outubro 08, 2012

"Fé!??" (Psicotramas)

PICICA: "O dito popular diz que de boas intenções o inferno tá cheio, quer a pessoa faça o bem ou o mal. Pero… o Céu, meus caros, é pros amantes." 

Fé!??




Certa vez me perguntaram o que eu entendia por “fé” e me surpreendi eu mes-mo com a resposta que achei: a fé é uma dádiva, uma graça. E num disse imediata-mente: a fé é o início duma conversa com o mundo, fora do solipsismo idealista.

Seiláeu se este jeito de diálogo misterioso se assemelha ao da Adélia Prado que escreveu sobre “a mulher que conversava com Deus”, ao de Medéia já lamentando ter perdido o espaço de trocas transcendentais, ao de Abraão.

A gente procura contato com uma figura protetora&+ forte (como dizia Doktor Freud sobre o apego da criança ao superego), quando reza pro time vencer o adversário, pro guarda não multar, pra não se atrasar no compromisso. Después, se num tem fé, leva 1 susto quando recebe uma resposta vinda de fora (da realidade, duma voz, dum acidente fortuito&insistente).

E me lembrei da diferença entre padres y bules (os últimos, são os de por café, os 1ºs, são de pouca fé…). Cada 1 tem que encontrar sua resposta pra estas questões maiores (absoluto, divindade, etc). Mes-mo tendo proposto a teoria da Relatividade, 2º o que li, Einstein rumava pra construir uma teoria do Absoluto pra abarcar aquela conhecida frase sobre D-eus que num joga dados nem escreve Mallarmé. A minha resposta é de alguém que, sem ter sido poupado, ainda assim foi presenteado com a Esperança. Nem sempre a Vida dá uma oportunidade semelhante, daí a minha sensação de dádiva&dívida.

Otro dia, 1 amigo me escreveu, do fuuuundo da sua Experiência, sobre a fé: “Não é a fé que fala com o mundo, meu caro, essa desfronteirada, é a dor que toma todo o mundo nela. É o dragão da boca grande. A dor invade todos os espaços e rouba todos os buracos das cercas…”.

CARAMBA!!!! Fiquei sem saber o que dizer porque não havia retórica, nem brincadeira com o Verbo nestas palavras. Antes de se endereçar ao mundo 1 apelo pr’alguma resposta, o mundo invadiu com a dor y tomou conta dos buracos que permitem aquele pensamento que tece uma rede em volta da dor pra velar melhor.

Há muuuuito de Divino no Real, há muuuuito com o que se enCantar com a realidade que nos circunda. É tão doido pensar em como esta máquina, a máquina do mundo, funciona, y tão delicada, dum equilíbrio-pluma, leve… pensar em TOOOODO o trabalho que é, pensar nas engrenagens y nos processos de Vida, pra que as coisas se dêem, tudo isso já me basta, é mágico demais. Tenho loucura pelo Mar. Adoro. Aprendi por ad-miração, a respeitá-lo, olhá-lo de frente, a luz azul, sinuoso, grandioso, 1 Útero às vistas, por tudo o que ele representa pro tanto de Vidas que se formaram a partir de. Num bastasse, temos 1 céu… aí, P’LAMORDEZEUS, já basta, num se precisa de + nada pra se afirmar que a Vida, em si, já é puro encanto. O trabalho é: ad-miração, ad-mirar.

O dito popular diz que de boas intenções o inferno tá cheio, quer a pessoa faça o bem ou o mal. Pero… o Céu, meus caros, é pros amantes.

Fonte: Psicotramas

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