Caps-Castelo - Pelotas-RS
Nota: Alô, alô, Caps do meu Brasil! Alô, instituições de saúde, associações de usuários, conselhos de cultura e quem mais estiver on-line! Se liga no pedido de S.O.S. do povo do Caps-Castelo de Pelotas-RS. Enviem e-mails de solidariedade.
Mensagem da equipe e dos usuários do Caps-Castelo
O Caps-Castelo, serviço pioneiro em Saúde Mental e ícone da Reforma Psiquiátrica em Pelotas, em função da precariedade da infra-estrutura do prédio [próprio], datado de 1922, por não ter recebido as adequações necessárias e exigidas ao seu funcionamento ao longo desses 13 anos de trajetória, está sendo transferido para outro prédio, alugado, sem garantias de reforma do atual e/ou retorno.
A equipe e seus usuários, temerosos de perderem sua identidade/referência enquanto território, elaborou essa Carta endereçada as autoridades do Município, para, minimamente, dar visibilidade a atual situação e solicitar não só apoio mas respeito e compromisso com uma trajetória que, além de ser parte da história de Pelotas, é também fundamental na saúde mental do cidadão dessa comunidade.
Todos aqueles que tiverem esse mesmo entendimento, estão convidados a participar desse movimento em apoio ao Caps-Castelo e a assinarem a Carta que esta disponível no local e/ou por email, inclusive repassando para sua lista de contatos. Após a coleta de assinaturas e/ou e-mails em apoio (caps_castelo@yahoo.com.br), a mesma será entregue ao sr. Prefeito Municipal de Pelotas Adolfo Fetter Junior. Agradecemos toda e qualquer colaboração nesse sentido!
Abraços.
"REFERENDO À HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL"
O Castelo Simões Lopes - prédio histórico, patrimônio cultural da cidade de Pelotas abriga hoje o Caps Castelo (Centro de Atenção Psicossocial).
A atual política de saúde mental brasileira segue os pressupostos da Reforma Psiquiátrica, conforme vem acontecendo em vários países do mundo. A Reforma Psiquiátrica propõe a mudança do modelo assistencial, ou seja, a substituição do modelo asilar (hospitalocêntrico, manicomial) para o modelo psicossocial (comunitário).
Assim, os Caps são uma modalidade de cuidados em saúde, abertos e comunitários, com base territorial definida (inserção livre no território), com projetos terapêuticos adequados as necessidades das pessoas assistidas, visando sua integração social e familiar, respeitando seus direitos de cidadania (civil, políticos e sociais), constituindo-se assim o processo de reabilitação psicossocial da pessoa portadora de transtorno mental severo e persistente.
O Caps Castelo é o serviço pioneiro no município tendo completado seus doze anos em dezembro de 2005. O prédio foi todo cedido para a Secretaria da Saúde. A implantação da política de saúde mental, o credenciamento como CAPS II junto ao Ministério, dentre outros fatores ampliou o número de usuários e o serviço tomou proporções bem mais complexas. Ressaltamos esse processo histórico na tentativa de resgatar a formação da identidade desse serviço a partir do lugar (espaço físico) que ele ocupa, demonstrando o quanto o trabalho realizado e sua resolutividade está intimamente ligado a história e cultura das pessoas daquela comunidade.
Entendemos que cultura significa "algo que é inerente à espécie humana, que tem a ver com gente, com seres humanos" ou ainda "o sistema que agrupa os fenômenos de uma sociedade, revelando crenças, ideologias e uma mentalidade. O "território" não é apenas o bairro de domicílio da pessoa, mas o conjunto de referência sócio-culturais e econômicas que desenham a moldura de seu cotidiano, de seu projeto de vida, de sua inserção na sociedade.
Um serviço só será possível se localizado em um bairro emoldurado por essas referências, naquela comunidade específica. O atendimento psicossocial é uma interferência consentida no cotidiano das pessoas e do bairro. A reabilitação psicossocial não é exclusiva da área da saúde, é uma ação intersetorial que envolve cultura, assistência, cidadania e direitos humanos. Pressupõe a inserção do individuo na sua comunidade e o acesso a todos os recursos sociais nela disponíveis, como mais uma possibilidade de apropriação do espaço público pela população local.
Através da freqüência diária no Caps-Castelo, na mais tradicional e simples roda de chimarrão, passando por oficinas de criação coletiva nas diversas modalidades de artes visuais, cênicas, literárias, musicais e artesanais, oficinas de produção para geração de renda e cooperativas sociais, o paciente (usualmente chamado de participante e/ou usuário) encontra a oportunidade de resgatar a sua história individual e coletiva, a sua auto estima, a descoberta e o fortalecimento de suas capacidades.
As práticas de cuidados em saúde mental exigem um espaço acolhedor, aberto (circulação e inserção livre no território) e vinculado à família do paciente, possibilitando que aspectos comprometidos pela vivência e fragilidade da doença (isolamento, indiferença, estigma, desemprego, cronificação), internações constantes, possam ser minimizados com um trabalho mais consciente e pedagógico sobre preconceito e exclusão junto à comunidade resultando no objetivo de reinserção social. Sendo o objetivo do Caps a reabilitação psicossocial, também se faz necessário reabilitar o prédio em que o serviço está inserido para que se tenha condições dignas de desenvolver ações em saúde mental.
Considerando que até o momento o município não conseguiu adequar plenamente as instalações de acordo com as normas técnicas do Ministério da Saúde, para implantação de serviços de saúde de alta complexidade - Caps;
Considerando que a infra-estrutura do prédio, com construção datada de 1922, encontra-se em situação precária pela falta de manutenção ao longo de sua história;
Considerando que o Caps Castelo é o serviço pioneiro na estruturação da atual política de cuidados em saúde mental do município, tornou-se um ícone/referência da reforma psiquiátrica como modelo de assistência, além de ter construído uma forte identidade com o lugar que ocupa e traz no nome;
Justifica-se a revitalização do Castelo Simões Lopes a partir do seu restauro, visando atender condições sanitárias que possam então, permitir o pleno desempenho da assistência integral em saúde mental. Uma vez que foi colocado como condição de restauração / reforma a saída temporária desse prédio para outro, nós trabalhadores, usuários, familiares, amigos e comunidade de todos os Caps de Pelotas abaixo, assinadados, vimos por meio desse solicitar às autoridades competentes, e em especial ao Ilustríssimo Senhor Pelotas Fetter Junior, a garantia de retorno e manutenção do prédio para o Centro de Atenção acima descrito, Caps-Castelo.
Pelotas, 17 de agosto de 2006.
NOME INSTITUIÇÃO ASSINATURA
CAPS-CASTELO Centro de Atenção Psicossocial
Av. Brasil, 824 - Simões Lopes - Pelotas - RS
CEP 96025-000 - Tel. (53) 32275750
Nota: Copie a carta acima, assine e envive para caps_castelo@yahoo.com.br A causa é justa.
Nota: Alô, alô, Caps do meu Brasil! Alô, instituições de saúde, associações de usuários, conselhos de cultura e quem mais estiver on-line! Se liga no pedido de S.O.S. do povo do Caps-Castelo de Pelotas-RS. Enviem e-mails de solidariedade.
Mensagem da equipe e dos usuários do Caps-Castelo
O Caps-Castelo, serviço pioneiro em Saúde Mental e ícone da Reforma Psiquiátrica em Pelotas, em função da precariedade da infra-estrutura do prédio [próprio], datado de 1922, por não ter recebido as adequações necessárias e exigidas ao seu funcionamento ao longo desses 13 anos de trajetória, está sendo transferido para outro prédio, alugado, sem garantias de reforma do atual e/ou retorno.
A equipe e seus usuários, temerosos de perderem sua identidade/referência enquanto território, elaborou essa Carta endereçada as autoridades do Município, para, minimamente, dar visibilidade a atual situação e solicitar não só apoio mas respeito e compromisso com uma trajetória que, além de ser parte da história de Pelotas, é também fundamental na saúde mental do cidadão dessa comunidade.
Todos aqueles que tiverem esse mesmo entendimento, estão convidados a participar desse movimento em apoio ao Caps-Castelo e a assinarem a Carta que esta disponível no local e/ou por email, inclusive repassando para sua lista de contatos. Após a coleta de assinaturas e/ou e-mails em apoio (caps_castelo@yahoo.com.br), a mesma será entregue ao sr. Prefeito Municipal de Pelotas Adolfo Fetter Junior. Agradecemos toda e qualquer colaboração nesse sentido!
Abraços.
"REFERENDO À HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL"
O Castelo Simões Lopes - prédio histórico, patrimônio cultural da cidade de Pelotas abriga hoje o Caps Castelo (Centro de Atenção Psicossocial).
A atual política de saúde mental brasileira segue os pressupostos da Reforma Psiquiátrica, conforme vem acontecendo em vários países do mundo. A Reforma Psiquiátrica propõe a mudança do modelo assistencial, ou seja, a substituição do modelo asilar (hospitalocêntrico, manicomial) para o modelo psicossocial (comunitário).
Assim, os Caps são uma modalidade de cuidados em saúde, abertos e comunitários, com base territorial definida (inserção livre no território), com projetos terapêuticos adequados as necessidades das pessoas assistidas, visando sua integração social e familiar, respeitando seus direitos de cidadania (civil, políticos e sociais), constituindo-se assim o processo de reabilitação psicossocial da pessoa portadora de transtorno mental severo e persistente.
O Caps Castelo é o serviço pioneiro no município tendo completado seus doze anos em dezembro de 2005. O prédio foi todo cedido para a Secretaria da Saúde. A implantação da política de saúde mental, o credenciamento como CAPS II junto ao Ministério, dentre outros fatores ampliou o número de usuários e o serviço tomou proporções bem mais complexas. Ressaltamos esse processo histórico na tentativa de resgatar a formação da identidade desse serviço a partir do lugar (espaço físico) que ele ocupa, demonstrando o quanto o trabalho realizado e sua resolutividade está intimamente ligado a história e cultura das pessoas daquela comunidade.
Entendemos que cultura significa "algo que é inerente à espécie humana, que tem a ver com gente, com seres humanos" ou ainda "o sistema que agrupa os fenômenos de uma sociedade, revelando crenças, ideologias e uma mentalidade. O "território" não é apenas o bairro de domicílio da pessoa, mas o conjunto de referência sócio-culturais e econômicas que desenham a moldura de seu cotidiano, de seu projeto de vida, de sua inserção na sociedade.
Um serviço só será possível se localizado em um bairro emoldurado por essas referências, naquela comunidade específica. O atendimento psicossocial é uma interferência consentida no cotidiano das pessoas e do bairro. A reabilitação psicossocial não é exclusiva da área da saúde, é uma ação intersetorial que envolve cultura, assistência, cidadania e direitos humanos. Pressupõe a inserção do individuo na sua comunidade e o acesso a todos os recursos sociais nela disponíveis, como mais uma possibilidade de apropriação do espaço público pela população local.
Através da freqüência diária no Caps-Castelo, na mais tradicional e simples roda de chimarrão, passando por oficinas de criação coletiva nas diversas modalidades de artes visuais, cênicas, literárias, musicais e artesanais, oficinas de produção para geração de renda e cooperativas sociais, o paciente (usualmente chamado de participante e/ou usuário) encontra a oportunidade de resgatar a sua história individual e coletiva, a sua auto estima, a descoberta e o fortalecimento de suas capacidades.
As práticas de cuidados em saúde mental exigem um espaço acolhedor, aberto (circulação e inserção livre no território) e vinculado à família do paciente, possibilitando que aspectos comprometidos pela vivência e fragilidade da doença (isolamento, indiferença, estigma, desemprego, cronificação), internações constantes, possam ser minimizados com um trabalho mais consciente e pedagógico sobre preconceito e exclusão junto à comunidade resultando no objetivo de reinserção social. Sendo o objetivo do Caps a reabilitação psicossocial, também se faz necessário reabilitar o prédio em que o serviço está inserido para que se tenha condições dignas de desenvolver ações em saúde mental.
Considerando que até o momento o município não conseguiu adequar plenamente as instalações de acordo com as normas técnicas do Ministério da Saúde, para implantação de serviços de saúde de alta complexidade - Caps;
Considerando que a infra-estrutura do prédio, com construção datada de 1922, encontra-se em situação precária pela falta de manutenção ao longo de sua história;
Considerando que o Caps Castelo é o serviço pioneiro na estruturação da atual política de cuidados em saúde mental do município, tornou-se um ícone/referência da reforma psiquiátrica como modelo de assistência, além de ter construído uma forte identidade com o lugar que ocupa e traz no nome;
Justifica-se a revitalização do Castelo Simões Lopes a partir do seu restauro, visando atender condições sanitárias que possam então, permitir o pleno desempenho da assistência integral em saúde mental. Uma vez que foi colocado como condição de restauração / reforma a saída temporária desse prédio para outro, nós trabalhadores, usuários, familiares, amigos e comunidade de todos os Caps de Pelotas abaixo, assinadados, vimos por meio desse solicitar às autoridades competentes, e em especial ao Ilustríssimo Senhor Pelotas Fetter Junior, a garantia de retorno e manutenção do prédio para o Centro de Atenção acima descrito, Caps-Castelo.
Pelotas, 17 de agosto de 2006.
NOME INSTITUIÇÃO ASSINATURA
CAPS-CASTELO Centro de Atenção Psicossocial
Av. Brasil, 824 - Simões Lopes - Pelotas - RS
CEP 96025-000 - Tel. (53) 32275750
Nota: Copie a carta acima, assine e envive para caps_castelo@yahoo.com.br A causa é justa.
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