julho 22, 2007

"Recordar é viver...

Foto: Rogelio Casado - Encontro Nacional de Saúde Mental, BH-MG, jul/2006

...eu hoje sonhei com Belô"


13 de julho de 2006. Amanheço em Belo Horizonte. Da janela do hotel vejo a paisagem sinuosa da cidade, tantas vezes desenhadas na voz do pessoal do Clube da Esquina. Onde andará Milton Nascimento?

Pela segunda vez estou na cidade de Miriam Abou-yd. Na primeira, um ano antes, fui conhecer os serviços substitutivos ao manicômio de uma das mais emblemáticas experiências da reforma psiquiátrica brasileira. Caso você não possa conhecê-la pessoalmente, leia os livros de Ana Marta Lobosque, tudo lá: "Princípios para uma Clínica Antimanicomial e outros escritos" (Hucitec, 1997), "Experiências da Loucura" (Garamond, 2001) e "Clínica em Movimento: por uma sociedade sem manicômios" (Garamond, 2003); sem contar com o artigo "A Cidade e a Loucura: entrelaces", escrito em parceria com Miriam Abou-yd, publicado no livro "Sistema Único de Saúde: reescrevendo o público" (Xamã, 1998).

Desta vez, estou como participante em uma mesa redonda no Encontro Nacional de Saúde Mental - uma realização da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial e do Conselho Federal de Psicologial. A mesa tem como tema "Movimentos sociais: Uma interlocução necessária". Dividem, comigo, o tema: Daniel Silveira, presidente da Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais e Mauro Rubem, deputado estadual da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Goiás. A debatedora é Lídia Dias, Coordenadora do Programa de Atenção Básica de Saúde do município de Fortaleza.

Não vejo a hora de rever meus novos companheiros (a Associação Chico Inácio - ong que ajudei a fundar e que atua no campo da defesa dos direitos civis e políticos dos portadores de transtorno mental no estado do Amazonas - filou-se à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial em 2004). Será que encontrarei Milton Nascimento tomando o café da manhã no restaurante do hotel onde estou hospedado?

Nota: Macacos me mordam! Tô achando que a antena, no alto da fotografia à esquerda, é a mesma da cena antológica do filme "Uma onda no ar", do Helvécio Ratton. É ou não é, colegas do mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia-UFAM?

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