Jornal Amazonas em Tempo
Companheiro presidente,
Parabéns pela vitória. Bem disseste, ontem em cadeia nacional: "Vitória do povo brasileiro!".
Nós, da Luta Antimanicomial do Amazonas - estado que comparece com apenas três Capsizinhos (um na capital e dois no interior) entre os mais de 900 existentes no país -, tudo faremos para ampliar a rede de serviços substitutivos ao manicômio. Mas, por favor, nas futuras Conferências de Saúde não mande um ministro que omita o tema saúde mental da pauta do debate público, como o fez Humberto Costa na IV Conferência de Saúde do Estado do Amazonas, em 2003.
Queremos definições concretas de apoio à implantação de uma rede de atenção diária à saúde mental; queremos apoio no processo de formação de um novo perfil de trabalhador em saúde mental; queremos maior participação do Ministério da Saúde frente às demandas da nossa região.
Nosso movimento, que se sustenta na ideologia "por uma sociedade sem manicômios", vem paulatinamente vencendo o desafio de por fim ao silêncio que estendeu por mais de uma década no estado do Amazonas sobre o futuro da Reforma Psiquiátrica entre nós. Fruto desse empenho é a Lei de Saúde Mental proposta pela Associação Chico Inácio - núcleo da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial - e assumida como compomisso pelo governador do estado.
Pelo rompimento com a cultura manicomial, renovamos nosso compromisso com a construção de uma nova sociedade, onde o louco possa caber na cultura dos nossos tempos.
Pelo fortalecimento da organização política dos portadores de sofrimento mental, reafirmamos nosso compromisso com a ética que rege a luta contra todas as formas de opressão.
Que no segundo mandato do governo Lula aprofundemos a construção da cidadania dos usuários dos serviços de saúde mental, sustentada numa ética da diferença, da solidariedade e da liberdade.
Saudações antimanicomiais.
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