Grupo Tortura Nunca Mais-RJ
Brilhante Ustra declarado Torturador
O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ congratula-se com os companheiros Criméia Alice Schmidt de Almeida, Maria Amélia Almeida Teles e César Augusto Teles pela sentença do juiz Gustavo Santini, da 23ª Vara Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo, que julgou procedente em parte a ação civil declaratória movida pela família contra o coronel reformado, Carlos Alberto Brilhante Ustra.
O coronel Ustra era comandante do DOI-CODI de São Paulo, nos anos de 1970 a 1974, quando os presos políticos, Criméia, Maria Amélia e César, encontravam-se naquele órgão e foram barbaramente torturados pelo militar. Entretanto, o juiz julgou improcedente o pedido feito pelos filhos de Maria Amélia e César, Janaína e Edson Teles, que, ainda crianças, foram levados à presença dos pais torturados antes de serem entregues a família paterna. O magistrado entendeu que não há provas da participação de Ustra na tortura aos dois.
Tal sentença foi uma grande vitória pela afirmação de uma outra história diferente da que nos tem sido oficialmente imposta sobre o período ditatorial brasileiro, implantado pelo golpe militar de abril de 1964. Trazer a público as atrocidades cometidas contra a nação brasileira, naquele período, tem sido nossa luta. Esta decisão, portanto, fortalece a luta dos familiares de mortos e desaparecidos políticos e de diversos grupos de direitos humanos, em diferentes Estados brasileiros, contra o esquecimento e o silenciamento impostos.
Neste momento, o GTNM/RJ, com os demais Grupos Tortura Nunca Mais, e as entidades de familiares de mortos e desaparecidos políticos, está em campanha nacional pela abertura ampla, geral e irrestrita dos arquivos da ditadura militar. A conquista dessa luta é fundamental para todos aqueles que há mais de 40 anos buscam esclarecimentos sobre a localização dos restos mortais e das circunstâncias da morte de seus entes queridos. É fundamental para a sociedade brasileira conhecer parte da história recente de nosso país que sistematicamente tem sido ocultada e negada.
Que outras ações como esta sejam viabilizadas. Que possamos publicizar e responsabilizar todos aqueles que, em nome da segurança do regime, cometeram crimes contra a humanidade.
Pela Vida, Pela Paz, Tortura Nunca Mais!
Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2008.
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