junho 12, 2015

O Autor na Praça celebra os 88 anos do jornalista Luiz Ernesto Kawall, criador da Vozoteca


PICICA: Luiz Ernesto Kawall conta como criou a Vozoteca, uma biblioteca com vozes de personalidades, esportistas, escritores e políticos que fizeram e fazem parte da história. Recentemente, a Vozoteca foi doada para a USP e, em breve, deverá ser aberta à consulta popular.



Luiz Ernesto Kawall conta como criou a vozoteca, biblioteca com vozes

Jovem Pan Online

O Autor na Praça celebra os 88 anos do jornalista Luiz Ernesto Kawall


Foto da inauguração do Museu da Voz na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto. Na foto, de 1989, vemos Kawall, o 2º da direita para esquerda, ao lado de amigos, entre eles Leônidas da Silva, Carlito Maia, Jorge Caleiro Filho, o radialista Tico Tico, Padre Godinho, o artista plástico João Antonio da Silva, Julio Amaral de Oliveira, o Julinho Boas Maneiras  e outros.


No próximo sábado, dia 13 de junho, vamos celebrar o aniversário de 88 anos de jornalista, crítico de arte e pesquisador, historiador da cultura popular brasileira Luiz Ernesto Kawall. Na ocasião haverá o lançamento do segundo volume do livro “Artes e Reportagem”, que traz histórias e entrevistas de artistas nacionais. No livro, as histórias vividas pelo Kawall são apresentadas pelos colegas, José Henrique Fabre Rolim (presidente da APCA), Angelo Iacocca, Gabriel Kwak, Paulo Bomfim e Salomão Esper. Destaques do livro: a formação e inauguração do MIS – Museu da Imagem e do Som; o casamento rumoroso de Patricia Galvão, a Pagu e Oswald de Andrade e as vozes gravadas de Oswald, Tarso, Rebolo, Brecheret, a doação do acervo da “Vozoteca” para o IEB, a descoberta da voz de Mário de Andrade, etc. De tudo isso é bom citar que foi numa iniciativa do Luiz Ernesto que houve um reencontro e reconciliação entre os pintores brasileiros Di Cavalcanti e Volpi, explico: o Luiz Ernesto Kawall era um dos organizadores  e colaborador de uma vernissage, “Ex aequo” da Bienal do centenário, nesta ocasião os dois artistas plásticos brasileiros estiveram presentes e retomaram um diálogo e relacionamento, uma foto no livro com Kawall e os dois, mostram este momento.

Nesta mesma tarde, por sugestão e ideia do Kawall, vamos batizar a arquibancada em frente ao Espaço Plínio Marcos com o nome de Bancada Carlito Maia, este grande homem da comunicação, que foi um grande amigo e parceiro do Kawall e também um dos fundadores do projeto O Autor Na Praça. Haverá leituras de trechos do livro, pensamentos e ideias do Carlito Maia, como essa: “Vivo triste e solitário, qual uma árvore. Porém solidário como uma floresta”. Contaremos também com a participação do cartunista e artista plástico Junior Lopes. Vejam uma bela entrevista do Luiz Ernesto Kawall na Jovem Pan: https://www.youtube.com/watch?v=k1S4DEirnxM e esta matéria sobre a doação do acervo parao IEB-USP: http://www.usp.br/aun/exibir.php?id=5462. Mais informações abaixo.

Sobre Luiz Ernesto Kawall - É jornalista, crítico de arte e museólogo brasileiro. Formado em jornalismo, em 1951, na primeira turma da Fundação Cásper Líbero, iniciou, nos anos 1970, na Folha de São Paulo, uma coluna de arte que lhe valeu premiação pela APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte. Foi um dos fundadores do Museu da Imagem e do Som de São Paulo e do Museu Caiçara de Ubatuba. Colecionador de arte popular e de cordéis, reuniu durante décadas os arquivos sonoros, cerca de 5.000 vozes, na verdade são 12 mil registros de personalidades nacionais - como as de Cândido Rondon, Rui Barbosa, Santos Dumont, Washington Luiz, Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Monteiro Lobato, Dalva de Oliveira, Orlando Silva, Vicente Celestino, Carmen Miranda e Corifeu de Azevedo Marques - e estrangeiras - como as de Thomas Edison, Sigmund Freud, Lênin, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Winston Churchill, De Gaulle, Gandhi, John Kennedy. Também faz parte do seu acervo um disco do show de Marlene Dietrich no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, no qual a atriz alemã cantou Luar do Sertão em português. Kawall começou a colecionar vozes no início na década de 1950, por influência de Carlos Lacerda, com quem trabalhou no jornal Tribuna da Imprensa. A Vozoteca, o seu museu da voz, nasceu em 1989. Em abril de 2013, Kawall doou sua "Vozoteca" para o IEB - Instituto de Estudos Brasileiros da USP. Luiz Ernesto mora na Praça Benedito Calixto há 50 anos, é um dos fundadores da Feira de Artes da Praça e do Museu da Voz, barraca de raridades brasileiras em áudio, comandada pelo Jorge Caleiro Filho. Através do Kawall no início da Feira de Artes, que o multi artista Antonio Nóbrega foi um dos pioneiros a se apresentar na Feira de Artes. Kawall também é um grande parceiro e incentivador do projeto O Autor na Praça, foi por ideia dele que organizamos uma tarde memorável pelos 70 anos do jogador de futebol Leônidas da Silva.

Serviço:
O Autor na Praça celebra os 88 anos do jornalista e crítico de arte Luiz Ernesto Kawall
Espaço Plínio Marcos – Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito CalixtoPinheiros
Dia 13 de junho, sábado, 14h. - Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 95030 5577
Realização: Edson Lima, AAPBC. Apoio: Max Design, Restaurante Consulado Mineiro e O Cantinho Português (Barraca de comida portuguesa na Feira da Benedito Calixto).

Texto de Carlito Maia, publicado em 1986 no jornal A Gazeta de Pinheiros, sobre a fundação do Museu da Voz na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto:

Velho amigo & Neta nova

“Faz 70 anos hoje – e o conheci com menos de 30”! – o príncipe de nascença Júlio Amaral de Oliveira, o “Julinho Boas Maneiras” falado (e respeitado). Trata-se da pessoa mais fina da cidade. E mora em Pinheiros. Meu companheiro (ideal) de boêmia – quando só havia voluntários na noite. Hoje, boêmio tem carro com motorista segurança e paga as contas com o cartão de crédito. São os que não ligam o nome à pessoa.

Além de o maior boêmio de Poluicéia Desvirada, Julinho deita e rola em três campos: ciganos, ópera e circo, tendo doado seu rico acervo ao MIS. Adoro o Julinho e choro com ele a falta de Lígia, sua doce companheira de anos e anos.

Viva o Júlio, com quem estive domingo passado, quando foi inaugurado o Museu da Voz (barraca 63 da Feira da Benedito Calixto). Parecia mais moço do que eu, além de muito mais elegante e charmoso. Lá estava também o maior craque de todos os tempos, isto é, dos tempos em que havia futebol, Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”. Léo, “meu ídolo, está enxutésimo, que inveja” Outra presença: padre Godinho, em ótima forma. E até o veterano repórter de tevê, “Tico-Tico”. Coroa tinindo nos cascos. Não envelhecem, continuam meninos. Mas eu voltarei a falar aqui do Museu da Voz, bela iniciativa do Luiz Ernesto Kawall, escoteiro sempre alerta, e do Jorge Narciso Caleiro Filho. Pinheiros é um bairro inteligente. (...)

Texto publicado em junho de 1989 no jornal A Gazeta de Pinheiros.

Nenhum comentário: