agosto 31, 2012

Arte Insensata - Rio - 27 a 30 de setembro

PICICA: Enquanto isso em Manaus, a obra de Nivaldo de Lima, "o fotógrafo dos esquecidos", continua solenemente ignorada.



Canal Ibase: O debate que falta sobre o Código Florestal; Favela nunca esteve tão na moda; Por que lutar pela neutralidade da rede?

Confira nossas redes!

   
picture O debate que falta sobre o Código Florestal
Matéria é aprovada na Câmara, mas mudanças legais são determinadas pela agenda desenvolvimentista, sem pensar na preservação dos bens comuns da vida.
Favela nunca esteve tão na moda
Dez anos depois da estreia do filme 'Cidade de Deus', representação das favelas na mídia é cada vez maior, comenta o geógrafo Jaílson de Souza.
Por que lutar pela neutralidade da rede?
Censura, espionagem, uso de dados privados... A maior parte da sociedade ainda não sabe, mas a liberdade digital está sob ameaça e precisa de apoio.
Neoliberalismo, um dogma inabalável?
A crise deveria tê-las reduzido a pó, mas as ideias neoliberais são sempre renovadas em instituições internacionais, universidades, think tanks.
Notícias de uma Guerra Particular
Documentário de João Moreira Salles e Kátia Lund retrata a triste realidade da guerra entre a polícia e o narcotráfico no Rio de Janeiro.

Radioagência NP: Projeto que limita direito de greve é a ameaça à qualidade do serviço público; Mais privatizações estão previstas para setembro nos portos e aeroportos; Fiscalização liberta 56 pessoas de trabalho escravo

 
DESTAQUE
 
Para advogado trabalhista, restrição ao direito de greve é autoritária e abre caminho à iniciativa privada.
 
MAIS ÁUDIOS
 
Levantamento apontou a exploração sexual como responsável por 79% dos crimes ligados a seqüestro.
 
Iniciativa se soma ao plano de concessões de estradas e ferrovias, em que foram privatizados 17,5 mil quilômetros de rodovias e ferrovias.
 
Irmão da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) é um dos donos da empresa responsável pela exploração da área.
 
Dos mais de 500 mil presos, 180 mil estão no estado de São Paulo, o que representa 36% da população carcerária país.
 
Cada brasileiro consome em média 12 gramas de sódio por dia, mais que o dobro da quantidade recomendada pela OMS.
 
ENTREVISTA
 
Setor não é tratado com prioridade, embora responda por 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.

Diplô e Outras Palavras: "Nossos sonhos não cabem no capitalismo"; Caminhos para a Política Cidadã no século 21


bibliotecadiplô e OUTRASPALAVRAS

Boletim de atualização de Outras Palavras e Biblioteca Diplô - Nº 208 - 30/8/2012


Nossos sonhos não cabem no capitalismo”
Para Fernando Meirelles, reconstrução da política exige superar lógicas que associam felicidade e sucesso a consumo e acumulação sem fim. Entrevista a Inês Castilho

Caminhos para a Política Cidadã no século 21
Outras Palavras começa a publicar série de diálogos: em meio a críticas e esperanças, pensadores e ativistas debatem como superar crise da representação e reinventar democracia


O cinema pesa nas eleições?
Documentário que ataca Barack Obama pela direita tem grande sucesso nos Estados Unidos. Seria resposta a fenômenos como Michael Moore? Por Bruno Carmelo


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BLOG DA REDAÇÃO
Textos da Escola Livre de Comunicação Compartilhada

Convite: um hackday para agir contra os ataques ao Código Florestal
Em 15 e 16 de setembro, mutirão de informação e ativismo em defesa dos ecossistemas brasileiros, na redação do Outras Palavras. Reunião preparatória nesta quinta-feira, 30/8. Por Taís Capelini

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ESTÉTICAS DAS PERIFERIAS
ESPECIAL: Cobertura Compartilhada da mostra e seminário que debatem um movimento cultural indispensável 


AO VIVO: Toda a programação do seminário. Clique para assistir

"Eu vi os Racionais sacudindo a quebrada”
Crônica de quem viveu, de dentro, as festas, desabafos e sede de justiça despertadas na periferia pelos manos que rimavam como ninguém. Por Jean Mello

Observatório da Imprensa: Jornalistas Coca-Cola; A ensaísta que não se cala; Verdade sobre o horário eleitoral; Eficiência duvidosa da publicidade na TV

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"O devir-índio do trabalho" (Quadrado dos Loucos)

PICICA: "O trabalho mudou completamente. Em vez de desdobrar esquematicamente o capitalismo em etapas históricas, o autor propõe entender como a própria essência do trabalho mudou. Muito mais que um subproduto do capital, o trabalho tem história. Um trabalho que existe antes e além do capital, um trabalho vivo. É essa história do trabalho vivo, sua reexistência permanente diante das forças do capital, que vai determinar como o capitalismo funciona. As lutas vêm primeiro. A sociologia do trabalho se abre e o conceito de “modo de produção” vira de ponta cabeça. Nem tanto é um modo sistêmico que se aplica sobre a “produção em geral”, mas são as mutações na própria base material e na composição do trabalho vivo que definem os modos de produção. O desejo na materialidade do fazer não é uma invariância histórica. As forças produtivas se metamorfoseiam. Exprimem qualidades que não existiam, inovam, reinventam-se." 

O devir-índio do trabalho
Resenha de COCCO, Giuseppe. Trabalho e cidadania: produção de direitos na crise do capitalismo global. 3a ed. (ampliada). São Paulo: 2012 [2000], Cortez.



O trabalho não acabou. Não diminuiu de importância. Pelo contrário. O trabalho continua central no modo de produção capitalista. O capitalismo precisa de todos e não poupa esforços para integrar cada um, numa tendência de incorporação absoluta das capacidades produtivas do tecido social. Nenhum contingente de trabalhadores de reserva faz mais sentido, em tempos de capitalismo globalizado. A inclusão social é pauta prioritária dos governos. Nesse contexto, a desigualdade não é reproduzida por meio da exclusão social, mas pela inclusão. Não se está na era do fim do trabalho, mas do trabalho integralizado, do trabalho que investe a vida toda.

Mas o trabalho, agora, é outro. O trabalho mudou completamente. Em vez de desdobrar esquematicamente o capitalismo em etapas históricas, o autor propõe entender como a própria essência do trabalho mudou. Muito mais que um subproduto do capital, o trabalho tem história. Um trabalho que existe antes e além do capital, um trabalho vivo. É essa história do trabalho vivo, sua reexistência permanente diante das forças do capital, que vai determinar como o capitalismo funciona. As lutas vêm primeiro. A sociologia do trabalho se abre e o conceito de “modo de produção” vira de ponta cabeça. Nem tanto é um modo sistêmico que se aplica sobre a “produção em geral”, mas são as mutações na própria base material e na composição do trabalho vivo que definem os modos de produção. O desejo na materialidade do fazer não é uma invariância histórica. As forças produtivas se metamorfoseiam. Exprimem qualidades que não existiam, inovam, reinventam-se.

A mutação das forças produtivas conforma uma nova ontologia do ser social. O que se traduz por uma nova organização do trabalho vivo, fundado na cooperação, diferenciação e singularização. A ação do capital aparece depois. Ele parasita essa geração de riqueza. Para isso, tem de impedir a auto-organização das forças produtivas. Tem de forçar-lhes as mediações do mercado e do estado. Precisa impor as relações de produção (as mediações sistematizadas) sobre as forças produtivas. O modo de produção capitalista implica imediatamente a crise. Pautada pelo antagonismo irredutível entre o trabalho vivo e o capital que o vampiriza, essa crise ronda local e globalmente as relações sociais no mundo capitalista. A emergência de novos sujeitos vem sempre acompanhada por novas tecnologias de controle e mediação. Mas essa reação é segunda e parasitária. Ela pode ser dispensada pela organização da autonomia. A produção do comum, essa auto-organização das singularidades cuja produtividade imanente prescinde das mediações do mercado e do estado, da métrica capitalista do valor.

Isto também inverte uma equação tradicional. Muda o conceito de “inclusão social”. Não é mais a inserção no mundo do trabalho que atua como condição para os direitos. É o próprio comum produtivo que atua como condição para que o trabalho aconteça e gere qualidade de vida. É o próprio trabalho de direitos, direitos como potência, como relação e mobilidade, como realização das virtualidades e diferenças, que assegura a força produtiva das redes e tempos libertos do capital. A reapropriação dos direitos — renda, saúde, educação, moradia etc — já é constituição material de liberdade e democracia. Tudo isso enseja a imaginação de um direito de “novo tipo”, um direito do comum, que confira duração e institucionalidade à nova situação da classe produtora.

Nesse sentido, a perspectiva do comum consiste numa segunda via,em relação ao estado e ao mercado. A dialética do privado e do público é o próprio motor do capitalismo. Dois polos tensionados na aparição da modernidade, a era do capital. Erra politicamente quem atribui como aspecto central da modernidade o triunfo da razão instrumental, da técnica, do poder, do “totalitarismo”. Modernidade = capitalismo. O capitalismo é moderno, e quando tenta se pós-modernizar, acelera a própria catástrofe. Ao esfumar as categorias do público e do privado, do estado e do mercado, o capital expõe a tautologia de sua crise: valor = comando. A extrema abstração alcançada pelo sistema financeiro expõe o arbítrio da definição de quanto valem sujeitos e objetos, da métrica capitalista como um todo, e do valor como mediador das relações. A relação social do capital não passa de violência e desigualdade travestidas de justiça.

A rigor, não existe capitalismo pós-moderno. Nós é que somos! Se pré-moderno é o “outro” com que o moderno busca se legitimar (o civilizado contra o selvagem, a liberdade individual contra o antigo regime, o direito civil contra o arbítrio, a modernização contra o arcaico etc) e, portanto, o pré-moderno é forjado pelo moderno; o pós-moderno precede a ambos. Precede como ontologia. Jamais deixamos de ser pós-modernos. O comunismo que importa, assim, não se encontra nalguma comunalidade pré-capitalista. Não há estado de natureza a resgatar-se nem bons selvagens. “O comunismo é uma condição prévia que precisa se renovar continuamente como processo constituinte“. Somente hoje acontece o comunismo. Agora mesmo, na proliferação de alteridade radical ao capitalismo, no trabalho vivo dos índios da metrópole, do devir-índio e do devir-pobre.

Fonte: Quadrado dos Loucos

agosto 30, 2012

"O prisioneiro da passagem", de Hugo Denizart (dica d@s companheir@s da Saúde Mental Rio, via feicebuque)

PICICA: Entre outubro de 2007 a fevereiro de 2008, Manaus conheceria a obra de Artur Bispo do Rosário, numa exposição memorável no Centro Cultural Palácio da Justiça, da qual participou Nivaldo de Lima, o 'fotógrado dos esquecidos'. O evento comemorava o sancionamento da Lei de Saúde Mental do Estado do Amazonas. A iniciativa coube à Pro-Reitoria de Extensão da Univerdade do Estado do Amazonas, quando por este blogueiro respondia por ela (2007-2010).
 

GIL70


Ignacio Ramonet: “Los medios no critican a los bancos porque son el verdadero poder” (YOROKOBU)

PICICA: "La “victoria intelectual de las tesis de Milton Friedman” marcó el comienzo del cambio de muchas sociedades. “Dejan de ser más humanas y acaban con la idea de la justicia social y el estado de bienestar”. Entonces sí se produce “la primera protesta global”: el movimiento zapatista en el estado mexicano de Chiapas.

El ex director de Le Monde Diplomatique dijo en el Foro Social de Rototom que el 1 de enero de 1994, el día en el que entró en vigor el Tratado de Libre Comercio de América del Norte y que el subcomandante Marcos hizo su primera aparición pública, nació “el primer insurgente en internet”. Era el subcomandante."

Ignacio Ramonet: “Los medios no critican a los bancos porque son el verdadero poder”




Dicen que la primera protesta global se produjo en mayo del 68. Pero Ignacio Ramonet no está de acuerdo. El periodista cree que “no había conexión entre las protestas que se produjeron en distintos lugares”. “La globalización”, asegura, “es la consecuencia de la aplicación del neoliberalismo” y por neoliberalismo entiende la “lucha del mercado contra el estado”, la intención del mercado de “expulsar al estado de cualquier tipo de actividad en la que está como protector y organizador de la sociedad”.

La “victoria intelectual de las tesis de Milton Friedman” marcó el comienzo del cambio de muchas sociedades. “Dejan de ser más humanas y acaban con la idea de la justicia social y el estado de bienestar”. Entonces sí se produce “la primera protesta global”: el movimiento zapatista en el estado mexicano de Chiapas.

El ex director de Le Monde Diplomatique dijo en el Foro Social de Rototom que el 1 de enero de 1994, el día en el que entró en vigor el Tratado de Libre Comercio de América del Norte y que el subcomandante Marcos hizo su primera aparición pública, nació “el primer insurgente en internet”. Era el subcomandante.

La Red era aún algo poco conocido. “Inventaron internet en 1989 y en 1994 estaba aún poco extendido. El subcomandante Marcos lo usó con la idea de crear una comunidad mucho más extendida contra la invasión de EEUU”, relató el cofundador del Observatorio internacional de los medios de comunicación.

“Es el primero que organiza los encuentros intergalácticos en la zona de Chiapas”, continuó. 

“Convocaban a intelectuales que participaban en el debate sobre qué es la globalización. Personas como Naomi Klein”.

El experto en geopolítica recordó entonces el nacimiento de ATTAC. La Asociación por la Tasación de las Transacciones Financieras y por la Ayuda a los Ciudadanos nació en 1997 después de un editorial que escribió el propio Ramonet. Querían promover el control democrático de los mercados financieros y las instituciones encargadas de su control, y limitar la especulación en las bolsas.

“Lo que más se vende y se compra en el mundo es el dinero”, enfatizó el doctor Honoris Causa de la Universidad de Santiago de Compostela. “Podemos frenarlo creando una tasa sobre la especulación. Es una forma concreta de protesta”.

Ramonet advirtió del peligro de que los ciudadanos se aparten de los asuntos económicos. “El poder quiere transmitir la idea de que la economía es difícil de entender. Nosotros decimos lo contrario. Es fácil”. Y advirtió también contra “la trampa de la antipolítica”.

En 2001 el concepto de protesta global fue más allá. Nació el Foro Social Mundial, con Ramonet de nuevo como figura clave y con la intención de construir una globalización diferente. “En 1999 se había producido en Seattle una protesta global contra la cumbre de la Organización Mundial del Comercio (OMC). Casi nadie conocía la organización en aquel momento. Era una organización tecnocrática medio secreta. Se creó para garantizar el libre mercado, una de las bases de la globalización”.

“Los poderosos de la Tierra se reúnen en el Foro Económico Mundial de Davos. Allí van los principales financieros y empresarios, y ahí se determinan las políticas que han de seguir los mercados. Ellos convocan a los políticos para que digan qué concesiones van a hacer a las empresas a cambio de que inviertan en sus países”, explicó el gallego. “Davos es la representación de la cesión de la política ante los mercados”.

Ramonet contó que esa constatación les llevó a crear el Foro Social Mundial. “Dijimos que, frente a Davos, teníamos que crear un foro paralelo en el sur y, en vez de convocar a banqueros, llamaríamos a ciudadanos, intelectuales y movimientos sociales. La idea, cogida de Marx, era tratar de entender e interpretar el mundo y cambiarlo después”.

El experto en geopolítica internacional considera que el momento ha llegado. “Hoy entendemos cómo funciona la globalización. Ahora hay que pasar a la transformación”. Pero ¿cómo?

Hace años Ignacio Ramonet pasó un tiempo con el subcomandante Marcos y aprovechó su discurso en aquella carpa del Rototom donde colgaban dos letreros que decían Peace (Paz) y Love (Amor) para hablar de una de las ideas del zapatista. El también llamado Delegado Zero decía que no quería conquistar el poder porque “el poder está vacío”. Por encima del poder está el verdadero poder: los mercados y las entidades financieras. “Un presidente del gobierno está maniatado. El que gana las elecciones tiene que hacer lo que le ordena la Unión Europea y los mercados”, apuntó.



La receta de Ramonet consiste en “cambiar cada pieza de la sociedad”. “Si cada uno de nosotros nos vamos transformando ética, política, socialmente… el país cambiará. Esa tesis la vemos en muchos de los movimientos de protesta actuales. La conquista del poder conduce a la impureza”.

El profesor de la Sorbona sacó otra “tesis”. Movió su argumentación a América Latina. En esa zona “cuando cayeron las dictaduras, se sustituyeron por democracias neoliberales. Privatizaron todo. La sanidad, la educación, las jubilaciones y todo lo que el estado poseía estratégicamente, como el subsuelo o las aerolíneas. La consecuencia fue el despojo de los derechos sociales. Ahora estamos viviendo el mismo proceso en Europa con el pretexto de la crisis”.

Pero en Latinoamérica “surgieron nuevas opciones políticas”. Ramonet indicó que “muchos dirigentes actuales como Rafael Correa, Evo Morales o Hugo Chávez fueron al Foro Social Mundial y sacaron una conclusión: “A partir de la potencia de la protesta social en Latinoamérica, los movimientos sociales pueden ser una respuesta al agotamiento de la política”.

“Constituyamos nuevas organizaciones sociales. Así surgieron nuevos regímenes en América Latina. Sin partidos políticos. Su idea no fue solo cambiar la sociedad cambiando a cada individuo. Fue cambiar las leyes y así surgió, por ejemplo, una nueva república en Venezuela. Desde la base se puede cambiar la sociedad”, comentó.

Ramonet dijo que “hoy es muy interesante mirar a América Latina para ver que la propia política puede transformarse para transformar la realidad”. Pero sabe que su visión es muy distinta a la del discurso mediático dominante. “Los medios hablan muy mal de estos países porque tienen miedo de que estos cambios se produzcan en Europa”.

El escritor desconfía de la imparcialidad de los medios. “Desde hace tiempo, en Europa, todos están criticando a los políticos, a la corrupción… ¿Desde cuándo los medios son tan éticos? ¿Desde cuándo son tan hostiles cuando antes estaban de rodillas ante los poderes políticos?”, se preguntó. “Los medios dicen que los políticos no valen desde que los políticos no tienen poder. Ahora no critican a los bancos porque son el verdadero poder”.

Pero Ramonet no se mostró derrotista. Al contrario. “Nuestro objetivo”, dijo, “es conseguir el poder en las urnas. ¿Se puede ir contra los mercados? Sí. Lo han hecho en Bolivia. Nosotros también podemos hacerlo con la ayuda de Portugal, Grecia e Italia. Lo más noble que hay es hacer política con ética”.

Fonte: YOROKOBU

"Pororoca pequena: marolinhas sobre a(s) Amazônia(s) de cá" (Correio da Cidadania)

PICICA: "Vinte trabalhos dão corpo à obra. São artigos, reportagens e entrevistas, divididos em quatro seções: a) Estado e os grandes projetos; b) Araguaia-Tocantins – território em disputa; c) Belém- a cidade; d) entrevistas com dirigentes sindicais e populares, assessores e com o jornalista Lúcio Flávio Pinto."


Pororoca pequena: marolinhas sobre a(s) Amazônia(s) de cá 

O livro trata de situações de tensão na região. A ser lançado no dia 31, sexta-feira, na Universidade Federal do Pará (UFPA), campi de Marabá, tem o patrocínio do Banco da Amazônia. O livro será lançado durante um evento que refletirá sobre a contribuição do sociólogo Florestan Fernandes, organizado pelo movimento Debate e Ação.

O projeto para a edição da obra concorreu com outros 862 de toda região, e foi classificado entre os 37 da seção de cultura. Rogério Almeida assina o livro. Ele é graduado em comunicação social e mestre pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA\UFPA), com pesquisa laureada com o Prêmio NAEA\2008.


Vinte trabalhos dão corpo à obra. São artigos, reportagens e entrevistas, divididos em quatro seções: a) Estado e os grandes projetos; b) Araguaia-Tocantins – território em disputa; c) Belém- a cidade; d) entrevistas com dirigentes sindicais e populares, assessores e com o jornalista Lúcio Flávio Pinto.

O material compreende produções realizadas entre os anos de 2003 a 2009. A revista paulista Caros Amigos, o Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (LPP/UERJ), a Revista Democracia Viva do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE/RJ), Revista Estudos Avançados da USP, os sites da rede Fórum Carajás e Ecodebate foram alguns dos espaços que ajudaram na publicização do material.

As dinâmicas econômicas, sociais e políticas da Amazônia estão no centro da preocupação do trabalho. A ênfase recai sobre a disputa por territórios, os grandes projetos e os seus desdobramentos. O professor da UFPa Jean Hébette, reconhecida autoridade intelectual em temáticas amazônicas, assina o prefácio. Ele sublinha que “a linguagem do livro flui, escapando ao formato acadêmico, e que o mesmo constitui uma fonte preciosa de dados, coletados em fontes confiáveis”. O jornalista Lúcio Flávio Pinto é o responsável pelo texto da orelha.alt

O blog do autor (FURO) abrigou alguns produtos, além da Revista Sem Terra. Tem-se ainda a publicação de material em encontros nacionais de pesquisadores, a exemplo do 3º Encontro da Rede de Estudos Rurais, ocorrido em Campina Grande, Paraíba, em setembro de 2008. O artigo apresentado aborda os 20 anos de luta pela terra na região do Araguaia-Tocantins. Almeida produz conteúdos sobre a região há mais de uma década.

As realidades dos mundos rurais dão corpo ao projeto. A exceção é o capítulo dedicado à cidade de Belém. Duas reportagens pontuam nuances da metrópole. O primeiro trata da militância cultural centrada na música, a partir do grupo Coletivo Rádio Cipó. A trupe é nascida no bairro da Pedreira, conhecida zona boêmia. Dona Onete e mestre Laurentino, como reza o clichê, são as estrelas da companhia. O segundo recupera fragmentos dos 120 anos do Bosque Rodrigues Alves, um naco de floresta em meio à cidade.

Além de Marabá o livro será lançado em Belém, na manhã do dia 29, durante encontro de Educação Rural, na UFP. E também na noite do dia 18 de setembro durante a abertura do Encontro Nacional da Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (Anppas). E ainda em São Luís, em data a ser fechada.



Lançamento do livro Pororoca pequena – marolinhas sobre a (s) Amazônia (s) de Cá.
Tributo a Florestan Fernandes – Movimento Debate e Ação


Campi da UFPA de Marabá
31 de agosto, 18h
Páginas – 212
Preço – R$20,00


Fonte: Correio da Cidadania

"Trabalho e Cidadania, de Giuseppe Cocco", por Bruno Cava

PICICA: "A produção do comum, essa auto-organização das singularidades cuja produtividade imanente prescinde das mediações do mercado e do estado, da métrica capitalista do valor. Isto inverte uma equação tradicional. Muda o conceito de "inclusão social". Não é mais a inserção no mundo do trabalho que atua como condição para os direitos. É o próprio comum produtivo que atua como condição para que o trabalho aconteça e gere qualidade de vida. É o próprio trabalho de direitos, direitos como potência, como relação e mobilidade, como realização das virtualidades e diferenças, que assegura a força produtiva das redes e tempos libertos do capital. A reapropriação dos direitos --- renda, saúde, educação, moradia etc --- já é constituição material de liberdade e democracia. Exprime a qualidade procriadora da economia política do desejo no contemporâneo." 


Terminei de ler a nova edição ampliada de "Trabalho e Cidadania", do professor Giuseppe Cocco. Uma reviravolta no conceito de "modo de produção". Nem tanto é um modo sistêmico que se aplica sobre a "produção em geral", mas são as mutações na própria base material e na composição do sujeito produtivo, que definem os modos de produção. O desejo na materialidade do fazer não é uma invariância histórica. As forças produtivas se metamorfoseiam. E o fazem antes das relações de produção que tentam confinar, medir e lhe extrair poder. A mutação das forças produtivas se traduz por uma nova organização do trabalho vivo, fundada na cooperação, diferenciação e singularização. A crise se coloca como interna à emergência das novas subjetividades, na medida em que são submetidas a um processo de subsunção e exploração, pelo capitalismo. Mas essa reação é segunda e parasitária. Ela pode ser dispensada pela organização da autonomia. A produção do comum, essa auto-organização das singularidades cuja produtividade imanente prescinde das mediações do mercado e do estado, da métrica capitalista do valor. Isto inverte uma equação tradicional. Muda o conceito de "inclusão social". Não é mais a inserção no mundo do trabalho que atua como condição para os direitos. É o próprio comum produtivo que atua como condição para que o trabalho aconteça e gere qualidade de vida. É o próprio trabalho de direitos, direitos como potência, como relação e mobilidade, como realização das virtualidades e diferenças, que assegura a força produtiva das redes e tempos libertos do capital. A reapropriação dos direitos --- renda, saúde, educação, moradia etc --- já é constituição material de liberdade e democracia. Exprime a qualidade procriadora da economia política do desejo no contemporâneo. Tudo isso enseja a imaginação de um direito de "novo tipo", um direito do comum, que confira duração e institucionalidade à nova situação da classe revolucionária.

Fonte: Bruno Cava

agosto 29, 2012

"Modelo adotado em comunidades terapêuticas pode significar volta aos manicômios, alertam especialistas", por Carolina Gonçalves

PICICA: "Desde maio do ano passado, a internação compulsória de crianças e adolescentes que vivem nas ruas, fazem uso de drogas ou não, está autorizada pela prefeitura da capital fluminense. Além do Rio de Janeiro, capitais como São Paulo e Belo Horizonte também adotam a mesma política.

Para Alice De Marchi, psicóloga do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro e que participou das fiscalizações e da elaboração do relatório, a concentração desses diferentes aspectos em um único local representa um retrocesso nas políticas de assistência social e de saúde mental."

Modelo adotado em comunidades terapêuticas pode significar volta aos manicômios, alertam especialistas

27/08/2012 - 12h32
Carolina Gonçalves*

Repórter da Agência Brasil

Brasília – A assistência prestada a crianças e adolescentes usuários de drogas tem sido alvo de preocupação entre especialistas em saúde mental. O temor é que esteja ocorrendo um retorno aos antigos manicômios, proibidos pela Lei de Saúde Mental (10.216), sancionada em 2001. Para profissionais da área, o “retrocesso” acabou por ganhar respaldo com o anúncio, no ano passado, do financiamento governamental das chamadas comunidades terapêuticas.

A pesquisadora da organização não governamental Justiça Global, Isabel Lima, alerta que o modelo adotado pelo governo vai contra as diretrizes consolidadas para o tratamento da saúde mental. “O financiamento público para comunidades é o financiamento da lógica manicomial, porque as comunidades funcionam com o isolamento. Isto é contrário às diretrizes do SUS [Sistema Único de Saúde], da Reforma Psiquiátrica e da Política de Atenção Integral ao Usuário de Drogas. Estas unidades especializadas são criadas para prestar cuidados aos dependentes de drogas, com internação, eliminando o contato da pessoa com o meio onde vivia antes de ser abrigada.”

Para repassar dinheiro público para um amplo leque de comunidades terapêuticas, o governo decidiu, no ano passado, revogar a Resolução 101/2001 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelecia regras mínimas a serem seguidas pelas unidades de tratamento. Na época, a secretária nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, disse que a decisão de cassar a resolução, anunciada em reunião pela presidenta Dilma Rousseff, visava “atender à nova perspectiva de acolhimento das comunidades” e incluir no rol de entidades financiadas com recursos do governo aquelas que tinham “dificuldades” de infraestrutura e de equipe técnica.

Dias depois, a Anvisa publicou uma nova norma na qual impõe a presença de um profissional de nível superior como responsável técnico, sem que ele seja necessariamente da área de saúde. O órgão explicou, na época, que a medida tinha por objetivo ajudar na organização das comunidades terapêuticas, grande parte delas mantida por voluntários.

O movimento da Reforma Psiquiátrica, iniciado no final dos anos de 1970, resultou na aprovação da Lei de Saúde Mental, que há dez anos prevê o tratamento aberto, com convívio comunitário, sem o isolamento.

Recentemente, resultado de fiscalização em abrigos reacendeu o debate sobre o tratamento de usuários de drogas.  O relatório Visitas aos Abrigos Especializados para Crianças e Adolescentes denunciou que crianças e adolescentes estariam sendo dopados em abrigos inadequados situados no Rio de Janeiro.

O relatório foi elaborado pelos conselhos regionais de Psicologia e Serviço Social, o Núcleo de Direitos Humanos da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica), o Grupo Tortura Nunca Mais e a ONG Projeto Legal, além da Comissão de Direitos Humanos e de organismos de prevenção e combate à tortura da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O grupo multidisciplinar, formado por 27 profissionais, visitou quatro abrigos especializados, em Campo Grande e Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, em maio deste ano. As quatro unidades são geridas pela ONG Casa Espírita Tesloo, que é presidida por um policial militar reformado, conforme o relatório.

Com as visitas, os integrantes do grupo identificaram inúmeros problemas, como isolamento e encarceramento dos internos, medicalização descontrolada, falta de informação sobre os efeitos do tratamento e alto número de reincidências no tratamento, relatado pelos atendentes dessas instituições. O relatório também alerta para o retorno aos manicômios.

Desde maio do ano passado, a internação compulsória de crianças e adolescentes que vivem nas ruas, fazem uso de drogas ou não, está autorizada pela prefeitura da capital fluminense. Além do Rio de Janeiro, capitais como São Paulo e Belo Horizonte também adotam a mesma política.

Para Alice De Marchi, psicóloga do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro e que participou das fiscalizações e da elaboração do relatório, a concentração desses diferentes aspectos em um único local representa um retrocesso nas políticas de assistência social e de saúde mental.

“Essa é a própria lógica da instituição total, encontrada em manicômios, na antiga Febem [Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor], em presídios”, afirmou a psicóloga, em nota divulgada pelo Conselho Federal de Psicologia por ocasião da divulgação do relatório.

A psicóloga destacou o caráter de privação de liberdade encontrado nos estabelecimentos fiscalizados. “A política de recolhimento compulsório flerta perigosamente com o modelo manicomial de institucionalização e exclusão do convívio social”, disse.
* Colaborou Luciana Lima
Edição: Carolina Pimentel

Fonte: Agência Brasil

"Un esbozo de guión cinematográfico (para aproximarse a Marx) de Francisco Fernández Buey", por Salvador López Arnal

PICICA: "El gran relato lineal a la Balzac o Tolstoi no era ya lo habitual en el ámbito de la narrativa. Era dudoso que lo pudiera seguir siendo en el ámbito de la historiografía. ¿Por qué? Porque la cultura “de las imágenes fragmentadas que ofrecen el cine, la televisión y el vídeo [el texto es de 1998] “ había calado hondamente en nuestras sociedades. El postmodernismo era la etapa superior del capitalismo. Citando a Berger, FFB apuntaba que “el papel histórico del capitalismo es destruir la historia, cortar todo vínculo con el pasado y orientar todos los esfuerzos y toda la imaginación hacia lo que está a punto de ocurrir”. Así había sido y así era." 


Aumentar tamaño del texto Disminuir tamaño del texto Partir el texto en columnas Ver como pdf 29-08-2012

Un esbozo de guión cinematográfico (para aproximarse a Marx) de Francisco Fernández Buey




Para Neus Porta. In memoriam et ad honorem


El cine era una de las grandes pasiones de Francisco Fernández Buey. Habrá que hablar de ello en alguna ocasión. En una de sus grandes conferencias, una que impartió en Barcelona sobre el comunismo del pasado siglo, nos regaló un guión –inolvidable- que tomaba como motivo la maleta perdida de Lukács, otro de sus referentes filosóficos.

Otra de sus pasiones (y preocupaciones) –prueba nítida de donde tenía ubicados sus pies: en tierra, en tierra firme cuando era necesario- era revisar la tradición marxista para que ésta tuviera continuidad entre los más jóvenes, entre personas de otras generaciones que no habían tenido, que no habían podido tener por edad sus vivencias.

Qué historiografía se podía proponer a los más jóvenes, cómo “enlazar la biografía intelectual de Karl Marx con las insoslayables preocupaciones del presente”, se preguntaba en su imprescindible prólogo al no menos imprescindible Marx (sin ismos) [1].

El gran relato lineal a la Balzac o Tolstoi no era ya lo habitual en el ámbito de la narrativa. Era dudoso que lo pudiera seguir siendo en el ámbito de la historiografía. ¿Por qué? Porque la cultura “de las imágenes fragmentadas que ofrecen el cine, la televisión y el vídeo [el texto es de 1998] “ había calado hondamente en nuestras sociedades. El postmodernismo era la etapa superior del capitalismo. Citando a Berger, FFB apuntaba que “el papel histórico del capitalismo es destruir la historia, cortar todo vínculo con el pasado y orientar todos los esfuerzos y toda la imaginación hacia lo que está a punto de ocurrir”. Así había sido y así era.

De este modo, a la personas que se habían formado en esa cultura las imágenes fragmentadas había que hacerles una propuesta distinta del gran relato cronológico para hacerles interesar por lo que el revolucionario de Tréveris hizo y fue, una propuesta que restaurase “la persistencia de la centralidad de la lucha de clases en nuestra época entre los claroscuros de la tragedia del siglo XX”.

Su propuesta, la propuesta de Paco Fernández Buey. Muy a la Türing:

Imaginemos una cinta sin fin que proyecta imágenes en una pantalla. Sin interrupciones; es la cinta ininterrumpida (herencia leninista sin duda).

Llegamos a la sala de proyección. Una voz en off lee las palabras del epílogo histórico a Puerca tierra de John Berger (uno de sus grandes amigos y maestros). Las palabras, prosigue FFB, hablan de “tradición, supervivencia y resistencia,… de la destrucción de culturas por el industrialismo y de la resistencia social a la destrucción”.

Las palabras de Puerca tierra introducen la imagen de la tumba de los Marx (FFB siempre tuvo muy presente a Jenny Marx) en el cementerio londinense, presidida por la cabeza de Karl, “según una secuencia de la película de Mike Leigh Grandes ambiciones en la que el protagonista explica por qué fue grande aquella cabeza”.

La secuencia finaliza con un plano que va de los ojos del protagonista a lo alto del busto marmóreo de Marx. El protagonista, a quien va dirigida la explicación, se interesa por las siemprevivas del cementerio. FFB recuerda el verso de Brecht: “y tuvimos que mirar la naturaleza con impaciencia”.

La explicación de la grandeza de Marx enlaza con la reflexión de Berger y permite pasar a la secuencia final de La tierra de la gran promesa de Wajda, “la de la huelga de los trabajadores del textil en Lodz... Entre el Lodz de Wajda y el Londres de Leigh hay cien años de salvajismo capitalista”

Vuelve la imagen de Marx en el cementerio. Pero, prosigue FFB, “en la cinta sin fin hemos montado, sin solución de continuidad, otra imagen: la que inicia la larga secuencia de La mirada de Ulises de Angelopoulos [uno de los directores preferidos de FFB] con el traslado de una gigantesca estatua de Lenin en barcaza por el Danubio”.


Esa era, en su opinión, una de las secuencias más interesantes del cine europeo (me habló, nos habló de ella en varias ocasiones, la recordaba con fercuencia). Tenía razón: por lo que dice y por lo que sugiere. Presenciamos el final de un mundo, señala FFB, de una historia que se acaba: “el símbolo del gran mito del siglo XX navega ahora de Este a Oste por el Danubio para ser vendido por los restos de la nomenklatura a los coleccionistas del capitalismo vencedor en la tercera guerra mundial”. No hay error en el ordinal.

La secuencia se queda para siempre en la retina de quien la contempla, comenta FFB. La cortamos; introducimos otra.

FFB nos propone que veamos ahora la secuencia clave del Underground de Kusturica: “la restauración del viejo mito platónico de la caverna como parábola de lo que un día se llamo “socialismo real”… Ninguna otra imagen ha explicado mejor, y con más verdad, que esta de Kusturica, el origen de la catástrofe del ‘socialismo real”.


Fragmentamos Underground para volver a La mirada de Ulises. La cinta sin fin prosigue. Con otra verdad a cuestas, apunta FFB: el pecado original del socialismo real. La barcaza sigue deslizándose lentamente, muy lentamente por el Danubio, con la gigantesca estatua de Lenin también fragmentada. “Desde la orilla del gran río las gentes la acompañan, expectantes unos, en actitud de respeto religioso otros, asombrados lo más”.

Da tiempo a pensar, señala FFB: el mundo de la gran política ha cambiado; una época termina, pero no es el fin de la historia: las costumbres persisten en el corazón de Europa. Paco añade: “Tal vez no todo era caverna en aquel mundo”. No lo era desde luego.

Cae la noche. La gran barcaza enfila la bocana del puerto fluvial. 

Cortamos la secuencia, sugiere FFB, al caer la noche: donde estaba el Danubio está ahora el Antártico. Y otro barco: el Partizani: “es la secuencia final de Lamerica de Gianni Amelio con la imagen, impresionante, del barco atestado de albaneses pobres que huyen hacia Italia mientras el capitalismo vuelve, gozoso, a sus negocios y nuestro protagonista ha conocido un nuevo corazón de las tinieblas”. No es el hegeliano final de la historia. No, en absoluto, sino “el comienzo de otra historia, por lo demás muy parecida a las otras historias de la Historia”.


La cinta sin fin continua.

Aparecen de nuevo las palabras de Berger, la cabeza de Marx, la estatua de Lenin navegando lentamente. ¿Llegará realmente a su destino, se pregunta FFB? Puede haber pensamiento en la fragmentación señala: “la explicación de Leigh en Grandes ambiciones que se repite: “Era un gigante. Lo que él [Marx] hizo fue poner por escrito la verdad. El pueblo estaba siendo explotado. Sin él no habría habido sindicatos, ni estado del bienestar, ni industrias nacionalizadas…”. Lo dice un trabajador inglés de hoy que, además (y eso importa) no quiere rollos ideológicos ni ama los sermones. Y tampoco es la suya a última palabra”.

La cinta sigue, es una cinta sin fin.

En esta cinta, concluye FFB, está Marx. “De la misma manera que nunca se entenderá lo que hay en el Museo del Prado sin la restauración historiográfica de la cultura cristina tampoco se entenderá el gran cine de nuestra época, el cine que habla de los grades problemas de los hombres anónimos, sin haber leído a Marx”. 

Sin ismos, por supuesto, concluye el autor del imprescindible Marx. 
 
Sin ismos por supuesto también.

Nota:
[1] F. Fernández Buey, Marx (sin ismos). El Viejo Topo, Mataró (Barcelona), 1998, pp. 20-23.
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.


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Fuente: Rebelión

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