Cooperativa Setenta e Nove
O nosso 11 de setembro – Volvi, Adilson Barros, Luis Antonio...
Depois de vinte anos finalmente estréia em São Paulo, a peça Volvi, ou A Volta do Clown. Sempre foi para nós uma incógnita a existência de tantas dificuldades para se montar um texto que de hermético só tem o tema, até porque esse mesmo conteúdo foi mostrado sem nenhuma resistência em outros contextos como o México e lado leste dos EUA, onde a realidade especifica focada nem importa muito. Esta modesta estréia (Teatro de Arena – São Paulo) no entanto foi brilhante e carregada de emoção e significados. A presença de antigos companheiros na platéia foi o testemunho mais eloqüente de que caminhamos para uma espécie de Juízo Final às avessas. A aproximação de gerações de artistas e homens de cultura provocada por essa noite, demonstra que é muito possível construir um diálogo sem barreiras.
A presença do dramaturgo e diretor Cezar Vieira (Idibal Piveta) além do ator e produtor Roberto Marti foi para nós o maior premio desse evento. Esperávamos um pouco mais, claro, que diretores da Cooperativa se fizessem presente, ainda que a inspiração não fosse nós, mas os nomes lembrados na peça – o ator Adilson Barros e o diretor Luis Antonio Martinez Correa. Ali se discute onde foi que perdemos nossa inspiração maior, ou se de fato perdemos alguma coisa, e quem sabe estejamos apenas cansados.
A peça segue em cartaz no mesmo local até 4 de outubro. Contamos com todos.
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VOLVI - O espetáculo Volví, ou a Volta do Clown, com texto e direção de Jair Alves, que estreia no dia 11 de setembro, sexta-feira, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, às 21 horas. O texto foi escrito em homenagem ao diretor e dramaturgo Luis Antônio Martinez Corrêa e ao ator Adilson Barros. O enredo da peça é calcado na relação entre dois clowns, que inventam cenas para reproduzir o cotidiano e os sonhos de seus antecessores que, no limiar dos anos 70 até meados da década de 90, acreditavam num futuro promissor e libertário. Em cena, uma trupe de atores, clowns, músicos e vagabundos partem para contar a história de dois grandes artistas que brilharam no cenário brasileiro, na década de 80. São eles, o diretor Luis Antônio Martinez Corrêa e o ator Adilson Barros, que fizeram parte da segunda geração de brasileiros adaptados aos novos tempos de forte industrialização do Brasil. Volví foi encenada no México (1988) e em Washington (EUA, 1989). Esta é a primeira montagem oficial no Brasil. Nas versões anteriores, o autor fazia o protagonista, tarefa que foi repassada, agora, para Helena Cardoso, Julia Pires e Rennata Airoldi. O próprio Jair Alves completa o elenco, além de um coro de clows formado por Vivian Egidio, Mauricio Pazz, Thiago Fernandes e Suely Pinheiro, que ilustram as passagens de cena com vinhetas encenadas ao som de músicas de Chico Buarque de Hollanda, especialmente do repertório da Ópera do Malandro. Na versão atual do texto, um dos clows interpreta uma vidente que, ao contrário de revelar o futuro para seus consulentes, conta segredos do passado, não tão remoto, que podem interferir no presente. Como na origem do teatro grego, ela revela o teatro como substituto do psiquiatra social. Esse texto foi escrito logo após a morte de Luis Antônio, no Natal de 1987, e acabou se transformando num libelo de uma geração que enfrentou a Ditadura Militar e trabalhou para a redemocratização do Brasil. Para o autor, Volví revive um período glorioso do teatro brasileiro, realizado pelo trabalho coletivo, que conseguia identificar os anseios da população, que ia para as ruas e para os teatros “sem medo de ser feliz”.
Luis Antonio Martinez Correa e Adilson Barros
Destaca-se nos trabalhos de Luis Antônio Martinez Correa a direção da Ópera do Malandro, projeto de sua juventude que, mais tarde (em 1978), foi concluído em parceria com Chico Buarque de Hollanda. Nele atuara Marieta Severo, Elba Ramalho, Ary Fontoura, Maria Alice Vergueiro, Otávio Augusto e outros. Tempo depois, também se envolveu em outra parceria, dessa vez com o compositor Caetano Veloso, para produzir a peça O Percevejo, de Maiakovski.
Já Adilson Barros, que havia trabalhado com Paulo Betti e Eliane Giardini, em Sorocaba, fazendo teatro amador, a partir de 1977, em São Paulo, dedicou-se de corpo e alma na reestruturação do Grupo Pessoal do Victor, com o qual estrelou as peças Na Carrera do Divino e Feliz Ano Velho. Nesses dois trabalhos ele se destacou, transformando-se em um dos melhores atores da sua geração.
Espetáculo: Volví, ou A Volta do Clown
Texto e direção: Jair Alves
Concepção cênica: Grupo Mamão de Corda
Elenco: Jair Alves, Helena Cardoso, Julia Pires, Rennata Airoldi e coro de clows (Vivian Egidio, Mauricio Pazz, Thiago Fernandes e Suely Pinheiro).
Cenário e figurino: Dora Pinheiro
Luz: Jair Alves e Pablo Palumbo
Músicas: Chico Buarque de Hollanda
Musica composta eletronicamente: Mauricio Pazz
Produção: Thais Goldkorn - Cantagalo Produções
Estreia: 11 de setembro- sexta-feira – às 21 horas
Local: Teatro de Arena Eugenio Kusnet Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – Vila Buarque/SP - Tel: (11) 3256-9463
Temporada: sexta e sábado (21 horas) e domingo (20 horas) – Até 04/10/09
Ingressos: R$ 10,00 (¹/2 entrada: R$ 5,00) – Bilheteria: 1h antes das sessões.
Classificação etária: 14 anos - Gênero: Drama - Duração: 70 minutos
Capacidade: 99 lugares - Acesso universal e ar condicionado - Não aceita cheque/cartão.
Não possui estacionamento - Não faz reserva. http://www.funarte.gov.br/
Informações/Funarte: Eliane Verbena Tel: (11) 3079-4915 / 9373-0181 – verbena@verbena.com.br
Informações/Volvi: Suely Pinheiro Tel: (11) 3791-6039 / 2541-5134 / 9371-7200
Fonte: MÚSICA, TEATRO & CIA.
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