Foto: Mari Chiba - Lúcio Flávio Pinto
Neste final de 2007 não poderia deixar de cumprimentar o jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, conterrâneo de meu pai, pela passagem dos 20 anos de existência do Jornal Pessoal, um exemplo de jornalismo corajoso. Grande Lúcio Flávio Pinto!
27.09.2007 17:25Neste final de 2007 não poderia deixar de cumprimentar o jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, conterrâneo de meu pai, pela passagem dos 20 anos de existência do Jornal Pessoal, um exemplo de jornalismo corajoso. Grande Lúcio Flávio Pinto!
Debate com Lúcio Flávio Pinto comemora os 20 Anos do Jornal Pessoal
Para celebrar os 20 anos do Jornal Pessoal (JP) foi realizado um encontro entre os leitores e o Sociólogo, Jornalista e Escritor Lúcio Flávio Pinto no final da tarde, do dia 26. A conversa foi marcada pela interação, abordando assuntos polêmicos sobre a história do Pará em seu contexto sócio-econômico, político e midiático atual.
Durante o encontro, o leitor Ângelo Madson, estudante de sociologia da Universidade Federal do Pará, questionou a importância do JP diante dos problemas da sociedade informatizada. Nesse contexto, Lúcio criticou a autocensura do jornalista e o jornalismo de produção virtual. “Não existe jornalismo de gabinete, o jornalista tem que ter percepção, ver, olhar e sentir a contemporaneidade. Deve pensar na opinião pública e não no cliente, afinal, ninguém consegue saber o que acontece na Amazônia baseado-se apenas nas capitais”, comentou, após criticar os releases que têm ocupado grande parte dos jornais impressos.
Lúcio Flávio que já foi condenado quatro vezes, possui mais de 32 processos judiciais como frutos de seu jornalismo crítico e independente. Ao fazer um breve relato sobre sua carreira, destacou seu envolvimento constante com a imprensa alternativa, como o jornal “Opinião” do Rio de Janeiro, durante a década de 70. Em seguida, fez um relato sobre a morte por encomenda do deputado estadual Paulo Fontelles, em 1987, que motivou quatro meses depois, a circulação da primeira edição do Jornal Pessoal. “Além do aspecto emotivo ou pessoal, a morte do deputado foi significativa. Era o primeiro atentado político ocorrido na história da capital.”
O jornalista falou ainda sobre as ações da justiça que “sufocam a imprensa”, dentre outras dificuldades que enfrenta na produção e impressão, que já passou por várias gráficas. “Já me espancaram, agora, qual vai ser a próxima agressão?... a despeito dessas limitações o Jornal Pessoal tem feito história, pois sugere um novo pensamento ao leitor”, afirmou.
O evento foi organizado pela professora Marly Silva, como parte do projeto Confronto de Idéias, que estimula debates científicos sobre a Amazônia e seus problemas. Segundo Marly, “reconhecer a importância do JP é fundamental para fomentar um novo discurso na sociedade.”
No final do encontro foram feitas homenagens ao jornalista que pretende lançar um livro contando os detalhes dos 20 anos da história do Jornal Pessoal. “Hoje é dia de festa para os leitores, mas temos que lutar para que essa data não termine apenas com um bolo de festa. Um movimento precisa ser feito para devolver a democratização ao Lúcio e a outros que tem o mesmo ideal: da persistência, da retidão e da coragem,” declarou emocionado o professor aposentado Jean Hebette.
Fonte: Universidade Federal do Pará
Nenhum comentário:
Postar um comentário