Foto: Rogelio Casado, Manaus/AM, 1981
No dia 4 de maio de 2006, o estado do Amazonas fecha um ciclo da Reforma Psiquiátrica iniciada no governo José Lindoso em 1980 e encerrada no governo Eduardo Braga em 2006.
Com a inaguração do Centro de Atenção Psicossocial Silvério Tundis, abre-se um novo ciclo no campo da Saúde Mental.
Na fotografia de 1981, vemos o médico psiquiatra Silvério Tundis (falecido) prestando contas ao governador do estado José Lindoso do que sua equipe produziu em pouco menos de 1 ano de trabalho, depois de liderar a denúncia de conluio entre a violência no tratamento de portadores de transtorno mental e corrupção administrativa no início de 1980.
Com Silvério dividi a responsabilidade pelos primeiros passos na implantação da Reforma Psiquiátrica em território amazonense. Observe ao fundo os recortes de jornais da época. O apoio da imprensa amazonense foi o terceiro elemento decisivo para colocar na pauta do debate público a questão das relações entre Loucura e Cidadania. O primeiro foi a organização de um coletivo de profissionais de Saúde Mental sob a liderança de Silvério Tundis. O segundo foi a decisão política do governador José Lindoso em apostar numa jovem geração de trabahadores de saúde mental, que assumiram a condição de portadores do futuro.
Silvério não viveu para ver a estagnação da Reforma Psiquiátrica por todos os anos 90 na cidade de Manaus. Dar seu nome ao serviço que substitui o hospital psiquiátrico e seu ambulatório de consultas é uma homenagem justa a um homem que soube interpretar os desafios do seu tempo.
Eis que o futuro chegou. Na manhã de 4 de maio de 2006, o CAPS Silvério Tundis estará sendo entregue pelo governador Eduardo Braga e pelo Secretário de Saúde Wilson Alecrim para a comunidade do bairro de Santa Etelvina e adjacências (Zona Norte da cidade de Manaus). Após um ano, sua gerência passará ao âmbito do município a quem compete a criação de uma rede de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico.
O CAPS Silvério Tundis tem como objetivo a substituição da internação psiquiátrica por uma abordagem e tratamento do sofrimento mental baseada no respeito aos direitos de cidadania, de modo que o usuário do serviço seja entendido como sujeito de direito e não como objeto de benefícios.
Valeu, companheiro!
Rogelio Casado
Coordenador do Programa Estadual de Saúde Mental
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