Amigas e amigos,
A Polícia Federal transferiu, na madrugada de ontem, sexta, o Cacique Babau Tupinambá e o seu irmão Gil, da sede da Polícia Federal em Salvador para um Presídio Federal em Moçoró, no Rio Grande do Norte.
Para fazer a transferência, a PF alegou que, por ocasião do Dia do Índio, poderiam ocorrer manifestações indígenas com tentativas de "resgatar" o cacique.
A transferência foi requerida no último dia 12, segunda-feira, e autorizada pelo Juiz Federal em Ilhéus, Pedro Holiday, mesmo com manifestação em contrário do Ministério Público Federal, através do Procurador da República em Ilhéus Eduardo El Hadj. Todo o processo correu em sigilo e os advogados e familiares de Babau e Gil não foram informados de nada, nem pela PF, nem pela Justiça Federal, nem pelo Ministério Público.
Apenas quando alguns indígenas foram à sede da PF para tentar visitar Babau na manhã de ontem, sexta, foram informalmente comunicados da transferência pela carceragem.
Um Advogado da Pastoral Carcerária já esteve com Babau e Gil em Moçoró ainda ontem.
Presos a dois mil quilômetros de sua comunidade, sem julgamento nem condenação, Babau e Gil não poderão sequer ser visitados por seus familiares e advogados!
Desnecessário sublinhar o horror da arbitrariedade e do racismoim plicados nessa medida. Apenas mais uma na campanha sistemática de criminalização e perseguição aos movimentos sociais no Brasil, em especial o movimento indígena no Nordeste, da parte de setores da Polícia e da Justiça Federal.
Enquanto isso, a comunidade tupinambá na Serra do Padeiro mantém o controle de todo o território reocupado nos últimos anos e ainda ontem, em Brasília, mais uma série de liminares para reintegração de posse em favor dos grileiros invasores da Terra Tupinambá foi derrubada no Tribunal Regional Federal da 1ª Região; o que vem mais uma vez demonstrar a Justiça verdadeira na luta de Babau e do seu povo, na certeza da vitória final dos Direitos Indígenas no Brasil.
José Augusto Sampaio
Antropólogo - Coordenador Técnico
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PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
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