abril 30, 2008

Quando as máquinas param

São Paulo - uma cidade prestes a parar

Amazonino Mendes - Hoje à tarde, almoçava na companhia da professora Mestre Graça Barreto, no restaurante Gaúcho, na Vila Municipal, quando Amazonino Mendes, ex-governador do estado do Amazonas, adentrou no ambiente. Foi no seu governo, em 1987, que fiz uma greve de fome entre os dias 11 a 16 de novembro: em causa, a Reforma Psiquiátrica.

Cumprimentamo-nos cordialmente. Há anos não nos víamos pessoalmente. Da última vez, foi em seu segundo mandato, durante as comemorações do seu aniversário no Palácio do Governo, quando voltei a ocupar um cargo público pelas mãos de Félix Valois, então Secretário de Estado de Justiça (único comunista vivo no estado do Amazonas, de quem tenho o prazer da amizade). O tamanho da encrenca era grande, mas como eu me especializara em administrar crises e conflitos, lá aceitei o convite do amigo.

Valois colocara na cabeça que eu deveria ser reabilitado, depois de um longo período de exclusão dos processos decisórios no campo da sáude mental. Dessa forma, acabei por dirigir o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, entre o início de 1998 e o início de 2000. Por muito pouco deixamos de fazer uma mudança histórica naquela instituição anacrônica. Ressalte-se que, nessa época, já constava no meu currículo o trabalho como diretor clínico do Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, marcado pela contribuição de novas modalidades de reabilitação psicossocial, até então desconhecidas no campo da saúde mental amazonense, conforme farta documentação da imprensa local naquele período.

Para nossa desgraça, parte das conquistas naquela época foram esvaziadas, tendo como um dos fatores de instabilidade a precariedade da formação dos técnicos de saúde mental. Esses não tinham tido a oportunidade de atualizar o conhecimento, o que acabou por comprometer o futuro da Reforma Psiquiátrica no estado do Amazonas. Só nos anos 2000, a reforma tomaria novos rumos. A análise desse período está sendo escrita (aguarde o novo portal do PICICA - Observatório dos Sobreviventes).

Ano eleitoral - A cidade de Manaus já vive a paixão com que o ano eleitoral marca, a cada dia, o momento que antecede a escolha do candidato pelo voto. Lamentalvelmente, a cultura política da cidade não permitirá um debate público de bom nível, salvo as raras vezes em que os candidatos respondem aos convites de algumas entidades de classe. Mesmo assim, os mais bem posicionados no ranking eleitoral não comparecem. Os menos cotados aproveitam para divulgar suas plataformas em mínimos detalhes, detalhes que costumam desaparecer nos meios de comunicação de massa, para dar lugar às grosserias que fazem a festa dos que gozam com espetáculos de mal gosto.

Gostaria de ver um debate de alto nível sobre uma questão que está na ordem do dia da civilização do automóvel. É notório, por exemplo, que a proliferação de viadutos, vista como um "mal necessário", é parte de uma canhestra noção de progresso que se dissemina na sociedade sem nenhuma crítica inteligente. Nem o exemplo de São Paulo, uma cidade que está parando, é capaz de sensibilizar e demover os emergentes, que sonham com as facilidades de compra de um automóvel. Certamente, quem dirige automóvel na Manaus metropolitana já deve ter exclamado inúmeras vezes: "Esse trânsito tá um inferno!".

Dinheiro público tem sido usado para soluções descoladas da cultura local. Taí o Expresso, do ex-prefeito Alfredo Nascimento, que não me deixa cair em contradição. Gastou-se uma "grana preta" para indenizar os proprietários dos imóveis residenciais e comerciais, para abandoná-lo sem piedade, na gestão atual. Comenta-se, à boca pequena, que há interesses não públicos em questão. Outras idéias, como a do metrô de superfície, não passou de arroubo de campanha. Qualquer que seja a solução para os problemas causados pela expansão da cidade, uma outra questão continua sem resposta: quando serão aperfeiçoados os mecanismos de participação da sociedade civil organizada não partidária na discussão de matérias de interesse coletivo?

O governador Eduardo Braga, em programa radiofônico, expôs um plano para uma nova malha viária, que suponho será defendido pelo seu candidato. Inclusive, parte dela já está saindo do papel, sem que sequer ela tenha sido promessa de campanha. Amazonino Mendes certamente tem seu plano. O candidato do PT seguramente apresentará o seu, e, assim, sucessivamente. O problema não está no oferecimento de um novo plano, mas como ele pode ser objeto de um novo tipo de controle social, afinal é dinheiro dos nossos impostos que está em jogo. Parte dele está sendo bem empregado, como no projeto PROSAMIN, de saneamento dos igarapés, embora venha sendo alvo de críticas. Entretanto, o que está em jogo não é o acerto de algumas políticas, mas questões que transcedem interesses político-partidários: trata-se da qualidade de vida que a cidade vem perdendo com projetos que trazem mais prejuízos que benefícios, seja na saúde física, seja na saúde financeira do bolso do cidadão.

Quando li o texto abaixo, pensei nos candidatos a prefeitura da minha cidade. Estariam eles pensando no futuro, quando nossas máquinas infernais pararem, ou estão preocupados apenas com ações de médio prazo? À falta de avaliação desse tipo de resposta de curto e médio às questões da malha viária - numa cidade que emplaca quase 3 mil veículos por mês, num país em que os governantes vibram com quebra contínua dos recordes da indústria automobilística -, eis o preço pago pelo atual prefeito Serafim Corrêa e seus assessores. Incapazes de perceber essa realidade, não enxergaram a tempo que os viadutos seriam medidas necessárias, mas insuficientes para dar conta do caótico trânsito de Manaus. O engenheiro Eduardo Braga, governador do estado, foi mais sagaz ao projetar a avenida das Torres para desafogar o tráfego de veículos.

Em tempo: continuo votando no Sarafa. O esclarecimento se faz necessário, especialmente aos que deixaram de exercitar a crítica como um fundamento do acontecimento solidário. Não raro, homens públicos que chegam ao poder deixam de receber a crítica fraterna do circuito mais próximo dos seus relacionamentos. Se de um lado aumenta o cordão da bajulação, por outro lado seu efeito danoso logo se faz sentir na produção de discursos vazios. Para estes, é como se nos processos mentais pudessémos abrir mão da idéia de que não há conhecimento possível sem a multiplicidades das premissas no processo de argumentação. Resumo da ópera: empobrecimento da crítica.

Por falar em processos mentais, o que pensam os candidatos quanto às políticas de saúde mental? Bem... essa é uma outra história.

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Quando as máquinas param

Postado por Luiz Weis em 25/4/2008 às 11:46:09 AM

O jornal Valor foi o primeiro a destacar que o transporte urbano mobilizará o debate eleitoral este ano, como está no título da matéria de página inteira, publicada na edição de 7 de abril, com uma panorâmica das atitudes dos potenciais candidatos a prefeito de seis capitais diante da crise de circulação, que em São Paulo já alcançou proporções medonhas.

Hoje, o Valor centra o foco no inferno paulistano, com incursões por outras cidades, com a matéria de capa “Basta!” de seu caderno de fim de semana EU&. [Dentro o título não é menos vigoroso: “Deixe-me ir”.] Jornal de economia que é, o Valor ressalta quanto custa o pesadelo – R$ 33,5 bilhões por ano em prejuízos causados pelos engarrafamentos permanentes, segundo cálculos, já divulgados antes, do economista Marcos Cintra, da FGV.

A reportagem percorre a rota habitual dos textos sobre o assunto, mas se guarda de dar com todas as letras a má notícia de que o tormento do trânsito não tem fim à vista, porque as grandes cidades, em geral, já não dão conta dos efeitos desse brutal aumento que está aí da frota de carros particulares em circulação. E não darão conta enquanto perdurar a predileção das pessoas pelo transporte individual.

A idéia, que a mídia não se cansa de propagar, de que um sistema de transporte coletivo de boa qualidade, subterrâneo, naturalmente, tiraria das ruas de São Paulo um número suficiente de veículos particulares para permitir que o trânsito fluisse é meia-verdade. É óbvio que tudo que se puder investir nisso é pouco. Mas o buraco é mais em cima.

Por volta de 2003, quando Londres estava para adotar o pedágio urbano, uma pesquisa sobre os hábitos de transporte da população revelou que 30% dos londrinos continuariam a usar o carro, mesmo que o deteriorado metrô da capital voltasse a ser o que foi até a década de 1970, quando era melhor do que o de qualquer outra metrópole do mesmo porte no mundo.

Não admira que o pedágio no centro de Londres não poupe a cidade do “caos no trânsito”, como registra o Valor. O problema é que “o automóvel é uma mania” em toda parte. Tornou-se irremediavelmente disfuncional. Quando os primeiros calhambeques começavam a revolucionar o modo de vida urbano, no início do século 20, uma cançoneta alemã dizia:

“Eu tenho um automóvel / ando para onde eu quero” [No original, rima.] Hoje, o preço dessa liberdade é o eterno congestionamento.

A pergunta que a imprensa precisará fazer a todos os prefeitáveis é até onde estão dispostos a ir na única direção que resta – e avisar isso ao eleitorado, olho no olho: impôr restrições draconianas ao uso do auto particular.

Está na matéria do Valor: São Paulo precisa tirar das ruas, como der, 2 milhões dos hoje ironicamente chamados carros de passeio. É mais ou menos o que sai da cidade nas férias de verão. E isso apenas para atenuar o sofrimento que os monumentais gargalos causam a motoristas e a não-motoristas.”

As pessoas”, diz o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim, citado na reportagem, “só vão deixar o carro em casa quando não tiver mais jeito”.

Ou quando forem obrigadas a isso pelos governantes.

Dito de outro modo - que é o que a imprensa deveria deixar claro – enquanto não piorar para uns, não vai melhorar para todos.

Fonte: Observatório da Imprensa

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Os verdadeiros inimigos da Amazônia

Fotografia: Michael Trezzi - Rio Negro, Amazonas
ESTATUTO DO ESTRANGEIRO
Os verdadeiros inimigos da Amazônia


Por Luciano Martins Costa em 29/4/2008

A constante preocupação de parte da população brasileira com a presença de estrangeiros na Amazônia, manifestada regularmente em cadeias de mensagens que circulam na internet – a maioria delas viajando nas mais absurdas teorias da conspiração – está inspirando o afoito ministro da Defesa, Nelson Jobim, a produzir uma perigosa peça de legislação. O novo Estatuto do Estrangeiro, que se encontra em gestação sob os cuidados de um comitê que inclui também representantes do Ministério da Justiça, pode nascer com as melhores intenções e, no final, se revelar um instrumento de cerceamento de atividades importantes para muitos interesses nacionais.

O tema Amazônia, que vinha inspirando reportagens e publicações especiais como a revista do Estadão, os cadernos temáticos do jornal Valor Econômico, da revista Época e outros, por conta dos controversos números sobre o desmatamento, deriva agora para a área da segurança nacional, fonte de velhos traumas para a democracia brasileira.

E aqui é que mora o perigo. A recente declaração pública do general Augusto Heleno Pereira, comandante militar da Amazônia, sobre a vulnerabilidade de nossas fronteiras ao norte e noroeste, e sua manifestação contrária à criação de reservas indígenas em áreas contínuas de grande extensão, atiçou os ânimos de conhecidas figuras alcoviteiras da política, que se sentem desconfortáveis sob o regime democrático [ver "A farda que seduz a imprensa"].

Cobertura de "laranjas"

É certo que a presença de alguns estrangeiros junto a comunidades indígenas tem provavelmente produzido grandes vazamentos de conhecimento tradicional sobre princípios ativos de plantas medicinais e outras substâncias valiosas para a indústria farmacêutica e de cosméticos. O governo brasileiro já teve que enfrentar em foros internacionais empreendedores japoneses que tentaram surrupiar os direitos de um fruto típico da Amazônia, e pode-se encontrar à venda na Europa e nos Estados Unidos compostos de bebidas energéticas à base do nosso açaí, que é exportado sem muito controle.

Mas nada que ameace nossas chances de desenvolvimento ou que possa transferir para o hemisfério norte os segredos da floresta. Na realidade, o que conhecemos da diversidade biológica da Amazônia é uma fração insignificante do que lá existe. A ciência não chegou nem perto de mapear as matrizes de plantas e animais da região em qualquer proporção considerável, pois nem se conhece de que níveis de grandeza se está falando.

No entanto, há, sim, um risco pairando sobre o que possamos considerar patrimônio natural dos países da região amazônica. Mas a grande ameaça não vem do estrangeiro. Quem ameaça a Amazônia e seu patrimônio biológico são os brasileiros que grilam terras, destroem a floresta, expulsam os índios para o interior da mata e transformam tudo em pastagens.

Também são responsáveis os exportadores de madeira que burlam a lei para estender o selo de certificação para muito além dos estoques realmente produzidos de acordo com as regras. O governo quer controlar as ONGs que enviam missionários para aldeias, mas nunca se moveu para conferir documentos de madeireiros da Malásia que atuam no Brasil e no Peru sob a cobertura de "laranjas" locais. Da mesma forma, nenhuma autoridade cuida de verificar o que acontece nas grandes extensões de terra adquiridas pela seita Moon na região fronteiriça a oeste.

Ponto de partida

Recentemente, o jornalista Altino Machado, autor de um dos mais bem informados blogs sobre a Amazônia, visitou o lado peruano da floresta, a convite dos ashaninkas, uma tribo que há longo tempo luta contra os desmatadores e que se uniu ao seringueiro Chico Mendes no começo de sua militância, na década de 1980.

Machado revelou que, no território amazônico sob a bandeira do Peru, grandes investidores estão estimulando o corte ilegal de madeira, usando fraudulentamente títulos de certificação e financiando estradas que rasgam a floresta até a borda da fronteira do Brasil. Nenhum órgão da chamada grande imprensa tomou conhecimento da denúncia. Índios e ambientalistas que se opõem a essa destruição têm sido ameaçados e muitas mortes já foram registradas na região.

O Estatuto do Estrangeiro que está sendo preparado pelo governo pode estar mirando nos objetivos errados. As restrições que serão criadas podem nascer com a intenção de coibir a presença de aventureiros, piratas e contrabandistas de nossa riqueza amazônica. Mas também podem se transformar em instrumento para reprimir a ação de militantes, como a falecida missionária Dorothy Stang, que se dedicam a defender a floresta e seus nativos.

Seria útil para o Brasil que a imprensa fizesse mais do que apenas noticiar a criação do novo estatuto, mas que também procurasse desenhar o perfil de seus autores e acompanhar o esboço do projeto, para que especialistas independentes pudessem dar sua contribuição. A segurança nacional é um bom ponto de partida para se discutir a questão amazônica, mas está muito longe de ser a única ou a principal questão a entrar nessa pauta.

Fonte: Observatório da Imprensa
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Aníbal Beça ©

Inventa mundos nuevos y cuida tu palabra;
el adjetivo, cuando no da vida, mata.
Vicente Huidobro


É preciso urgente cortar os excedentes.
Nada de adiposidades.
Estamos em crise.
Os adjetivos que me perdoem,
os substantivos são mais esbeltos,
e a Nova Era recomenda que sejamos seletos.

Há uma pena de andorinha voando à toa.
Há um redemoinho que nos afunda a proa.
Há uma onda marejada que não se escoa.

É preciso pôr um bêbado no timão do barco.
Que saiba das marés pelo trago das estrelas,
que saiba afundar levantando um brinde,
e mesmo nos destroços saber-se príncipe
salvo do rescaldo para o cetro da palavra:
La parole est morte. Vive la parole!

Há uma paixão em cada esquina torta.
Há um resto de angústia celebrando a morta.
Há um boi no labirinto procurando a porta.

É preciso correr atrás da utopia que se fez distante
para que ela volte a habitar os dias mais comuns,
e faça que o sonho se pareça ao sonho,
mesmo sob o manto pessimista da névoa,
afiando o sabre na pedra que restou da cachoeira.
Ah, nuvens vermelhas, derramai vossa chuva de fogo!

Há um canto entravado na garganta.
Há um sufoco que já não me espanta.
Há um espelho que já não me encanta.

É preciso fugir do tempo perdido.
O que ficou pra trás encantou-se com a serpente,
e todos os dias buscamos novos corredores:
aléias renovadas para as pegadas recentes.
Salvemos aqui a parelha dos pés que suporta a canga
nesse itinerário do agora recolhendo ontens.

Há um solitário na mesa de um bar.
Há um suicida na voragem do mar.
Há um reclamante do verbo amar.

É preciso, finalmente, se apaixonar todos os dias.
Experimentar o gesto no corpo da amada.
Imprimir no toque a tatuagem serena
para que fique perene quando for saudade:
A vida se amplia num flash de coisas pequeninas,
e o que ficar são ecos de melodia transitória.

Há um desejo que me faz cantor.
Há uma paixão saída da sua cor.
Há um amor na contramão da dor.
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Memória da Loucura em Porto Alegre

O Ministério da Saúde, a Secretaria da Saúde e a Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul convidam Vossa Senhoria para participar da solenidade de abertura da mostra Memória da Loucura e da exposição fotográfica Programa de Volta para Casa, a se realizar no dia 9 de maio de 2008, às 10h, na Usina do Gasômetro, Porto Alegre.

Usina do Gasômetro
Av. Presidente João Goulart, 551 - Centro - Porto AlegreTels.: (51) 3288-5909 / 3289-8110
Mostra Virtual: http://www.ccs.saude.gov.br/VPC/index.html

Período da exposição:
10 de maio a 8 de junho de 2008
Terça a domingo, das 9h às 21h

São Paulo: Conferência com Luís Tófoli


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Guerra na Bósnia Oriental, de Joe Sacco

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As forças da língua - curso de linguística dinâmica


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Primeiro round... Último round

PRIMEIRO ROUND

Aníbal Beca ©

Caminho o transitório bem tranqüilo
por que me soube, desde muito cedo,
flecha veloz, arco e alvo, num estilo
de quem despe o taxímetro do enredo

numa velocidade sem sigilo.
Nunca o subterfúgio. Nunca o medo.
Pelo menos aquele com vacilo
de transgredir. Não. Nem me sei rochedo.

Meu corpo alberga o frágil nesse asilo
em que só vencedores têm lugar.
Sou campeão de perdas.
Foi cochilo,

creio, me ter um sócio do bazar
de Fernando Pessoa. Sim, pugilo
pelos ringues, no entanto, sem ganhar.

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ÚLTIMO ROUND

Anibal Beça ©

O vento que de verde tudo varre
não varre esta floresta onde eu habito.
Espana roxas nódoas de um espárringue
que sou eu mesmo a rir por esses ringues.

Porradas que me dou? Mero detalhe,
de quem passou a vida sem ter sido
sendo, o sabido súdito do anárquico.
Não fui, não sou, não quero ser doído.

O menestrel choroso? Este não vale,
perdeu-se pelos socos de outras divas
em noites desbotadas na paisagem.

Mas então, o que fica dessa trilha?
Ora, amigo, nocautes dessa aragem
varrida nos cruzados descaminhos.

*************

Visite http://letras.s5.com.istemp.com/archivobeca.htm WWW.PORTALAMAZONIA.COM/ANIBAL
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abril 29, 2008

Meu território, minhas raízes (XIX)

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Meu território, minhas raízes (XVIII)

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Meu território, minhas raízes (XVII)

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Meu território, minhas raízes (XVI)

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Meu território, minhas raízes (XV)

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Meu território, minhas raízes (XIV)

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Meu território, minhas raízes (XIII)

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Meu território, minhas raízes (XII)

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Meu território, minhas raízes (XI)

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Meu território, minhas raízes (X)

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Meu território, minhas raízes (IX)

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Meu território, minhas raízes (VIII)

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Meu território, minhas raízes (VII)

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Meu território, minhas raízes (VI)

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Meu território, minhas raízes (V)

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Meu território, minhas raízes (IV)

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Meu território, minhas raízes (III)

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