PICICA: "Falam muito da inutilidade do voto nulo, mas começo a achar o contrário: votar é abdicar! Seguimos como ovelhas nosso dia a dia sem perceber que somos guiados para o matadouro. Elegemos presidentes como nos ajoelhamos aos pés de profetas: pedindo salvação. Falta muito para perceber que política não é votar. Votar é o que eles querem para que a política não mude e você não assuma sua responsabilidade diária."
“Votar é abdicar”
De 1968 até 2014 são 46 anos de pessoas
votando: prefeitos, deputados, senadores e presidentes se elegendo. A
vida melhorou? Reis e ditadores subiram e caíram, presidentes também; a
vida está melhor ou apenas nos afundamos mais no lodaçal que nos
acostumamos a chamar de democracia?
Falam muito da inutilidade do voto nulo,
mas começo a achar o contrário: votar é abdicar! Seguimos como ovelhas
nosso dia a dia sem perceber que somos guiados para o matadouro.
Elegemos presidentes como nos ajoelhamos aos pés de profetas:
pedindo salvação. Falta muito para perceber que política não é votar.
Votar é o que eles querem para que a política não mude e você não assuma
sua responsabilidade diária.
Não siga aos outros, siga a si mesmo! Não
vote, eleja-se! Não seja uma ovelha, encontre seu caminho. Cada vez
mais eu quero abster-me da política que nos engana para fazer a micro-política.
Fazer aliados, encontrar caminhos que passam pela tangente, improvisar,
desviar, enganar (por que não?). A ocupação é mais política que seu
voto, o camelô é mais político que seu voto, o manifestante é mais
político que seu voto, o pequeno produtor que vende comida, o operário
da cooperativa, todos que agem, fazem acontecer, são mais políticos que
seu voto de quatro em quatro anos e suas noites reclamando vendo Jornal
Nacional.
Se você quer votar, vote, mas saiba que o
principal beneficiário desta atitude não é você. Quem mais vai se
beneficiar são os financiadores de campanha e os aliados da máquina
governamental os que já estão lá em cima e de tão alto pouco podem fazer
por você, eles nem te enxergam. Mas e se invertêssemos? Quem mais se
beneficiaria de sua inversão de valores? Voto nulo, desconfiança de
qualquer hierarquia, agir antes de votar; a política se faz nas ruas, aquela que você passa diariamente, não na poltrona presidencial.
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