abril 25, 2008

Cantiga de Lavadeiras

Poeta Anibal Beça

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CANTIGA DE LAVADEIRAS

Aníbal Beça ©

Água limpa lava a alma
Enquanto lavo essas roupas
Manchadas manchas do mundo
Sabão, anil não se poupa

Marcas que vão desbotando
Tão lisas que nem garoupa
Vestes batidas nas pedras
Sabão, anil não se poupa

Saudade é mar português
Minho com suas cachopas
É sal dos olhos nas águas
Sabão, anil não se poupa

Águas doces águas claras
Espumas que viram sopa
Do sujo e do mal lavado
Sabão, anil não se poupa

Fulucas fiando fofocas
Nas línguas à queima-roupa
São candocas solteironas
Sabão, anil não se poupa

O canto das lavadeiras
Nas mãos segredos repousam
É água que lava e leva
Sabão, anil não se poupa.
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