setembro 23, 2009

Fim da audiência: sobrevivemos

Rogelio Casado
Foto:
João Bosco Chamma
Manaus - Amazonas - Brasil

2009
Nota do blog: Resistimos. João Bosco Chamma e eu acabamos ficando até o final, sobretudo pelas falas finais. Líder comunitário constestou a fala de uma vereadora que afirmou que o povo ainda não tem consciência, razão, segundo ela, da baixa audiência no evento. Outro líder reclamou de obra feita pelo Estado, não fiscalizada pela Prefeitura, que resultou em passeio público sem rampa para deficientes físicos. Um terceiro líder cobrou compromisso público em executar o Plano Diretor em discussão, o que não aconteceu com o anterior. Um professor da Universidade do Estado do Amazonas chamou atenção para a ausência do tema meio ambiente, na longa e fastigiosa exposição dos técnicas do IMPLURB. O próprio João Bosco reclamou da ausência do Município na discussão sobre a construção do monotrilho, obra que está sob a responsabidade do Estado, cujo traçado se mal feito provocara danos à cidade. Iniciei minha fala com um testesmunho da minha experiência profissional: a acusação de que são familiares os responsáveis pelo estado de abandono de pessoas com transtorno mental, numa análise anêmica do fato social, incapaz de enxergar a omissão histórica Estado quanto ao destino desse segmento da sociedade brasileira, como atestam a falta de políticas públicas para o setor. Desse modo, a ausência da sociedade civil organizada no evento precisaria ser entendida como um sintoma ou como uma lição, cujo sentido escapou à vereadora. Disse que os exemplos estavam na nossa frente, nos depoimentos do líder comunitário e do meu amigo arquiteto: os poderes não dialogam entre si. Lembrei que não faz muito tempo a COSAMA (responsável pelo abastecimento de água) e a URBAM (responsável por obras urbanas) não dialogavam e a população é quem "pagava o pato": enquanto uma asfaltava a rua, a outra permitia a abertura de buracos para reparos na encanação, coisa que obviamente tinha que ter antecedido o asfaltamento. Por fim, falei da expectativa frustrada de sair da audiência sem saber quais medidas seriam tomadas para conter a expansão horizontal da cidade, e por fim fiz um apelo para que o traçado do monotrilho não provoque impactos visuais, como se anuncia sua construção por toda a extensão da Av. Constantino Nery. Há soluções mais inteligentes. Temos competências aculumuladas entre profissionais amazonenses. Tive o cuidado de me pronunciar como cidadão, embora ali estivesse como convidado representando a Universidade do Estado do Amazonas. E o fiz para evitar o uso político do lugar de onde falo, como tentam setores envolvidos com a construção de um terminal portuário, na tentativa de criar constrangimentos ao exercício da minha cidadania.
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