junho 14, 2015

Movimento Independente Mães de Maio faz tréplica demolidora ao jornalista Gilberto Maringoni

PICICA: Gilberto Maringoni, quadro do PSOL-SP, saiu na defesa do PT e do Seminário Cidades Rebeldes. As "Mães de Maio", que considera o PSOL, uma 'tendência externa' do PT, faz uma tréplica demolidora ao citado jornalista e candidato do PSOL a governador de São Paulo em 2014, que qualificou o texto das "Mães de Maio", "A rebelião não será gourmetizada", de "infame, mentirosa, baixa" e outras baixarias. Clique no link Passa Palavra para ler o citado texto e entender o imbróglio.



  • Mov. Mães de Maio em 12 de junho de 2015 17:09 

    Caro Maringoni,

    Companheiro: a treta política não é(ra) com você…

    Porém… diante de nosso texto “A rebelião não será gourmetizada” (), o jornalista, cartunista e último candidato a governador pelo PSOL-SP em 2014, nosso companheiro Gilberto Maringoni – por quem nós sempre nutrimos muito respeito – qualificou publicamente a nossa nota de “infame”, “mentirosa”, “baixa”, “sectária”, “preconceituosa”, “maldosa”, “irracional”, “vergonhosa” e “covarde”.

    Firmeza.

    Maringoni: a nossa treta não é(ra) com você, muito menos com seu partido o PSOL – que é de esquerda realmente, nossos companheiros de várias lutas. Nossa treta não é com a imensa maioria dos palestrantes e participantes do Seminário, como deixamos bem claros, intelectuais e alguns poucos ativistas que tb são nossos companheiros. Nossa treta tampouco é com ninguém pessoalmente da Boitempo (à exceção do Sr. Emir Sader, que publicamente atiçou a Gaviões da Fiel – e a polícia, em mais de uma ocasião – a nos “enxotar” das ruas, entre outras patifarias). Aliás, a nossa rebeldia estava quieta em nosso canto: foi a Boitempo que resolveu fazer um seminário chamado “Cidades Rebeldes”, sobre as Jornadas de Junho, sem convidar o MPL nem quem mais estava nas ruas (e que emprestamos nossa vida e nossa luta ao título de um livro homônimo), enquanto convidou Lula e Haddad para serem as estrelas do evento. Nossa treta não é pessoal, é POLÍTICA – diante de uma operação polícia. Você não entendeu, Maringoni?

    Mas, já que você resolveu entrar na treta política, vamos ponto a ponto dos seus comentários:
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    Você diz: “Participo com muita honra deste evento, que julgo fundamental nessa quadra histórica em que vivemos. Veja a qualidade dos outros participantes. Veja os temas! Agora me diga: que editora comercial arrisca-se a fazer algo semelhante?”.

  • Ora, Maringoni… Maringoni… Se você, que tem décadas de militância e atualmente é do PSOL – Partido Socialismo e Liberdade, ainda não entendeu – ou finge não entender – algumas manobras POLÍTICAS rudimentares, fica difícil… Foi Delfim Netto quem afirmou, com todas as letras, ainda antes de Luís Inácio Lula da Silva ser eleito pela primeira vez em 2002, que “somente um político com o perfil (legitimidade) do Lula poderia salvar o capitalismo brasileiro” (Atualizada aqui: http://www.fabiocampana.com.br/2009/09/delfim-neto-diz-que-lula-salvou-o-capitalismo-brasileiro/). Você se lembra disso?

    Pois agora nos diga: quem tem o perfil ideal para ser um Capitão do Mato, Maringoni? Quem tem o perfil ideal para ser um Pelego – com legitimidade? Então, qual outra editora teria maior capacidade/legitimidade para promover um “red washing” em Lula/Haddad/PT, em cima das Revoltas de Junho/2013, se não a esquerdista Boitempo Editorial?

    Ainda assim você nos diz que não fizemos nada semelhante contra outras “editoras como a Record, a Objetiva, a Leya e outras, especializadas em obras de direita e em autores que ganham seu pão em blogues de lugares como Veja”.

    Maringoni: se você der um singelo Google, verá que a nossa treta – nas redes e nas ruas – com editoras como a Abril ou a Rede Globo (e os grupos político-econômicos que as sustentam) é tão grande e pesada que elas e seus articulistas, as Reginas Casés, Lucianos Hucks, José Júnior, Reinaldo Azevedos, Pedro Biais e Rodrigos Constantinos (dê um Google para cada um junto a nossa tag) – que falam literalmente sobre tudo – praticamente não ousam tocar diretamente em nosso nome: pois sabem que a caminhada aqui é responsa, sem rastros, e comprar a treta conosco os exporia demais, e eles não teriam como explicar massacres como p. ex. os Crimes de Maio – promovidos por seu maior contratante. Como dar visibilidade às Mães de Maio na revista Veja, se eles estariam noticiando a todo mundo o maior massacre estatal da história brasileira contemporânea? 

    Nossa luta, Maringoni, você deve acompanhar um pouco: é cotidiana a cada execução/chacina dos nossos, batendo de frente contra as Polícias Civis e Militares do estado de São Paulo (uma legião fascista com mais de 150.000 homens armados, na ativa); contra o Exército de Jacques Wagner e as Polícias de José Eduardo Cardozo (dezenas de milhares de homens, alto armamento – sobretudo contra favelas, e tecnologia de inteligência/monitoramento); todas as manobras do Executivo Federal para abafar a legítima luta pelo direito à memória, verdade e justiça das vítimas de ontem e de hoje (que nós somos solidários incondicionalmente); toda estrutura reacionária e hiperpoderosa do Judiciário, enfim: “é muita treta pra Vinícius de Moraes”, Maringoni. Com todo o respeito a sua trajetória, companheiro, você não tem a menor ideia das implicações que isso tem no nosso cotidiano… Não tem a menor ideia também da rede silenciosa e invisível que compõe o nosso movimento, de informação e autodefesa, composta por centenas de pessoas em todo o país (e no mundo), sobre a qual raramente comentamos. Mas que está na ativa aqui, ali, aí do lado, acolá. Muitos amigos pessoais seus, inclusive – que tb são nossos amigos. Nossa forma de auto-organização não corresponde aos padrões de partido, sindicato e movimentos sociais tradicionais com que você está acostumado, até porque bebe de outras tradições de resistência quilombista. E assim buscamos nos autoorganizar e reagir, com uma série de limitações tb, ao Terror da Democracia das Chacinas que estamos metidos.

    Passamos aos adjetivos que você utilizou em relação a nossa nota, Maringoni:

    “Mentirosa” – desafiamos que você aponte uma única “mentira” ou “meia-verdade” em nosso texto, Maringoni. Explicite-a e prove a mentira, por gentileza. A Boitempo organizou ou não um seminário intitulado “Cidades Rebeldes”, originalmente com o Lula abrindo com fala sobre as Jornadas de Junho, e o Haddad fechando sobre “as cidades rebeldes” (junto com o respeitável Harvey), ao mesmo tempo em que não convidou o MPL para falar da sua luta? Aonde NÓS estamos mentindo, Maringoni? 

    “Infame” – Sobre a “infâmia” que você nos qualifica, Maringoni… Não sabemos o que você entende por isto, mas como você se sentiria se a editora Perseu Abramo organizasse um seminário com o título “A Venezuela que se inventa” – nome de um dos seus livros -, não o convidasse para o evento, e em seu lugar chamasse Henrique Capriles para dissertar sobre a “luta sobre a invenção de uma Venezuela democrática”? Ou se a Boitempo amanhã resolver organizar um novo seminário chamado “Partido, Socialismo e Liberdade”, não convidar vocês do PSOL, e resolver chamar o Lula para abrir, e o Haddad para fechar o evento. Qual seria o seu sentimento e a sua reação diante dessas verdadeiras infâmias, Maringoni?

    Alguns integrantes de nosso movimento, inclusive, toparam colaborar recentemente para uma coletânea organizada pela Boitempo: imagina se daqui a dois anos resolverem organizar um Seminário sobre o tema, chamarem o fascista José Eduardo Cardozo para abrir, e o sionista Jacques Wagner para fechar, falando sobre o “anti-militarismo” e a “paz social”. Enfim…

    “Vergonhosa” – Infame e vergonhosa, Maringoni, nos desculpe, mas foi a sua postura durante Junho/2013, de qualificar como “terroristas” (http://www.viomundo.com.br/politica/gilberto-maringoni-cobrir-o-rosto-e-o-de-menos.html), citando Trotsky e tudo mais, os manifestantes Black Blocs que estavam nas ruas – ainda que você pudesse discordar em público de suas táticas (e só por isso não o criticamos mais publicamente à época), porém uma atitude POLÍTICA de sua parte que – ainda mais vindo de uma liderança da esquerda como você é, só botou mais lenha/legitimidade nas Políticas práticas e na Legislação Anti-Terrorista que já estavam em gestação pública na época – e todo mundo sabia. Ora, se até uma importante liderança do PSOL está afirmando que há “terroristas” nas manifestações, por que não agilizar as leis e as políticas práticas – de massacre dos ativistas? É muito curioso os momentos decisivos e as formas desastradas como você, Maringoni, resolve se manifestar publicamente – contra a extrema-esquerda…

    “Baixa” – Sobre a baixeza, Maringoni, que você tb nos qualifica. Você parece não achar baixa toda a operação política-ideológica feita pela editora que é da sua amiga – ao contrário, sente “honra” de participar da história. OK. Tampouco lembramos de você ter manifestado publicamente qualquer indignação quando o seu amigo Sr. Emir Sader resolveu tentar atiçar os integrantes da Gaviões da Fiel – e também a polícia – a “enxotar” nossos companheiros sem-teto das ruas onde estávamos protestando. Você não se indigna publicamente nessas horas decisivas, Companheiro. Mas, frente a nossa denúncia pública deste tipo de impostura e da operação lulista em curso, aí sim merece um indignado comentário público de sua parte. Tá certo, Maringoni.

    “Sectária” – Expressar claramente as diferenças em relação às manobras lulistas, colocar os pingos nos Is chamando a nova direita por seu devido nome, e riscar o chão de forma nítida, é qualificado por você como “atitude sectária”. Sectária em relação ao que e a quem? Já a postura cotidiana de governistas doentes, como o seu amigo Sr. Emir Sader, não merecem o mesmo adjetivo (“sectário”) de sua parte. Análise POLÍTICA ou amizade pessoal? Não à toa Sader saudou publicamente a substituição de Vladimir Safatle – da “Esquerda que não teme dizer o seu nome” – pelo seu nome como candidato a governador pelo PSOL-SP nas eleições de 2014, como um indício de que então ocorreria uma “elevação do debate” – e, como a figura não dá ponto sem nó, uma “elevação” para os fins do Campo Majoritário do PT, obviamente.

    “Preconceituosa” – Repetimos que em nosso texto só há pós-conceitos (amadurecidos em mais de 12 anos de PT à frente do Governo Federal, encarando/mapeando cada uma das estratégias torpes do lulo-petismo), e desafiamos novamente você, Maringoni, a apontar alguma mentira do texto. Onde está a “mentira” ou o “pré-conceito” no texto, e a sua contraprova?! Maringoni: não só a você, mas a todos os demais que quiserem entrar nesse debate-papo ou nessa treta – todos muito bem-vindos, pois a (auto)crítica precisa avançar e muito em relação a todos nós: sugerimos que entrem preparados, pois nós estamos preparados e com disposição para aprofundá-la – em prol da rebeldia e da esquerda verdadeira. Um seminário internacional sobre o tema “Cidades Rebeldes” deve(ria) se propor a fomentar a reflexão sobre as lutas da cidade e a rebeldia, e é o quê nós estamos buscando honestamente com este texto. Nós simplesmente nos levantamos rebeldemente diante de uma manobra claramente vil, e até aqui simplesmente dissemos: “não façam mais isto”. Ponto.

    “Maldosa” – Maldosa, a nosso ver, foi a intenção dos organizadores do Seminário de imporem – goela à baixo – os nomes de Lula e Haddad para abrir e encerrar um Seminário que tem como tema central as Jornadas de Junho de 2013. Maldoso é insistir, “nesta quadra da história”, que Lula ainda seja parte “das esquerdas”, e não chamá-lo pelo devido nome: direita. Mas enfim…

    “Covarde” – Você não acha covarde pessoas que se autodenominam de “esquerda” instigarem torcida organizada e a própria polícia a reprimir quem estamos cotidianamente nas ruas – foram centenas de presos, milhares de feridos, gente que ficou cega, alguns mortos -, e menos de 2 anos raptarem essa luta em seu nome – pois agora convém – e falarem como se estivessem alinhados a ela, “por uma esquerda democrática”. Maringoni: nós estamos cotidianamente nas ruas, sabemos quem é quem – só agora em Maio/2015 foram mais de 10 atos públicos de rua, mas afora o período eleitoral nós não vemos essas pessoas nas ruas, muito menos naqueles atos realmente de esquerda. Uma rebeldia contra a qual eles ajudam a mobilizar o exército e polícia. Se Lula e companhia tivessem se mobilizado sem-covardia para liberar nosso companheiro Rafael Braga Vieira, preso covardemente desde Junho/2013 por portar um Pinho Sol, na mesma medida em que estão se mobilizando para tentar garantir a liberdade dos empreiteiros presos pela Lava-Jato… Agora querem falar em nosso nome, da nossa rebeldia e dos nossos?! Não vira! “Covardia”, para nós, também é um conceito prático que tem recorte de raça e de classe.

    “Irracional” – Irracional, a nosso ver, é depois de tanto tapa na cara e vacas tossindo sucessivamente, a cada 2 anos, nos últimos longos 12, continuar a respaldar / legitimar o discurso de que o PT (totalmente controlado pelo Campo Majoritário) ainda seja parte da real esquerda ou das esquerdas. Como você, Maringoni, infelizmente faz de forma reiterada, nos momentos decisivos (não estamos nos referindo sobre o período inter-eleitoral quando você produz críticas e charges mais radicais e interessantes, muitas das quais você sabe que nós utilizamos e divulgamos em nossos materiais). Nos referimos aos momentos eleitorais decisivos, que são os únicos que importam para a alta burocracia do PT: você Maringoni, mais uma vez, durante as eleições do ano passado 2014 (http://www.cartacapital.com.br/politica/o-inimigo-e-a-velha-direita-e-nao-o-pt-diz-candidato-do-psol-em-sp-3839.html). O PT expulsou sumariamente – nos idos de 2003-2004 – os fundadores do seu atual partido, Maringoni, e o Lula comandou todo este rito! Lula jamais atendeu os pedidos de reunião com o nosso movimento enquanto era presidente, mesmo após mais de 500 assassinatos comprovados em apenas uma semana, ao mesmo tempo em que se deu ao trabalho de visitar pessoalmente o ditador Romeu Tuma quando este estava para morrer (http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/09/lula-visita-romeu-tuma-em-hospital-de-sao-paulo.html). Se não é irracionalidade de sua parte insistir em chamar de “esquerda” lideranças burocráticas e centralizadoras que comandam ritos sumários de expulsão de dissidentes e passam pano para torturadores, ou é sadomasoquismo, ou é má-fé. Nossa concepção de esquerda não é nem stalinista nem sadomasoquista. 

    Em suma, companheiro Maringoni: se o PT é a exquerda que a alta-direita gosta, o PSOL de Maringoni – com posturas públicas como a que você está tendo, mais uma vez, nesta polêmica – é a protoesquerda que o PT adora. Uma espécie de “tendência externa” (diferente de outros PSOLs, como o do Rio de Janeiro, que não temem dizer o seu nome e a sua diferença substancial em relação ao PT), extremamente funcional para garantir uma reserva de mercado eleitoral a alguns ex-petistas, chegar a no máximo 2-3% dos votos nos 1ºs turnos, e então legitimar/reforçar o apoio ao “voto útil” (crítico?) no PT, como eterno “mal menor”, nos segundo e decisivos turnos que realmente interessam de cada eleição. O Emir Sader e a alta cúpula do PT – para quem ele trabalha – agradecem. A banca agradece. Soma e segue.

    Maringoni, de uma vez por todas: a treta não é pessoal com você, pois apesar dos seus inúmeros erros estratégicos e a fragilidade da sua atuação política, você – como muitos outros companheiros da base do próprio PT – está na mesma Margem Esquerda que nós estamos. Nossa treta POLÍTICA fundamental tampouco é com a Boitempo, uma editora que é instrumentalizada e a alta-cúpula do PT tenta transformar numa correia de transmissão a mais – ainda que bastante refinada –, via Emir Sader, para os fins políticos de perpetuação do lulismo, mistificando portanto o que seja a esquerda real, e hegemonizando a exquerda (esta nova direita prática) no Brasil.

    É em nome do que aprendemos e sabemos estar do mesmo lado da grande dos debatedores do Seminário Internacional (incluindo você, obviamente), em defesa também do legado crítico de vocês que a gente propôs esta reflexão coletiva e publicamente.
    Maringoni, como diz um finado maloqueiro: “o certo é o certo, não é o errado, nem o duvidoso”. Nossa ideia e nosso papo sempre foram retos e respeitosos com tod@s @s verdadeir@s. Como você nunca foi diferente. Apenas não admitimos tiração, nem com as nossas lutas, nem com os nossos militantes e demais companheiros, muito menos com a memória de nossos mortos.

    Se quer paz, Compa, queremos em dobro.

    Respeitosas saudações,

    Movimento Independente Mães de Maio

    PS – Em seu comentário na nossa página de Facebook, Maringoni, você fez uma outra insinuação infame, sugerindo que haveria quem se “escondesse atrás de uma firma coletiva” para fazer “arrazoado vergonhoso”. Um dos grandes problemas da esquerda – intelectual, sobretudo – foi ter perdido a capacidade de se envolver / se entregar a projetos coletivos. Muitas dessas pessoas, que não é o seu caso, Compa Maringoni, mas que estão mais preocupadas em zelar por seu nome pessoal (profissional e carreira) do que pelos efetivos interesses coletivos dos trabalhadores. Talvez essas pessoas já tenham desaprendido como elaborar um texto a várias mãos, a partir do ponta-pé inicial de alguém ou alguéns, e este texto passar pela edição coletiva e troca de versões/complementos que, hoje, a internet possibilita. No caso deste texto sobre o seminário, após discussão prévia das linhas gerais (que vinha desde muito antes de termos sido convidados pro seminário, conforme a gente antecipou numa atividade na USP), cerca de 8 pessoas – entre companheiros de nosso movimento e a opinião/complementos de compas de movimentos autônomos aliados, e até de um psolista e de um petista (ambos tb próximos a você). Obviamente, em comum acordo entre todos, que se trata de uma colaboração entre irmãos e irmãs da mesma trincheira, mas que a assinatura e responsabilidade sobre estas intervenções específicas recaem exclusivamente ao coletivo que assina a nota / comentário. Nós.

    Mas, implícita na sua insinuação está algo mais grave, que diz respeito à leninista subestimação da capacidade de elaboração/crítica coletiva e atuação política de certas organizações e militantes populares. Sobre isso a gente pode conversar melhor noutra mão (vamos acompanhar atent@s se você ou alguém mais avançará o sinal da infâmia neste sentido), mas sugerimos que você assista desde já o filme “Apelo”, concebido, escrito e dirigido por nossa coordenadora Débora Maria junto à nossa companheira artista plástica Clara Ianni (https://vimeo.com/123255444), após muitas discussões coletivas preparatórias entre tod@s nós. Um vídeo-documentário cuja longa narração, após a escrita coletiva, foi tb decorada de cabo a rabo pela Débora – que atua no vídeo – e virou arma política-discursiva em nossos atos, como pode-se ver aqui a Débora recitando todo o texto decorado para o filme e para a nossa luta cotidiana nas ruas: https://www.youtube.com/watch?v=hEMBUCnibA0

    Nossos mortos têm voz, Maringoni, redobram as nossas vozes, e multiplicam a nossa força. Um último Apelo: Respeite-nos, por gentileza, até porque estamos na mesma Margem Esquerda da racializada luta de classes no Brasil. 

    *** Na medida do possível, responderemos a todos os comentários relevantes AQUI sobre esta importante polêmica, mas nossas respostas demorarão pela nossa troca de ideias/versões para cada uma delas. A primeira que conseguimos fechar um bom recorte foi esta aqui, mas na medida do possível vamos dialogar com todas as demais relevantes. Saudações a tod@s verdadeir@s!

    Fonte: Passa Palavra
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