PICICA: A dica é de Célia Baqueiro.
"Por Marília Bacci
Sebastião Salgado.
Precisa falar mais alguma coisa? Bom, acho que vou falar então.
Para aqueles que não conhecem o Sebastião, ou Tião, como ficamos com vontade de chamá-lo depois de assistir ao documentário de Wim Wenders e Juliano Salgado, é fotógrafo há mais ou menos quarenta anos, e é bastante conhecido por nós pelas suas fotos dos mineiros em Serra Pelada.
E o documentário começa falando sobre isso mesmo, fotos que foram selecionadas e estão sendo contadas suas histórias pelo próprio Salgado. Depois disso vamos para as montanhas de Minas Gerais onde o fotógrafo cresceu, mas não ficamos lá, somos levados para outras montanhas, da Papua Nova Guiné, onde ele e seu filho estão caminhando com o povo papua e é possível ter o primeiro contato com a rotina de fotógrafo de Salgado.
A partir daí somos apresentados a toda a história de Salgado, desde sua infância até os dias de hoje, passando por seus primeiros trabalhos, a volta ao Brasil e sua viagem pelo interior do nordeste e os garimpos de Serra Pelada, suas passagens pelo mundo fotografando para Êxodos, até chegar as viagens para o livro Gênesis.
Todo a parte de perguntas do documentário foi feita por Wim Wenders, grande amigo do fotógrafo, e percebemos como Salgado se sente bem partilhando as histórias de suas fotos, sejam elas boas ou não, com um amigo.
Sentimos toda a empatia que o fotógrafo tem para as pessoas que ele fotografa, a facilidade em estabelecer uma relação com essas pessoas e como ele foi tocado por elas. Em certo momento Salgado diz: “Somos um animal feroz. Os humanos são um animal terrível”, e sabemos que a relação com seus retratados era grande o suficiente para lhe deixar extremamente triste vê-los naquela posição.
A trilha sonora do documentário é simples, apenas com sons que representam as fotografias que estão sendo mostradas. E não entenda simples como ruim, barata, a trilha é extremamente tocante e certa para os momentos, sem firulas.
Quando o documentário chega ao fim nem vimos que se passaram duas horas desde que ele havia começado e ficamos esperando mais histórias contadas pelo ótimo Tião.
cinemascope.com.br/criticas/o-sal-da-terra/"
Nenhum comentário:
Postar um comentário