abril 13, 2008

Classificação indicativa: deputado federal pelo Amazonas bota lenha na fogueira

Deputado Federal Marcelo Serafim - PSB-AM

Retrocesso “Concordo que a classificação indicativa tem que ser validada e levada a sério, mas atrasar a programação (de TV) é voltar ao passado”. Do deputado Marcelo Serafim (PSB), que sugeriu que o Governo do Estado recorra ao STF para derrubar a medida. É briga com os psicólogos. (Coluna Sim & Não - jornal A Crítica - Manaus-AM, 13 de abril de 2008).

De volta ao passado - Nos anos 1990, constava da grade da programação da TV Bandeirantes filmes eróticos no horário adequadíssimo das 23h00. Digamos que a programação respeitava a classificação para o horário. Bom para os estados da federação com o mesmo fuso horário de Brasília. Como diriam os franceses, la merd sobrava para os estados com 1 ou 2 horas a menos. Para ficar em dois exemplos apenas: o Amazonas assistia filmes pra lá de picantes às 22h00 e o Acre às 21h00. Durante a vigência do horário de verão, o escracho era ainda maior. A cena era patética: cenas de sexo oferecida para o Amazonas às 21h00 e para o Acre às 20h00.

De volta para o futuro - Eis que o futuro chegou e o Ministério da Justiça finalmente estabeleceu nova classificação para programação de TV. As grandes emissoras estão tiririca e partiram para a retaliação. A sociedade civil organizada vinha reclamando dos excessos contidos na grade de programas da TV brasileira.

Estabelecer uma nova programação contraria os interesses financeiros dos grupos proprietários de TV. Uma nova grade exige investimentos, contratação de pessoal; de quebra, ainda ajuda as TVs locais a ter sua própria programação, e de uma vez por todas os estados deixam de ser reféns de padrões culturais impostos por grupos dominantes.

O deputado federal Marcelo Serafim é um homem inteligente e sabe o que está em jogo. Defender interesses patronais contrários aos interesses da sociedade civil organizada não faz parte de programas de governos socialistas, como o representado pelo prefeito de Manaus Serafim Corrêa - seu pai, e principal liderança do PSB -, a menos que se trate de uma convicção pessoal, o que, no limite, é respeitada no interior das organizações partidárias que ainda não se dedcidiram pela matéria. Neste caso, não apenas os psicólogos sairão em defesa das medidas instituídas pelo Ministério da Justiça, como todos os segmentos organizados da sociedade civil se manifestarão contra a opinião de um parlamentar cujo mandato se põe contra a abertura do mercado televisivo para a contratação de centenas de trabalhadores do campo da comunicação, do entretenimento e das artes.

Lapsus linguae - A nota redigida para o blog do deputado Marcelo Serafim revela um intrigante lapso linguístico: Sobre este assunto, Marcelo Serafim ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados e rechaçou a medida: “Quero deixar claro a minha discordância com essa portaria do Ministério da Justiça. Nos debates em torno da discussão, quanto ao mérito da portaria, nós, amazonenses (nós quem, cara-pálida, sou amazonense e não fui consultado - azulito meu), fomos contrários à medida. E, num lance ditatorial, o Ministério da Justiça baixou a portaria. Que o Ministério da Justiça desista dessa portaria”, enfantizou (o vocábulo contém indícios reveladores para os iniciados no saber psicanalítico) o parlamentar. Postado por Gilson Araújo, da assessoria de comunicação.

É isso ai! E la nave va.

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