umbrelaucs — 8 de abril de 2010 — As cenas do desespero mostram a dimensão humana da tragédia que aconteceu no Morro do Bumba, Região do Cubango, em Niterói. Corpos ainda são resgatados no local e a estimativa da Defesa Civil é de que haja 200 pessoas soterradas.
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Globo mente para crucifica prefeito de Niterói. E volta a escrever editorial
10/abril/2010 10:57
A manchete do Globo de hoje mente:
“Niterói deixou de remover outra favela condenada. Morro do Céu, a 2 km do Bumba, também permanece junto a um lixão.”
O Globo diz que a favela nasceu junto a um lixão, o do Caramujo, que substituiu o do Morro do Bumba, que veio abaixo e pode ter soterrado 200 pessoas.
A Fátima Bernardes esteve ontem no Caramujo.
Eu também.
Ela sabe que os moradores do Morro do Céu se estabeleceram lá ANTES de a área mais alta se transformar num lixão.
Portanto, não ocorreu o mesmo do Bumba, onde os moradores construiram casas em cima de um lixão que já existia, desativado e compactado.
A favela do Morro do Céu NÃO está condenada.
A menos que tenha sido pelos geólogos da página de editoriais do Globo.
A disputa lá é por indenização.
É claro que eles querem mudar dali, sair de perto de um lixão horroroso.
E disputam com a Prefeitura o valor de suas casas.
A Fátima Bernardes sabe disso, porque viu os cartazes que os moradores prepararam para o jornal nacional (e para a Record).
O jornal nacional e o Globo dizem que o prefeito Jorge Roberto Silveira, eleito pelo povo de Niterói QUATRO vezes, não removeu os moradores do Bumba, “apesar de o município (?) ter sido alertado por estudos da UFF”.
Eu entrevistei Jorge Roberto ontem.,
Eu, uma repórter da Globo, um repórter da TV Brasil e, por telefone, apresentadores da Record News.
A todos ele disse que não sabia que o Bumba pudesse desabar.
Não teve conhecimento de estudo NENHUM.
Que o lixão do Bumba tinha sido desativado nos anos 80, antes que ele tivesse sido eleito pela primeira vez.
Que, para ele, aquela era uma das regiões pobres de Niterói, que ele dotou de escola e serviço médico.
A rua asfaltada que envolve a area desabada do Bumba foi construida antes dele.
À TV Brasil Jorge Roberto perguntou: qual é o problema – levar assistência aos pobres ?
Dede ante-ontem e ontem, no Bom Dia (?) Brasil – onde a urubóloga Miriam Leitão agora pontifica sobre lixo – a Globo insiste em não deixar o Jorge Roberto dizer que não teve conhecimento de estudo que condenasse o Bumba.
A Globo corta a resposta antes.
O editorial deste sábado do Globo (” falácia da urbanização das favelas” ) é uma repetição sistemática das ideias do Carlos Lacerda sobre os pobres do Rio: removê-los.
De preferência para o Quinto dos Infernos.
O editorialista do Globo (falta-lhe o sinistro talento do Carlos) diz que políticas de urbanização de favelas são populismo, não resolvem o problema e que obras como o PAC no Alemão, na Rocinha – isso tudo é malandragem eleitoral.
O problema da Globo são os pobres.
E o povo não é bobo.
Fui agora de manhã comprar o Globo numa banca na Nossa Senhora de Copacabana, na Zona Sul do Rio.
Mostrei a manchete ao jornaleiro: “Niterói deixou de remover outra favela condenada”.
- Você viu isso ?
Ele respondeu:
- Isso é cascata da Globo. (Note que ele fala do jornal como se fosse a TV – PHA)
O problema do(a) Globo é que o governador, prefeito do Rio e de Niterói não é o Carlos Lacerda.
Aquele que removia favelas na Zona Sul, abria espaço para empresas imobiliárias, e criava centros de delinquência na Zona Norte.
O único defeito é que ainda assim as favelas ficavam muito perto da Zona Sul.
Melhor seria se tivessem sido removidas para a Ilha do Diabo.
Qual é o o problema da(o) Globo com o Jorge Roberto ?
Jorge Roberto Silveira representa uma das mais nobres familias de políticos trabalhistas do Estado do Rio.
O pai – Roberto Silveira – morreu num desastre de helicóptero quando governava o Estado.
O tio, Badger, também foi governador.
Todos trabalhistas, getulistas, janguistas, brizolistas.
Jorge Roberto é do PDT, partido que a Globo(o) menciona em todas as reportagens sobre a tragédia de Niterói.
(Em São Paulo, no Alagão do Zé Inacabado, a Globo não mencionou o partido DEMO-tucano, nem o nome do governador. Uma questão de disciplina (*).)
Jorge Roberto está para concluir o “Caminho Niemeyer”, um conjunto urbanístico maravilhoso, desenhado por Oscar, e que vai conter um Museu com toda os estudos, maquetes, rascunhos, desenhos de Niemeyer.
O “Caminho” vai se encontrar com o Museu do Niemeyer, uma das melhores obras do arquiteto, de frente para a Baia de Guanabara.
Deslumbrante.
Ao lado estará uma estação rodoviária que se chamará “Getúlio Vargas”.
Outra obra de Niterói tem o nome de João Goulart.
Os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – têm memória.
Eles sabem que o pai ajudou Vargas a meter uma bala no peito.
Eles perseguem Vargas até depois de morto.
O problema é que nós, amigos navegantes, também temos memória.
E sabemos que a UDN só chega ao poder com o Golpe .
Clique aqui para ler “PiG (**) e Gilmar tramam contra Dilma”.
Paulo Henrique Amorim
(*) O Zé Incacabado, como se sabe, agasalhou um trampo da Globo: tornou escola “técnica” para empregados da Globo uma área que a Globo invadiu por 11 anos. Uma operação igual à da Cutrale, onde o Serra mandou bater no pessoal do MST.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
Fonte: Conversa Afiada
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