outubro 05, 2006

Augusto Boal vota em Lula no primeiro e no segundo turno

Augusto Boal












Se liga: Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, escreveu um texto antes do primeiro turno para a eleição de 2006. Vale a pena ler de novo. Antes, saiba um pouco mais sobre este importante dramaturgo brasileiro.

Augusto Boal

Tão importante quanto Brecht ou Stanislawski, segundo a crítica inglesa. O grande teórico do teatro brasileiro, segundo o crítico e membro da ABL, Sábato Magaldi. Carioca da Penha, nascido em 1931, filho de um padeiro português e de uma dona de casa, Augusto Boal tornou-se sinônimo de Teatro do Oprimido, um teatro sem dogmas em que o espectador é protagonista do espetáculo. A história de Augusto Boal confunde-se com a própria história da cultura brasileira nas últimas cinco ou seis décadas. E o mais curioso é que acabou por mergulhar de vez no teatro, escrevendo peças e dirigindo, quando foi para os Estados Unidos especializar-se em engenharia química, na School of Dramatics Arts da Universidade de Columbia, onde foi aluno do dramaturgo John Gassner. De lá para cá, seu nome esteve envolvido com o célebre Teatro de Arena, em São Paulo, e com o Opinião, no Rio. Ativo nome da cultura nacional, em 1971, ele foi preso, torturado e exilado pela ditadura militar. Quando deixou o País, a Argentina foi o seu destino. Alí acabou de escrever Torquemada, que tratava de sua prisão e, segundo ele, “da vida do povo no imenso presídio em que transformaram o Brasil”. Boal passou depois por Peru, Venezuela, Colômbia, México e Equador, onde trabalhou com populações indígenas e criou o Teatro Imagem. Em 1976, estava na Europa fundando, em Paris, um centro de pesquisa que aprofundou ainda mais as idéias do Teatro do Oprimido. Em meados dos anos 80, voltava ao Brasil. À frente do CTO (Centro do Teatro do Oprimido), que dirige até hoje, levou suas técnicas teatrais para dentro de presídios do País inteiro. Instalado no Rio de Janeiro, foi vereador entre 1993 e 96, experiência relatada no livro Teatro Legislativo. Casado com a psicanalista argentina Cecília Boal, pai de dois filhos, traduzido em mais de 20 idiomas, premiado não só como autor e diretor teatral, entre seus títulos mais importantes estão os de Officier des Arts et des Lettres, do Ministério da Cultura da França (1981) e a medalha Pablo Picasso, da Unesco, de 1994. Na opinião da crítica especializada, Augusto Boal conseguiu fazer aquilo com que Brecht apenas sonhou e escreveu: um teatro vivo, instrutivo e que causou um enorme impacto mundial.

http://www.cultura.gov.br/noticias/noticias_do_minc/index.php?p=12548&more=1&c=1&pb=1

Caros Amigos,

Quando fui vereador pelo Rio de Janeiro, sempre me manifestei contra o voto secreto e, mesmo repreendido pelo presidente da Câmara, sempre mostrei meu voto ao plenário e às galerias, cometendo, assim, uma ilegalidade, eticamente legítima: essa Lei, à qual sempre fui desobediente, ordenava que escondêssemos o voto e a cara. Eu não podia fazê-lo: tenho princípios, meios e fins - sou um cidadão.

Neste domingo, mais uma vez, quero mostrar a cara e o voto. Mais do que isso: quero mostrar as razões do voto.

Sou contra toda forma de desonestidade, em política e fora dela. Sou contra essa estúpida compra do dossier, - escândalo recente! - mas sou também contrário a que esse dossier, tão valioso (um milhão e setecentos mil reais), não seja aberto à cidadania e permaneça na sombra. Se, com justiça, os compradores são condenados, por que não abrir o dossier? Resposta simples: no Brasil, a grande imprensa está nas mãos daqueles que controlavam a opinião pública e, hoje, não o fazem mais: os votos que Lula tem prometidos são votos de quem sabe o que está sendo feito pelo presidente e escondido pelos jornais - gente que a mídia já não pode enganar.

Um eminente advogado de Grandes Causas me explicou, um dia, a diferença entre o julgamento jurídico e o julgamento político. Naquele, os acusados não podem ser condenados sem provas cabais; neste, basta a convicção dos acusadores, seus adversários políticos. Sou visceralmente contra a compra de votos, contra mensalões, propinas e assemelhados, mas não posso aceitar que deputados, sem provas, sejam cassados em julgamentos políticos, enquanto que outros, provas sobrantes, são absolvidos.

Sou contra, visceralmente contra, qualquer acordo com pessoas ou partidos desonestos: por isso, não pude continuar fazendo política partidária porque detesto viver com um pregador de roupa tapando o meu nariz.

Sou irredutivelmente contra a mentira, contra as duas formas de mentira que existem: a mais comum, a que mente, deslavada; a mais infame, a que esconde a verdade.

Voto em Lula porque a verdade, dita pela metade, mente; quando inteira, mostra-se nua.

Nós somos o que fazemos, não o que, de nós, dizem nossos inimigos. O antigo disse que o atual presidente é o diabo. Ao dizê-lo, confessa-se diabo ele próprio, porque nada é mais diabólico do que diabolizar os adversários. Vergonha! Se o Inferno, em algum lugar, existe, já estará de boca aberta à espera de FH quando à casa torne.

Caras amigas e caros amigos: se quiserem a minha opinião, votem em Lula. Em qualquer caso, votem em quem as vossas consciências mandarem, pois assim é a democracia; mas, antes, vejam o que Lula fez em quatro anos de Mandato, comparados aos oito do presidente precedente.

Bom domingo com a tranqüila consciência, Augusto Boal

* * *

Operações da PF contra a corrupção, crime organizado, lavagem de dinheiro etc.:
Lula- 183 (Inclusive contra membros renegados do PT);
FHC- 20

Prisões efetuadas:

Lula: 2.971;
FHC: 54

Criação de empregos:

Lula: 6 milhões (4 milhões com carteira assinada);
FHC: 700 mil

Exportações (em dólares):

Lula: 118,3 bilhões;
FHC: 60,4 bilhões

Balança comercial (em dólares):

Lula: 103,3 bilhões;
FHC: 8,4 bilhões negativos

Risco-país:

No governo Lula, o país atingiu o patamar mais baixo da história: 204;
FHC: 2.400 (claro que muitos preferiam o calote puro e simples: haveria condições para isso?)

Inflação:

Lula: 3,4%;
FHC: 12,53%

Dívida com o FMI (em dólares):

Lula: dívida paga;
FHC: 14,7 bilhões

Dívida com o Clube de Paris (em dólares):

Lula: dívida paga;
FHC: 5 bilhões

Empréstimo para habitação (em reais):

Lula: 4,5 bilhões;
FHC: 1,7 bilhões

Crescimento real do salário mínimo:

Lula: 25,3%;
FHC: 20,6% (Ganho real de 25,7% em três anos)

Valor do salário mínimo em dólares:

Lula: 152;
FHC: 55

Poder de compra do salário mínimo em relação à cesta básica:

Lula: 2,2
FHC: 1,3

Atendidos pelo programa Brasil Sorridente (atendimento odontológico):

Lula: 33,7% (15 milhões de brasileiros foram pela primeira vez ao dentista);
FHC 17,5%

Mortalidade infantil indígena (por 1.000 habitantes):

Lula: 21,6;
FHC: 55,7

Número de turistas que vieram ao Brasil:

Lula: 4,6 milhões;
FHC: 3,8 milhões

Bolsa Família: Educação e subsídio alimentar:

Lula: 11,1 milhões de famílias;
FHC: ZERO

Incremento no acesso a água no semi-árido nordestino:

Lula: 762 mil pessoas e 152 mil cisternas;
FHC: ZERO

Distribuição de leite no semi-árido:

Lula: 3,3 milhões de brasileiros;
FHC: ZERO

Apoio à agricultura familiar:

Lula: 7,5 bilhões (safra 2005/2006);
FHC: 2,5 bilhões (último ano de governo)

Compra de terras para Reforma Agrária:

Lula: 2,7 bilhões (2003 a 2005 - falta muito, muito, mas já é mais do que foi feito);
FHC: 1,1 bilhão (1999 a 2002)

Investimento do BNDES em micro e pequenas empresas:

Lula: 14,99 bilhões;
FHC: 8,3 bilhões

Investimentos em alimentação escolar:

Lula: 1 bilhão;
FHC: 848 milhões

Investimento anual em saúde básica:

Lula: 1,5 bilhão;
FHC: 155 milhões

Juros:

Lula: 15%;
FHC: 25%

Dívida externa:

Lula: 165 bilhões;
FHC: 210 bilhões

Eletrificação Rural:

Lula: 3.000.000 de pessoas;
FHC: 2.700 pessoas

Livros gratuitos para o Ensino Médio:

Lula: 7 milhões;
FHC: ZERO

Geração de Energia Elétrica:

Lula: 1.567 empreendimentos em operação, gerando 95.744.495 kW de potência;
FHC: APAGÃO

Fontes: IBGE, IBGE/Pnad (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar - desde >994); ANEEL; Bovespa; CNI; CIESP; Ministérios Federais e Agências Reg.; SUS; CES/FGV; jornais FSP, O Globo e O Estado. Posted by Picasa

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