abril 28, 2008

LUMINE

LUMINE

Aníbal Beça ©


Como quem rabisca calçadas remotas
escrevo com os cacos da nossa infância.

Tu tinhas a palidez ruborizada dos anjos
e eu as mãos trêmulas de um tocador de harpa.

Tudo era sacro em céu profano.

Deitados tínhamos nossa própria luz
as sombras nossos lençóis
e o escuro era o mundo de fora.

Essa memória que me assalta
por um instante ilumina tua boca e a minha
úmidas do primeiro orvalho.

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