PICICA: A matéria abaixo é de novembro de 2011. A dica é de Lu Machado, via Facebook. Atualmente ainda existem 30 mil leitos dos 80 mil que compunham o parque de leitos psiquiátricos dos anos 1980, em sua maiora nas mãos da "indústria da loucura". O cenário captado pela lente do fotógrafo Luiz Alfredo infelizmente não é coisa do passado. Aqui e ali surgem denúncias de que o modelo manicomial mantem-se vivo. Não há inocentes. Governantes e políticos ignoram espantosamente o assunto. Mais grave só a passividade das categorias profissionais. Oscilam entre a indiferença e a impotência no enfrentamento do conservadorismo vigente no setor. No Amazonas, estado em que a construção da reforma psiquiátrica remonta ao final dos anos 1979 / início dos anos 1980, passado os anos 1990 em que se limitou à desospitalização - a vertente pobre do processo de desinstitucionalização psiquiátrica - ainda temos um número absolutamente insuficiente de serviços que substituem o modelo manicomial. Três Centros de Atenção Psicossocial - CAPS (dois para adultos com problemas mentais severos e persistentes e um para crianças e adolecentes psicóticos e autistas, e que também acolhe abusadores de drogas - num evidente conflito quanto à natureza das abordagens) é insuficiente para atender a demanda de 2 milhões de habitantes. A novidade fica por conta da desativação do velho hospício. Se a iniciativa é desejável, a qualidade do atendimento será comprometida pela ausência de uma rede diária de atenção psicossocial que nenhum ambulatório a subsititui, porquanto são modelos com abordagens distintas. A assessoria do setor sabe disso, mas é impotente para mudar o processo decisório. Mais de 30 mil usuários do hospital psiquiátrico serão distribuídos entre 5 Policlínicas do SUS administradas pelo Estado, que tem regras próprias de funcionamento, de acordo com a cartilha consagrada no modelo médico-sanitarista, baseada na atenção primária, secundária e terciária. O modelo psicossocial é de outra natureza. No mar de contradições do setor, temos um modelo "trí-brido": o velho manicômio, em via de desativação; a atenção psicossocial, precarizada pela ausência dos demais dispositivos que fazem parte dos serviços que substituem o manicômio (Centros de Convivência; Serviços Residenciais Terapêuticos; leitos psiquiátricos em Hospitais Gerais; rede de CAPS); e o trabalho de inclusão social de pessoas com grave sofrimento psíquico, onde desponta o PROJETO NÓS & VOZ, nascido como projeto de extensão da Universidade do Estado do Amazonas a partir de proposta da Associação Chico Inácio, filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial, e que conta com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde, Secretaria de Estado de Assistência de Saúde, Universidade Estadual do Amazonas, Centro de Educação Tecnólogica do Amazonas. Ainda assim, a Saúde Mental continua o "patinho feio" das políticas públicas.
O HOLOCAUSTO BRASILEIRO: A LOUCURA DA RAZÃO
O jornal Tribuna de Minas publicou uma série de reportagens intitulada Holocausto brasileiro: 50 anos sem punição, escrita pela premiada jornalista Daniela Arbex, cujo objetivo foi trazer à tona, através do depoimento de sobreviventes e testemunhas, as atrocidades ocorridas no interior do Hospital Colônia de Barbacena. Este verdadeiro campo de concentração para "loucos" (conceito que incluía homossexuais, militantes políticos, alcoolistas, mendigos, etc) foi transformado, na década de 80, no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), ainda em funcionamento. O local abriga também o Museu da Loucura, inaugurado em 1996. As reportagens da Tribuna são ricamente ilustradas por fotos incríveis e chocantes retiradas na década de 60 pelo fotógrafo Luiz Alfredo, na época da revista "Cruzeiro". Para quem se interessar em ler as reportagens, salvei todas (cinco no total) num arquivo e coloquei no Megaupload. Para fazer o download deste arquivo clique aqui. Segue um trecho da primeira reportagem e, abaixo, algumas imagens feitas por Alfredo no interior da Colônia. Que elas sirvam de lembrete para que erros como esses não sejam cometidos novamente...
"Não se morre de loucura. Pelo menos em Barbacena. Na cidade do Holocausto brasileiro, mais de 60 mil pessoas perderam a vida no Hospital Colônia, sendo 1.853 corpos vendidos para 17 faculdades de medicina até o início dos anos 1980, um comércio que incluía ainda a negociação de peças anatômicas, como fígado e coração, além de esqueletos. As milhares de vítimas travestidas de pacientes psiquiátricos, já que mais de 70% dos internados não sofria de doença mental, sucumbiram de fome, frio, diarréia, pneumonia, maus-tratos, abandono, tortura".
http://www.tribunademinas.com.br/cidade/33-criancas-viveram-horrores-da-colonia-1.990441
O jornal Tribuna de Minas publicou uma série de reportagens intitulada Holocausto brasileiro: 50 anos sem punição, escrita pela premiada jornalista Daniela Arbex, cujo objetivo foi trazer à tona, através do depoimento de sobreviventes e testemunhas, as atrocidades ocorridas no interior do Hospital Colônia de Barbacena. Este verdadeiro campo de concentração para "loucos" (conceito que incluía homossexuais, militantes políticos, alcoolistas, mendigos, etc) foi transformado, na década de 80, no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), ainda em funcionamento. O local abriga também o Museu da Loucura, inaugurado em 1996. As reportagens da Tribuna são ricamente ilustradas por fotos incríveis e chocantes retiradas na década de 60 pelo fotógrafo Luiz Alfredo, na época da revista "Cruzeiro". Para quem se interessar em ler as reportagens, salvei todas (cinco no total) num arquivo e coloquei no Megaupload. Para fazer o download deste arquivo clique aqui. Segue um trecho da primeira reportagem e, abaixo, algumas imagens feitas por Alfredo no interior da Colônia. Que elas sirvam de lembrete para que erros como esses não sejam cometidos novamente...
"Não se morre de loucura. Pelo menos em Barbacena. Na cidade do Holocausto brasileiro, mais de 60 mil pessoas perderam a vida no Hospital Colônia, sendo 1.853 corpos vendidos para 17 faculdades de medicina até o início dos anos 1980, um comércio que incluía ainda a negociação de peças anatômicas, como fígado e coração, além de esqueletos. As milhares de vítimas travestidas de pacientes psiquiátricos, já que mais de 70% dos internados não sofria de doença mental, sucumbiram de fome, frio, diarréia, pneumonia, maus-tratos, abandono, tortura".
http://www.tribunademinas.com.br/cidade/33-criancas-viveram-horrores-da-colonia-1.990441
20 de Novembro de 2011 - 07:00
Milhares sucumbiram de frio, fome, tortura e doenças curáveis; 50 anos depois, ninguém foi punido por este genocídio
Por DANIELA ARBEX
Não se morre de loucura. Pelo menos em Barbacena. Na cidade do Holocausto brasileiro, mais de 60 mil pessoas perderam a vida no Hospital Colônia, sendo 1.853 corpos vendidos para 17 faculdades de medicina até o início dos anos 1980, um comércio que incluía ainda a negociação de peças anatômicas, como fígado e coração, além de esqueletos. As milhares de vítimas travestidas de pacientes psiquiátricos, já que mais de 70% dos internados não sofria de doença mental, sucumbiram de fome, frio, diarréia, pneumonia, maus-tratos, abandono, tortura. Para revelar uma das tragédias brasileiras mais silenciosas, a Tribuna refez os passos de uma história de extermínio. Tendo como ponto de partida as imagens do então fotógrafo da revista "O Cruzeiro", Luiz Alfredo, publicadas em 1961 e resgatadas no livro "Colônia", o jornal empreendeu uma busca pela localização de testemunhas e sobreviventes dos porões da loucura 50 anos depois. A investigação, realizada durante 30 dias, identificou a rotina de um campo de concentração, embora nenhum governo tenha sido responsabilizado até hoje por esse genocídio. A reportagem descortinou, ainda, os bastidores da reforma psiquiátrica brasileira, cuja lei sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, editada em 2001, completa dez anos. As mudanças iniciadas em Minas alcançaram, mais tarde, outros estados, embora muitas transformações ainda estejam por fazer, conforme já apontava inspeção nacional realizada, em 2004, nos hospitais psiquiátricos do país. A série de matérias pretende mostrar a dívida histórica que a sociedade tem com os "loucos" de Barbacena, cujas ossadas encontram-se expostas em cemitério desativado da cidade.
Confira o álbum com as fotos no Facebook
Criado pelo governo estadual, em 1903, para oferecer "assistência aos alienados de Minas", até entã atendidos nos porões da Santa Casa, o Hospital Colônia tinha, inicialmente, capacidade para 200 leitos, mas atingiu a marca de cinco mil pacientes em 1961, tornando-se endereço de um massacre. A instituição, transformada em um dos maiores hospícios do país, começou a inchar na década de 30, mas foi durante a ditadura militar que os conceitos médicos simplesmente desapareceram. Para lá eram enviados desafetos, homossexuais, militantes políticos, mães solteiras, alcoolistas, mendigos, pessoas sem documentos e todos os tipos de indesejados, inclusive, doentes mentais.
'Trem de doido'
Sem qualquer critério para internação, os deserdados sociais chegavam a Barbacena de trem, vindos de vários cantos do país. Eles abarrotavam os vagões de carga de maneira idêntica aos judeus levados, durante a Segunda Guerra, para os campo de concentração nazista de Auschwitz, na Polônia. Os considerados loucos desembarcavam nos fundos do hospital, onde o guarda-freios desconectava o último vagão, que ficou conhecido como "trem de doido". A expressão, incorporada ao vocabulário dos mineiros, hoje define algo positivo, mas, na época, marcava o início de uma viagem sem volta ao inferno. Wellerson Durães de Alkmim, 59 anos, membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise, jamais esqueceu o primeiro dia em que pisou no hospital em 1975. "Eu era estudante do Hospital de Neuropsiquiatria Infantil, em Belo Horizonte, quando fui fazer uma visita à Colônia 'Zoológica' de Barbacena. Tinha 23 anos e foi um grande choque encontrar, no meio daquelas pessoas, uma menina de 12 anos atendida no Hospital de Neuropsiquiatria Infantil. Ela estava lá numa cela, e o que me separava dela não eram somente grades. O frio daquele maio cortava sua pele sem agasalho. A metáfora que tenho sobre aquele dia é daqueles ônibus escolares que foram fazer uma visita ao zoológico, só que não era tão divertido, e nem a gente era tão criança assim. Fiquei muito impactado e, na volta, chorei diante do que vi."
Pavilhão onde internos dormiam no "leito único", nome oficial para substituição de camas por capim
Esgoto era fonte de água de internos
Entrar na Colônia era a decretação de uma sentença de morte. Sem remédios, comida, roupas e infraestrutura, os pacientes definhavam. Ficavam nus e descalços na maior parte do tempo. No local onde haviam guardas no lugar de enfermeiros, o sentido de dignidade era desconhecido. Os internos defecavam em público e se alimentavam das próprias fezes. Faziam do esgoto que cortava os pavilhões a principal fonte de água. "Muitas das doenças eram causadas por vermes das fezes que eles comiam. A coisa era muito pior do que parece. Cheguei a ver alimentos sendo jogados em cochos, e os doidos avançando para comer, como animais. Visitei o campo de Auschwitz e não vi diferença. O que acontece lá é a desumanidade, a crueldade planejada. No hospício, tira-se o caráter humano de uma pessoa, e ela deixa de ser gente. Havia um total desinteresse pela sorte. Basta dizer que os eletrochoques eram dados indiscriminadamente. Às vezes, a energia elétrica da cidade não era suficiente para aguentar a carga. Muitos morriam, outros sofriam fraturas graves", revela o psiquiatra e escritor Ronaldo Simões Coelho, 80 anos, que trabalhou na Colônia no início da década de 60 como secretário geral da recém-criada Fundação Estadual de Assistência Psiquiátrica, substituída, em 77, pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). A Fhemig continua responsável pela instituição, reformulada a partir de 1980 e, recentemente, transformada em hospital regional. Hoje, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB) atende um universo de 50 cidades e uma população estimada em 700 mil pessoas.Capim como cama
Os pacientes da Colônia, em sua maioria, dormiam no "leito único", denominação para o capim seco espalhado sobre o chão de cimento, que substituía as camas. O modelo chegou a ser oficialmente sugerido para outros hospitais "para suprir a falta de espaço nos quartos."
Em meio a ratos, insetos e dejetos, até 300 pessoas por pavilhão deitavam sobre a forragem vegetal. "O frio de Barbacena era um agravante, os internos dormiam em cima uns dos outros, e os debaixo morriam. De manhã, tiravam-se os cadáveres", contou o psiquiatra Jairo Toledo, diretor do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB).
Marlene Laureano, 56 anos, funcionária do CHPB desde os 20, era uma espécie de faz-tudo. "Todas as manhãs, eu tirava o capim e colocava para secar. Também dava banho nos pacientes, mas não havia roupas para vestirem. Tinha um pavilhão com 300 pessoas para alimentar, mas só tinha o suficiente para 30. Imagine! Só permaneci aqui, porque tinha a certeza de que um dia tudo isso ia melhorar, sei que Deus existe."
José Machado em 1961; Machadinho, hoje, aos 80 anos. Resistência em meio século de internação
Sobreviventes passaram a vida internados
"Esse faleceu. Era uma delícia de pessoa. Essa morreu. Ela benzia a gente. Lembra? Olha o Raul, que saudade. Essa era bem alegre. Esse homem era engraçado, gostava de tomar conta das portas." Os comentários deMarlene Laureano sobre os pacientes fotografados por Luiz Alfredo, em 1961, não deixam dúvida de que a história da Colônia tem na morte uma de suas principais heranças. Sobreviver à Colônia é quase como confrontar o improvável. José Machado, 80 anos, Sônia Maria da Costa, 61, Maria Aparecida de Jesus, 71, e Antônio Sabino, 70, são alguns dos que conseguiram. Institucionalizados há mais de meio século, resistiram a fome, ao frio e ao tratamento desumano, mas carregam graves sequelas.O registro de José Machado, o Machadinho, é de número 1.530. A informação sobre ele que mais se aproxima da verdade, já que a maior parte dos pacientes não tem qualquer registro sobre o seu passado, é de que deu entrada na entidade em 1959, conduzido pela polícia, após ser acusado de colocar veneno na bebida de alguém. Inocente, passou a vida encarcerado. Hoje, aos 80 anos, precisa de uma cadeira de rodas para se locomover, mantendo-se reticente na presença de estranhos.
Sebastiana Marques está em um dos cinco módulos residenciais implantados no hospital para atender os pacientes com mais autonomia. Com diagnóstico de esquizofrenia, mantém o hábito de ficar isolada e não consegue se expressar. Já Sônia é uma exceção entre os sobreviventes. Apesar de ter chegado ao hospital ainda criança, vive hoje em uma das 28 residências terapêuticas de Barbacena. Mudou-se para lá em 2003, deixando para trás uma história de eletrochoques, agressões e medo. "Lá no hospital judiavam muito da gente. Já apanhei muito, mas bati em muita gente também. Como era agressiva, me deram muito choque. Agora tenho comida gostosa, talheres e o principal: liberdade."
Museu é tributo às vítimas
Atualmente 190 pacientes asilares estão sob a guarda do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), mas sua sobrevida é estimada em, no máximo, mais uma década. "Acredito que, em dez anos, o ciclo dos porões da loucura se fecha", afirma o diretor Jairo Toledo, referindo-se às últimas testemunhas daqueles tempos de horror. Maria Cibele de Aquino, 68 anos, foi uma das baixas mais recentes. Clicada em 1961, aos 18 anos, por Luiz Alfredo, ela faleceu em 14 de setembro, na companhia das bonecas que ninou durante toda uma vida de internação. Chegou ao hospício aos 14 anos de idade e nunca saiu de lá.
Para que a memória não seja enterrada, o Museu da Loucura vai continuar lembrando o que, convenientemente, poderia ser esquecido. Idealizado por Jairo, o museu foi inaugurado, em 1996, no torreão do antigo Hospital Colônia, e pretende ser um tributo às dezenas de milhares de vítimas da lendária instituição. Dos cinco museus de Barbacena, o que se dedica a contar a história da loucura é o mais visitado por turistas.
Em 2008, a publicação do livro "Colônia", também organizado por Jairo, expôs as feridas de uma tragédia silenciosa abafada pelos muros do hospital. "Por mais duro que seja, há que se lembrar sempre, para nunca se esquecer - como se faz com o holocausto - as condições subumanas vividas naquele campo de concentração travestido de hospital. Trazer à tona a triste memória dessa travessia marcada pela iniquidade e pelo desrespeito aos direitos humanos é uma forma de consolidar a consciência social em torno de uma nova postura de atendimento, gerando uma nova página na história da saúde pública", afirmou o ex-secretário de estado da saúde de Minas, o deputado federal Marcus Pestana. (PSDB/MG). Foi ele quem viabilizou a tiragem de mil exemplares do livro "Colônia."
4 comentários:
Meu pai foi um sobrevivente do hospício de Barbacena, hoje curado pela graça de Deus por meio de Jesus. Ele não fala do assunto, nunca falou, mas minha mãe contou poucas coisas, que ela o encontrou trancado e que ele chegou a comer fezes, mas, eu não imaginava que era bem pior, lendo essa reportagem, pude perceber o que ele deve ter vivido. Ele esteve lá por sete meses e ela vendo seu sofrimento o tirou de lá, e cuidou dele por anos, cresci, vendo ele em crises e saindo dessas, mas hoje ele é completamente lúcido, curado.
Vendo hoje,10/06/2013 esta reportagem lembro que meu irmão foi internado neste campo de concentração na década de 70,por problemas psiquiátricos talvez,eu era criança mas lembro que o mesmo foi levado pela polícia, não sei determinar o tempo que o mesmo ficou lá porem nunca mais voltou.
Nossa, que historia barbare. Fiquei totalmente comovida com a falta de respeito ao ser humano.
É muito triste essa história do nosso Brasil!
Que Deus tenha misericórdia e piedade dessas pessoas que passaram por esse tormento, e as que ainda passam.
Ha dois anos eu foi posto em tratamento em uma clinica. Nesta clinica eu fui surrado, suado. Sofri abuso sexual e fui muito machucado nestes abusos.
Mas hj tudo esta melhor dou aluas de filosofia para a rede publica e sou presidente
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