novembro 23, 2008

Encontro debate novas políticas de saúde mental

A droga da epidemia - foto publicada em Jornalismo B
CORREIO DO POVO
PORTO ALEGRE, DOMINGO, 23 DE NOVEMBRO DE 2008

Encontro debate novas políticas de saúde mental

Em meio à epidemia de crack, a necessidade de novas abordagens para uma atenção integral é alvo de discussões entre os profissionais de saúde. Há a compreensão de que o aumento no consumo da droga evidencia os problemas da política de saúde mental no Rio Grande do Sul. Esse foi um dos temas tratados sexta-feira em evento promovido pelo Conselho Regional de Psicologia, em parceria com o Fórum Gaúcho de Saúde Mental (FGSM) e a Associação Brasileira de Redutoras e Redutores de Danos (Aborda), no auditório do Comando Ambiental da Brigada Militar, em Porto Alegre.

O debate tratou das novas ferramentas de trabalho que os profissionais da área da saúde mental podem aplicar no dia-a-dia para possibilitar um atendimento integral aos pacientes. 'Não existe uma receita que dará conta do problema. É preciso perceber o que atendimento precisa ser diferenciado para cada pessoa', disse o representante do Estado na Aborda, Denis Petuco. Ele enfatizou que o fenômeno do crack obrigou os agentes a repensar o sistema e que os dependentes não podem ser vistos apenas como usuários da droga. 'Muitas vezes, eles têm infecções, HIV, tuberculose.. Não dá para trabalhar apenas com a desintoxicação. Essa forma de pensar está mostrando que não resolve o problema', ponderou.

Um dos principais empecilhos para a real reabilitação dessas pessoas são as falhas das políticas estadual e municipal de saúde mental, na avaliação da conselheira do Conselho Regional de Psicologia e integrante do Fórum Gaúcho de Saúde Mental, Deise Nunes. 'Se fala na epidemia do crack, mas pouco é feito além da internação', ressaltou. Os profissionais buscam na criatividade formas de contornar as carências da rede de assistência.

Presente ao evento, o presidente da Rede Paulista de Redutores de Danos, Domiciano Siqueira defendeu um outro olhar sobre o problema, sem a criminalização dos usuários de droga. 'A droga não está associada necessariamente à violência', salientou. Segundo ele, é preciso que o poder público trate de forma diferenciada o tema porque 'as pessoas têm diferentes relações com as drogas'.
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