Nota do blog: A viagem que fiz para Rio Branco, a convite da Central de Articulação das Entidades da Saúde e da Associação dos Pacientes e Amigos da Saúde Mental, é daquelas para ficar na memória e render muitas histórias na velhice. Ali conheci um deputado federal que enfrentou o dispositivo psiquiátrico, superando-o. Conheci a força moral de Maria, vice-presidente da APASAMA. Conheci os artistas plásticos Regina e Nelson. Reecontrei um velho companheiro de luta - Eduardo -, agora como vice-prefeito de Rio Branco. Reencontrei o mitológico Abrahim Farah, de quem tenho o privilégio da amizade. Revi Sandra Ortiz. Recebi tratamento fraterno dos integrantes da CADES: Verônica, Mayra e Jardel. Mas foi o encontro com Márcia - aqui sob o olhar do psicólogo Fabiano, a quem tive o prazer de rever depois das comemorações dos 20 anos de Luta Antimanicomial, em Bauru-SP - que mais me tocou. Explico. Márcia viveu a experiência do fechamento do Hospital Anchieta na administração petista de Telma de Souza, quando Davizinho Capistrano Filho era o Secretário de Saúde do Município de Santos. Foi um privilégio ouvir as histórias de Márcia que conviveu com militantes históricos da Reforma Psiquiátrica, em seus tempos pioneiros. Gente como Roberto Tykanori, Antonio Lancetti, Fernanda Nicácio, entre outros. Considerando que os avanços da saúde mental ainda são tímidos em Rio Branco, o "governo da floresta", do PT (que administra o Estado e o Município), só não avança se não quiser com tantos talentos que escolheram o Acre como lugar para viver. Márcia vive com o marido e dois filhos em Rio Branco; ambos são assistentes sociais. Fosse eu autoridade de sáude, instituiria urgentemente um grupo tarefa, que entre outras ações teria a responsabilidade de realizar um ciclo de estudos e palestras entre estudantes - universitários ou não - para ouvir as histórias da santista Márcia sobre como o Brasil tornou-se referência internacional depois da experiência de Santos na luta por uma sociedade sem manicômios. Na fotografia, estamos no Mercado da cidade, à beira do Rio Acre. Um belo lugar, que lembra o Recife antigo. A administração pública fez um magnífico trabalho de restauração do patrimônio público dessa região. Pra mim, o lugar deveria chamar-se Parque Edunyra Assef. Depois explico o porquê.
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