PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
novembro 30, 2006
Gaúchos discutem integralidade no ensino e na assistência à saúde em plena lua cheia
Nota: No dia 5 de dezembro - em plena lua cheia -, enquanto os gaúchos discutem tema da maior importância para o SUS e para os cursos de graduação na área da saúde, em Manaus o Fórum Amazonense de Saúde Mental (FASM) estará entregando uma Carta Aberta ao Governador do Estado, em reconhecimento ao avanço da Saúde Mental na sua administração e expectativas em relação ao futuro próximo. Com essa iniciativa o FASM acata decisão da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial que estará liderando manifestações semelhantes: nos estados, carta para os governadores eleitos; no distrito federal, carta ao presidente da república. Tudo de maneira pacífica, sem que um só tiro seja disparado... e em plena lua cheia.
Integralidade no ensino e na assistência à saúde
Data: 05/12/06 (Terça-feira)
Local: Anfiteatro - HCPA
Porto Alegre - RS
PROGRAMAÇÃO
13h30min: Apresentação do Documentário "Vozes da Integralidade"
14h30min: mesa-redonda
"É possível ensinar integralidade no SUS?"
- Profª. Roseni Pinheiro (UERJ)
- Prof. Rubem Araújo Mattos (UERJ)
- Prof. Ricardo Burg Ceccim (UFRGS)
Pesquisadores do LAPPIS - Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde
16h30min - Lançamento dos livros com a presença dos autores
Ensinar Saúde: a integralidade e o SUS nos cursos de graduação na área da saúde - Roseni Pinheiro, Ricardo Burg Ceccim e Ruben Araújo de Mattos (org)
Gestão em Redes: práticas de avaliação, formação e participação na saúde - Roseni Pinheiro e Ruben Araújo de Mattos (org)
Cuidado Ambulatorial: Consultas de Enfermagem e Grupos - Ângela Maria Tasca (HCPA), Beatriz Regina Lara dos Santos (PUCRS), Lisiane Girardi Paskulin (UFRGS), Suzana Záchia (HCPA) (org)
Teatro do Oprimido na Saúde Mental
"Já rolou... mas tá valendo!", Zefofinho de Ogum.
Teatro do Oprimido na Saúde Mental
São Paulo, Guarulhos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão, Itanhaém, Guarujá e Santos são Municípios do estado de SP que incorporaram o Teatro do Oprimido como um instrumento fundamental para a identificação e compreensão de problemas, dentro de CAPS e demais unidades de Saúde Mental.
Através do Teatro do Oprimido, profissionais de Saúde Mental têm estimulado a busca de alternativas concretas para a resolução dos problemas identificados, incentivando a construção coletiva de soluções diversas, democráticas e criativas, que promovam a integração entre funcionários, usuários e familiares.
Ao longo de 2006, o *Teatro do Oprimido na Saúde Mental* obteve resultados expressivos dentro e fora das unidades envolvidas. Nos dias 27 e 28 de Novembro, parte dessa experiência poderá ser vista em dois Eventos Públicos, onde usuários de saúde mental apresentarão suas produções teatrais. Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, e Pedro Gabriel Delgado, Coordenador Nacional de Saúde Mental, do Ministério da Saúde, participarão das atividades.
27 de Novembro (segunda-feira) 14h - Centro Educacional Adamastor Av. Monteiro Lobato, 734 – Macedo – Guarulhos – SP
28 de Novembro (terça-feira) 09h – Sindicato dos Metalúrgicos de Santos Av. Ana Costa, 55 – Vila Mathias – Santos
Eventos com Entrada Franca!
http://www.ctorio.org.br/
NOTA: Leia outras notícias publicadas sobre o evento:
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LITORAL
Notícias
Sábado, 25 de Novembro de 2006 - 11:00
Santos
Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, participa de cerimônia em
Santos
Serão apresentados na próxima terça-feira (28), às 9 horas, no Teatro dos Metalúrgicos de Santos, os resultados do Projeto Teatro do Oprimido, desenvolvido pela Secretaria de Saúde de Santos, em parceria com o Centro Teatro do Oprimido (CTO) do Rio de Janeiro. A cerimônia de encerramento das atividades do Núcleo do Litoral contará com a presença de Augusto Boal, criador e diretor do CTO.
Na ocasião serão apresentadas as cenas produzidas pelos usuários dos serviços de saúde mental. O projeto formou multiplicadores nas técnicas do Teatro do Oprimido — que transforma o espectador em elemento ativo, protagonista do espetáculo. Nas oficinas, dinâmicas de grupo e nos espetáculos de Teatro-Fórum os usuários discutem temas de interesse e também externam e encenam problemas do dia a dia. É incentivada a construção coletiva de soluções diversas, democráticas e criativas.
“O projeto possibilitou um incremento à atenção psicossocial que nós realizamos nas unidades do município, ampliou as possibilidades do usuário, facilitando a sua comunicação, a compreensão do seu sofrimento e a sua integração com os técnicos”, ressaltou a psicóloga e coordenadora de Saúde Mental, Paula Covas Borges Calipo.
O Teatro dos Metalúrgicos fica na Avenida Ana Costa, 55 – Vila Mathias. Além das encenações e da exposição do trabalho desenvolvido, haverá bate-papo com Augusto Boal. A entrada é franca e aberta a universitários, atores e ao público em geral.
http://www.ctorio.org.br/Novidades/NOV2006/25_11_2006_site_cliquelitoral[1].pdf
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Olhão.com
Variedades - [07h36 27/11/2006]
Peça teatral é terapia para pacientes
por Da Redação
Apresentações acontecem na segunda-feira, 27, às 14h, no Centro de Educação Adamastor
Histórias de opressão vividas por portadores de transtornos mentais. Esse é o tema das duas montagens que serão apresentadas na segunda-feira, 27, às 14h, no Teatro do Adamastor (avenida Monteiro Lobato, 734 – Macedo).
Os atores são pacientes atendidos pelo Programa de Saúde Mental de Guarulhos. A entrada é franca. “Sonho de marionetes” e “Portas e trancas” são o resultado de uma oficina de cinco meses promovida pelo Centro de Teatro do Oprimido (CTORio).
Presença confirmada do teatrólogo Augusto Boal.
http://www.ctorio.org.br/Novidades/NOV2006/27_11_2006_site_olhao[1].pdf
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Terça-feira - 28 de Novembro de 2006 às 16:47
Teatro do Oprimido leva 700 pessoas ao Adamastor
A primeira apresentação do Teatro do Oprimido por usuários dos serviços de Saúde Mental reuniu cerca de 700 pessoas no Centro Municipal de EducaçãoAdamastor, nesta segunda-feira, dia 27. Presente ao espetáculo, o teatrólogo reconhecido internacionalmente, Augusto Boal, idealizador do projeto, falou da importância da técnica, que consiste em agir como ator e se observar como espectador.
Por meio de jogos e exercícios, os pacientes de saúde mental aprendem autilizar a linguagem do teatro e levar seus conflitos ao palco, onde todosinteragem para reverter a situação de exclusão?, explicou Boal.
Ao todo, foram encenadas em Guarulhos três peças, com histórias de opressão vividas pelos próprios usuários: Sonhos de Marionetes?, que falava do problema de uma jovem com anorexia e a pressão que a levou a esse quadro; Portas e Trancas?, que contou a história de uma enfermeira que, estressada pelo ritmo alucinante de trabalho, teve uma crise e foi encarada como louca pela família, e Desemprego?, encenada por pacientes de Pirituba (bairro da capital paulista), que mostraram o preconceito e a discriminação vividos por usuáriosdo serviço de Saúde Mental no mercado de trabalho.
Metodologia
Conhecido no mundo todo como uma metodologia cênico-pedagógica, que reúne técnicas capazes de transformar o espectador em protagonista do espetáculo, envolvendo profundamente cada um na trama de sua própria existência, o Teatro do Oprimido passou a ser empregado como ferramenta de transformaçao nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) da Prefeitura, em junho deste ano.
Para Rafael de Paula Cardoso, usuário do Caps I (Gopoúva), o Teatro do Oprimido o ensinou a romper barreiras e vencer preconceitos. Eu não aceitava o fato de ter de me tratar no Caps, porque achava que era um local para cuidar de louco. Hoje, vivo um dos melhores momentos da minha vida e agradeço ao AugustoBoal por essa técnica, por meio da qual os usuários podem mostrar algo à sociedade?, disse.
Na avaliação da coordenadora do Programa de Saúde Mental da Prefeitura de Guarulhos, Anita Pereira do Amaral Oliveira, o Teatro do Oprimido já proporcionou grandes avanços no tratamento dos pacientes na cidade. Muitos usuários que não conseguiam falar nada sobre si ao chegar nos serviços de saúde, hoje já conseguem se expressar?, explicou.
O projeto de utilização de técnicas teatrais e dinâmicas de grupo no tratamento de pacientes de saúde mental é coordenado pelo Centro de Teatro do Oprimido CTORio. Dirigido pelo teatrólogo Augusto Boal que, entre outras tarefas, dedica-se ao trabalho teatral em presídios de todo o país, o projeto com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) teve início em 2004, no Rio deJaneiro, por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde/Coordenação Nacional de Saúde Mental.
http://www.guarulhos.sp.gov.br/
novembro 28, 2006
Desrespeito e humilhação em frente do Correio Amazonense, ex-jornal de Amazonino Mendes
O jornal Correio Amazonense, criado pelo ex-governador Amazonino Mendes, conhecido espirituosamente pelos seus correligionários como "Negão", encerra suas atividades prematuramente, depois de ser vendido para um grupo religioso.
Em tempo: não se dê ao trabalho de enquadrar a informação sobre o apelido do ex-governador como fruto de hábitos de linguagem preconceituosos, caso queira conhecer melhor as práticas discursivas da nossa diversificada fauna linguística.
Desde o início os críticos de Amazonino Mendes apontavam para o caráter eleitoreiro da iniciativa de criar um jornal às vésperas das eleições para governo do estado, onde ele figurava como candidato. Decerto não se corre o risco de uma nova aventura eleitoreira, mas como o ex-governador é um homem persistente, não se iluda, seguramente ele partirá para mais uma empreitada eleitoral, desta vez rumo à cadeira do prefeito Serafim Corrêa.
Eis que, às portas do Natal, todos os funcionários do Correio Amazonense foram impedidos de entrar no jornal sob alegações escusas do novo proprietário: temor de depredação. O ato revela o gesto: direitos trabalhistas seriam descaradamente desrespeitados.
A intimidação, caracterizada pela presença da Polícia Civil no local, foi o recurso extremado de uma mentalidade fantasiosa que soube antever uma revolta imaginária mas não soube antecipar negociações civilizadas, prefirindo demitir sumariamente todo o seu quadro de funcionários.
O desaparecimento do jornal, descontado o caráter eleitoreiro, é um perda para o público e para os jornalistas. Estes porque perdem um instrumento de trabalho, ficam temporariamente fora do mercado, com repercussões de curto prazo na sua vida financeira; àqueles porque desaparece um instrumento de repercussão dos direitos civis e políticos, violados cotidianamente, numa sociedade onde o sol nasce para todos mas a sombra é para poucos.
César Wanderley, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, teve sua primeira prova de fogo como líder sindical. Depois de muita negociação, conseguiu evitar o vexame final: o proprietário queria forçar os funcionários da empresa a assinar sua demissão ali onde estavam - na rua.
Recomendo a leitura da Coluna Bom-Dia do jornal Amazonas em Tempo, assinada pelo jornalista Mário Adolfo: é indignação pura. Para ele, a ética da concorrência não permite trazer à luz a história do maior "passa-moleque" vivido pela sua categoria em todos os tempos.
Pelo jeito, ou a academia chama para si essa responsabilidade, ou teremos de esperar a publicação da monumental obra que está sendo escrita pelo jornalista Diocleciano Bentes de Souza, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas: "Por trás das rotativas". Quem viver verá essas e outras picantes histórias que foram urdidas em nome do jornalismo amazonense.
Com a palavra o Deco, como é conhecido carinhosamente entre seus companheiros.
novembro 26, 2006
I Amostra Amazônica do Filme Etnográfico: "A Ilha dos contrários"
Parintins - cidade situada à margem direita do Rio Amazonas, na ilha Tupinambarana. Tem 205 anos de fundação. É reconhecida mundialmente pelo seu festival foclórico. Possui mais de 100 mil habitantes numa área de 7.069 Km2.
A ilha tem um relevo formado por floresta de várzea e terra firme, por lagos e ilhas.
Parintins está distante de Manaus 420 Km por via fluvial. A viagem é feita em barcos regionais. Os passageiros são acomodados em redes, camarotes e suíte. São 15 horas descendo e 27 horas subindo o rio Amazzonas. Via aérea, a viagem tem a duração entre 40 minutos à 1 hora de vôo.
Seu festival folclórico duram 3 noites. Os bois Caprichoso e Garantido realizam verdadeiras óperas a céu aberto. Quando os brincantes de um deles estão evoluindo na arena, o silêncio toma conta das arquibancadas do "contrário". É pecado mortal nomear o opositor, por isso os brincantes nomeiam-se, uns aos outros, como "o contrário".
Manaus: Vai rolar a I Amostra Amazônica do Filme Etnográfico
Assista a todos os filmes, especialmente o documentário "A Ilha dos contrários", que será projetado no dia 6 de dezembro, às 18 horas no Teatro Uninorte - Avenida Joaquim Nabuco, 1469 - centro. Os autores já estiveram por aqui realizando "L' acqua invisibile", um documentário sobre a escandalosa privatização das águas do Amazonas. A pergunta que não quer calar: por que esse documentário continua desconhecido pelos amazonenses?
O documentário está competindo no âmbito da I Mostra Amazônica do Filme Etnográfico, promovida pelo Núcleo de Antropologia Visual da Universidade Federal do Amazonas.
Sinopse: Ribeirinhos, artistas, indígenas, intelectuais, a galera, a coca-cola. O festival de Parintins sela inúmeras dimensões culturais: desde o homem na beira do rio que vive entre entre duas imensidões, o rio e a floresta, explicando ambos através do mito, até a elaborada estrutura do camarote da multinacional coca-cola.
Nesse contexto o "contrário" não é o maniqueismo da competição mas o encontro de diferentes modos de ser amazônicos em contínua elaboração e sobreposição.
Direção: Astrid Lima / Andrea Palladino
Título Original: The Island of Opposites
País de Origem: UK/Itália
Ano de Produção: 2006
Produtora: Boker Media Agency/LibLab
http://www.parintinsthemovie.com/
Dia Internacional de Eliminação da Violência contra a Mulher
Dia de Luta
Dia 25 de Novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher e, também, Dia Internacional do Doador de Sangue. Como este escrevinhador vem dando o sangue há muito tempo em prol da luta antimanicomial, o espaço de hoje será inteiramente dedicado para as companheiras que fazem o movimento social em defesa dos direitos da mulher, que não são poucas. Em nome de duas delas, homenageio as demais: Lúcia Antony, vereadora, presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, da Câmara Municipal de Manaus; e Socorro Papoula, representante da AMA - Articulação de Mulheres do Amazonas.
Abraço simbólico
Ontem pela manhã, dia 25 de Novembro, várias entidades de mulheres promoveram um abraço na Delegacia da Mulher. A titular da DM também se fez presente, num raro encontro entre sociedade civil organizada e autoridade policial. Sinal dos tempos; mérito da luta organizada das mulheres.Militantes da causa, uma promotora pública, uma vereadora e uma delegada se pronunciaram pelo fim da violência contra a mulher.
Serviço Público
Saiba quais são as entidades que atuam na organização das mulheres por uma consciência cidadã, pela igualdade social e de gênero, na realização de projetos sociais, na assessoria a órgãos públicos que produzem políticas públicas, na fiscalização das políticas públicas e na realização de pesquisas sobre violência sexual e doméstica:
1. AMA - Articulação dos Direitos da Mulher - Rua Leonardo Malcher, 257 - Centro - Tel.: (92) 3622-6204 - Reprentante: Socorro Prado.
2. Associação das Donas de Casa do Amazonas - Rod. AM 010, km 7, 5816 - Tel.: (92) 3642-6310 - site: www.conadecasa.org.br (site do RS). Coordenadora: Elizabeth Maciel.
3. Centro de Assistência ao desenvolvimento da mulher MARIA BONITA - Av. André Araújo, s/n (TV Rio Negro) Aleixo - Tel.: (92) 2101-7019 - Site: www.mariabonita.org.br ; e-mail: mariabonita@bol.com.br . Coordenadora: Márcia.
4. Comissão dos Direitos da Mulher, da Câmara Muinicipal de Manaus - Av. 7 de Setembro, 384 - Centro - (92) 3215-3834 - e-mail: Lucia_antony@cmm.am.gov.br . Representante: Vereadora Lúcia Antony.
5. Conselho Municipal da Condição Feminina - Av. Darcy Vargas, 77 - Chapada - SEMASC - Tel.: (92) 36426277 - Presidente: Maria do Socorro S. da Silva.
6. Centro de Defesa da Mulher - Rua 159, casa 6, quadra 283, Núcleo 7 - Cidade Nova II. Tel.: (92) 3641-9805; (92) 9163-6567. Coordenadora: Miracelma Silva Souza.
7. Movimento Comunitário Vida e Esperança (MCVE) - Rua 7 de Setembro, s/n, bairro Terra Nova. Tel.: (92) 3634-2155; (92) 3651-0078. Coordendora: Márcia Dias.
8. Movimento Feminista Maria Sem Vergonha - Responsável pela comunicação: Agamedilza Sales - Tel.: (92) 3651-6924, (92) 8812-0897.
9. MUSA - Movimento das Mulheres Solidárias do Amazonas - Av. Adolgo Duck, 764, conj. Acariquara - Coroado. Tel.: (92) 3644-7322. Representante: José Barros.
10. Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Gênero da UFA (Neiregam, NEIG) - Av. Gal. Rodrigo Otávio Jordão Ramos, 3000 - Coroado, Campus universitário da UFAM. Tel.: Heloísa Lara (do ICHL) - (92) 8125-1813; Ana Maria Derzi (da FACED) - (92) 9989-3243.
11. Núcleo de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde (da UFAM) - Campus Universitário da UFAM - Pro-Reitoria de Assuntos Comunitários. Tel.: (92) 3647-4240, (92) 3647-4239, (92) 9117-2614. Coordenadora: Aurora D. Sória - e-mail: aurorasoria@ufam.edu.br
12. Secretaria da Mulher da CUT (Central Única dos Trabalhadores) - Av. Duque de Caxias, 870, Praça XIV. Tel.: (92) 3631-0795 ramal 214. Dirigente Sindical: Dulce de Sena.
13. Secretaria de Mulheres Metalúrgicas - Av. Duque de Caxias, 958, Praça XIV. Tel.: (92) 3631-0795. Representante: Rosilene Matos da Silva.
14. UBM - União Brasileira de Mulheres / AM - Rua luiz Antony, 730 - Centro. Tel.: (92) 3631-0858 - e-mail: ubm.amazonas@gmail.com.br. Coordenadora: Vanja dos Santos.
novembro 23, 2006
Homenagem a um militante de múltiplas causas
Nota: Na Semana da Consciência Negra, minha homenagem particular ao companheiro Alberto Jorge. Militante da Luta Antimanicomial, membro do Fórum Amazonense de Saúde Mental, o querido companheiro é psicólogo por formação, preside o Sindicatos dos Psicólogos, fundou a Associação de Psicólogos e, para não deixar barato, ainda é líder espiritual de um culto afro, como diriam os adeptos do tucanês; em lulês, é pai-de-santo mesmo, de fato e de direito, com muito orgulho.
Há 150 artigos colaboro com o jornal Amazonas em Tempo (http://www.emtempo.com.br); há 13 assino uma coluna no Portal da Amazônia (http://portalamazonia.globo.com). Do primeiro, pincei o artigo de número 67, do ano de 2004; com ele homenageio o combativo e combatido companheiro.
O artigo foi escrito em Salvador-BA, onde passava férias com minha Nivya. Juan ainda não era nascido. Em verdade, sob as bençãos de Yemanjá, ali ele começou a ser concebido. Um dos momentos mais curiosos ocorreu quando nos dirigimos para o santuário, no dia 2 de fevereiro, onde encontra-se a imagem de Iemanjá, no Rio Vermelho. Uma multidão tomara conta do lugar. Diante de uma fila quilométrica, resolvemos dar uma olhadinha pela janela e ver, ao menos, a fonte onde os fiéis aspergiam o rosto entre inúmeros pedidos para a entidade que figura entre as Senhoras pertencentes ao Plano 6, segundo a escala hierárquica na Umbanda, e que se divide em quatro ramificações: OXUM, IEMANJÁ, IANSÃ e NANÃ. Nivya debruçou-se sobre a janela, enquanto me distanciava para fotografar o lugar sagrado. Foi quando um homem de feição popular, que em muito lembrava os filhos nordestinos adotados pelo Amazonas dos tempos do Ciclo da Borracha, fez um sinal com o dedo indicador para mim. Na dúvida, olhei para trás, julgando que o sinal talvez não fosse para mim. Era. Tomei Nivya pelas mãos, dirige-me ao inesperado interlocutor que assim me saudou: "Pensou que eu não ia te reconhecer... Entra!". Dito isso, saiu em direção à multidão e desapareceu. Sequer deu tempo para correr um frio no espinhaço; Nivya puxou-se para dentro do santuário. Na ponta da língua ficou a saudação: "ORÚKO? " - expressão yorubá, empregada na liturgia dos candomblés, que significa "qual é o teu nome?". Em casa, até hoje, comentamos esse encontro tão inusitado com o "desconhecido".
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Caboca Mariana
Dois de Fevereiro de 2004. Estou em Rio Vermelho – Salvador, saudando a mãe dos orixás: Iemanjá. O encontro no Solar do Unhão, à beira do Atlântico, com Mira, médium paraense muito estimada pelos de casa, que cozinha uma maniçoba como ninguém – e a quem só agora conheci –, foi decisivo para encarar os festejos e as obrigações religiosas no dia da Mãe d’Água, a Rainha do Mar. Depois que contei-lhe um episódio que remonta a Setembro de 1987, sinto que essas férias serão feracíssimas.
Naquela época, dirigia o Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro. Passavam das 17 horas. Preparava-me para outra jornada de trabalho, desta vez em meu consultório particular, quando Leila Brasil, diretora técnica, anuncia um bafafá na cozinha do hospital: uma das cozinheiras queria espetar uma colega na ponta de um instrumento de trabalho. Motivo: suspeita de infidelidade conjugal. Tudo armação: o triângulo amoroso fora inventado por uma língua ferina; esta, sim, arrastava uma asa doida para o contumaz prevaricador, sem obter sucesso.
Leila pediu intervenção do diretor. Irritado pelo atraso a que seria submetido, dirigi a todas as mulheres do setor duras palavras, pero sin perder la ternura jamás: “Aonde já se viu, trazer assuntos domésticos para discutir em ambiente de trabalho?” Quem nos dera que as confusões entre o público e o privado fossem meros dramas de alcova!
Naquela altura, diz a lenda que funcionários pouco cumpridores dos deveres, tramando contra o diretor (ó, sina!), haviam procurado uma macumbeira, e, num despacho, costuraram-lhe o nome na boca de um sapo e enfiaram no oco de um pau (sic).
Sucedeu, então, por ocasião da carraspana coletiva, que, em pleno auditório baixa, inesperadamente, uma dessas encantadoras divindades, tão popular nos cultos afro-brasileiros, de inspiração indígena: Caboca Mariana.
Surpreso pela escolha recair sobre uma das mais afetuosas das nossas cozinheiras, dona Cândida, senhora dos seus quase sessenta anos, e apostando que haveria uma cambona no recinto, pedi, imediatamente, com insuspeita seriedade, que alguém viesse receber a entidade, pois que o cavalo manifestara o sinal do guia à seco, sem um gole de marafo, sem um som de atabaque.
Acontecimentos assim dão-se quando há comunicações inadiáveis. Era o caso. No episódio, descobri o desafeto que aterrorizava os que me queriam bem com a história da boca do sapo, e que não perdeu por esperar: a própria cambona. Depois de receber Mariana com um ponto cantado, viu-a dirigir-se a mim para, entre abraços, comunicar-me: “Tu és protegido de Caboca Mariana; ninguém pode tocar num fio de cabelo teu, senão tem que se haver comigo”.Salve as entidades ligadas à água: Mariana, Moça Bonita..., e Iemanjá, a mãe de todas.
A história está contada e a obrigação cumprida. Saravá!
Salvador, Fevereiro de 2004.
Rogelio Casado, psiquiatra e psicoterapeuta
Coordenador do Programa Estadual de Saúde Mental
E-mail: rogeliocasado@uol.com.br
Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas recebe entidades negras
Em sessão especial, a Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas recebeu várias entidades negras num só dia, para celebrar a Semana da Consciência Negra.
Coube ao deputado Wallace Souza, na manhã do dia 22 de novembro, a honra de receber as delegações de representantes dos afrodescendentes.
Na fotografia acima, entretanto, quem aparece é o deputado Sinésio Campos, do Partido dos Trabalhadores, que saudou o Dia da Consciência Negra em nome do Parlamento.
No cantinho esquerdo, compareço com toda minha negritude. Não duvide, do alto da minha ascendência hispano-indígena, pelo Alórí que me ilumina, eu também sou negão. Atotó! Que o diga Tia Tereza, dona do congá mais respeitado de Belém do Pará, onde pretos velhos e encantados são recebidos com pompa e circunstância.
Como hoje é dia de LÒGÚN EDE, saúdemos o filho de Ibualama ou Inle (Òsóòsì) e Òsun Yéyéponda: "Lóògún!"
novembro 22, 2006
Laudo do IML contradiz laudo do Hospício de Messejana: paciente morreu por asfixia
JORNAL O POVO
FORTALEZA, QUARTA-FEIRA, 22 de Novembro de 2006
HOSPITAL MENTAL DE MESSEJANA
Morte de paciente foi por asfixia, diz laudo do IML
Laudo do IML contradiz declaração de óbito do Hospital Mental de Messejana sobre morte de paciente. De acordo com o laudo, expedido na última sexta-feira, Francisca Torquato foi asfixiada e não teve morte natural. O 6º Distrito Policial instaurou inquérito e ontem deu início aos depoimentos de enfermeiras e diretores daquela unidade de saúde
22/11/2006 01:04
A delegacia de Messejana (6º Distrito Policial) deu início ontem aos depoimentos sobre a morte da paciente Francisca de Sousa Torquato, 36, que ficou quatro dias internada no Hospital Mental de Messejana. De acordo com a declaração de óbito daquela unidade de saúde, a paciente teria morrido de causas naturais. Já o laudo expedido pelo Instituto Médico Legal (IML), divulgado na última sexta-feira, aponta morte por asfixia.
Segundo um sobrinho da paciente, em entrevista ao O POVO, a polêmica sobre a causa da morte de Francisca Torquato teve início quando o irmão da paciente soube da internação da irmã, que há três anos não se comunicava com os familiares. Ao chegar ao hospital para uma visita, o irmão foi comunicado do falecimento da paciente, na madrugada do último dia 7 de outubro, quando o corpo já se encontrava embalsamado. Como o marido de Francisca Torquato não havia reclamado o corpo, o irmão da paciente decidiu sepultar a irmã no Eusébio, na Região Metropolitana.
De acordo ainda com o irmão de Francisca, parentes estranharam um esparadrapo à altura do pescoço de Francisca Torquato, durante o velório. O irmão disse que o hospital havia alertado para a não retirada do esparadrapo, pois o queixo da paciente poderia cair. A recomendação não foi levada em consideração e, para surpresa dos familiares, o recurso encobria marcas de arranhões e hematomas. A família resolveu então cortar as ataduras que enrolavam o resto do corpo da paciente e constatou outros hematomas.
Diante das evidências de violência, o corpo foi encaminhado ao IML. Seis semanas depois, o laudo da asfixia contradisse a declaração do Hospital Mental sobre morte natural. Um inquérito policial foi instaurado no 6º Distrito, diante da legitimidade do laudo do IML. Até a próxima sexta-feira, seis pessoas serão ouvidas, entre enfermeiras, auxiliares de enfermagem e diretores daquela unidade de saúde.
A Polícia ainda descobriu que Francisca Torquato foi internada pelo marido, apesar de nunca antes ter apresentado distúrbios psicológicos. De acordo com as investigações preliminares, a mulher teria prestado queixa contra o marido, na Delegacia da Mulher, como ainda foi assistida pelo Centro de Apoio à Mulher, dois dias antes da internação no Hospital Mental. O Centro cuida da proteção de mulheres vítimas de violência doméstica e não se pronunciou sobre o caso, já que as informações são sigilosas.
[O POVO tentou entrar em contato com a direção do Hospital Mental de Messejana, pelos quatro números de telefones registrados no endereço, mas ninguém atendeu às ligações. JO]
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Nota: O Hospital de Saúde Mental de Messejana é um desses serviços públicos com validade vencida. Trata-se de uma instituição estadual. Além de ser o maior hospício da capital cearense, é local da única residência médica em psiquiatria do Estado.
Quem é da área sabe que esse Hospital tem sido assolado recentemente por duas administrações sucessivamente desastrosas. Ninguém merece!
Sobral-CE realiza concurso público para psiquiatras: 6 vagas
"Tem notícia que merece o soar de trombetas", Zefofinho de Ogum - consultor espiritual e articulista do PICICA - Observatório dos Sobreviventes (www.picica.com.br).
CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS PARA O CARGO DE MÉDICO PSIQUIATRA DA
REDE DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE MENTAL DE SOBRAL
Edital nº 01 / 2006
O Município de Sobral, através da Secretaria da Saúde e Ação Social, conforme autorização expedida pela Secretaria de Gestão e considerando o disposto na Lei Nº 709 de 20 setembro de 2006, que criou o Cargo de Médico Psiquiatra, torna pública a abertura das inscrições e estabelece as normas relativas à realização do Concurso Público de Provas Objetiva e Oral, destinado ao provimento de 06 (seis) vagas para o cargo de Médico Psiquiatra da Rede de Atenção Integral à Saúde Mental de Sobral – CE, integrantes do quadro de pessoal do Município Sobral-CE.
Nota: Leia o edital para concurso para psiquiatra no município de Sobral. São seis vagas, uma para portador de deficiência física. Acesse o enderêço
http://gemeos2.uece.br/cev/conc/sobral2006/sobral_edital.pdf Boa sorte!
Atenção para a dica do companheiro Luís Tófoli: "Peço que divulguem a todos os psiquiatras que desejem trabalhar em uma rede de cuidados em saúde mental premiada, interdisciplinar e orientada pela integralidade. Existe também possiblidade de crescimento em carreira acadêmica na cidade".
Mau exemplo: preconceito contra portadores de transtorno mental em São Paulo
Manifesto contra o preconceito da UNITAU
Em setembro de 2005, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e a UNITAU firmaram um acordo animador para o campo da luta antimanicomial. Pelo acordo esta última recebeu investimento para obras e reforma para implantação de uma unidade de Saúde Mental no Hospital Universitário.
Inesperadamente, a nova Reitora, achando-se a tal, alegando que unidade de Saúde Mental foi construída sem prévia consulta à Administração do Hospital Universitário, não só desautorizou a instalação como dá outro uso para o espaço: implantação da Clínica Médica.
O documento assinado pela Reitora, submetido a análise de companheiros da luta antimanicomial, revela as verdadeiras razões de tal cancelamento: PRECONCEITO. Para citar apenas um trecho: "Considerando o argumento invocado pelo médico psiquiatra responsável pelo projeto[...] nossa preocupação com a implantação da referida unidade exdrúxula aumentou sobremaneira, vez que esse procedimento certamente causará sérios transtornos para o Hospital Universitário".
Segundo os companheiros mentaleiros, há outras pérolas no texto além do preconceito: autoritarismo e politicagem.
Lástima: mais uma vez, o dinheiro da Saúde Mental está sendo usurpado dos usuários com transtorno mental e desviado para outros fins.
Hoje, dia 22 de novembro, vários municípios estarão realizando manifesto público em frente à Reitoria em repúdio ao Preconceito e luta pelo espaço já conquistado. Irão usuários, familiares, técnicos e estudantes para a manifestação. A idéia é fazer muito barulho e brigar por esse espaço. Quem sabe a Reitora Profª Drª Maria Lucila Junqueira Barbosa repense sobre a decisão tomada, se não quiser entrar para a história como agente da cultura manicomial que ainda insiste em manter-se em cena em pleno século XXI.
novembro 21, 2006
"Direitos humanos" silenciam sobre repressão a culto afro
Da esq. para a dir.: Mariene Matos, Socorro Papoula, Pai Paulo de Oxaguian, Nonata Corrêa da Silva, Maykson Andrew, Alberto Jorge, Lucia Anthony, Mãe Emília Borges, Jaques Agra, Juarez Silva Junior, Iraildes Caldas, Rogelio Casado.
No dia 20 de novembro a Câmara dos Vereadores de Manaus, por iniciativa do vereador Fabrício Lima, realizou uma Sessão Especial para celebrar o Dia da Consciência Negra.
O evento foi marcado por duras críticas do psicólogo Alberto Jorge às entidades de direitos humanos que deixaram de manifestar apoio aos afrodescendentes no episódio em que a administração do Cemitério Tarumã (zona oeste de Manaus) impediu a realização de um culto afro por ocasião do Dia de Finados.
Sobrou críticas, também, para a recém-criada Secretaria Municipal de Direitos Humanos por inaceitável omissão, embora o seu titular tenha feito um mea-culpa durante um evento público em que foi criado o Fórum Contra o Preconceito.
Para o vereador José Ricardo Wedling o tema de direitos humanos é pouco discutido na Câmara dos Vereadores de Manaus.
Segundo o verador Francisco Praciano, tão grave quanto a ausência de discussão de temas do campo dos direitos humanos é a redução do orçamento da Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SEMDI). Quando ainda era Secretaria Municipal da Infância e Adolescência o orçamento girava em torno de 11 milhões de reais. Agora é pouco mais de 6 milhões de reais.
A alegação de que a SEMDI não se envolveu com o episódio da repressão ao culto afro no Cemitério Tarumã é de que nenhum documento foi endereçado àquele órgão. Curioso: no caso da morte de Cosme Miranda, associado da Associação Chico Inácio - ong de familiares, usuários e técnicos de saúde mental, um ofício pedindo apoio foi enviado... Nenhuma resposta foi obtida.
novembro 19, 2006
Dia Nacional da Consciência Negra
FORUM PERMANENTE AFRO-DESCENDENTE DO AMAZONAS
AVENIDA JOAQUIM NABUCO, 1023 - CENTRO
MANAUS – AM
TEL: (92)3234-9465 – 3234-9437
E-mail: negritudeamazonica@gmail.com
35 ANOS DE 20 DE NOVEMBRO – Dia Nacional da Consciência Negra
CONVITE
O Fórum Permanente Afro-descendente do Amazonas – FOPAAM, convida à todos para participar da Celebração de Abertura das atividades da Semana da Consciência Negra que será Realizada nesta Segunda-feira, Dia 20 de Novembro, às 18Horas, na Faculdade Salesiana Dom Bosco - Av. Epaminondas, 57 – Centro / Manaus – AM, bem como das atividades a serem realizadas pela passagem dos 35 ANOS DE SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
Desde já, agradece a participação,
Atenciosamente,
Dulci Batista (Cáritas/AM) - 9113-2634
Arlete Anchieta (FSDB) - 9602-0990
Emmanuel de Almeida Farias Júnior (UFAM)
João Batista dos Santos (SEMED) - 8114-4181
Lino João Neves - UFAM - 9994-0185
Equipe de Coordenação do FOPAAM
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SEMANA DA CONSCIENCIA NEGRA - 2006
DOMINGO - 18.11.2006
Celebração Afro-religiosa
Área Miss. S.Francisco
Rua Bem te vi, s/n
Cidade Nova
Ig.N.Sra.Fátima
19H
Evento Cultural
Almirante - Bairro Santo Antonio
21h
CONVITES
99758031*Márcia 81269996
SEGUNDA - 20.11.2006
9H - Cerimônia
CÂMARA MUNICIPAL- AMONAM
18h - ABERTURA OFICIAL (FSDB)
“Políticas Afirmativas e Afro-descendentes”
19h - SEMINÁRIO NA UNINORTE
“Negro na Amazônia, entre práticas e Representações”
Centro – Próximo à Pç. do Congresso e da Agência Central dos Correios
TERÇA - 21.11.2006
19H - SEMINÁRIO NA UNINORTE
“Negro na Amazônia, entre práticas e Representações”
Centro – Próximo a Praça do Congresso e da Agência Central dos Correios
QUARTA - 22.11.2006
9H - Cerimônia: ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA (AMONAM)
19H - SEMINÁRIO NA UNINORTE
“Negro na Amazônia, entre práticas e Representações”
Centro – Próximo a Pç do Congresso e da Agência Central dos Correios
QUINTA - 23.11.2006
“I Encontro de Educação Sobre Diversidade Étnico Racial”
SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO (SEMED/SEDUC)
8H-17H
Auditório da Reitoria UEA - AvenidaDjalma Batista - Flores
SEXTA - 24.11.2006
“I Encontro de Educação Sobre Diversidade Étnico Racial”
SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO (SEMED/SEDUC)
8H-17H
Auditório da Reitoria UEA - Avenida Djalma Batista - Flores
SÁBADO - 25.11.2006
Celebração Afro-religiosa
Comunidade São Benedito
Cidade de Deus
18H
INFORMAÇÕES: 3248-3055
DOMINGO - 26.11.2006
Confraternização
Feijoada – 12H
Escola de Samba Vitória Régia
Praça XIV
O que você lê muda o que você pensa
I FEIRA DE LIVROS DE PSICANÁLISE DA EDITORA ÁGALMA
Títulos de diversas editoras e instituições psicanalíticas: Ágalma, Artmed, Associação Psicanalítica de Curitiba, Associação Psicanalítica de Porto Alegre, Casa do Psicólogo, Centro de Estudos Freudianos, CMC Editora, Companhia de Freud, Jorge Zahar Editor, Lugar de Vida, dentre outras.
DESCONTOS DE 10% A 15% PARA PAGAMENTO À VISTA EM CHEQUE OU EM ESPÉCIE
Local: Rua Agnelo de Brito, 187 Centro Médico Henri Dunant,sala 309 Garibaldi Salvador BA
Datas:
Quinta feira, 23/11 de 8:30 ás 12:00 hs
Sexta Feira, 24/11 de 14:00 ás 18:00 hs
Sábado 25/11 de 8:30 as 12:30 hs
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novembro 18, 2006
Luta Antimanicomial: nasce o Fórum Amazonense de Saúde Mental
Na manhã do dia 17 de novembro, no mini-auditório do Mestrado Sociedade e Cultura na Amazônia, do Instituto de Ciências Humanas e Letras, da Universidade Federal do Amazonas, foi criado o Fórum Amazonense de Saúde Mental.
A iniciativa partiu da Associação Chico Inácio, filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial, que contou com o apoio do Grupo de Pesquisa Questão Social e Assistência Social no Estado do Amazonas, do Departamento de Serviço Social, do Instituto de Ciências Humanas e Letras, da Universidade Federal do Amazonas.
Na luta pela reinvenção da cidadania dos portadores de transtorno mental, a Associação Chico Inácio tem estabelecido parceria com outros movimentos sociais, dentro do princípio "ANDAR E LUTAR EM BOA COMPANHIA". Historicamente seus principais parceiros são a Associação Amazonense de Gays, Lésbicas e Transgeneres e a Rede de Amizade & Solidariedade às Pessoas com HIV/Aids.
Paulo Logullo Gonçalves, já dizia em artigo publicado no livro Saúde e Loucura, número 7 - Saúde Mental e Saúde da Família sobre o o perfil do profissional de saúde mental: "Estamos convencidos de que o perfil do profissional, sua visão de mundo, a maneira como encara o ser humano e suas idiossincrasias, a capacidade de transitar em territórios estranhos, de lidar com a diversidade, de compor com os saberes populares, levando em conta a origem cultural e as crenças religiosas das pessoas, a disponibilidade para acolher o sofrimento humano respeitando as escolhas e limites próprios de cada um, são condições vitais para tal empreendimento".
O autor referia-se aos profissionais que atuam nos Programas de Saúde da Família. A orientação transcende qualquer categoria profissional e diz respeito aos cidadãos de boa vontade, se queremos de fato a criação de novos modelos de atenção em saúde mental e a reinvenção da cidadania do portador de transtorno mental.
Nesse sentido, o autor publica em seu artigo uma advertência, que vale a pena citar nesse momento de articulação do Fórum Amazonense de Saúde Mental, à guisa de uma outra ética que venha nortear a relação entre a sociedade civil e sociedade política e os portadores de transtorno mental:
"Novos modelos exigem o combate a toda sorte de perversão insntitucional, perversão que mais do que cultural, é fruto de desigualdades sociais, políticas e econômicas instrumentalizadas por quantos não reconhecem nem asseguram o direito do outro (especialmente o outro historicamente oprimido) quanto às suas idéias, crenças, aspirações e sonhos. Uma interpretação equivocada, ao defender o reino do amor ao outro, esqueceu de avisar que amar o igual é fácil, difícil é amar o diferente. Putas, loucos, veados, artistas, aidéticos e leprosos sabem do que se trata". (Rogelio Casado, psiquiatra, Manaus, 30 de maio de 2000).
Entre os fundadores do Fórum Amazonense de Saúde Mental estão as seguintes entidades:
* Associação Amazonense de Gays, Lésbicas e Transgeneres
* Associação Amazonense de Psicologia
* Associação Chico Inácio
* Articulação de Mulheres do Amazonas
* Coordenação do Programa de Saúde Mental do Estado do Amazonas
* Grupo de Pesquisa Questão Social e Assistência Social no Estado do Amazonas, do Departamento de Serviço Social, do Instituto de Ciências Humanas e Letras, da Universidade Federal do Amazonas
* Movimento Afrodescendente do Amazonas - Afro-Amazonas
* Rede de Amizade & Solidariedade às Pessoas com HIV/Aids
* Sindicato dos Jornalistas do Amazonas
* Sindicato dos Psicólogos do Amazonas
A luta e a vida continuam.
novembro 16, 2006
'Louco infrator', novo paradigma
Nota: 'Louco infrator' é uma expressão usada no meio jurídico-psiquiátrico que, à semelhança da expressão 'grupo de risco' usada no campo das DST/Aids, causa mais confusão do que esclarecimento. Um exemplo disso é o amplo desconhecimento da opinião pública de que crimes cometidos por 'portadores de transtorno mental' (outra expressão problemática) geralmente acontecem quando os 'infratores' ficam longos períodos sem acompanhamento nos serviços de saúde.
Nem por isso deve-se deixar de receber com entusiasmo a criação do Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili), entre as Secretarias de Estado da Saúde e da Justiça, o Município de Goiânia, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Estado de Goiás, saudado pelo Promotor de Justiça Haroldo Caetano da Silva como "começo do resgate de uma séria e histórica dívida para com as pessoas submetidas à medida de segurança". Ponto!
Uma advertência, no entanto, se faz necessária. Veja novamente a imagem acima. É fato que este blog tem usado muitas imagens, para revolta dos que cultivam apenas, e tão somente, as palavras. Os críticos, crentes de que elas banalizam o verbo, abominam a imagem. O problema é quando se vê de perto a realidade arquitetônica dos nossos hospitais de custódia e tratamentos psiquiátricos (HCTPs) espalhados pelo Brasil. O do Rio de Janeiro parece ser uma honrosa exceção. Compare a imagem aqui publicada com o do HCTP da sua cidade.
Muito bem. Agora, leia, além do artigo do promotor de Goiás, o texto sobre o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho, do Rio de Janeiro, publicado em http://www.supersaude.rj.gov.br/hphc.htm com farta ilustração - lá, aqui não; em compensação abusamos da palavra ao publicar o editorial dessa instituição em transformação.
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Louco infrator, novo paradigma
O Popular (GO)
Opinião
11 de novembro de 2006
O buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar
agora fui pelo abandono
abandonado aqui dentro do lado de fora.
(Arnaldo Antunes)
Haroldo Caetano da Silva
O dia 26 de outubro de 2006 será lembrado como a data em que o Estado de Goiás deu um verdadeiro salto de qualidade na execução das medidas de segurança impostas pela Justiça a portadores de transtornos psiquiátricos. A assinatura, nesse dia, do convênio de implementação do Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili), entre as Secretarias de Estado da Saúde e da Justiça, o Município de Goiânia, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Estado de Goiás, traduz-se no começo do resgate de uma séria e histórica dívida para com as pessoas submetidas à medida de segurança.
A despeito da terminologia inadequada afinal, louco infrator não seria a melhor das expressões para identificar a pessoa do inimputável por doença mental , o Paili assume a relevante tarefa de acompanhar os pacientes julgados e absolvidos pela Justiça Criminal, mas submetidos à internação psiquiátrica ou ao tratamento ambulatorial, como medida de segurança.
Se a medida de segurança não tem caráter punitivo e de direito não tem a sua feição terapêutica deve preponderar.
Muda-se o paradigma. A questão deixa de ser focada unicamente sob o prisma da segurança pública e é acolhida definitivamente pelos serviços de saúde pública. Não será a cadeia, tampouco o manicômio, o destino desses homens e dessas mulheres. A imagem do sofrimento e da exclusão dos imundos depósitos de loucos ainda recente em nossa memória não mais tem espaço nesta época de proteção aos direitos fundamentais dos que padecem de transtornos psiquiátricos. Será o Sistema Único de Saúde (SUS) o espaço democrático de atendimento a esses pacientes. Eis o grande avanço e o grande desafio!
Com autonomia para ministrar o tratamento, o médico e as equipes psicossociais das clínicas conveniadas ao SUS determinam e colocam em prática a melhor terapêutica, acompanhados de perto pelos profissionais do Paili, cuja atuação deve ser marcada pela interlocução e integração com todo o sistema de saúde mental, especialmente os Centros de Apoio Psicossocial (Caps) e as residências terapêuticas.
O processo de execução da medida de segurança continua jurisdicionalizado, mas não será o juiz quem determinará o tratamento a ser dispensado ao paciente, pois é o médico o profissional habilitado a estabelecer a necessidade desta ou daquela terapia. Aliás, é a Lei nº 10.216/2001 (Lei Antimanicomial ou Lei da Reforma Psiquiátrica) que exige laudo médico circunstanciado como pressuposto elementar para a internação psiquiátrica (art. 6º). A proteção jurisdicional é garantia constitucional do cidadão na esfera da execução penal e, na presidência do processo executivo, o juiz acompanhará o tratamento dispensado ao paciente e decidirá sobre eventuais excessos ou desvios, até final extinção da medida de segurança.
Também o Ministério Público continua, nesse novo panorama, com sua atuação fiscalizadora, acompanhando o desenrolar do procedimento judicial e, fundamentalmente, o tratamento dispensado aos pacientes pelas clínicas psiquiátricas e o regular funcionamento do Paili.
A conformação deferida ao Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator, agora responsável pela execução das medidas de segurança no Estado de Goiás, é inovadora. Muito embora espelhado, em princípio, no programa similar desenvolvido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (o Pai-PJ), o Paili coloca a pessoa submetida à medida de segurança no ambiente universal e democrático do Sistema Único de Saúde, sem distinção de outros pacientes, o que poderá favorecer sobremaneira a almejada inclusão à família e à sociedade.
Resultado da conciliação, num verdadeiro concerto entre os diversos órgãos envolvidos com a matéria, em ambiente que contou com a participação ativa da sociedade, o Paili tem tudo para ser uma experiência exitosa no resgate da dignidade e dos direitos humanos fundamentais dos pacientes submetidos à medida de segurança, e cujo modelo certamente será exportado para outros cantos do País.
Haroldo Caetano da Silva é promotor de Justiça
Publicado no jornal O Popular, da cidade de Gioânia, em 11.11.2006
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H. de Custódia e Trat. Psiquiátrico Heitor Carrilho
DIRETOR : CARLOS ROBERTO ALVES DE PAIVA
SUBDIRETOR : SONIA FERREIRA BARROSO
DATA DE INAUGURAÇÃO : 30/04/21
LOCALIZAÇÃO : RUA FREI CANECA, nº 401 - fundos
BAIRRO : ESTÁCIO
TELEFONE :(0xx21)2293 8791/ 3399 1380/ 3399 1384
FAX : (0xx21)2293 8791
DIAS DE VISITA : QUINTA-FEIRA, DOMINGO E FERIADO
HORÁRIO DE VISITA : 12:00 às 16:00
Pavilhão. Clique para ler o Editorial
Fundação em 1.921 o antigo Manicômio Judiciário Heitor Carrilho, atual Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho. Possui 210 leitos, sendo 169 conveniados com o SUS em níveis III e IV.
Pavilhão (veja ilustração no endereço citado)
Desenvolve, além de seu projeto terapêutico específico, a Custódia e Tratamento dos pacientes incursos em medida de segurança, além de elaborar as várias espécies de exame psiquiátrico-forense (Insanidade Mental, Dependência a Drogas, Cessação de Periculosidade, Cessação de Dependência e Exame Criminológico), tendo sido considerado durante muitos anos o mais avançado Centro Psiquiátrico Forense da América Latina. Por se tratar de Hospital de Custódia e Tratamento, a nossa clientela é basicamente constituída de pacientes duplamente estigmatizados pela sociedade, pelo fato de terem cometido delitos e pelo fato de serem considerados doentes mentais e, portanto de “GRANDE PERICULOSIDADE”. Tal estigmatização torna o trabalho mais árduo, á medida que a família do paciente é parte desta sociedade que o rejeita.
Exames Complementares:
Eletroencefalograma e Psicodiagnóstico
A unidade conta ainda com uma biblioteca e um acervo composto por obras específicas do fundador e outros livros como Sociologia Criminal, Psiquiatria e Odontologia. Estes acervos foram tratados tecnicamente, sendo que, 101 são periódicos, 57 acervo do Heitor Carrilho e 17 obras raras.
Quadra Polivalente (veja ilustração no endereço citado)
Biblioteca (veja ilustração no endereço citado)
Além dos atendimentos clínicos propriamente ditos são realizadas atividades pelo setor de terapia ocupacional cujo objetivo é utilizar os recursos e abordagens da terapia ocupacional especialmente atividades não verbais, possibilitando a expressão e elaboração dos conteúdos internos.
- Oficina de Marcenaria e Artesanato - clientela masculina
- Oficina da Palavra – clientela masculina
- Oficina de Atividade Expressiva – clientela mista
- Oficina de sacolé – clientela masculina
- Oficina de Mosaico – clientela masculina
- Oficina de Bijouterias – clientela mista
- Oficina de Biscuit – clientela masculina
- Oficina de Vídeo Debate – clientela mista
- Oficina de Cestaria em Jornal – clientela masculina
- Oficina de Embelezamento – clientela feminina
EDITORIAL
"O Manicômio Judiciário Heitor Carrilho é um Órgão do Serviço Nacional de Doenças Mentais, do Departamento Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.
Originário da Seção Lombroso do antigo Hospital Nacional ou Hospício da Praia Vermelha, em 20 de Abril de 1920 teve lançada a sua pedra fundamental e, pelo Decreto 14.831 de 25 de Maio de 1921 o seu primeiro regulamento aprovado, tendo em vista que (ipsis litteris) "considerando que para o Manicômio Judiciário de que trata a Lei 2.442 artigo 2º n.º 20 de 5 de janeiro do corrente ano, anexo à Assistência a Alienados, não existem, no regulamento aprovado pelo Decreto 8.834 de 11 de julho de 1911, disposições pelas quais se passa reger.
O Decreto 17.805 de 23 de Maio de 1927 que aprovou o regulamento para execução dos serviços de Assistência a Psicopatas, no Distrito Federal, dedica o seu capítulo XI ao Manicômio Judiciário, a partir do artigo 109 até o 123, seus §§ e itens e continua em pleno vigor, orientando a dinâmica do Estabelecimento.
Posteriormente, em 1944, o Decreto 17.185 de 18 de Novembro, que constitui o regulamento do Serviço Nacional de Doenças Mentais, na sua Seção V, artigo 48, itens I, II e III, estabelece a competência do Manicômio Judiciário para recebimento de pacientes sob o regime de internação fechada e por determinação judicial, distinguindo aqueles "isentos de responsabilidade, os condenados que apresentarem sintomas de alienação mental e os acusados que devam ser submetidos a exames e tratamentos psiquiátricos".
O Código Penal de 1890 não cuida de Manicômio Judiciário, como local para cumprimento de medidas de segurança detentivas, sendo certo que, só a partir do ano de 1921, como conseqüência de uma revolta de alienados mentais criminosos, no antigo Hospício da Praia Vermelha (Seção Lombroso), seguida de depredações e incêndio, houve a sua existência formal, como unidade autônoma administrativa e técnica, em prédio especialmente construído.
O Decreto – Lei n. 2.848 de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), indicou, expressamente, o Manicômio Judiciário, como Estabelecimento destinado àqueles que a Lei reconhece a irresponsabilidade, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, cabendo-lhe, também ônus dos incluídos no § único do artigo 22 do mencionado Código, pela inexistência da Casa de Custódia e Tratamento, organismo executivo da sua inoperância como unidade autônoma.
Estamos assim, na segunda fase do que denomino "ciclo de desenvolvimento dos Manicômios Judiciários", pois que esses Estabelecimentos vão atingindo a estrutura hospitalar pura, destruindo, aos poucos, o velho entendimento da prisão – hospital ou hospital – prisão, apresentando melhores condições para tratar os tipos de personalidades planificadas, sob o rótulo genérico de "perturbados da saúde mental", sem os riscos da constituição de um padrão mental mais ou menos uniforme.
No Manicômio Judiciário Heitor Carrilho, aquele "traço de união entre prisão e hospital" de que nos falava Carrilho, dentro em breve, será apagado, atingida a meta definitiva, com a conclusão e inauguração de dois modernos e importantes Edifícios, o Pavilhão Técnico – Pericial à Rua Frei Caneca, sede do Estabelecimento, e o Pavilhão de Custódia, na Estrada do Guerengué, em Jacarepaguá, ambos totalizando 700 leitos.
Esse denominado Pavilhão de Custódia nada tem a ver com a Casa de Custódia e Tratamento, estabelecida pela Lei Penal.
O Pavilhão de Custódia vai ser destinado, exclusivamente, ao cumprimento das medidas de segurança detentivas ex – vi do artigo 22 e seu § Único do Código Penal, como uma unidade integrante do Manicômio Judiciário Heitor Carrilho, permitindo, assim, que a sede do Estabelecimento, constituída de três unidades, o Pavilhão – Sede, o Pavilhão Maurício Medeiros e o futuro e próximo Pavilhão Técnico – Pericial, a ser inaugurado em princípio de 1968, possa receber não só todos os pacientes que devam ser periciados, como aqueles que apresentarem doença mental, no decurso da prisão provisória ou após a sentença judicial, atingindo, assim, de acordo com a Lei, a sua legítima finalidade.
Dessa forma, o futuro do Manicômio Judiciário Heitor Carrilho está definido: um futuro de condições de trabalho técnico, de trabalho assistencial, de investigações, de pesquisas de formação de uma mentalidade profissional e terapêutica.
A partir da inauguração do Pavilhão Técnico – Pericial, todos os pacientes que forem internados, sem exceção, não serão mais entregues ao plano de custódia do Setor de Vigilância e, sim, a uma Seção de Clínica Psiquiátrica, onde ficarão recolhidos até que se torne oportuna à alta médica interna.
Essa Seção de Clínica Psiquiátrica compreende todo o segundo pavimento do novo Pavilhão, disponde salas para tratamento biológicos, unidades de segregação terapêutica, enfermarias de observação psiquiátrica e clínica e salão para refeições e estar, alem dos consultórios médicos e aposentos destinados à enfermagem, atendimentos e curativos.
O primeiro pavimento abrigará todo o trabalho técnico essencial e complementar, dispondo de salas individuais para os peritos psiquiatras – forenses, constituindo-se em um verdadeiro bloco médico, facilitando o atendimento, as entrevistas e a realização dos exames subsidiários para esclarecimento dos diagnósticos.
O terceiro pavimento, todo ele, provido de amplas enfermarias para cinco leitos, com dependências sanitárias privativas, rematará o sistema hospitalar puro, para onde serão acomodados pacientes em remissão de tratamento, já recuperados e submissos à observação final.
Realizada a perícia, fixado o entendimento psiquiátrico – forense, decretada a sentença pelo Juiz, reconhecendo as condições previstas no artigo 22 e seu § Único, a medida de segurança decorrente será cumprida, em ambiente campestre, no Pavilhão de Custódia, unidade eminentemente praxiterápica, e que irá se constituir em termos de comunidade terapêutica, no local mais apropriado, que é Jacarepaguá.
Esse Manicômio Judiciário que foi sempre um sonho administrativo, será a realidade no período 1968 – 1970, será a redenção do trabalho de três gerações de psiquiatras, será uma das maiores realizações do entendimento psiquiátrico – forense porque libertará, definitivamente, o alienado mental criminoso, para o seu próprio destino terapêutico."
Dr. RODRIGO ULYSSES DE CARVALHO
DIRETOR
O presente texto de autoria do então Diretor do atual Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho, Dr. Rodrigo Ulysses de Carvalho, foi publicado na revista Arquivos do Manicômio Judiciário Heitor Carrilho. Ano XXV, 1º e 2º Semestres de 1966. Procura resumir a história administrativa da Instituição durante o período de 1920-1966 e, fundamentalmente, responder às questões relativas à necessidade da construção de prédio para avanço nas atividades inerentes ao tratamento psiquiátrico dispensado aos portadores de doenças mentais que cometessem delitos. O que revela a concepção que essa Instituição com a nova construção do Pavilhão Técnico Pericial se capacitaria a exercer "trabalho assistencial, de investigações, de pesquisas de formação de uma mentalidade profissional e terapêutica."
novembro 15, 2006
A polêmica da 'raça'
A POLÊMICA DA ‘RAÇA’
Promotor de Justiça pede anulação da sentença contra Emir Sader
Recurso do promotor de Justiça Renato Eugênio de Freitas Peres, do Ministério Público de São Paulo, diz que o processo movido pelo senador Bornhausen contra o professor Emir Sader sequer deveria ter sido acolhido em tribunal.
Flávio Aguiar – Carta Maior
SÃO PAULO – O promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, Renato Eugênio de Freitas Peres, entrou com recurso junto ao juiz de Direito da 22ª Vara Criminal de São Paulo, Rodrigo Cesar Muller Valente, que condenou o professor Emir Sader a um ano de detenção e a perda do seu cargo na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), pedindo anulação da sentença. O parecer emitido pelo promotor historicia o caso desde o seu início. Para pedir a anulação da sentença, o promotor afirma que há incongruência, inadequação e inconsistência na decisão. Começa dizendo que a sentença contra o réu destoa completamente de outras sentenças, praticadas inclusive na 22ª Vara, em face de acusações muito mais graves, como tráfico de entorpecentes, furtos qualificados e outros.
“Assim vislumbra-se que no presente caso o professor universitário querelado foi condenado com pena de igual duração àquela que alguns juízes pretendem conferir a traficantes. Houve um tempo que chamavam situações como esta, no direito, de teratológicas”, escreve o promotor. “Mas não é só”, continua. “Como pode agora um professor universitário ser condenado por expressão de opinião?”
Manifestando perplexidade, o recurso diz que “em quinze anos de carreira” o Promotor nunca teve conhecimento de uma condenação por crime contra a honra, inclusive na 22ª Vara. E reclama que já apresentou seus argumentos por ocasião desse julgamento em primeira instância, mas que pelo visto “sequer foram apreciadas as questões suscitadas”, motivo pelo qual vai reapresentá-las. E diz: “É sabido que muitos Juízes dizem que sequer lêem o que escreve o Ministério Público”.
A partir daí o promotor declara que a queixa-crime sequer deveria ter sido recebida em juízo, em primeiro lugar por não ser precisa na qualificação do suposto crime cometido, se era de injúria, calúnia ou difamação. Acrescenta que o juiz acabou desconsiderando as acusações de “calúnia” e de “difamação”, só aceitando a de “calúnia”, e que nisto houve erro de juízo. Ou seja, o recurso desqualifica a própria conceituação com que o juiz encarou o processo.
Depois, o parecer aponta uma série de erros cometidos pelos acusadores e pelo próprio juiz. Não houve oferecimento de oportunidade de retratação, obrigatório pela Lei de Imprensa que foi o instrumento da condenação. Deveria também haver oferecimento de oportunidade de reconciliação entre as partes, de explicações, não houve intimação das testemunhas de defesa, enfim o processo teria se tornado um rosário de equívocos, o que justifica o recurso:
“Por todos estes motivos, opina a Promotoria de Justiça no sentido de que seja declarada a nulidade do processo, com rejeição da Queixa-crime (por inépcia e falta de condições processuais, leia-se adequação do pedido)”.
Mas o parecer não pára por aí. Além de considerar os erros processuais, entra no mérito da questão. E é taxativo: “trata-se aqui de uma disputa ideológica. Nenhuma das partes é um criminoso”. E vai ao âmago do problema, quando diz que se o professor chamou o senador de “racista”, “não há controvérsia sobre o fato de que o Exmo. Senador da República lançou mão da expressão 'a gente vai se ver livre desta raça'”.
“Assim só podemos concluir que efetivamente o Excelentíssimo Senhor Senador temo hábito de utilizar o conceito de raça, ou algum conceito de raça. E infelizmente ele o fez num contexto em que manifesta a expectativa de '...se livrar da tal raça'”. Pergunta o parecerista: como deveria reagir alguém que ouvisse tal frase, e fosse “de origem diversa daquela do ex-governador 'Barriga-verde'”? Deveria ouvir calado o que também pode ser caracterizado como uma “ofensa”?
Diz ainda que os advogados do senador argumentaram que ele sentiu-se ofendido por adjetivos como “repulsivo, racista, fascista, mente suja, abjeto, mesquinho, desprezível”, mas que de toda essa coleção só a expressão “racista” poderia ser objeto de querela judicial; e que as demais denotam a existência de um debate “acalorado”, como as que são características daqueles entre “direita x esquerda”.
Diante do argumento da acusação de que o réu deturpou o sentido da expressão“raça” usada pelo senador, diz que “até mesmo pela confusão resultante, temos que concluir então que a declaração permite o mau entendimento”. Conclusão: “não há prova de dolo criminal”, ou seja, de intenção criminosa.
Por fim, o promotor arremata dizendo que o efeito colateral da aplicação da sentença, de perda do cargo de professor em universidade pública é “exacerbada” e que “a aparência da peça nos remete às condenações da época do regime militar. Até as personagens no palco são as mesmas”. “Há apenas uma diferença: na épocado governo militar havia sursis”, isto é, a possibilidade da suspensão da pena. Agora, nem isto houve."
http://cartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12792
novembro 13, 2006
Fernando Gasparian (1930-2006)
Propaganda da ditadura militar - governo Emílio Garrastazu Médici (1969-1974)
“Este é tempo de divisas, tempo de gente cortada... É tempo de meio silêncio, de boca gelada e murmúrio, palavra indireta, aviso na esquina.”
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Memória
FERNANDO GASPARIAN (1930-2006)
O fim do charme discreto da burguesia nacionalista
Por Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal, Belém (PA)
7/11/2006
Reproduzido do Jornal Pessoal nº 378, segunda quinzena de outubro/2006
Os brasileiros que formaram sua consciência durante a IV República, entre 1946 e 1964, gravitaram em torno de duas entidades míticas: o inelutável proletariado e a indispensável burguesia nacional. As forças agrupadas em torno dos dois personagens variaram entre a conciliação e a reforma, como realidades políticas, e a revolução, como utopia quimérica. Como o proletariado era força de longo prazo, no dia-a-dia competia lidar com a burguesia (nacional ou nacionalista, conforme a ênfase).
Nos livros e manuais era relativamente simples identificá-la. Grande parte da esquerda, que produzia esses conceitos, raciocinava por esquemas, em geral importados. Propunha-se um país ideal independentemente do país que existia. A realidade não importava tanto quanto a sua racionalização. O burguês era um taumaturgo, uma figura seminal difusa no ar. Vê-lo em carne e osso era difícil. Mas se havia o burguês progressista, seu nome era o do paulista Fernando Gasparian.
Ele morreu no dia 6/10, mas seus apressados obituários não fizeram justiça ao que fez e ao que representou nas teorizações de conciliadores, reformistas e revolucionários. Gasparian ganhou bastante dinheiro e podia ter deixado de lado as idéias que desenvolveu, as mais primitivas discutidas com dois importantes amigos desde a juventude no interior de São Paulo, Fernandos como ele: Henrique Cardoso e Pedreira.
FHC, o mais bem-sucedido como intelectual, foi também o que mais alto chegou às escadarias do poder. Pedreira trocou a trincheira jornalística pelo governo, não resistindo ao canto de sereia de FHC, que lhe ofereceu um emprego de alto nível em Paris.
Gasparian foi o único que combinou esses dois elementos a outro, que faltou aos amigos: o de empresário. Chegou ao máximo, com sua América Fabril, uma indústria de tecidos, quando João Goulart foi presidente da República. Seguiu-o no declínio. Perseguido pelos novos donos do poder, passou um tempo dedicado a atividades acadêmicas na Inglaterra. Retornou ao Brasil convencido de realizar o projeto de criar um periódico independente, democrático e altivo, conforme modelos europeus inspirados em alguns dos melhores jornais de esquerda ou liberais do continente.
Espalhar idéias
Desse compromisso surgiu Opinião, em 1972, em pleno governo Médici, o mais violento do período militar. Opinião foi o mais bem- sucedido empreendimento da imprensa alternativa, embora prejudicado por alguns erros de concepção, que subestimaram o ânimo repressor do regime. A afiada tesoura da censura, que começou a agir no número 9 e se tornou devastadora a partir da 23ª edição, desfazia o empenho da redação. Mas as dissensões internas também prejudicaram o semanário.
Quando a equipe liderada por Raimundo Rodrigues Pereira se retirou, por não conseguir acertar-se com o dono, Fernando Gasparian chamou Argemiro Ferreira para ser o editor. Opinião perdeu muito em qualidade informativa, na capacidade de acompanhar os acontecimentos, mas ganhou densidade analítica. Tornou-se parecido às publicações européias nas quais Gasparian se inspirou. Infelizmente, porém, o Brasil não era a Europa e o jornal não resistiu à sabotagem do governo. Mas morreu, em 1977, depois de 231 edições, com a dignidade que faltou aos últimos dias do Pasquim, a publicação alternativa de maior sucesso.
Gasparian perdeu a batalha, mas não desistiu da guerra. Voltou ao front cultural através de outros periódicos, como Argumento, e se tornou editor de livros, comprando as editoras Saga e Paz e Terra e dando-lhes uma linha editorial de alto nível. Não visava apenas negócios: queria espalhar idéias, defender proposições, assumir uma posição pública, a da lendária burguesia nacionalista. Tentou até o fim. Merecia acompanhamento melhor à sua última morada.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=406MEM001
novembro 11, 2006
Os tambores tão rufando na Bahia: Encontro de Usuários e Familiares dos Serviços de Saúde Mental
Nota: No Encontro de Saúde Mental: A Reforma Psiquiátrica que queremos, realizado em Belo Horizonte/MG, em julho deste ano, Eduardo Mourão Vasconcelos, após criteriosa análise, anunciou que tempos difíceis vinham pela frente. Os que deram de ombros não perderam por esperar: um mês depois a psiquiatria conservadora colocou as manguinhas de fora, pedindo para zerar a Reforma e detonando o modelo substitutivo ao manicômio que se dissemina por todo o país. Eles sabem o que fazem, Senhor!
Em todo o Brasil cresce o movimento em defesa da Reforma Psiquiátrica. A Bahia, que não é nada besta, através do seu Núcleo de Estudos pela Superação do Manicômio (NESM), filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial, tá colocando o seu bloco na rua. Leia a singela mensagem que vem da Bahia de todos os Santos, convocando militantes de A a Z para assumir suas posições. Os tambores tão rufando, maninho! Axé! Saravá!
Encontro reúne usuários e familiares dos serviços de saúde mental
No dia 24 de novembro, o Núcleo de Estudos pela Superação dos Manicômios (NESM), em parceria com a Comissão de Direitos Humanos do CRP-03, a OAB-BA, o CRESS-BA, e apoio do Hospital Juliano Moreira e Faculdade de Economia da UFBA, realiza o I Encontro Estadual dos Usuários e Familiares dos Serviços de Saúde Mental. O objetivo é retomar a organização desse movimento, instituindo uma diretoria provisória, para fortalecer a luta contra o preconceito, a discriminação e pela cidadania. O evento acontece das 8 às 18h, no auditório da OAB (Piedade). Participe!
novembro 10, 2006
Comunidade se mobiliza para salvar o CAPS Castelo
Nota: Os companheiros do CAPS Castelo, Pelotas-RS, enviaram matéria publicada no Diário Popular sobre o lamentável abandono do imóvel depois que a Vigilância Sanitária, em setembro deste ano, exigiu a saída do Caps do local por causa dos problemas estruturais do prédio.
Ressalte-se o empenho da comunidade em assegurar que usuários, familiares e técnicos possam voltar para o imóvel, desde que ele seja devidamente reformado. Entre os apoiadores da causa estão o vereador Paulo Oppa e radialistas como Otavio Soares e equipe da Radio Com. Eles não estão sozinhos. Tem muita gente nessa luta.
"Cidade: Bem diferente dos áureos tempos"
Álvaro Guimarães
Abandonado. Assim está o castelo Simões Lopes, na zona sul da cidade. Desde que o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do bairro foi removido dali, em setembro, o local se transformou em ponto de encontrode adolescentes e moradores de rua, que dia e noite depredam o prédio e espalham medo entre os moradores da vizinhança.
Construído em 1922 por Augusto Simões Lopes, o castelolo calizado na avenida Brasil nº 824, foi desapropriado pela prefeitura em 1990. Desde então serviu de sede para a Guarda Municipal e entidades culturais como oInstituto Geográfico e Histórico Pelotense (IGHPel) e a 26ª Região Tradicionalista, entre outras, até 2000, quando passou às mãos da Secretaria de Saúde para sediar o primeiro Caps montado em Pelotas. Em setembro deste ano a Vigilância Sanitária exigiu a saída doCaps do local por causa dos problemas estruturais do prédio. A ordem foi cumprida antes do final daquele mês. De lá para cá, o castelo ficou completamente abandonado.
"Todos os dias corro algum vândalo daqui de dentro",confirmou a professora aposentada, Rosa Sacramento, de52 anos, vizinha do castelo. Ao tomar para si aresponsabilidade de manter a salvo o patrimônio público, Rosa chegou a ser ameaçada de morte. "Dia desses me disseram que se eu me metesse ali iriam me matar e esconder meu corpo lá dentro, pois ninguém iria achar", contou. Outros moradores das redondezas confirmam que ameaças de incendiar o castelo ou contra a integridade física dos vizinhos também já foram feitas pelos invasores.
DO LUXO AO LIXO
O luxo que marcou os primeiros tempos do castelo pelo qual passaram dois presidentes da República,Washington Luís (1927-1930) e Getúlio Vargas(1930-1945/1951-1954), ficou no passado. Hoje, as principais marcas do prédio são os vidros quebrados, portas e janelas arrombadas e paredes rabiscadas de carvão com desenhos e dizeres pornográficos, palavrões e inusitadas declarações.
Os poucos móveis deixados pela equipe do Caps no prédio já foram quebrados ou revirados e o material neles guardados pode ser encontrado por todos os cantos. Lá também ficou o busto em bronze de Giuseppe Garibaldi, que pertencia ao IGHPel. Garrafas debebidas, embalagens plásticas, peças de roupas, latas queimadas, pedaços de papelão e dezenas de pedras espalhadas pelas 30 peças dos dois andares do prédio são alguns dos vestígios dos vândalos. "É uma pena ver um patrimônio destes ser destruído tão rapidamente", disse Paulo Villar, 76 anos, filho do engenheiro responsável pela obra.
MEDO DO ABANDONO
O medo dos moradores das redondezas do castelo Simões Lopes está além da destruição de um patrimônio dacomunidade. A falta de energia elétrica e a inexistência de alarmes ou vigilantes fazem da propriedade um esconderijo perfeito para assaltantes e ladrões. "Daqui é possível avistar e controlar o movimento de todas as casas da rua, além de ser um lugar perfeito para assaltar ou violentar alguém", justifica o eletricista Eduardo Villar, 40 anos. Diante do problema os vizinhos do castelo se viram obrigados a formar uma espécie de "guarda sem farda", que permanece vigilante à movimentação no gigantesco imóvel e sempre pronta para acionar a Guarda Municipal e a Brigada Militar ao sinal de movimentos suspeitos. Mas nem sempre são respondidos. "A BM nunca vem, pois dizem que a responsabilidade é da prefeitura; a Guarda vem, mas durante a noite não entra", reclama Rosa. Assim, nos últimos meses as noites e finais de semana, antes dedicados ao descanso, acabaram invadidos por preocupações capazes de tirar o sono de qualquer um.
Secretaria de Saúde aguarda verba federal
O secretário de Saúde, Ramón Gorgot informou ontem que a Secretaria pretende reformar o castelo Simões Lopes e devolvê-lo ao Caps do bairro. Para isso, no entanto, espera que o Ministério da Saúde repasse os R$ 150 milnecessários para a reforma através do programa Reforço à Reorganização da Saúde (Reforsus). "Vamos tentar que esta verba seja liberada para o orçamento de 2007, pois este ano já não há mais recursos", disse. Para minimizar os problemas atuais do castelo, o secretário pretende solicitar à Guarda Municipal que instale um posto de vigilância fixo no prédio. O pedido de Gorgot, todavia, pode não ser atendido. "Hoje temos 96 guardas lotados em prédios públicos e uma demanda para aproximadamente 200, mas não temos efetivo para atender a todos", adiantou o chefe da Guarda Municipal, Paulo Ricardo Bartollo. A existência de um sistema de alarme no prédio é a principal justificativa do chefe da Guarda Municipal para manter o atual serviço de vigilância através de rondas esporádicas. "Não podemos manter dois sistemas de segurança no mesmo local", disse. O detalhe, desconhecido nesse caso, é que o prédio não está mais coberto pelo sistema de alarme. "Desde que o Caps foi embora a luz e o telefone foram cortados e os alarmes desativados. Não fazemos mais o monitoramento daquele prédio", revelou Paulo Benemann, diretor da empresa de vigilância eletrônica responsável pelo castelo.
Caps ainda sonha com o castelo
Ao sair do castelo, o Caps do bairro Simões Lopes foi realojado em uma casa de dez peças na rua Nereu Ramos. Embora a construção seja nova, o espaço é considerado pequeno para atender às 50 pessoas que diariamente passam pelo local. Além disso, atendimentos como o de educação física e atividade ao ar livre deixaram de ser realizadas, prejudicando a qualidade dos serviços oferecidos aos 165 pacientes da instituição. "Avigilância sanitária nos mandou sair por causa de infiltrações e problemas na rede elétrica, mas dava para recuperar os problemas com o nosso pessoal lá dentro", comentou Nilson Antunes, coordenador do centro. Diariamente notícias sobre a destruição do antigo prédio chegam através de moradores do bairro e abatem ainda mais o ânimo da equipe. "O que todos queríamos era ver o castelo reformado", lamentou.
A construção
Construído entre 1920 e 1922 o castelo Simões Lopes foi desenhado pelo arquiteto alemão Fernando Rullman, que o projetou na forma de uma vila, semelhante a um chalé suíço, mas que ganhou torres e ameias de um castelo desenhadas pelo proprietário. O cimento usado foi trazido da Europa. Ao todo são 30 peças e porão habitável. Foi a primeira casa da cidade a ter calefação através de um sistema importado da Suíça e cujos radiadores ainda estão em todas as peças. Forada casa havia as garagens, quarto de brinquedos, lavanderia e um orquidário.
[www.diariopopular.com.br - 09/11/2006]
novembro 09, 2006
Curso de Especialização em Economia do Trabalho e Sindicalismo - 2007
Nota: Estão abertas as inscrições para o Curso de Especialização em Economia do Trabalho e Sindicalismo - 2007 - do Instituto de Economia da UNICAMP, até o dia 24/11/2006.
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Seleção para o Curso de Especialização 2007
Economia do Trabalho e Sindicalismo
Inscrições até 24/11/2006
Início do Curso: 06 de março de 2007
* Objetivo do Curso
Formação de profissionais para ocupar posições de assessoramento ou direção de órgãos públicos e privados no campo da economia e relações de trabalho. O aluno aprovado obterá o Certificado de Especialização em “Economia do Trabalho e Sindicalismo”.
* Estrutura do Curso
Disciplinas
HO-015: Introdução à Macroeconomia (CR 6 - CH 270)
HO-016: Desenvolvimento Econômico (CR 6 - CH 270)
HO-117: Padrão de Industrialização e Sindicalismo nos Países Avançados (CR 12 - CH 360)
HO-118: Mercado de Trabalho, Salários e Sindicatos no Brasil (CR 12 - CH 360)
HO-250: Empresas e Relações Industriais (CR 12 - CH 360)
HO-251: Sindicatos e Ação Sindical (CR 12 - CH 360)
HO-600: A Industrialização Brasileira (CR 12 - CH 360)
HO-610: Políticas Sociais no Brasil (CR 12 - CH 360)
ES-687: Monografia (CR 12 - CH 360)
* Inscrição de Candidatos
O pedido de inscrição deverá ser acompanhado de:
- Curriculum vitae, com a documentação de atividades profissionais, diploma(s) do curso de graduação (e outros, se houver) e respectivo(s) histórico(s) escolar(es);
- 1 (um) exemplar de cada um dos principais trabalhos publicados;
- Nome e endereço de pelo menos três pessoas com as quais tenha trabalhado nos últimos 5 (cinco) anos que se comprometam a enviar diretamente à Secretaria Acadêmica do Instituto de Economia da Unicamp, cartas de referência sobre o candidato;
- Declaração do candidato ou do chefe imediato de que se dedicará com exclusividade e em tempo integral ao curso pelo prazo mínimo de l (um) ano, tendo já encaminhado pedido de liberação à sua instituição nesse sentido.
- Preenchimento da ficha de inscrição, disponível no site ou junto à Secretaria Acadêmica do IE/Unicamp.
* Seleção
Os alunos são selecionados por meio de concurso específico realizado pela Comissão de Pós-Graduação do Instituto de Economia da UNICAMP, constando de:
- Avaliação do Curriculum Vitae, cartas de referência e dos principais trabalhos;
- Exame escrito sobre temas de atualidade em Economia do Trabalho em data e local a serem fixados para os selecionados na fase anterior;
- Entrevista.
Obs. Somente serão chamados para a prova escrita e a entrevista os candidatos(as) que forem aprovados na primeira fase (avaliação do curriculum, cartas de referência, principais trabalhos).
* Exigências do Curso
O candidato deverá demonstrar experiência profissional nas áreas de economia do trabalho, relações de trabalho e sindicalismo. Podem se candidatar ao curso: profissionais, técnicos e pesquisadores com nível superior de ensino de entidades públicas e privadas, tais como sindicatos patronais e laborais, centrais sindicais, empresas, órgãos de assessoria, Justiça do Trabalho, Ministérios e Secretarias do Trabalho ou de Economia.
O aluno deverá cumprir no mínimo 96 créditos, e manter dedicação integral ao curso, sendo que a freqüência a cada disciplina não poderá ser inferior a 75% sob pena de reprovação na mesma.
* Curso gratuito e bolsas de estudo
O curso é gratuito, incluindo o material didático.
As bolsas são extremamente limitadas e dependem da obtenção de recursos junto aos agentes financiadores institucionais. Por isso, recomenda-se aos candidatos pleitearem liberação com vencimento nas suas instituições de origem.
* Corpo Docente
Amilton José Moretto, Mestre (3)
Anselmo Luís dos Santos, Doutor
Carlos Alonso Barbosa de Oliveira, Livre Docente
Claudio Salvadori Dedecca, Livre Docente
Daví José Nardy Antunes, Mestre (3)
Denis Maracci Gimenez, Mestre (3)
Eduardo Fagnani, Doutor
José Dari Krein, Mestre (3)
José Ricardo Barbosa Gonçalves, Doutor
Jorge Eduardo Levi Mattoso, Doutor (1)
Marcelo Weishaupt Proni, Doutor
Marcio Pochmann, Livre-docente
Marco Antônio de Oliveira, Doutor (1)
Maria Alejandra Caporale Madi, Doutora
Paulo Eduardo de Andrade Baltar, Livre Docente
Sônia Terezinha Tomazini, Mestre (3)
Waldir José de Quadros, Livre Docente(1)
Wilnês Henrique, Doutora (1)
(1) Afastado temporariamente
(2) Professor Colaborador
(3) Tese de doutorado em andamento
* Informações
Secretaria Acadêmica
Caixa Postal 6135 - 13083-857 – Campinas, SP
Fones: (19) 3521.5713/3521.5737/3521.5736 - Telefax: (19) 3289.2214
E-mail: posgrad@eco.unicamp.br ou cesit@eco.unicamp.br