7232/2010, que trata do gerenciamento do quadro de servidores técnico-administrativos e seus quantitativos nas Ifes, cria, na prática, um dispositivo para o gerenciamento do pessoal técnico-administrativo parecido com o do chamado "banco de professores equivalentes". "A ‘autonomia’ se restringe, assim, à autorização de repor eventuais vagas existentes, sob a vigilância zelosa do MEC e do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MP)", diz Tonegutti.
 
Para Luís Mauro, os atos do governo jogam com dois aspectos preocupantes no que tange a política de pessoal. "Ao mesmo tempo em que impedem a ampliação do quadro administrativo, o pacote da autonomia amplia a perspectiva de gerenciamento de pessoal via  fundações de apoio, ou seja, demarca as delimitações de autonomia no campo da esfera pública, mas a abre completamente na esfera privada".
 
Gerenciamento de recursos
 
Já o Decreto 7233/2010 traz, na opinião de Tonegutti, um importante mecanismo de preservação dos recursos financeiros das Ifes, que deixam de, por obrigação legal, serem recolhidos ao Tesouro Nacional ao final de cada exercício. "Este ponto positivo é, entretanto, acompanhado de uma série de medidas que disciplinam a elaboração e execução orçamentária na Ifes, mas o faz reforçando os mecanismos de controle central, pelo MEC e pelo MP", explica.
 
Luiz Mauro avalia que o decreto estabelece uma liberdade bastante ampla para a utilização dos recursos próprios das universidades, que são os recursos arrecadados por cada Ifes por meio de doações, convênios etc., inclusive via fundações ditas de apoio. "Esses recursos não precisam ser devolvidos à União no final de cada exercício financeiro e podem ser empregados da forma que a instituição definir".
 
Entretanto, ele vê limitações à autonomia das Ifes em relação aos recursos repassados pela União, que passam a ser distribuídos a partir de uma matriz baseada em critérios basicamente produtivistas, a exemplo dos que gerem os repasses das verbas provenientes do programa de expansão universitária do governo federal, o Reuni.
 
De acordo com ele, o decreto também prevê a constituição de uma comissão paritária, formadas por reitores e representantes do MEC, responsável pela distribuição dos recursos orçamentários, a partir dos parâmetros já impostos pela matriz produtivista. O MEC já vem tentando legalizar essa matriz, por meio de sua inclusão no substitutivo do relator da Comissão Especial da Reforma Universitária na Câmara, deputado Jorginho Maluly (DEM-SP). Veja aqui a matéria sobre o substitutivo da Reforma Universitária.
 
Najla Passos é mestre em linguagens pela Universidade Federal do Mato Grosso, jornalista e assessora de imprensa do ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).
  
Fonte: Correio da Cidadania