PRIMEIRO ROUND
Aníbal Beca ©
Caminho o transitório bem tranqüilo
por que me soube, desde muito cedo,
flecha veloz, arco e alvo, num estilo
de quem despe o taxímetro do enredo
numa velocidade sem sigilo.
Nunca o subterfúgio. Nunca o medo.
Pelo menos aquele com vacilo
de transgredir. Não. Nem me sei rochedo.
Meu corpo alberga o frágil nesse asilo
em que só vencedores têm lugar.
Sou campeão de perdas.
Foi cochilo,
creio, me ter um sócio do bazar
de Fernando Pessoa. Sim, pugilo
pelos ringues, no entanto, sem ganhar.
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ÚLTIMO ROUND
Anibal Beça ©
O vento que de verde tudo varre
não varre esta floresta onde eu habito.
Espana roxas nódoas de um espárringue
que sou eu mesmo a rir por esses ringues.
Porradas que me dou? Mero detalhe,
de quem passou a vida sem ter sido
sendo, o sabido súdito do anárquico.
Não fui, não sou, não quero ser doído.
O menestrel choroso? Este não vale,
perdeu-se pelos socos de outras divas
em noites desbotadas na paisagem.
Mas então, o que fica dessa trilha?
Ora, amigo, nocautes dessa aragem
varrida nos cruzados descaminhos.
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