Ano 23 - Goiânia, Goiás. Edição nº 14 de 2010 – 15 a 29 de setembro
Veja nesta edição:
- Milícia Armada de ex-deputado Federal assassina militante do MST no Pará
- Plebiscito pelo limite de terra continua até o próximo dia 12
- Homens armados ameaçam indígenas no Mato Grosso do Sul
- Articulação São Francisco Vivo lança documento cobrando 10 compromissos dos candidatos
- ONU critica trabalho escravo no Brasil
- Mandantes do assassinato de padre Josimo são julgados hoje no Maranhão
- Vídeo com animações do Google Earth sobre impactos da hidrelétrica de Belo Monte
- 11ª Romaria ao Caldeirão do Beato Zé Lourenço
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Milícia Armada de ex-deputado Federal assassina militante do MST no Pará
Ação de Milícia armada do fazendeiro e ex-Deputado Federal Josué Bengstson (PTB), que renunciou ao mandato para fugir da cassação por envolvimento na Máfia das Sanguessugas, resultou na morte do trabalhador rural e militante do MST, José Valmeristo Soares, conhecido como Caribé, em Santa Luzia do Pará (PA). Por volta de 09h00 da manhã, do dia 04 de setembro último, dois trabalhadores rurais João Batista Galdino de Souza e José Valmeristo, se dirigiam à cidade de Santa Luzia do Pará quando foram abordados por um grupo de três pistoleiros armados, no ramal do Pitoró, que os obrigaram a entrar em um carro onde foram espancados e torturados. Após seção de torturas foram obrigados a descer no Ramal do Cacual, próximo à cidade de Bragança, com a promessa de que iriam acertar as contas. João Batista Galdino conseguiu escapar para a mata e ouviu sete disparos. Chegando à cidade de Santa Luzia, João Batista denunciou à polícia que afirmou não poder ir por já ser noite e, assim, dificilmente achariam o corpo. Nada foi feito e no dia seguinte de manhã, trabalhadores rurais encontraram o corpo de José Valmeristo.
Filho de Josué Bengtson é preso
Na tarde do dia 7 de setembro, Marcos Bengston, filho do ex-deputado, foi preso acusado de ser o mandante do assassinato de Valmeristo. Além de Marcos, foram presos dois pistoleiros suspeitos de serem executores do crime. De acordo com o integrante da coordenação estadual do MST, Ulisses Manaças, a milícia armada estava a serviço de Josué Bengstson, que reivindica a propriedade de 1,8 mil , dos quase 7 mil hectares de terras da gleba Pau de Remo. (fonte: MST)
Plebiscito pelo limite de terra se encerrou no dia 12
Devido à grande procura para participar do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade de Terra, que começou em todo Brasil no dia 1º de setembro, a Coordenação do Fórum decidiu prorrogar a votação até o dia 12. Os estados onde houve a prorrogação foram: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Tocantins, Amazonas, Pará, Bahia, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraná e Rio Grande do Sul. O abaixo-assinado, que circulou junto com a votação, continua em todo país até o final deste ano. O objetivo desta coleta de assinaturas é pressionar para a criação de um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) no Congresso Nacional, para que seja inserido um novo inciso no artigo 186 da Constituição Federal que se refere ao cumprimento da função social da propriedade rural. Já o plebiscito popular, além de consultar a população sobre a necessidade de se estabelecer um limite máximo à propriedade da terra, tem o objetivo de ser, fundamentalmente, um importante processo pedagógico de formação e conscientização do povo brasileiro sobre a realidade agrária do nosso país e de debater sobre qual projeto defendemos para o povo brasileiro. (Fonte: FNRA)
Homens armados ameaçam indígenas no Mato Grosso do Sul
Aproximadamente 80 membros do grupo indígena Guarani Kaiowá Y’poí, no Mato Grosso do Sul, estão sendo ameaçados por homens armados contratados por fazendeiros locais. Eles estão impedidos de deixar seu acampamento, resultando na impossibilidade de acesso à água, comida, educação e saúde. O grupo reocupou fazendas que reivindicam como sendo parte de suas terras ancestrais, próximo a Paranhos (MS). Estão cercados por homens armados contratados por fazendeiros locais, que os ameaçam continuamente e tiros têm sido disparados para o ar durante a noite. A comunidade denunciou sua situação ao Ministério Público Federal, à Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e às autoridades policiais do estado, mas nenhuma medida foi tomada até agora. Anteriormente, a comunidade Guarani-Kaiowá Y’poí foi violentamente expulsa de suas terras ancestrais, em outubro de 2009. Durante a expulsão, membros da comunidade disseram que viram Genivaldo Vera sendo levado embora por homens armados e seu primo Rolindo Vera fugindo para a floresta. O corpo de Genivaldo foi encontrado em um rio próximo poucos dias depois. Sua cabeça tinha sido raspada e seu corpo apresentava muitos ferimentos. O paradeiro de Rolindo Vera permanece desconhecido. Após mais de 300 dias a família de Rolindo continua a esperar que a Polícia Federal informe o que aconteceu com ele ou que traga seu corpo. (Fonte: CIMI)
Articulação São Francisco Vivo lança documento cobrando 10 compromissos dos candidatos
A Articulação São Francisco Vivo enviou documento aos candidatos para os cargos legislativos e executivos dos estados da Bacia do São Francisco (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe), além dos candidatos à Presidência da República, com 10 propostas importantes com as quais os candidatos devem se comprometer para terem apoio das mais de 300 organizações e entidades da Bacia do São Francisco, que fazem parte da Articulação. O objetivo do documento é ajudar na eleição de candidatos comprometidos com as lutas relacionadas à revitalização do rio São Francisco. Acesse o documento clicando aqui. (Fonte: São Francisco Vivo)
ONU critica trabalho escravo no Brasil
Relatório da ONU afirma que punições previstas não intimidam, e, também, lança suspeitas de conivência de políticos. O documento traz, ainda, como recomendação, a aprovação da proposta de emenda constitucional que prevê a expropriação de terras onde for encontrado trabalho forçado. Falta de punições, número insuficiente de policiais e assassinatos de defensores dos direitos humanos, são alguns dos obstáculos para a erradicação do trabalho análogo ao escravo no Brasil. A informação é da relatora especial da ONU sobre formas contemporâneas de escravidão, Gulnara Shahinian, que veio ao país em maio. O relatório, entretanto, apesar dessas críticas, também elogia o governo brasileiro por reconhecer o trabalho análogo à escravidão como um problema e pelas políticas públicas aplicadas, como os grupos móveis de fiscalização. "O uso continuado do trabalho escravo, evidenciado pelo número dos libertados, sugere que as multas (pagas diretamente ao Estado) e as sanções criminais não são meios de intimidação suficientes", diz o documento. (Fonte: Folha de SP)
Mandantes do assassinato de padre Josimo são julgados hoje no Maranhão
Está sendo realizado neste dia 15 de setembro, em Imperatriz (MA), o júri popular que irá julgar Osvaldino Teodoro da Silva e Nazaré Teodoro da Silva, acusados de serem os mandantes do assassinato de padre Josimo, em maio de 1986. O Júri está reunido no auditório da faculdade de Educação Santa Terezinha (FEST). Outros julgamentos foram realizados e alguns envolvidos foram condenados, entretanto, nenhum cumpriu pena. Essa é mais uma tentativa de se fazer justiça àqueles que deram sua vida pela luta do povo do campo. Coordenador da CPT Araguaia-Tocantins, Josimo passou a denunciar os grileiros de terra, a opressão dos latifundiários contra os lavradores e a defender os direitos do povo, conscientizando-os sobre sua força. Em abril de 1986, sofreu um atentado, mas as balas não o atingiram. Consciente do risco que corria por defender seus ideais, escreveu um testamento onde reafirmou seus compromissos com o povo pobre. “A minha vida nada vale em vista da morte de tantos lavradores assassinados, violentados, despejados de suas terras, deixando mulheres e filhos abandonados, sem carinho, sem pão e sem lar", afirmou. Um mês depois desse primeiro ataque, foi assassinado com dois tiros pelas costas quando subia as escadarias do prédio onde funcionava o escritório da CPT em Imperatriz (MA). (Fonte: CPT)
Vídeo com animações do Google Earth sobre impactos da hidrelétrica de Belo Monte
Nesta quarta, dia 15, foi lançado em Belém (PA) um vídeo em duas partes de quatro minutos e com animação 3-D, que apresenta de forma clara e didática os impactos sociais, ambientais e econômicos da hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu. O vídeo foi produzido pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre (MXVS). Intitulado Defendendo os Rios da Amazônia, o projeto faz parte de uma campanha nacional e internacional coordenada pelo MXVS. Segundo os coordenadores do movimento, o vídeo alerta a sociedade brasileira para o processo atropelado, leviano, desrespeitoso e ilegal de planejamento e licenciamento do empreendimento pelo governo federal. Narrado pela atriz paraense Dira Paes, conhecida como uma das principais vozes em defesa dos direitos humanos e do meio ambiente em seu estado, “Defendendo os Rios da Amazônia” mostra de modo realista os impactos previstos da hidrelétrica de Belo Monte, como o alagamento de parte de Altamira e a seca de um trecho de cerca de 100 km de rio, afetando populações indígenas, ribeirinhos e agricultores familiares. O vídeo também apresenta os impactos de Belo Monte sobre a rica biodiversidade de animais e peixes da região, e como os reservatórios do projeto poderiam se tornar um grande criadouro de mosquitos transmissores da malária. Além disso, o vídeo demonstra que os reservatórios produziriam uma grande quantidade de metano, um dos mais potentes gases de efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas. (Fonte: MXVS)
11ª Romaria ao Caldeirão do Beato Zé Lourenço
A Romaria ao Caldeirão do Beato Zé Lourenço será realizada no próximo domingo, 19 de setembro, em Crato (CE), com o lema “Vida em primeiro lugar”. A caminhada terá início às 7h00 e lembrará a comunidade organizada pelo beato Zé Lourenço nos anos 30. A história dos beatos no Nordeste tem inicio com o Pe. Ibiapina, tempos mais tarde surge o Caldeirão, sob o comando do Beato José Lourenço, que levava uma vida de penitência sob a orientação do Pe. Cícero. Caldeirão ficava nas terras de herança do Pe. Cícero no município de Crato. O verdadeiro “milagre do trabalho”, nesta comunidade, foi transformar o solo estéril numa terra produtiva. A área do Caldeirão era de 900 hectares, localizada numa região semiárida com pouca vegetação, solo nu e pobre em nutrientes, topografia acidentada e com vários grotões. Em 1926, a população inicial do Caldeirão era de 200 a 300 pessoas e teve um aumento considerável com a seca de 1932, quando as pessoas procuravam a comunidade para não morrer de fome. Quando da invasão policial em 1936, a população estava entre 1500 e 2000 habitantes. Os trabalhadores acreditavam que era possível um mundo onde todos desfrutassem, igualmente, das riquezas produzidas. Entretanto, tal experiência era mal vista pelo governo. Em setembro de 1936 aconteceu a primeira expedição policial ao local, destruindo toda a plantação e roubando os pertences da comunidade e a segunda expedição aconteceu em maio de 1937, quando se deu um bombardeio, destruindo o Caldeirão e matando quase mil pessoas. O Caldeirão tornou-se sinal de liberdade camponesa onde prosperou uma vida baseada na experiência das primeiras comunidades cristãs. (Fonte: CPT)
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Cristiane Passos
Assessoria de Comunicação
Comissão Pastoral da Terra
Secretaria Nacional - Goiânia, Goiás.
Fone: 62 4008-6406/6412/6400
www.cptnacional.org.br
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