PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
outubro 10, 2008
Para o Relicário da Clínica Enfance
Nota do blog: No post anterior saudei @s companheir@s da Associação Pro Reintegração Social da Criança, cujo nome de fantasia é a cara do nosso preceptor Oswaldo Di Loretto: Comunidade Terapêutica Enfance, e que fará 40 anos de existência em novembro próximo. Quando colocamos os pés na sede da Comunidade, no Largo Sete de setembro, em Diadema-SP, em 1978, nem eu nem o saudoso companheiro Humberto Marouelli de Mendonça imaginávamos que iríamos conhecer o pai da psiquiatria democrática Franco Basaglia (até hoje a maioria dos "historiadores" da Reforma Psiquiátrica omite o papel da Comunidade Terapêutica Enfance na vinda do psiquiatra italiano ao Brasil, um marco na trajetória da luta por uma sociedade sem manicômios). Sequer passava em nossas cabeças que iríamos estar próximo do olho do furacão com as greves dos metalúrgicos em São Bernardo, movimento que evoluiu para a criação do Partido dos Trabalhadores (Beto participou da sua fundação em Diadema; eu, em Manaus). Voltei para o Amazonas em 1978, perdemos o Beto em 1981, depois perdemos Michel Schwartzchild, o mundo girou e a Comunidade Terapêutica se inseriu definitivamente no campo da atenção em saúde mental para crianças. Sabem todos @s companheir@s que deixei para trás, como foram sofridos aqueles dois anos longe dos meus familiares, em especial do meu primeiro filhote (aqui visto em fotografia de 1982, quando já havia nascido meu segundo filhote, em 1981). Ofereço para o relicário da Comunidade Terapêutica Enfance esta singela lembrança, em especial aqueles que me cobriram de afeto capaz de minimizar a dor da ausência das pessoas queridas de nossas vidas. Por sua vez, foram esses filhotes que atuaram como bálsamo para aliviar minha alma saudosa da gente que conheci nos anos de formação em psiquiatria social no estado de São Paulo. A luta e a vida continuam. Vida longa para a Associação.
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7 comentários:
Fui interno da Comunidade no ano de 1978. Tenho muito boas recordações de la... Lembro-me de alguns nomes. Contribuiu muito para minha infancia, apesar de ter algumas ressalvas... Mas tenho saudades... Josue - Sao Paulo
Fui interno lá também no ano de 79 e conheci o Humberto Mendonça e fiquei muito triste qdo vi a noticia de sua morte.
Eu era o famoso Conde!
Além do Humberto, conheci a Maria Lucia, João Papaterra, Tânia dentre outros. Aprendi muito por lá tbm e gostaria de reencontrar essa turma toda.
Pessoal fui interno em Diadema nos anos de 78 e 79, me lembro da Wanda, baixinha, Valdir,Jose, Vera, Ivana, quero aqui deixar o meu depoimento da importancia desse processo na minha vida e o quanto hj ele foi importante para os meus resultados, oBrigado CTE e os desbravadores que iniciarão esse projeto eu me chamo Vlamir Sartori meu e-mail é vlamirsartori@uol.com.br e na minha epoca como pacientes tinhamos, Wilson, Pedro, Dumbinho, Eduardo, Tininim, Renato de Goias.
Eu tb fui interna da comunidade entre 09/1976 a 12/1977.
Sonhei e ainda sonho com aquele lugar. Tenho vontade de ir até Diadema, entrar la, viajar no tempo e sonhar...sonhar...ah, quanta saudades!
Como eu poderia me esquecer das pessoas que me ajudaram muito, fazendo-me crescer, como ser humano?...
Dilson, Wanda, Vera, Márcia(girino), Ivana( Maga patalógica), baixinha, Claudinha, Valdir, Volúnia, Ziza, Tânia, Joinho, João Papaterra (Johnny), Heloísa, Mauro, Tili e muitos outros... sem contar o Expedito e seu cavalo e o alemão, que consertava nossas camas qdo quebravam rs
Adoraria poder reunir essa gente toda.
Eu era a Cris,(Crica), do grupo das grandes. Jamais me esqueci de amigas as quais deixei, após minha alta; Valéria, Mirela, Marta, Helena e etc...
Quem souber o paradeiro dessas pessoas(assistentes) tão queridas, peço que me ajude a reencontra-los.
Meu e-mail é: giorgi@uol.com.br
Oi Rogélio, ontem comecei a pesquisar sobre a Comunidade Terapêutica Enfance e encontrei seu blog. Fiquei muito feliz em reencontrar alguém daqueles tempos duros porém maravilhosos do qual fiz parte e que me ajudaram a melhorar como ser humano. Eu sou a Mirella, lembra de mim? Era uma "Enfant Terrible" do grupo das grandes. Sou psicóloga e moro em São Paulo. Estou com 49 anos!! Cheguei a fazer análise por alguns anos com o nosso saudoso Michael Rainer Schwarzchild. Não tenho mais contato com ninguém desta época. Sinto saudades da Wanda, Ziza,Baixinha, Vera, Waldir,Tânia, Papaterra, Volúnia,Tilli, Joinho, Paulo Barnabé, Edu, e claro, nosso eterno Humberto, que aliás era o médico do meu grupo. Um grande abraço para você!!
Caramba! Marcaram encontro no meu blog? Lembro de quase todos. Claro que me lembro de vc, Mirella! Estou com 61 anos de idade. Lamento informar que o nosso Paulo Barnabé - Paulão, faleceu em dezembro de 2013. Bom saber que vc faz parte do campo da saúde mental. Quem esteve em Manaus, há dois anos passados, foi o Fernando Casadei, administrador da Comunidade Terapêutica, atualmente aposentado como professor universitário. Saudades daquela época, apesar dos sofrimentos, sobretudo a perda do meu inesquecível amigo Humberto Mendonça. Um forte abraço pra vc.
Anônimo disse: estive na CTE de abril de 1975 até o final do mesmo ano, conheci quase todos os assistentes mencionados acima (90%). Era do grupo dos grandes. Pelo que vejo nos posts, acho que sou o mais antigo interno a comentar aqui. Alguém se lembra do médico psiquiatra Camilo? Abraço à todos... que saudades...
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