setembro 30, 2006

Tia Pátria vota em Lula para Presidente do Brasil

Foto: Rogelio Casado, Tia Pátria e Juan Casado, nov/2005














Pátria Barbosa, tia Pátria, 85 anos, fraturou recentemente o colo do fêmur. Filha de migrantes portugueses, nasceu e se criou na rua dos Barés / Praça dos Remédios, no centro histórico da cidade de Manaus, onde havia uma pequena colônia de portugueses e uma grande colônia de sírio-libaneses.

Entre as décadas de 1940 e 1960, manteve uma banca de tacacá para sustentar a si própria e sua irmã, Tereza Barbosa - minha mãe -, após a morte dos pais e da irmã Lusitânia.

Rigorosamente, foi a primeira terapeuta popular da região: sua banca, em frente da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Amazonas, anos a fio serviu como lugar de escuta dos dramas humanos vividos naquela comunidade. Estimada por todos, recebia indistintamente letrados e iletrados.

Do convívio com magistrados, políticos, donas de casa, comerciantes e populares que freqüentavam a área do Mercado Municipal desenvolveu uma aguda percepção política. Tanto que, na sua simplicidade, dividiu os políticos em duas categorias: os patifes, que se esbaldam com o dinheiro público, e os trabalhadores, que arregaçam as mangas em prol dos sujeitos mais pobres da cidade.

Os sobrinhos aprenderam os rudimentos da política com essa velha guerreira, que sobreviveu à pobreza. Por isso, não surpreendeu quando ela passou a votar sistematicamente no companheiro Lula, um sobrevivente como ela.

Se alguém tentar aperreá-la com os procedimentos anti-éticos dos falsos petistas, ela sai em defesa do Lula: "Grande merda! A maior parte desses políticos de cu doce passaram anos roubando o Estado, nem por isso foram parar atrás das grades! Bota na cadeia os patifes que se passaram por trabalhador. É o mínimo que eles merecem. Quem for podre que se quebre. Agora, num pode é essa curriola que num vale o que o gato enterra querer voltar pra engabelar a gente. Só leso vai na corda dos patifes de sempre".

Pela primeira vez Tia Pátria deixará de comparecer às urnas. Seus sobrinhos não têm dúvida: não fosse o problema de saúde, lá estaria ela para votar em Luís Inácio Lula da Silva mais uma vez. Posted by Picasa

Nenhum comentário: