Projeto Rio-Mar: conexões entre sustentabilidade e o trabalho do artista plástico Inácio Maciel
30 de novembro de 2008
Patrícia Rodrigues Augusto Carra*
Silvana Schuler Pineda**
A equipe do Projeto Desafiando o Rio-Mar, composta pelo Cel. Hiram Reis e Silva, Fabíola Verga e Romeu Chala, já se encontra na Amazônia.
O Cel. Hiram Reis e Silva, em visita à Galeria do Largo, galeria de arte localizada na região central de Manaus, teve seu olhar fortemente captado pelas obras criadas pelo artista plástico José Barbosa Inácio Maciel. Gravador e máquina fotográfica em punho, Cel. Hiram entrevistou o artista para registrar a sua exposição e, também, a sua história de vida.
Inácio Maciel, como é conhecido, é autor de Palafitas. Tem 43 anos, já foi guerreiro de selva e, além de outras profissões que exerceu antes de viver da arte plástica, fez teatro no Rio de Janeiro e teatro de rua em Los Angeles, Estados Unidos.
Há 5 anos, Maciel teve a idéia de construir, para o seu gato chamado Esso, uma casinha de madeira (material inicialmente destinado ao descarte). Esso ganhou uma casinha nova e Manaus, a exposição Palafitas. A maioria das peças da exposição retrata a natureza e/ou denuncia a degradação ambiental da Amazônia. São peças produzidas com material destinado ao descarte. Todo esse material é reciclado e transformado, por Maciel, em arte.
O artista utiliza materiais recicláveis, tais como espetinhos de churrasco, potes de margarina, cabos de vassouras, pó de serragem e pedaços de madeira coletados nas ruas e serrarias de Manaus. O trabalho com madeira parece “estar no sangue”, uma vez que o pai do artista trabalhava na construção de embarcações no Amazonas.
O artista tem um outro projeto em vista e está em busca de um espaço físico para colocá –lo em prática. Qual é o projeto pretendido? Uma oficina de arte para atender meninas e meninos carentes com o objetivo de oportunizar a estas crianças o desenvolvimento do “dom de criar”, do talento e do aprendizado de uma profissão.
Palavras do Artista e cidadão Inácio Maciel ao falar sobre o projeto em vista: “eu não quero o dinheiro; o que falta é o espaço físico para desenvolver o trabalho”.
Uma alternativa pensada para a concretização desse trabalho é o Projeto Palafitas em miniaturas. Este projeto objetiva a divulgação das peças da exposição Palafitas através de imagens fotográficas estampadas em meios impressos institucionais, tais como cartões postais, estampas em geral e material de divulgação de empresas interessadas. Atingiria, assim, um número considerável de pessoas de diversas culturas, diferentes níveis sociais, conseguindo chamar a atenção para as questões envolvendo a natureza, os riscos da degradação ambiental e, ao mesmo tempo, angariar fundos para custear o projeto social idealizado pelo artista.
Não foi à toa que o olhar do Cel. Hiram foi fisgado pelas Palafitas de Maciel. O professor de Matemática do Colégio Militar de Porto Alegre encontrou, em Manaus, um trabalho artístico que explora elementos que fizeram parte das preocupações cotidianas dos educadores do Colégio Militar de Porto Alegre no ano de 2008: a sustentabilidade. Assunto de trabalho interdisciplinar, a sustentabilidade gerou discussões, aqui no colégio porto-alegrense, envolvendo a preocupação com o meio ambiente e as possibilidades de ações concretas e cotidianas para o encontro de soluções para tal problemática.
Hiram encontrou, em Manaus, Inácio Maciel, um homem que, com suas mãos, transforma a densa discussão sobre sustentabilidade em beleza, reflexão e prazer estético.
* Professora de História e coordenadora do Clube de História do Colégio Militar de Porto Alegre
** Professora de História e coordenadora do Clube de História do Colégio Militar de Porto Alegre
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
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