Oleo do Diabo
Nem tão feliz assim
Posted: 02 Oct 2008 06:25 PM CDT
Se o filme do Matheus Nachtergale, Festa da Menina Morta, peca por excesso, a mesma característica faz de Feliz Natal, primeiro longa-metragem de Selton Mello, uma obra-prima. O jovem ator – agora diretor - conseguiu encontrar um ponto-de-equilíbrio no próprio excesso, criando contrastes que se harmonizam num mesmo poema visual. A mansão burguesa, a favela, a família destroçada moralmente, jovens sem expectativa, a velha alcóolatra e suicida, o menino inocente, a culpa: os contrastes são pintados na tela com espantosa naturalidade. Não há guerra de classe, nem injustiça social, nem perversão, nem banditismo, os surrados recursos preferidos do cinema brasileiro. Com esse filme, Selton Mello, o garotão zona-sul, o global, o menino das novelas, o queridinho das meninas, alinha-se decididamente ao lado cosmopolita, urbano e humanista do nosso audivisual. Eu falava de excessos. O filme é excessivo, mas desta vez no bom sentido. Lula Carvalho, diretor de fotografia, consagra-se nesse filme como número um no país, superando inclusive seu pai, Walter Carvalho. O visual do filme tem o ritmo de uma trilha sonora feita por Hendrix, a loucura de um poema de Dylan Thomas, a paixão mórbida e sensual de um Luis Felipe Noe.
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