Nota do blog: Leia a nota de solidariedade ao Professor Ademir Ramos, da Universidade Federal do Amazonas, elaborada pela pesquisadora Elisa Wandelli, que integra o Movimento Social "Amigos de Manaus". Assino embaixo.
O Papel da UFAM e das empresas de consultoria ambiental
Prezados Amigos de Manaus e autoridades do Ministério Público Federal
Que absurdo esta opinião tão equivocada e injusta contra o movimento tão legítimo, bem intencionado e necessário que está sendo o SOS Encontro das Águas. "Amigos de Manaus" constitui uma luta do movimento social e da academia que está ligando saberes científicos e tradicionais em prol de uma Manaus mais digna e saudável. Tentar associar os denunciantes de crime ambiental aos empresários concorrentes do empreendimento predatório tem sido atitude indecorosa corriqueira dos empresários, dos órgãos ambientais e das empresas de consultoria ambiental toda vez que se faz uma denúncia de crime ambiental e social.
Estamos indignados pelo Prof. Ademir ter sido utilizado como "bode expiatório" pelos autores do EIA/RIMA Porto das Lajes". O "SOS Encontrodas Águas" não é contra a construção do Porto, pois consideramos que deveria ter sido construído há muito tempo e deixado mais livre a frente da Matriz para que a população possa visualizar o Rio Negro. Além do que as hidrovias são nossas estradas naturais que devem ser privilegiadas em relação às rodovias, tão impactantes ambientalmente. O movimento é somente contrário ao local escolhido para ser instalado o terminal portuário e questiona a qualidade dos estudos de impacto ambiental (EIA/RIMA)apresentado pelo empreendedor.
Não precisa ter pós-graduação para saber que se um EIA/Rima omitiu os impactos ambientais e sociais que o empreendimento irá causar, e sequer identificou as áreas de preservação permanente, é porque este documentonão é capaz de cumprir seus objetivos de propor mitigações e compensações aos impactos socioambientais.
Segundo o IPAAM (A Crítica, 18/12/2008) há mais de 20 irregularidades no EIA/RIMA do Porto das Lajes. A má qualidade técnico-científica, a carência de veracidade, o desrespeito à legislação e a omissão têm sido uma constante nos EIA/RIMA dos professores da UFAM da Liga de Consultores.
Apesar da má qualidade dos estudos de impacto ambiental desta e de muitas outras empresas de consultoria ambiental, licenciamentos são constantemente concedidos pelos órgãos ambientais sem preencher os requisitos e a ética mínima necessárias.
Nós, do movimento social, ambiental e da academia descomprometida com os grandes interesses econômicos, aproveitaremos este triste desserviço que parte da UFAM está prestando à sociedade, transformado esta instituição histórica e respeitável em uma fábrica de EIA/RIMA comprometidos com o empreendedor, para convidar o MPF - AM a ajudar a organizar uma rediscussão sobre:
- os mecanismos de controle ambiental através de EIA/RIMA;
- os licenciamentos indevidos concedidos pelos órgãos ambientais;
- o verdadeiro papel da Universidade Pública Federal.
Atenciosamente,
Elisa Wandelli
P.S.: Leiam o absurdo do equívoco escrito no Maskate. Ele relacionou o SOS Encontro da Águas aos empresários concorrentes do Porto:
"Os cientistas que elaboraram o EIA/RIMA, vinculados a instituições como UFAM, INPA e UEA, estão revoltados com as acusações levianas de pessoas desqualificadas, sem reputação acadêmica. São pesquisadores com PHD, doutorado e renomados em suas áreas e com longo histórico de trabalho ambientalista e social. Eles explicaram que foram contratados pela LIGA Consultores S/S para construção do EIA/RIMA.
Para o leitor se interar esta é apenas a ponta do iceberg de interesses no milionário negócio da exploração portuária de Manaus que tem Di Gregório, Di Carli, Chibatão e outros poderosos na parada".
Nenhum comentário:
Postar um comentário