fevereiro 29, 2016

O Sal da Terra - Sebastião Salgado

PICICA: A dica é de Célia Baqueiro.

"Por Marília Bacci Sebastião Salgado. Precisa falar mais alguma coisa? Bom, acho que vou falar então. Para aqueles que não conhecem o Sebastião, ou Tião, como ficamos com vontade de chamá-lo depois de assistir ao documentário de Wim Wenders e Juliano Salgado, é fotógrafo há mais ou menos quarenta anos, e é bastante conhecido por nós pelas suas fotos dos mineiros em Serra Pelada. E o documentário começa falando sobre isso mesmo, fotos que foram selecionadas e estão sendo contadas suas histórias pelo próprio Salgado. Depois disso vamos para as montanhas de Minas Gerais onde o fotógrafo cresceu, mas não ficamos lá, somos levados para outras montanhas, da Papua Nova Guiné, onde ele e seu filho estão caminhando com o povo papua e é possível ter o primeiro contato com a rotina de fotógrafo de Salgado. A partir daí somos apresentados a toda a história de Salgado, desde sua infância até os dias de hoje, passando por seus primeiros trabalhos, a volta ao Brasil e sua viagem pelo interior do nordeste e os garimpos de Serra Pelada, suas passagens pelo mundo fotografando para Êxodos, até chegar as viagens para o livro Gênesis. Todo a parte de perguntas do documentário foi feita por Wim Wenders, grande amigo do fotógrafo, e percebemos como Salgado se sente bem partilhando as histórias de suas fotos, sejam elas boas ou não, com um amigo. Sentimos toda a empatia que o fotógrafo tem para as pessoas que ele fotografa, a facilidade em estabelecer uma relação com essas pessoas e como ele foi tocado por elas. Em certo momento Salgado diz: “Somos um animal feroz. Os humanos são um animal terrível”, e sabemos que a relação com seus retratados era grande o suficiente para lhe deixar extremamente triste vê-los naquela posição. A trilha sonora do documentário é simples, apenas com sons que representam as fotografias que estão sendo mostradas. E não entenda simples como ruim, barata, a trilha é extremamente tocante e certa para os momentos, sem firulas. Quando o documentário chega ao fim nem vimos que se passaram duas horas desde que ele havia começado e ficamos esperando mais histórias contadas pelo ótimo Tião. cinemascope.com.br/criticas/o-sal-da-terra/" 

Uma inebriante entrega ao Estado de Poesia. POR Bruna Testi (OBVIOUS)

PICICA: "O novo álbum de Chico César, "Estado de Poesia", carrega um belo contraste entre a leveza do amor poético e a densidade das necessárias críticas políticas e sociais. Um irrecusável convite à entrega, à inquietação e à reflexão." 



Uma inebriante entrega ao Estado de Poesia


O novo álbum de Chico César, "Estado de Poesia", carrega um belo contraste entre a leveza do amor poético e a densidade das necessárias críticas políticas e sociais. Um irrecusável convite à entrega, à inquietação e à reflexão.

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Após oito anos de hiato desde o álbum "Francisco, Forró y Frevo", lançado em 2008, Chico César retornou em 2015 ao cenário musical, presenteando aos bons ouvidos, com o seu momento de libertação exteriorizada no álbum "Estado de Poesia". 

Conservando suas misturas de ritmos, a mais recente obra musical de Chico faz uma constante homenagem à música em seus mais variados estilos. Transita entre as claras referências ao samba de Adoniran Barbosa, ao lado popular do baião, como o de Gilberto Gil dos anos 70, até à miscigenação entre o rock e o folk no estilo Bob Dylan, o álbum resultante do projeto "Natura Musical", de selo do próprio cantor e compositor, "Estado de Poesia" consiste em uma experiência musical imperdível aos amantes da boa música.

Para reforçar o caráter anárquico da obra, Chico César mantém a presença notável de sua guitarra em quase todas as músicas, o que nos remete ao espírito de liberdade, tão clamado pelos músicos dos anos 70. Com exceção de "Miaêro", na qual é o violão quem rouba a cena.

O disco é a prova concreta de que o amor pode ser poetizado e cantado sem cair na obviedade, e ainda nos chegar acompanhado de ricas e densas críticas. Um convite permanente à entrega, à inquietação e à reflexão. Podemos dividir o "Estado de Poesia" em duas fases. Em um primeiro momento, Chico nos apresenta a poesia e a leveza do amor romântico. E, a partir da sétima faixa, engata um olhar crítico, e o amor emerge mais social e político, expressando um sonho coletivo, as contradições e inseguranças que afetam e devastam amplamente a sociedade.


O álbum já começa nos comunicando a que veio, "Caninana" é um verdadeiro "cheiro no cangote". Um xote macio, ao mesmo tempo pesado, urbano e contagiante. A canção carrega características do bom e saudoso baião de Luiz Gonzaga, além de nos trazer aos ouvidos claras nuances da nostálgica bossa nova de João Donato. Ao longo da música, a guitarra empodera com a força do rock dos anos 70 e 80. A escolha mais certeira para abrir o disco, "Caninana" nos chega aparentemente simples na estrutura, mas com um forte e irresistível poder de comunicação. E a sequência já vem acompanhada dos mais profundos e apaixonados suspiros. "Caracajus", canção lúdica, romântica, de sonoridade limpa e onírica, é carregada de uma aconchegante melodia. A música alude abertamente à musa inspiradora de Chico César, sua esposa Bárbara, sendo o nome uma mistura de Caracas (capital da Venezuela, onde residia Chico, na época) e Aracaju (cidade na qual Bárbara se encontrava). A grande inspiração para o título do álbum, a terceira faixa, "Estado de Poesia", é a única música não inédita do disco, já cantada por Maria Bethânia no show "Carta de Amor" em 2012. A canção traduz o estado mais inebriante e envolvente da paixão, sem cair no abismo do piegas, uma contagiante poesia, uma bela expressão artística musicalizada.


Na sequência, o amor romântico continua atuando como protagonista. Após o envolvente reggae, "Palavra Mágica", vem a riqueza da metafórica poesia de "Museu", na qual o poeta se entrega a sua musa, em uma súplica para que seja explorado, como um museu, em um "abraço experimental". Já o irresistível bolero em "Da Taça", é um dos grandes ápices do disco. A união entre o órgão e a guitarra, novamente, nos remete à década de 70, nos transportando à ingenuidade do rock das antigas baladas românticas. Além de toda a riqueza poética e entorpecente em cada verso cantado por Chico César.


Mas é com a morna de "Miaêro" que se inicia ao "lado B" do álbum, desencadeando uma sequência de críticas sociais, religiosas e políticas. Com exceção de "Atravessa-me", que retoma a linha do amor romântico, as próximas canções, possuem forte caráter crítico aliado ao convite à inquietação e à reflexão. Como o cativante reggae "Negão", que contou com a participação de Lazzo Matumbi, um reclame contra o racismo, assim como o apelo pelo respeito às várias religiões cantado em "Guru", e o presente musical de "No Sumaré", com a qual Chico César nos contagia com um samba no bom estilo Adoniran Barbosa, que explora o preconceito social e sexual. A canção canta a sina de "dois mendigos, dois amigos, um deles travesti" que residiam em uma praça, no bairro de Sumaré, em São Paulo, vítimas de discriminação e perseguição da burguesia que ali frequentava. Na sequência, vem o frenético frevo "Alberto", homenagem ao aviador mineiro Santos Dumont. Chico utiliza da poesia para retratar a metáfora do desejo de voar aliado à necessidade de libertação do nosso pai da aviação.


Assim como "Caninana" foi a escolha perfeita para a abertura do álbum, não haveria melhor opção para encerrar a obra, com maestria, do que "Reis do Agronegócio". A última faixa do disco, é constituída por onze minutos musicalizados exclusivamente com a voz acompanhada da guitarra, no estilo folk de Bob Dylan. Os versos, escritos por Carlos Rennó e musicalizados por Chico César, são densos, demasiadamente críticos e dirigidos aos "donos do agrobusiness". Sem anestésicos, a música de fechamento do álbum conquista os atentos ouvidos, utilizando o discurso direto, com frases carregadas de denúncias como "nunca houve um desenvolvimento tão destrutivista" e "vocês que ganham, com um negócio desse, muitos milhões, enquanto perdem suas almas".


O "Estado de Poesia" é um álbum atual, contemporâneo e sensível. Um belo contraste entre a leveza da poesia e a tensão das tão necessárias críticas políticas e sociais. Enquanto cada faixa é uma expressão artística e cultural à parte, o álbum representa uma verdadeira obra prima. Uma experiência musical imperdível aos bons e receptivos ouvidos. Um convite irrecusável à inebriante entrega e permanência nesse envolvente estado de poesia. Prepare-se para uma doce, poética e forte imersão musical. E, como disse o próprio poeta Chico César, em entrevista concedida ao portal "Livre Opinião", que tenhamos sempre essa contagiante sensibilidade para viver com "menos Estado e mais poesia".

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Bruna Testi

Sou constituída pelas minhas perspectivas, minha alma é quase visível a olho nu. Sou meu ofício. Publicitária por formação, cinéfila por opção. Aprecio desde Bergman até Spielberg, mas daria meu reino por um café com Woody Allen.

Fonte: OBVIOUS

Elomar Figueira Mello - Programa Ensaio Completo (1994)

PICICA: A dica é de Roqui Nho.

"Publicado em 5 de mar de 2014
00:00 Curvas do rio http://letras.mus.br/elomar/376560/
01:55 Violeiro http://letras.mus.br/elomar/564622/
05:05 (Memórias)
11:50 Chula no terreiro http://letras.mus.br/elomar/259672/
17:30 (descrevendo 'O pedido')
18:52 O pedido http://letras.mus.br/elomar/376578/
22:30 Incelença pra um poeta morto http://letras.mus.br/elomar/376569/
26:05 Campo Branco http://letras.mus.br/elomar/235518/
32:13 Arrumação http://letras.mus.br/elomar/173829/
36:00 Ária - Tão tarde e nem sinal
43:23 Ária - Boca das águas
51:17 (Já viu disco voador?)
55:10 Ária da Camarinha
1:02:27 Ária - A Pátria véia do Sertão
1:12:30 (Sabe cozinhar?)
1:14:13 (Xangai falando de Elomar)
1:15:00 (Cantigas de Amigo, de Amor e de Escárnio)
1:17:15 Cantiga de Amigo http://letras.mus.br/elomar/235519/

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Flauta: Elena Rodrigues
Violoncelo: Ocello Mendonça
Violão: João Omar"

Elomar Figueira Mello - Programa Ensaio Completo (1994)

Humberto Diógenes

As Fronteiras Entre o Ser e a Arte, em A Caverna, de José Saramago. POR Felipe Matula (OBVIOUS)

PICICA: "Saramago foi um dos últimos autores a colocar o dedo na ferida de uma sociedade doente e manipulada. Em “A Caverna”, percebe-se uma crítica que vai além da alegoria do mito da caverna de Platão. A massificação da arte, por exemplo, é um aspecto abordado pelo autor português, que nos alertou a partir do personagem Cipriano Algor, um oleiro, que até mesmo o artesanato está sendo substituído por máquinas. Por que deixamos de valorizar um trabalho singular e consumimos cada vez mais produtos comuns e sem valor humano?"


As Fronteiras Entre o Ser e a Arte, em A Caverna, de José Saramago


Saramago foi um dos últimos autores a colocar o dedo na ferida de uma sociedade doente e manipulada. Em “A Caverna”, percebe-se uma crítica que vai além da alegoria do mito da caverna de Platão. A massificação da arte, por exemplo, é um aspecto abordado pelo autor português, que nos alertou a partir do personagem Cipriano Algor, um oleiro, que até mesmo o artesanato está sendo substituído por máquinas. Por que deixamos de valorizar um trabalho singular e consumimos cada vez mais produtos comuns e sem valor humano?

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Quando foi a última vez que você comprou um produto feito a mão? Não me refiro a uma peça de arte cara adquirida em alguma galeria, mas sim um artesanato feito por um artesão de rua.
A arte nos dias atuais vem perdendo cada vez mais espaço e vem cada vez menos sendo valorizada, não somente no artesanato, como também na literatura e no cinema.

Em “A Caverna”, do autor português José Saramago, temos como personagem principal um oleiro chamado Cipriano Algor. Ele é a representação da arte que vem sendo substituída por máquinas no mundo atual. 

O enredo do romance é bastante simples: Cipriano Algor é oleiro, pai de Marta Algor que é casada com Marçal Gacho. Os três moram em uma pequena casa no interior, longe do centro comercial. A rotina do oleiro Cipriano é levar de carro Marçal (que trabalha no centro) ao centro comercial, voltar para a sua casa no interior e trabalhar na olaria, junto com a sua filha Marta. Quando Marçal tem folga do trabalho, Cipriano volta ao centro comercial para buscar o genro. A rotina da vida das personagens é modificada, a partir do momento que o centro comercial para de encomendar os objetos de cerâmica produzidos pela família e Marta fica grávida de Marçal. José Saramago mostra principalmente a visão de Cipriano Algor, pai de Marta, a respeito da falta de interesse do centro comercial em seus produtos de cerâmica e a única alternativa para continuar a ter um lar: viver com a filha e com o genro no centro comercial. Uma das soluções encontradas pela família para o sustento é a produção de outro tipo de objetos de cerâmica: bonecos. Talvez, esse seja um dos elementos utilizados por Saramago para destacar um dos aspectos que tornam a arte cada vez mais desvalorizada. A partir da criação de centenas de bonecos, José Saramago nos mostra defeitos, rachaduras e pedaços que faltam em muitos deles, que podem servir como uma metáfora de nós mesmos, já que quando um boneco apresenta algum tipo de defeito, ele é logo substituído por outro em perfeitas condições, assim como nós somos substituídos pelas máquinas. Além disso, acompanhamos a trajetória de um homem que vivia da arte e é forçado a se mudar para um centro comercial. Existe derrota maior do que essa para um artista?

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A arte é arte por ser única, quando feita por uma máquina ela deixa de ser arte. No universo Saramaguiano, as pessoas consomem arte produzida por máquinas. Todavia, se pensarmos bem, nós também não consumimos? Quase tudo o que consumimos e é considerado arte é massificado, desde as músicas que escutamos até mesmo o que iremos assistir na tevê ou no cinema. E nós continuamos a viver as nossas vidas sem nos preocuparmos muito com isso, afinal, em nossas cabeças se lemos algum livro ou assistimos a algum filme no cinema, já nos consideramos mais “culturais”. Mas é preciso ir além, é necessário discutir e questionar o que nos é oferecido como arte nos dias atuais.

Os problemas apontados por Saramago mostram que o ser humano não percebe o real ao seu redor. Como perceber então o que realmente tem valor artístico? Isso ocorre não somente pelas inúmeras imagens que o homem é submetido diariamente nas ruas, na televisão ou na internet, como também pela alienação do ser que o afasta daquilo que é real. No mito da caverna, Platão aponta para a criação de uma alegoria moderna a respeito das indagações do ser humano enquanto elemento transformador da sociedade e dele próprio. A alegoria proposta por Saramago sugere e possibilita diversas formas de se pensar na problemática do simulacro (imagens que inventam a realidade a partir de uma realidade inexistente) na vida e na arte.

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Três obras são importantes para que possamos compreender melhor a massificação da arte: A Obra de Arte na Época da Reprodutibilidade Técnica, de Walter Benjamim (1936), e Perda da Aura, de Charles Baudelaire (1868) e A Arte no Século XXI – A Humanização das Tecnologias (2003), de Diana Domingues. Na primeira, Benjamim elaborou uma longa teoria a respeito da mudança de perspectiva sobre a reprodução artística com o advento das máquinas. O segundo é um poema irônico, escrito em prosa por Baudelaire, a respeito da perda da aura criativa do homem na criação artística. Tanto a Arte na Época da Reprodutibilidade Técnica, de Walter Benjamim, quanto em Perda da Aura, de Charles Baudelaire, têm um ponto em comum: ambos tratam da perda da “aura criativa” do artista e de como a massificação tem um papel fundamental nisso. Em A Arte no Século XXI – A Humanização das Tecnologias (2003), Diana Domingues traz diversas opiniões sobre a arte no século XXI, e a maneira como as pessoas passaram a utilizar as novas tecnologias para realizá-la. Percebe-se que o problema da interferência das máquinas no meio artístico é antigo. Saramago apenas nos alertou para um antigo problema sob uma nova ótica. 

Ao exaltar a arte como criação, o autor português denuncia a marca aurática do artesão/artista, reveladora de gesto mimético singular, apontando o ser humano como principal elemento transformador da sociedade, por meio da criação artística contestadora e crítica.

Mas como diferenciar a arte real da arte simulada? É preciso antes de responder essa pergunta, reconhecer o que nós estamos enxergando exatamente nas sombras da realidade nas paredes de nossa imensa caverna. Precisamos antes de tudo reconhecer o simulacro antes de reconhecer o real.

Fonte: OBVIOUS

A fusão entre vida e arte na página Musas Bukowskianas. POR Ronan Gonçalves (OBVIOUS)

PICICA: "João Bernardo, um grande intelectual marxista português, escreveu um precioso livro sobre a obra de Balzac, chamado a Sociedade Burguesa de um e Outro Lado do Espelho: A Comédia Humana. O autor utiliza Balzac para analisar a sociedade e pensar questões e dilemas sociais. A literatura, segundo ele, é o local onde melhor se faz um retrato da sociedade e Balzac, talento máximo, teria sido um dos maiores sociólogos, historiador dos costumes. 

Num capítulo importante do livro, o autor trata da criação dos personagens e de como a criação dos personagens é o mais importante na produção literária. Uma boa obra, a seu ver, não é a que apresenta uma boa história com dados personagens, mas uma que inicie construindo bons personagens e depois os faça andar, agir, produzindo assim a história. A construção do personagem é o mais importante, a base, e o bom romancista é aquele que, partindo do mundo que conhece ou pesquisou, consegue construir personagens à semelhança do tipo ideal weberiano: pessoas que sejam o retrato de arquétipos sociais. 

Os romancistas surgem como historiadores, como sociólogos, como pessoas que retratam épocas a partir dos personagens. É impossível lembrar Raskólnikov, de Crime e Castigo (Dostoiévski), e não ver ali retratado o típico sujeito de humanas angustiado entre a grandeza das idéias e a pequenez da vida cotidiana. Também é impossível pensar em Clyde Griffiths, personagem central de Uma Tragédia Americana (Theodore Dreiser) e não ver o retrato fiel de muitos jovens de nosso tempo: pobres, mas ansiosos por riqueza e que caem em desgraça moral para realizar o próprios sonho. O poeta é um fingidor, dizia Fernando Pessoa, e o que o romancista faz é retratar como suas dores e dilemas e tragédias que são humanas, são da sociedade. 

Na literatura, no entanto, não há apenas escritores que criam personagens alheios. Existem alguns que são eles próprios os personagens de suas obras. Se toda produção literária tem um peso da sua época e um tanto de biografia, há autores que se transformam, eles próprios, em sua própria criação ou produzem literatura a partir de suas vidas. É o caso de Bukowski. Ele não escrevia sobre o que os outros viviam, mas vivia ele próprio para pode escrever. Sua literatura é a transformação em arte da própria vida e da vida em forma de arte. Viver, para Bukowski, era um ato artístico, uma fluição estética. 

Bukowski foi um daqueles casos fantásticos que ocorrem nos E.U.A no qual pessoas simples, anônimas, populares, conseguem apresentar uma boa obra, uma boa produção literária, fazer o registro de um dado meio, de um dado tipo de vida, de um certo círculo e com isso atingir a fama, o sucesso. Desde Tocqueville sabemos que os E.U.A é, em muitos campos, uma sociedade muito mais aberta que o Brasil e lá encontramos a presença de muitos populares com boa produção na literatura enquanto isso é raro em nosso país. Hammett, Dreiser, Bukowski...são exemplos de pessoas simples que produziram boas obras e tiveram sucesso. 

Na obra de Bukowski - outro anjo pornográfico- poeta, contista e romancista, vemos retratada a vida urbana de um homem proletário, um tanto misantropo, um tanto misógino, um tanto niilista, mas, apesar de tudo, todo encantado com a vida e com uma capacidade de tirar beleza do meio do caos como quem consegue tocar uma borboleta no meio de um furacão. Sua obra é um manual de libertação, ao estilo de André Gide em Os Frutos da Terra ou de Jean Genet em Diário de um Ladrão. Trata do homem simples, bebedeiras, trabalhos ruins, mal pagos, mulheres, muitas mulheres, obscenidades, angústias, problemas pessoais. Trata da vida que ele possuía, uma vez que transformava a vida em arte e vivia para poder escrever. 

Inusitadamente, essa fusão entre vida e arte feita por Bukowski acabou sendo replicada em uma das mais belas formas de homenagem que já conheci e que um autor poderia ter. Na rede social Facebook surgiu uma página denominada Musas Bukowskianas. Diferentemente das páginas tradicionais de homenagens e culto a um dado autor, cheia de textos e fotos e dados e historiografia, o que a página faz é citar pequenos textos do autor, apresentar sua arte em bruto, sempre acompanhados de fotos de mulheres fãs de Bukowski. Ao invés de textos, elas apresentam beleza, sensualidade. Mostram bundas, partes dos seios (censurados pelo Facebook), pernas, bocas, rostos, olhares. Como disse uma delas certa vez, entendem que fazer safadeza, continuar com sacanagem, é a melhor forma de homenagear um autor que amava sexo, safadeza, sacanagens, mulheres." 


A fusão entre vida e arte na página Musas Bukowskianas


A fusão entre vida e arte feita por Bukowski acabou sendo replicada em uma das mais belas formas de homenagem que já conheci e que um autor poderia ter. Por Ronan Gonçalves

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João Bernardo, um grande intelectual marxista português, escreveu um precioso livro sobre a obra de Balzac, chamado a Sociedade Burguesa de um e Outro Lado do Espelho: A Comédia Humana. O autor utiliza Balzac para analisar a sociedade e pensar questões e dilemas sociais. A literatura, segundo ele, é o local onde melhor se faz um retrato da sociedade e Balzac, talento máximo, teria sido um dos maiores sociólogos, historiador dos costumes. 

Num capítulo importante do livro, o autor trata da criação dos personagens e de como a criação dos personagens é o mais importante na produção literária. Uma boa obra, a seu ver, não é a que apresenta uma boa história com dados personagens, mas uma que inicie construindo bons personagens e depois os faça andar, agir, produzindo assim a história. A construção do personagem é o mais importante, a base, e o bom romancista é aquele que, partindo do mundo que conhece ou pesquisou, consegue construir personagens à semelhança do tipo ideal weberiano: pessoas que sejam o retrato de arquétipos sociais. 

Os romancistas surgem como historiadores, como sociólogos, como pessoas que retratam épocas a partir dos personagens. É impossível lembrar Raskólnikov, de Crime e Castigo (Dostoiévski), e não ver ali retratado o típico sujeito de humanas angustiado entre a grandeza das idéias e a pequenez da vida cotidiana. Também é impossível pensar em Clyde Griffiths, personagem central de Uma Tragédia Americana (Theodore Dreiser) e não ver o retrato fiel de muitos jovens de nosso tempo: pobres, mas ansiosos por riqueza e que caem em desgraça moral para realizar o próprios sonho. O poeta é um fingidor, dizia Fernando Pessoa, e o que o romancista faz é retratar como suas dores e dilemas e tragédias que são humanas, são da sociedade. 

Na literatura, no entanto, não há apenas escritores que criam personagens alheios. Existem alguns que são eles próprios os personagens de suas obras. Se toda produção literária tem um peso da sua época e um tanto de biografia, há autores que se transformam, eles próprios, em sua própria criação ou produzem literatura a partir de suas vidas. É o caso de Bukowski. Ele não escrevia sobre o que os outros viviam, mas vivia ele próprio para pode escrever. Sua literatura é a transformação em arte da própria vida e da vida em forma de arte. Viver, para Bukowski, era um ato artístico, uma fluição estética. 

Bukowski foi um daqueles casos fantásticos que ocorrem nos E.U.A no qual pessoas simples, anônimas, populares, conseguem apresentar uma boa obra, uma boa produção literária, fazer o registro de um dado meio, de um dado tipo de vida, de um certo círculo e com isso atingir a fama, o sucesso. Desde Tocqueville sabemos que os E.U.A é, em muitos campos, uma sociedade muito mais aberta que o Brasil e lá encontramos a presença de muitos populares com boa produção na literatura enquanto isso é raro em nosso país. Hammett, Dreiser, Bukowski...são exemplos de pessoas simples que produziram boas obras e tiveram sucesso. 

Na obra de Bukowski - outro anjo pornográfico- poeta, contista e romancista, vemos retratada a vida urbana de um homem proletário, um tanto misantropo, um tanto misógino, um tanto niilista, mas, apesar de tudo, todo encantado com a vida e com uma capacidade de tirar beleza do meio do caos como quem consegue tocar uma borboleta no meio de um furacão. Sua obra é um manual de libertação, ao estilo de André Gide em Os Frutos da Terra ou de Jean Genet em Diário de um Ladrão. Trata do homem simples, bebedeiras, trabalhos ruins, mal pagos, mulheres, muitas mulheres, obscenidades, angústias, problemas pessoais. Trata da vida que ele possuía, uma vez que transformava a vida em arte e vivia para poder escrever. 

Inusitadamente, essa fusão entre vida e arte feita por Bukowski acabou sendo replicada em uma das mais belas formas de homenagem que já conheci e que um autor poderia ter. Na rede social Facebook surgiu uma página denominada Musas Bukowskianas. Diferentemente das páginas tradicionais de homenagens e culto a um dado autor, cheia de textos e fotos e dados e historiografia, o que a página faz é citar pequenos textos do autor, apresentar sua arte em bruto, sempre acompanhados de fotos de mulheres fãs de Bukowski. Ao invés de textos, elas apresentam beleza, sensualidade. Mostram bundas, partes dos seios (censurados pelo Facebook), pernas, bocas, rostos, olhares. Como disse uma delas certa vez, entendem que fazer safadeza, continuar com sacanagem, é a melhor forma de homenagear um autor que amava sexo, safadeza, sacanagens, mulheres. 

As fotos variam. Há desde registros absolutamente simples, feitos com um celular numa captura cotidiana, até fotos que são artísticas e claramente feitas com material profissional. Variam de simplesmente mostrar a boca até uma foto mais ousada, na qual uma moça de joelhos e toda produzida aparece lindamente com esperma no rosto. Há mulheres gordas e magras, umas com mais corpo, outras com menos. Umas com grandes quadris, outras com enormes seios. Cabeludas, carecas, tatuadas, sem tatuagem, de variados tipos. Algumas anônimas, outras se apresentam publicamente e até interagem com os seguidores da página

Dentre o público, homens e mulheres, jovens e pessoas maduras. No entanto, embora o perfil variado do público, a relação é toda cordial e há muito respeito. Uma foto postada recebe elogios tanto de meninas que curtem meninas quanto de meninos que curtem meninas ou de gente que apenas olha e aprecia o belo. Podem variar desde um simples “belo rabo” até pessoas que tecem poesias sobre dada imagem. Mas o respeito é máximo. Numa página que posta fotos de mulheres nuas, a cordialidade e o respeito é maior do que o apresentado em páginas comuns. Os seguidores criaram um código moral próprio, que permite que a coisa siga de forma bela e suave, o que facilita a chegada de mais moças e mais amantes de Bukowski. 

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Ronan Gonçalves

Mestre em Ciências Sociais pela UNESP, foi colaborador do site luso-brasileiro Passa Palavra escrevendo sobre educação, cinema, lutas sociais. Produz pequenas análises e algumas poesias. Anda por ai. .

Fonte: OBVIOUS

fevereiro 28, 2016

Umberto Eco, o professor que sabia tudo. Por Pepe Escobar (OUTRAS PALAVRAS)

PICICA: "Como semiólogo, ele zombou das redes sociais, dizendo que permitiram a invasão dos imbecis. Como romancista, notou que os velhos jornais “não são feitos para revelar, mas para encobrir notícias”"

Umberto Eco, o professor que sabia tudo


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Como semiólogo, ele zombou das redes sociais, dizendo que permitiram a invasão dos imbecis. Como romancista, notou que os velhos jornais “não são feitos para revelar, mas para encobrir notícias”

Por Pepe Escobar


Era uma vez na Renascença Italiana, intelectuais sérios erguiam os olhos para o polímata Pico della Mirandola, como “o último homem que sabe tudo”. Em nossa terra pós-moderna devastada, Il Professore (“o professor”) Umberto Eco (1932-2016) foi, pode-se dizer, o último homem pós-renascença que sabia tudo.

Filósofo, semiologista, professor de erudição épica, especialista em estética medieval, autor de ficção e não ficção, Eco oscilou gozosamente entre os papeis de “Apocalípticos e Integrados” – título de um de seus livros seminais (1964). O toque que é sua marca registrada é uma síntese deliciosamente erudita de trágico otimismo – como se fosse, ele, o sonhador erudito supremo.

Não só escreveu vários ensaios impagáveis de estética, linguística e filosofia e criticou em profundidade a midiaesfera global; foi também autor de ficção best-seller, de O Nome da Rosa (1980) – 14 milhões de exemplares vendidos – ao Pêndulo de Foucault (1988).

Antes de se tornar Il Professore, com status de ícone universal, Eco mergulhou fundo em Santo Tomás de Aquino, deixou de crer em Deus e separou-se da Igreja Católica (“Milagrosamente, Tomás de Aquino curou-me de minha fé.”) A tese de filosofia que apresentou em 1954 à Universidade de Turin – orientado por um mestre, Luigi Pareyson – estudava a estética de Santo Tomás.

Tiradas do caminho a culpa e as crucifixões – Eco estava pronto para se embrenhar pela avant garde. Opera Aperta (Obra Aberta) apareceu em 1962 – uma análise estruturalista da literatura baseada em James Joyce e que virou febre nas universidades de Paris a Berkeley nos anos 1960s e 1970s. O xis da questão era definir a arte. Eco propunha que a obra de arte traz uma mensagem ambígua, aberta a infinitas interpretações, porque muitos significados coabitam num único significante. Assim, um texto não é objeto acabado, mas “aberto”, que o leitor não pode apenas aceitar passivamente. O leitor tem de trabalhar também, para reinventar e interpretar o que leia.

Em 1971, Eco já ensinava ciências semióticas na faculdade de Letras e Filosofia de Bologna. Viu essa ciência experimental – lançada por Roland Barthes – como mais que um método; ela levou-o a experimentar além de todas as intersecções, entre culturas erudita e pop.

Bebendo freneticamente da cultura pop, Il Professore teria de acabar na TV, que se pôs a dissecar com milhão de bisturis; disso veio um coquetel tóxico de kitsch, futebol, cultura das celebridades, publicidade, moda – e terrorismo. O embrião desse frenesi crítico já estava ativado em Apocalípticos e Integrados.

A atitude apocalíptica da mídia-empresa reflete uma visão elitista e nostálgica de cultura; a atitude integrada privilegia o livre acesso aos produtos culturais, sem se preocupar com o modo como são produzidos. E foi o que levou Eco a propôr uma visão crítica de todos os meios da mídia-empresa, a qual, infelizmente, poucos tiveram coragem de aplicar.

Leia, e você viverá 5 mil anos

Eco foi leitor ávido, pelo menos dois jornais todas as manhãs. Adorava jactar-se de que vivia fiel à ideia de Hegel, de que ler jornais era “a oração diária do homem moderno”. E também escreveu para jornais – colunas e ensaios.

Como autor de ficção, foi totalmente pós-moderno. O pós-modernismo – infindavelmente discutido nos anos 1980s a-go-go – tentou estabelecer um pensamento crítico e irônico acima de toda a tradição de intertextualidade. Mas Eco sempre fez questão de destacar o quanto a própria noção de pós-modernismo era, ela mesma, confusa; na arquitetura, o pós-moderno não seguiu Le Corbusier; na literatura, não seguiu o nouveau roman, poderia até converter-se na escola crítica norte-americana aplicada à arte de narrar, baseada em Borges e Garcia Marquez.

Eco entendia que, se o pós-modernismo na literatura visasse a uma reflexão irônica sobre a pluralidade dos modos de narrar, a coisa toda teria de ter começado com Tristram Shandy, de Sterne, Cervantes e talvez Rabelais. Mas se James Joyce em Retrato do Artista quando Jovem é “moderno”, em Ulisses e Finnegans Wake/Finicius Revem é definitivamente pós-moderno.

Mais cedo ou mais tarde, Il Professore teria de se ver frente à frente com o Sábio Total, Borges. Chegou à conclusão de que Borges deu significado a uma tradição ainda mais ancestral; a outra face da avant-garde, com, de um lado as rupturas dos futuristas e Dada, pinturas monocromas e abstratas; e, do outro lado, o surrealismo.

O Nome da Rosa é o romance pós-moderno consumado. Eco provoca o leitor a cada página, propondo charadas sem parar, uma alusão, um pastiche ou mera citação, tudo semeado ao longo de uma trama antiga investigada por um monge franciscano, avatar de Sherlock Holmes. O livro pode ser lido de, pelo menos, três modos paralelos: pode-se seguir a intriga; pode-se seguir o debate de ideias; ou se pode seguir as dimensões alegóricas tecidas num jogo múltiplo de citações sobre citações, “livro feito de livros”. E é onde temos Eco, leitor consumado de Borges.

Seu livro mais recente, Número Zero (2015) também é tumulto. Passa-se em 1992 em torno de uma sala de redação imaginária – e dispara dardos por toda a sumarenta história política, jornalística, judicial e conspiracional da Itália moderna – do escândalo Tangentopoli ao Gladio da OTAN; dos escândalos da Loja Maçônica P2 ao terrorismo das Brigadas Vermelhas. Ninguém jamais escreveu um thriller sobre jornalismo vagabundérrimo; é tarefa que teria mesmo de caber a Il Professore. Seu Rosebud: “A questão é que jornais não são feitos para revelar, mas para encobrir as notícias.”

Faz sentido também que, no fim, Eco tenha-se recusado a publicar pelo colosso midiático italiano Mondadori-Rcs. Daí que iniciou uma nova aventura, a editora Nave de Teseo (Barco de Teseu). Il Professore observou que “Teseu é pretexto, um nome como qualquer outro. Teseu não importa. O que importa é o barco.” Mais uma pegadinha semiológica.

Leitor empenhado até o fim, Eco disse certa vez que “quem não lê, aos 70 anos terá vivido uma vida só. Os que leem terão vivido 5 mil anos. Ler é a imortalidade em retrospecto.”

Assim, faz sentido que haja um Eco póstumo – Pape Satan Aleppe –, que será lançado na Itália, dentro de poucos dias. O volume reúne as colunas que Eco publicou na revista L’Espresso interligados pelo tema da sociedade líquida e seus sintomas; como ele mesmo anunciou, “a crise da ideologia, da memória, das comunidades às quais se pertence, a obsessão com a autopromoção.” E o que significa o título? Eco explicou, risonho, que é “citação evidentemente dantesca que nada significa e, assim, é suficientemente ‘líquida’ para caracterizar a confusão de nossos tempos.”

What’s in a Name? O que há num nome?*

Depois de, recentemente, receber uma laurea honoris causa em Comunicação e Cultura das Mídias em Turin, Eco provocou uma tempestade midiática, ao ridicularizar as redes sociais.

Disse que elas “deram direito de expressão a legiões de imbecis que, antes, só falavam no bar depois de um copo de vinho, sem perturbar o ambiente social. Agora, têm o mesmo direito de expressão que um Prêmio Nobel. Os imbecis invadiram tudo.”

Estava, claro, certíssimo. Qualquer um submetido aos absurdos da internet reconhece agora o quanto e como “a TV promoveu o idiota da vila, em relação ao qual o espectador sente-se superior. O drama da internet é que promoveu aquele idiota da vila ao status de enunciador da verdade.”

Acrescente isso à “confusão dos nossos tempos” que só se tornarão ainda mais confusos agora que perdemos o Grande Alquimista – homem do riso, agitador, mistura de pensador multiplural, doido pelo texto e leitor perenemente apaixonado. E daí, que nunca lhe tenham dado um prêmio Nobel? Borges também foi ignorado.

A última frase de O Nome da Rosa é “stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus“. “A rosa que houve agora existe só em nome, só temos nomes nus.” É variação de um verso de De Contemptu Mundi, de Bernard de Cluny, monge beneditino do século 12. Agora, nomes nus ecoam ecos uns dos outros, sob a sombra benigna do Eco dos ecos.


* É verso de Shakespeare, em Romeu e Julieta, ato 2, cena 2





Pepe Escobar


Jornalista brasileiro, correspondente internacional desde 1985, morou em Paris, Los Angeles, Milão, Singapura, Bangkok e Hong Kong. Escreve sobre Asia central e Oriente Médio para as revistas Asia Times Online, Al Jazeera, The Nation e The Huffington Post.

Umberto Eco - o mestre (TEMPLO CULTURA DELFOS)

PICICA: "Umberto Eco (filósofo, semiólogo, linguista, historiador e escritor) nasceu em Alessandria, Piemonte, Itália, no dia 5 de janeiro de 1932 - faleceu em Milão Itália, no dia 19 de fevereiro de 2016. Filho de Giulio Eco e Giovanna Eco. Considerado um dos maiores estudiosos da ciência da comunicação, Umberto Eco iniciou a carreira acadêmica na Universidade de Turim, onde cursou filosofia medieval e literatura. Embora tenha recebido uma educação salesiana durante a adolescência, cuja ordem religiosa se refere em muitos de seus textos e entrevistas, o escritor abandona completamente a religião católica nessa fase de  estudos universitários.

Umberto Eco - o mestre




Umberto Eco - foto: (...)
Umberto Eco (filósofo, semiólogo, linguista, historiador e escritor) nasceu em Alessandria, Piemonte, Itália, no dia 5 de janeiro de 1932 - faleceu em Milão Itália, no dia 19 de fevereiro de 2016. Filho de Giulio Eco e Giovanna Eco.
Considerado um dos maiores estudiosos da ciência da comunicação, Umberto Eco iniciou a carreira acadêmica na Universidade de Turim, onde cursou filosofia medieval e literatura. Embora tenha recebido uma educação salesiana durante a adolescência, cuja ordem religiosa se refere em muitos de seus textos e entrevistas, o escritor abandona completamente a religião católica nessa fase de  estudos universitários.
No ano em que se forma em Filosofia, 1954, ingressa na rede de televisão estatal italiana RAI, em Milão, onde trabalha durante cinco anos como editor cultural. Nesse período, aproxima-se da vanguarda artística italiana, tornando-se amigo de pintores, músicos e escritores que posteriormente influenciarão de maneira decisiva a carreira literária do escritor.
Esse grupo constituiria alguns anos mais tarde o movimento que ficou conhecido por Gruppo 63, em alusão ao ano em que foi fundado por Umberto Eco, o poeta marxista Edoardo Sanguineti e o crítico literário Giorgio Manganelli, entre outros intelectuais, e que questionava o consumismo difundido pelos meios de comunicação de massa e criticava a sociedade capitalista contemporânea.
Após a publicação de seu primeiro livro, "Il Problema Estetico in San Tommaso" (1956, não editado no Brasil), uma ampliação de sua tese de doutorado, aprofunda seus estudos de estética na Idade Média por meio da obra "Arte e Beleza na Estética Medieval" (1959). Nessa época, trabalha como editor sênior de não-ficção na editora Bompiani, também em Milão, onde permanece  até 1975. Paralelamente, desenvolve durante quase 15 anos a função de professor assistente nas Universidades de Turim, Florença e Milão, tornando-se em seguida professor titular de Semiótica na Universidade de Bolonha, cargo que ocupou durante mais de trinta anos.


Umberto Eco - foto: (...)
Desde a década de 1960, tem atuado também como professor visitante de renomadas universidades estrangeiras, tais como New York University, Columbia, Yale, Cambridge, Oxford, Universidade de Toronto e Harvard, dentre outras, tendo recebido o título de Doutor Honoris Causa de mais de 30 universidades. É também colunista de diversos jornais italianos, tais como Il Giorno, Corriere della Sera e L'Espresso.
Os estudos do italiano foram divulgados inicialmente no Brasil por meio dos concretistas Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari. Um de seus livros mais conhecidos é "Obra Aberta" (1962), uma coletânea de ensaios que abordam a multiplicidade de interpretações possíveis às poéticas artísticas contemporâneas, tanto no campo da literatura quanto no da música e das artes plásticas. O ensaísta dedica-se também à problemática dos meios de comunicação de massa, tópica discutida em alguns artigos de "Diário Mínimo" (1963), e no livro "Apocalípticos e Integrados" (1964), cuja temática foi abordada durante o curso “Problemas de Comunicação de Massas”, ministrado pelo escritor no Brasil, em 1966.

Possui grande parte de sua obra dedicada ao estudo dos signos comunicativos, tais como em "Semiótica & Filosofia da Linguagem" (1984) e em "Os Limites da Interpretação" (1994), uma reflexão do mundo contemporâneo sob um viés semiológico, entre outros. Publica diversos livros e coletâneas de ensaios durante a década de 70, tais como "Viagem na Irrealidade Cotidiana" (1977) e "Como se Faz uma Tese" (1977), antes de começar a escrever romances.
Seu primeiro livro de ficção, "O Nome da Rosa" (1980), ambientado na primeira metade do século XIV,  é um romance histórico que se funde com a narrativa policial e desenvolve uma série de apontamentos teológicos e filosóficos, fruto da inegável erudição de seu autor. A obra tornou-se rapidamente um best-seller, tendo sido adaptada para o cinema pelo cineasta francês Jean-Jacques Arnaud. Além deste, publicou também os romances "O Pêndulo de Foucault" (1988), "A Ilha do Dia Anterior" (1994), "Baudolino" (2000), "A Misteriosa Chama da Rainha Loana" (2004) , "O Cemitério de Praga" (2010) e “Número zero” (2015).
:: Fonte: Acervo/Estadão. (acessado em 21.2.2016).


Umberto Eco - foto: Cristobal Manuel
OBRA DE UMBERTO ECO PUBLICADA NO BRASIL
Romance
:: O nome da Rosa (Il nome della rosa).. [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983; reedição 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010, 574p. 
 :: O pêndulo de Foucault. [tradução Ivo Barroso]. Rio de Janeiro: Editora Record, 1989; 2004; 7ª ed., 2015, 624p.
:: A ilha do dia anterior (L'isola de giorno prima).. [tradução Marco Lucchesi]. Rio de Janeiro: Editora Record, 1995, 496p.
:: Baudolino. [tradução Marco Lucchesi]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001, 461p.

Umberto Eco, por (...)
:: A misteriosa chama da rainha Loana (la misteriosa fiamma della regina Loana).. [tradução Eliana Aguiar]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005, 456p.
:: O cemitério de Praga (Il cimitero di Praga).. [tradução Joana Angélica d'Ávila]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2011, 480p.
:: Número zéro. [tradução Ivone Benedetti]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2015, 208p.

Edições de bolso (romances)
:: Baudolino. [tradução Marco Lucchesi]. Edições Bestbolso. Rio de Janeiro: Editora Record, 2012, 602p.
:: O nome da Rosa (Il nome della rosa).. [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. Edição revista pelo autor. Edições BestBolso. Rio de Janeiro: Editora Record, 2012.
:: O pêndulo de Foucault. [tradução Ivo Barroso]. Edições Bestbolso. Rio de Janeiro: Editora Record, 686p.
:: A ilha do dia anterior (L'isola de giorno prima).. [tradução Marco Lucchesi]. Edições Bestbolso. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007, 434p.
 
Contos e crônicas

:: Segundo diário mínimo (Il secondo diario minimo).. [tradução Sérgio Flaksman]. Rio de Janeiro: Record, 1994, 284p.
:: Diário mínimo. inclui o Segundo diário mínimo [tradução Joana Angélica d'Ávila]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2012, 406p.

Correspondência
:: Em que creem os não creem? (In cosa crede chi non crede?).. {autores Carlo Maria Martini e Umberto Eco}.. [tradução Eliana Aguiar]. São Paulo: Editora Record, 160p.


Ensaios de filosofia, literatura, linguística, comunicação, semiótica, arte e estética

Umberto Eco - foto (...)
:: Obra aberta: forma e indeterminação nas poéticas contemporâneas.. [tradução Giovanni Cutolo]. Coleção Debates nº 4. São Paulo: Editora Perspectiva, 1962; 1968; revista e ampliada. 10ª ed., 2015. 
:: A estrutura ausente. [tradução Pérola de Carvalho]. Coleção estudos, nº 6. São Paulo: Perspectiva, 1968; 7ª ed., 2013, 456p.
:: Apocalípticos e integrados (Apocalittici e integrati).. [tradução Pérola de Carvalho]. Coleção Debates, 19. São Paulo: Perspectiva, 1964; 1970; 7ª ed., 2015, 390p.
:: As formas do conteúdo. [tradução Pérola de Carvalho]. São Paulo: Perspectiva, 1971; 1974; 3ª ed., 2010, 192p. 
:: A definição da arte (La definizione dellarte).. [tradução José  Mendes  Ferreira]. Rio de Janeiro: Elfos; Lisboa: Edições 70, 1968; São Paulo: Martins Fontes, 1972; 1981. 
:: Como se faz uma tese (Come si fa una tesi di laurea).. [tradução Gilson Cesar Cardoso de Souza]. Coleção estudos, nº 85. São Paulo: Editora Perspectiva, 1977; 25ª ed., 2014, 232p.  
:: Tratado geral de semiótica. [tradução Antonio de Padua Danesi e Gilson Cesar Cardoso de Souza]. Coleção estudos, nº 73. São Paulo: Editora Perspectiva, 1975; 1980; 5ª ed., 2012, 304p.
:: Viagem na irrealidade cotidiana. [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2ª ed., 1984.
:: Conceito de texto. [tradução T. A. Queiroz]. São Paulo: Edusp, 1984, 213p. 
:: Pós-escrito a O nome da Rosa: as origens e o processo de criação do livro. [tradução Letizia Zini Antunes e Álvaro Lorencini]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 4ª ed., 1985.
:: Sobre os espelhos e Outros ensaios. [tradução Beatriz Borges]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, 345p.
:: Arte e beleza na estética medieval (Art and beauty in the middle ages).. São Paulo: Editora Globo, 1989, 224p.; reedição [tradução Mario Sabino]. Rio de Janeiro: Record, 2010, 368p.
:: Os limites da interpretação. [tradução Pérola de Carvalho]. Coleção estudos, nº 135. São Paulo: Editora Perspectiva, 1990; 2ª ed., 2012, 320p.  
:: O super-homem de massas. [tradução Pérola de Carvalho]. Coleção Debates, 238. 1ª ed., São Paulo: Editora Perspectiva, 1991, 192p.
:: Semiótica e filosofia da linguagem. [tradução Mariarosaria Fabris e José Luiz Fiorin]. Série Fundamentos. São Paulo: Editora Ática, 1991, 304p. 
:: Interpretação e superinterpretação. [tradução Mônica Stahel]. São Paulo: Martins Fontes, 1993, 184p.
:: Seis passeios pelos bosques da ficção. (conferências).. [tradução Hildegard Feist].  São Paulo: Companhia das Letras, 1994, 160p.
:: Cinco escritos morais (Cinque scritti morali).. [tradução Eliana Aguiar]. Rio de Janeiro: Editora Record, 1997, 128p.; 7ª ed., 2006.
:: Kant e o ornitorrinco (Kant e l’ornitorinco).. [tradução Ana Thereza B. Vieira]. Rio de Janeiro: Editora Record, 1998, 431p. 

Umberto Eco - foto: (...)
:: A busca da língua perfeita. [tradução Antonio Angones]. Bauru: Edusc, 2001, 458p. 
:: História da beleza (Storria della bellezza).. [tradução Eliana Aguiar]. São Paulo: Editora Record, 2004, 440p.; 2ª ed., 2015.
:: Entre a mentira e a ironia (Tra menzogna e ironia).. [tradução Eliana Aguiar]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006, 128p. 
:: Quase a mesma coisa. [tradução Eliana Aguiar; revisão técnica Raffaella de Fillipis Quental]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007, 492p.
:: História da feiura (Storria della brutezza).. [tradução Eliana Aguiar]. São Paulo: Editora Record, 2007, 454p. 
:: O signo de três: Dupin, Holmes, Peirce {organização Umberto Eco e Thomas A. Sebeok}.. [tradução Silvana Garcia]. São Paulo: Editora Perspectiva, 2008, 280p. 
:: A vertigem das listas (Vertigine della lista).. [tradução Eliana Aguiar]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010, 408p. 
:: Não contem com o fim do livro {autores Jean-Claude Carrière e Umberto Eco}.. [tradução Andre Telles]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010, 272p. 
:: A memória vegetal: e outros escritos de bibliofilia (La memoria vegetable). [tradução Joana Angélica d'Ávila]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010, 272p.; 2014.  
:: Lector in fabula: A cooperação interpretativa nos textos narrativos.. [tradução Attilio Cancian]. Coleção estudos, nº 89. São Paulo: Editora Perspectiva, 2011, 236p.
:: Confissões de um jovem romancista. [tradução Marcelo Pen]. 1ª ed., São Paulo: Cosac Naify, 2013, 192p.
:: Da árvore ao labirinto. [tradução Maurício Santana Dias]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2013, 608p.
:: História das terras e lugares lendários
[tradução Eliana Aguiar]. Rio de Janeiro: Record, 2013, 480p.

Infanto-juvenil


Umberto Eco - foto: AFP
:: A história de Os noivos. coleção Save the story. [tradução Eliana Aguiar; ilustrações Marco Lorenzetti]. São Paulo: Galera Record, 2012, 104p.

Entrevistas
BÉDARIDA, Catherine. Umberto Eco rememora a vida sob o fascismo. (entrevista).. [tradução Jean-Yves de Neufville]. in: Le Monde/Uol - Itália Oggi. Disponível no link. (Acessado em 25.2.2016).
CÉU E SILVA, João. Releia a última entrevista de Umberto Eco ao DN. in: DN, 19 de dezembro de 2015. Disponível no link. (acessado em 25.2.2016). 
CRUZ, Juan. Umberto Eco: “A Internet pode tomar o lugar do mau jornalismo”. El País/Brasil, 26.3.2015. Disponível no link. (acessado em 21.2.2016).
EXPRESSO. Umberto Eco - migração e refugiados (entrevista). Disponível no link. (acessado em 25.2.2016).
GIRON, Luis Antônio. Umberto Eco: "O excesso de informação provoca amnésia". Revista Época, 30.12.2011. Disponível no link. (acessado em 21.2.2016).
SALORT, Daniel López. Umberto Eco: Sobre Semiótica y Pragmatismo. (entrevista/tradução). Revista Observaciones Filosóficas. Disponível no link. (acessado em 22.2.2016). 


Umberto Eco en la Biblioteca del Monasterio de Silos - foto: Cristobal Manuel

AFORISMOS E CITAÇÕES DO LIVRO "O NOME DA ROSA" DE UMBERTO ECO

 "[...] pensara que todo livro falasse das coisas, humanas ou divinas, que estão fora dos livros. Percebia agora que não raro os livros falam de livros, ou seja, é como se falassem entre si. À luz dessa reflexão, a biblioteca pareceu-me ainda mais inquietante. Era então o lugar de um longo e secular sussurro, de um diálogo imperceptível entre pergaminho e pergaminho, uma coisa viva, um receptáculo de forças não domáveis por uma mente humana, tesouro de segredos emanados de muitas mentes, e sobrevividos à morte daqueles que os produziram, ou os tinham utilizado."
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



"[...] nem todas as verdades são para todos os ouvidos, nem todas as mentiras podem ser reconhecidas como tais por uma alma piedosa."
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



“Labirinto espiritual, é também labirinto terreno. Poderíeis entrar e poderíeis não sair.”  

- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


“Não sei de nada. Não há nada que eu saiba. Porém certas coisas se sentem com o coração. Deixa falar o teu coração, interroga os rostos, não escutes as línguas..."
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



“A biblioteca defende-se por si, insondável como a verdade que abriga, enganadora como a mentira que guarda”
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


"O bem de um livro está em ser lido. Um livro é feito de signos que falam de outros signos, os quais por sua vez falam das coisas. Sem um olho que o leia, um livro traz signos que não produzem conceitos, e portanto é mudo. Esta biblioteca talvez tenha nascido para salvar os livros que contém, mas agora vive para sepultá-los. Por isso tornou-se fonte de impiedade."
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


“Os monstros existem porque fazem parte do desígnio divino e nas mesmas horríveis feições dos monstros revela-se a potência do Criador. Assim existem por desígnio divino também os livros dos magos, as cabalas dos judeus, as fábulas dos poetas pagãos, as mentiras dos infiéis." 
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



“o livro é criatura frágil, sofre a usura do tempo, teme os roedores, as intempéries, as mãos inábeis. Se por séculos e séculos cada um tivesse podido tocar livremente os nossos códices, a maior parte deles não existiria mais. O bibliotecário portanto defende-os não só dos homens, mas também da natureza, e dedica sua vida a esta guerra contra as forças do olvido, inimigo da verdade.”
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



“Pode-se pecar por excesso de loquacidade e por excesso de reticência. Eu não queria dizer que é necessário esconder as fontes da ciência. Isso me parece antes um grande mal. Queria dizer que, tratando-se de arcanos dos quais pode nascer tanto o bem como o mal, o sábio tem o direito e o dever de usar uma linguagem obscura, compreensível somente a seus pares. O caminho da ciência é difícil e é difícil distinguir nele o bem do mal. E freqüentemente os sábios dos novos tempos são apenas anões em cima dos ombros de anões.” 
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



Umberto Eco - foto: (...)
“Mas deves aprender a distinguir o fogo do amor sobrenatural do delíquio dos sentidos. É difícil mesmo para os santos.” 
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


“O que é o amor? Não existe nada no mundo, nem homem, nem diabo, nem qualquer coisa, que eu considere tão suspeito como o amor, pois este penetra mais a alma que outra coisa qualquer. Não há nada que ocupe tanto e amarre o coração como o amor. Por isso, a menos que não tenha as almas que a governam, a alma cai, pelo amor, numa imensa ruína [...]"

- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


 

"Oh, o amor possui diversas propriedades, de início a alma se enternece por ele, depois cai enferma... Mas em seguida percebe o calor verdadeiro do amor divino e grita, e se lamenta, e faz-se pedra posta na fogueira para desfazer-se em cal, e crepita, lambida pela chama...” 
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


"[...] ela me beijou com os beijos de sua boca, e os seus amores foram mais deliciosos do que o vinho e ao olfato eram deliciosos os seus perfumes, e era belo o seu pescoço entre as pérolas e suas faces entre os pingentes, como és bela amada minha, como és bela, os teus olhos são pombas (eu dizia), e deixa-me ver a tua face, deixa-me ouvir a tua voz, pois a tua voz é harmoniosa e a tua face encantadora, deixaste-me louco de amor , minha irmã, deixaste-me louco com um olhar teu, com um único adereço de teu pescoço, favo gotejante são os teus lábios, leite e mel são a tua língua, o perfume do teu hálito é como o dos pomos, os teus seios em cachos, os teus seios como cachos de uva, o teu palato um vinho precioso que atinge diretamente o meu amor e flui nos lábios e nos dentes... Fonte do jardim, nardo e açafrão, canela e cinamomo, mirra e aloé, eu comia o meu favo e o meu mel, bebia o meu vinho e o meu leite, quem era ela que se erguia como a aurora, bela como a lua, fúlgida como o sol, terrível como colunas vexilárias?"
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


"E tudo foi escrito, sabeis? Foi escrito que muitas seriam as agitações nas castas, nos povos e nas igrejas; que se levantarão pastores iníquos, perversos, depreciadores, ávidos, desejosos de prazeres, amantes do lucro, prenhes de palavras vãs, jactanciosos, soberbos, gulosos, protervos, imersos em libidinagem, sequiosos da vanglória, inimigos do evangelho, prontos a repudiar a porta estreita, a desprezar a palavra verdadeira, e odiarão qualquer caminho de piedade, não se arrependerão de seu pecado, e por isso em meio aos povos espalhar-se-ão a incredubilidade, o ódio fraterno, a perversidade, a dureza, a inveja, a indiferença, o latrocínio, a embriaguez, a intemperança, a lascívia, o prazer carnal, a fornicação e todos os demais vícios."
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


"Do único amor terreno de minha vida não sabia, e nunca soube, o nome."
- Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


“Tu estás dizendo que entre desejar o bem e desejar o mal não há senão um passo, porque se trata sempre de dirigir a própria vontade. Isto é verdade. Mas a diferença está no objeto, e o objeto é reconhecível claramente. Aqui Deus, lá o diabo.” 

 - Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



Umberto Eco, en su casa en París en 2001.
“Porque eu me ocupo de retórica e leio muitos poetas e sei... ou melhor, creio que através da palavra deles são transmitidas também verdades naturaliter cristãs..."
 - Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



“Nós vivemos para os livros. Doce missão neste mundo dominado pela desordem e pela decadência. [...]."

 - Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


"O riso é a fraqueza, a corrupção, a insipidez de nossa carne. É o folguedo para o camponês, a licença para o embriagado, mesmo a igreja em sua sabedoria concedeu o momento da festa, do carnaval, da feira, essa ejaculação diurna que descarrega os humores e retém de outros desejos e de outras ambições... Mas desse modo o riso permanece coisa vil, defesa para os simples, mistério dessacralizado para a plebe."
 - Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



"O riso libera o aldeão do medo do diabo, porque na festa dos tolos também o diabo aparece pobre e tolo, portanto controlável. Mas este livro poderia ensinar que se libertar do medo do diabo é sabedoria. Quando ri, enquanto o vinho borbulha em sua garganta, o aldeão sente-se patrão, porque inverteu as relações de senhoria: mas este livro poderia ensinar aos doutos os artifícios argutos, e desde então ilustres, com que legitimar a inversão. Então seria transformado em operação do intelecto aquilo que no gesto irrefletido do aldeão é ainda e afortunadamente operação do ventre. Que o riso é próprio do homem é sinal do nosso limite de pecadores."
 - Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.



"O riso distrai, por alguns instantes, o aldeão do medo. Mas a lei é imposta pelo medo, cujo nome verdadeiro é temor a Deus."
 - Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


 "E o que seremos nós, criaturas pecadoras, sem o medo, talvez o mais benéfico e afetuoso dos dons divinos? Durante séculos os doutores e os padres secretaram perfumadas essências de santo saber para redimir, através do pensamento daquilo que é elevado, a miséria e a tentação daquilo que é baixo."
 - Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.


"A prudência de nossos pais fez sua escolha: se o riso é o deleite da plebe, que a licença da plebe seja refreada e humilhada, e amedrontada com a severidade. E a plebe não tem armas para afiar o seu riso até fazê-lo tornar-se instrumento contra a seriedade dos pastores que devem conduzi-la à vida eterna e subtraí-la às seduções do ventre, das pudendas, da comida, de seus sórdidos desejos."
 - Umberto Eco, em "O nome da Rosa". [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.

 
AFORISMOS E CITAÇÕES DE OUTRAS OBRAS DE UMBERTO ECO



Umberto Eco - foto: (...)

"Porque é verdade. Mas não penses que te censuro. Se queres transformar-te num homem de letras, e quem sabe um dia escrever Histórias, deves também mentir, e inventar histórias, pois senão a tua História ficaria monótona. Mas terás que fazê-lo com moderação. O mundo condena os mentirosos que só sabem mentir, até mesmo sobre coisas mínimas, e premia os poetas que mentem apenas sobre coisas grandiosas." 
- Umberto Eco, em "Baudolino". [tradução Marco Lucchesi]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001.


“O sequioso que ao dar com uma fonte precipita-se para beber não lhe contempla a Beleza. Poderá fazê-lo depois, uma vez satisfeito o seu desejo.”
- Umberto Eco, em "História da beleza". [tradução Eliana Aguiar]. São Paulo: Editora Record, 2004. 



"(...) chega a um momento em que a vanguarda (o moderno) não pode ir mais além, porque já produziu uma  metalinguagem que fala de seus textos impossíveis (a arte conceptual).  A  resposta  pós-moderna  ao  moderno  consiste  em  reconhecer  que  o passado, já que não pode ser destruído porque sua destruição leva ao silêncio, deve ser revisitado: com ironia, de maneira não inocente."
 - Umberto Eco, em "Pós-escrito a O nome da Rosa". [tradução Letizia Zini Antunes e Álvaro Lorencini]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 56-57.



Umberto Eco - foto: (...)
FORTUNA CRÍTICA DE UMBERTO ECO

ALVAREZ, Beethoven Barreto. As estruturas do pensamento latino: sob o ponto de vista de Umberto Eco. in: Anais do II Congresso Internacional de Letras Clássicas e Orientias - IL/UERJ, 2006. 
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Umberto Eco - foto: Francois Guillot - AFP
ANTONINI, Eliana Pibernat. Da ampliação do modelo semiótico textual à lá Umberto Eco. INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, Salvador BA, 1 a 5 set./2002. Disponível no link. (acessado em 22.2.2016).
ARAUJO, Vinicius Cesar Dreger de.. Honor Imperii: A legitimidade política e militar no reinado de Frederico I Barbarossa. (Tese Doutorado em História Social). Universidade de São Paulo, USP, 2011.
ARAUJO, Vinicius Cesar Dreger de.. Gesta baudolini - Umberto Eco, cultura erudita e cultura cavaleiresca na corte imperial de Frederico I Barbarossa. Caderno de Letras (UFPEL), v. 1, p. 129-151, 2014. 
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Umberto Eco en la Biblioteca del Monasterio de Silos 
  - foto: Cristobal Manuel
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Umberto Eco - foto: (...)
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ZUCCARELLO, Maria Franca. Fatores de uma tradução a tradução. Revista Italiano UERJ – Ano 1, v.1, nº 1, 2º semestre 2010. 


Umberto Eco em sua biblioteca - foto: Roberto Magliozzi

Umberto Eco e José Saramago, em Madrid


"Mas quando o escritor planeja o novo, e projeta um leitor diferente, não quer ser um analista de mercado que faz a lista dos pedidos expressos, mas sim um filósofo que intui as intrigas do Zeitgeist. Quer relevar o leitor a si próprio."
- Umberto Eco, em "Pós-escrito a O nome da Rosa". [tradução Letizia Zini Antunes e Álvaro Lorencini]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. 



DOCUMENTÁRIO/CONVERSAÇÕES


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 Umberto Eco, Sulla memoria: una conversazione - 2015. 
em três partes. Parte 02 - Parte 3. Regia di Davide Ferrario 
Idioma: Italiano - legendas em inglês



“Como é belo um livro, que foi pensado para ser tomado nas mãos, até na cama, até num barco, até onde não existam tomadas elétricas, até onde e quando qualquer bateria se descarregou. Suporta marcadores e cantos dobrados, e pode ser derrubado no chão ou abandonado sobre peito ou joelhos quando caímos no sono.”
- Umberto Eco, em "A memória vegetal: e outros escritos de bibliofilia". [tradução Joana Angélica d'Ávila]. São Paulo: Editora Record, 2011.


Umberto Eco  e a esposa Renate Range - foto: Leemage (2007)


Emanuele Eco - foto: Cezaro de Luca
Emanuele Eco, neto de Umberto Eco agradece avô por suas histórias
O neto de Umberto Eco, Emanuele, fez um discurso emocionado durante o velório do avô e afirmou estar "orgulhoso" pelo escritor. "Querido avô, queria fazer uma lista com todas as coisas que fizemos juntos nestes 15 anos, mas ela seria muito longa. Estou orgulhoso de você e é uma grande coisa ter um avô assim.   
Obrigado por suas histórias"
, disse o jovem. Ele ainda afirmou que "desde pequeno, lembro de seu afeto, de sua generosidade e de sua sabedoria e vi crescer sua inteligência e ironia - que nunca faltavam. Depois pelas músicas que vocês me fez escutar e por todas as coisas que você me transmitiu". Além de arrancar muitos aplausos pela emoção, a referência de Emanuele tem a ver com uma carta publicada por Umberto Eco no jornal "L'Espresso', há alguns anos, em que o avô pedia para ele "estudar a memória".
:: Fonte: JB Online/Agência ANSA. (acessado em 25.2.2016).



“[…] Dizem que os gatos, quando caem da janela e batem o nariz, não sentem mais os cheiros e, como vivem do olfato, não conseguem mais reconhecer as coisas. Eu sou um gato que bateu o nariz. Vejo coisas, entendo com certeza do que se trata, lá embaixo as lojas, aqui uma bicicleta que passa, lá as árvores, mas não… não os sinto em meu corpo, é como se tentasse enfiar o paletó de um outro.”
- Umberto Eco, em "A misteriosa chama da rainha Loana". [tradução Eliana Aguiar]. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005.


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Umberto Eco - foto: mindpress


"Moral: existem ideias obsessivas, nunca pessoais, os livros se falam entre si, e uma verdadeira investigação policial deve provar que os culpados somos nós" 
- Umberto Eco, em "Pós-escrito a O nome da Rosa". [tradução Letizia Zini Antunes e Álvaro Lorencini]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. 



Umberto Eco, by David Levine

"As ilusões caem uma após outra, como as cascas de uma fruta, e a fruta é a experiência."
- Umberto Eco, em "Seis passeios pelos bosques da ficção". [tradução Hildegard Feist]. São Paulo: Companhia das Letras, 1994, p. 20.




Umberto Eco - foto: divulgação
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Como citar:
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Umberto Eco - o mestre. Templo Cultural Delfos, fevereiro/2016. Disponível no link. (acessado em .../.../...). 
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** Página atualizada em 26.2.2016.



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