abril 14, 2010

Até tu, Luiz Fernando!?

 Audiência Pública sobre o Terminal Portuário das Lajes
 Rogelio Casado - Pro-Reitor de Extensão da UEA (colete)
 José Alberto Machado - economista (boné)
Acervo SOS Encontro das Águas - Comunidade S. Francisco-Amazonas, 2009
 Rogelio Casado: O terminal pode comprometer os jaraquis (peixe popular, saborosíssimo) que desova nas Lajes.
José Alberto Machado: Quem disse que os jaraquis desovam nas Lajes?
Rogelio Casado: O Ênio Candotti (diretor do MUSA, que montou um aquário reproduzindo
a vida aquática do Encontro das Águas no congresso da SBPC, em Manaus) e os pescadores...
José Alberto Machado: Ora, o Ênio é físico!...

(Pelo princípio de exclusão, segundo a lógica machadiana, o economista José Alberto Machado
está fora da discussão da construção do terminal portuário das Lajes)
 
Diário do Amazonas - 14.04.2010 
Nota do movimento SOS Encontro das Águas

Estranho posicionamento do IPHAN


Foi publicado na coluna Sim e Não de ontem, do jornal A Crítica, que o Presidente Nacional do IPHAN, Luiz Fernando de Almeida, estaria em Manaus e daria uma coletiva para a imprensa, às 8 h da manhã, no Aeroclube. O movimento SOS Encontro das Águas passou por lá para conhecer as boas novas do IPHAN Nacional quanto ao tombamento do Encontro das Águas e quanto ao cumprimento das decisões da Justiça Federal (Processo Nº 2010.32.00.001541-4).

A coletiva com o Presidente Nacional, o Superindente Regional e o Diretor do Departamento do Patrimônio e Fiscalização do IPHAN de Brasília, Dalmo Vieira Filho, foi concedida logo após o sobrevôo dos membros do IPHAN na região do Encontro das Águas. No entanto, ficamos surpreendidos. A única pessoa que a equipe do IPHAN convidou para sobrevoar de helicóptero (r$ 6.500,00) o Encontro das Águas foi o grande defensor do terminal portuário Porto das Lajes Sr. José Alberto Machado.


Para quem não sabe o economista José Alberto Machado esteve presente em todas as audiências públicas realizadas pelo IPAAM (nas legais e ilegais). Vestindo literalmente a camiseta do Porto das Lajes, sempre fez apologias ao terminal, atuando como uma espécie de "coordenador de convencimento dos populares". O Sr. Alberto Machado esteve presente em vários outros debates públicos, e matérias em rádio e televisão, defendendo a construção do porto das Lajes no canal de entrada do lago do Aleixo.

Durante a entrevista no aeroclube de Manaus, o Superintendente foi questionado pela correspondente da Folha de S. Paulo, Katia Brasil, quanto à coerência da participação do Sr. José Alberto Machado no vôo de reconhecimento no Encontro das Águas e da coletiva, já que era de conhecimento publico seu posicionamento favorável a construção do terminal portuário Porto das Lajes. O Presidente Nacional do IPHAN declarou que convidou o Sr. Alberto Machado para o vôo de reconhecimento do Encontro das Águas “porque quer ouvir todas as partes”.

Achamos muito estranho o fato do IPHAN ter convidado o Sr. Machado, que é economista. Afinal, nenhum cientista de ciências naturais, nenhum pescador, nenhum morador ribeirinho e nenhum membro do SOS Encontro das Águas, verdadeiros conhecedores do Encontro das Águas, foi convidado para se manifestar e nem para o sobrevôo. Ao contrário, o superintendente regional do IPHAN, Juliano Valente recebeu e aceitou quatro convites dos comunitários da Colônia Antônio Aleixo para conhecer a região, mas não compareceu em nenhuma das vezes.

O Presidente Nacional do IPHAN Luiz Fernando de Almeida durante a entrevista comunicou enfático que em sua opinião o Porto das Lajes não deve ser construído naquela região devido aos impactos paisagísticos, ambientais e sociais e que o Encontro das Águas será tombado. O movimento SOS Encontro das Águas maniifesta preocupação com a interferência da Lajes Logística, fazendo lobby no IPHAN em Brasília e em Manaus - a tal ponto de ter seu maior defensor no sobrevôo oficial do Encontro das Águas e na coletiva à imprensa. Este lamentável episódio revela que a transparência da delimitação da área a ser tombada, a imparcialidade e a qualidade da avaliação poderão ser comprometidas se não houver a intenção de ouvir o outro lado da história.

Vamos lá, Luiz Fernando, a cultura nacional só tem a ganhar com a presevação do Encontro das Águas, o que deveríamos ter feito há 40 anos. Pior será ter que recuperá-lo no futuro. Não haverá Prosamim que dê jeito!

Leia a crítica feita pelo Núcleo de Cultura Política do Amazonas em :http://www.ncpam.com/2010/04/vergonha-para-cultura-nacional.html
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