PICICA: Luiz Ernesto Kawall conta como criou a Vozoteca, uma biblioteca com
vozes de personalidades, esportistas, escritores e políticos que fizeram
e fazem parte da história. Recentemente, a Vozoteca foi doada para a
USP e, em breve, deverá ser aberta à consulta popular.
Luiz Ernesto Kawall conta como criou a vozoteca, biblioteca com vozes
O Autor na Praça
celebra os 88 anos
do jornalista Luiz Ernesto
Kawall
Foto da inauguração
do Museu da Voz na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto. Na foto, de 1989,
vemos Kawall, o 2º da direita para esquerda, ao lado de amigos, entre eles
Leônidas da Silva, Carlito Maia, Jorge Caleiro Filho, o radialista Tico Tico,
Padre Godinho, o artista plástico João Antonio da Silva, Julio Amaral de
Oliveira, o Julinho Boas Maneiras e outros.
No próximo sábado,
dia 13 de junho, vamos celebrar o aniversário de 88 anos de jornalista, crítico
de arte e pesquisador, historiador da cultura popular brasileira Luiz Ernesto Kawall. Na ocasião haverá
o lançamento do segundo volume do livro “Artes e Reportagem”, que traz histórias
e entrevistas de artistas nacionais. No livro, as histórias vividas pelo Kawall
são apresentadas pelos colegas, José
Henrique Fabre Rolim (presidente da APCA), Angelo Iacocca, Gabriel Kwak, Paulo Bomfim e Salomão Esper. Destaques do livro: a
formação e inauguração do MIS – Museu da Imagem e do Som; o casamento rumoroso
de Patricia Galvão, a Pagu e Oswald de Andrade e as vozes gravadas de Oswald,
Tarso, Rebolo, Brecheret, a doação do acervo da “Vozoteca” para o IEB, a
descoberta da voz de Mário de Andrade, etc. De tudo isso é bom citar que foi
numa iniciativa do Luiz Ernesto que houve um reencontro e reconciliação entre os
pintores brasileiros Di Cavalcanti e Volpi, explico: o Luiz Ernesto Kawall era
um dos organizadores e colaborador
de uma vernissage, “Ex aequo” da Bienal do centenário, nesta ocasião os dois
artistas plásticos brasileiros estiveram presentes e retomaram um diálogo e
relacionamento, uma foto no livro com Kawall e os dois, mostram este
momento.
Nesta mesma tarde,
por sugestão e ideia do Kawall, vamos batizar a arquibancada em frente ao Espaço
Plínio Marcos com o nome de Bancada
Carlito Maia, este grande homem da comunicação, que foi um grande amigo e
parceiro do Kawall e também um dos fundadores do projeto O Autor Na Praça.
Haverá leituras de trechos do livro, pensamentos e ideias do Carlito Maia, como
essa: “Vivo triste e solitário, qual uma árvore. Porém solidário como uma
floresta”. Contaremos também com a participação do cartunista e artista plástico
Junior Lopes. Vejam
uma bela entrevista do Luiz Ernesto Kawall na Jovem Pan: https://www.youtube.com/watch? v=k1S4DEirnxM
e esta matéria sobre a doação do acervo parao IEB-USP: http://www.usp.br/aun/exibir. php?id=5462.
Mais informações abaixo.
Sobre
Luiz Ernesto Kawall - É
jornalista,
crítico de arte e museólogo
brasileiro.
Formado em jornalismo, em 1951,
na primeira turma da Fundação
Cásper Líbero, iniciou, nos anos
1970, na Folha de
São Paulo, uma coluna de arte que lhe valeu premiação pela APCA
– Associação Paulista dos Críticos de Arte. Foi um dos fundadores do Museu da
Imagem e do Som de São Paulo e do Museu Caiçara
de Ubatuba.
Colecionador de arte
popular e de cordéis,
reuniu durante décadas os arquivos sonoros, cerca de 5.000 vozes, na verdade são
12 mil registros de personalidades nacionais - como as de Cândido
Rondon, Rui
Barbosa, Santos
Dumont, Washington
Luiz, Juscelino
Kubitschek, Getúlio
Vargas, Monteiro
Lobato, Dalva de
Oliveira, Orlando
Silva, Vicente
Celestino, Carmen
Miranda e Corifeu
de Azevedo Marques - e estrangeiras - como as de Thomas
Edison, Sigmund
Freud, Lênin,
Adolf
Hitler, Benito
Mussolini, Winston
Churchill, De
Gaulle, Gandhi,
John
Kennedy. Também faz parte do seu acervo um disco do show de Marlene
Dietrich no Cassino
da Urca, no Rio de
Janeiro, no qual a atriz alemã cantou Luar do Sertão em português.
Kawall começou a colecionar vozes no início na década de
1950, por influência de Carlos
Lacerda, com quem trabalhou no jornal Tribuna
da Imprensa. A Vozoteca, o seu museu
da voz,
nasceu em 1989.
Em abril de 2013, Kawall doou sua "Vozoteca" para o IEB - Instituto de Estudos
Brasileiros da USP. Luiz Ernesto mora na Praça Benedito Calixto há 50 anos, é um
dos fundadores da Feira de Artes da Praça e do Museu da Voz, barraca de
raridades brasileiras em áudio, comandada pelo Jorge Caleiro Filho. Através do
Kawall no início da Feira de Artes, que o multi artista Antonio Nóbrega foi um
dos pioneiros a se apresentar na Feira de Artes. Kawall também é um grande
parceiro e incentivador do projeto O Autor na Praça, foi por ideia dele que
organizamos uma tarde memorável pelos 70 anos do jogador de futebol Leônidas da
Silva.
Serviço:
O
Autor na Praça celebra
os 88 anos do jornalista e crítico de arte Luiz Ernesto Kawall
Espaço
Plínio Marcos – Tenda
na Feira de Artes da Praça Benedito
Calixto – Pinheiros
Dia
13 de junho, sábado, 14h.
- Informações: Edson Lima – 3739 0208 /
95030 5577
Realização: Edson
Lima, AAPBC. Apoio: Max
Design, Restaurante Consulado
Mineiro e O Cantinho Português (Barraca de comida portuguesa na Feira
da Benedito Calixto).
Texto
de Carlito Maia, publicado em 1986 no jornal A Gazeta de Pinheiros, sobre a
fundação do Museu da Voz na Feira de Artes da Praça Benedito
Calixto:
Velho amigo &
Neta nova
“Faz 70 anos hoje –
e o conheci com menos de 30”! – o príncipe de nascença Júlio Amaral de Oliveira,
o “Julinho Boas Maneiras” falado (e respeitado). Trata-se da pessoa mais fina da
cidade. E mora em Pinheiros. Meu companheiro (ideal) de boêmia – quando só havia
voluntários na noite. Hoje, boêmio tem carro com motorista segurança e paga as
contas com o cartão de crédito. São os que não ligam o nome à
pessoa.
Além de o maior
boêmio de Poluicéia Desvirada, Julinho deita e rola em três campos: ciganos,
ópera e circo, tendo doado seu rico acervo ao MIS. Adoro o Julinho e choro com
ele a falta de Lígia, sua doce companheira de anos e anos.
Viva o Júlio, com
quem estive domingo passado, quando foi inaugurado o Museu da Voz (barraca 63 da
Feira da Benedito Calixto). Parecia mais moço do que eu, além de muito mais
elegante e charmoso. Lá estava também o maior craque de todos os tempos, isto é,
dos tempos em que havia futebol, Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”. Léo,
“meu ídolo, está enxutésimo, que inveja” Outra presença: padre Godinho, em ótima
forma. E até o veterano repórter de tevê, “Tico-Tico”. Coroa tinindo nos cascos.
Não envelhecem, continuam meninos. Mas eu voltarei a falar aqui do Museu da Voz,
bela iniciativa do Luiz Ernesto Kawall, escoteiro sempre alerta, e do Jorge
Narciso Caleiro Filho. Pinheiros é um bairro inteligente.
(...)
Texto publicado em
junho de 1989 no jornal A Gazeta de Pinheiros.
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