dezembro 06, 2007

É hoje a abertura do Encontro Nacional "20 anos de luta por uma sociedade sem manicômios"


Entre os dias 6, 7, 8 e 9 de dezembro acontece, em Bauru, o Encontro Nacional "20 anos em luta por uma sociedade sem manicômios". Comemorando 20 anos da luta, o encontro vai trazer de novo à pauta o debate aguerrido sobre as práticas, mas será também um momento de integração cultural, com shows e teatros, buscando a reaproximação de todos os atores desta que, de luta, passou a ser uma política pública do próprio governo federal – a Reforma Psiquiátrica.

Ao completarem-se 20 anos do II Congresso Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental, momento que marcou o início da luta antimanicomial brasileira, é hora de renovarmos nossas forças.

Um pouco da história de luta

Em dezembro deste ano, completam-se 20 anos do II Congresso Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental, momento que marcou o início da Luta Antimanicomial brasileira.

No mês de dezembro de 1987, na cidade de Bauru, São Paulo, 250 manifestantes, dentre usuários e trabalhadores de saúde mental, foram para as ruas, de faixas em punho e palavras de ordem, gritando por uma sociedade sem manicômios. De lá para cá, o movimento evoluiu e fez história. 20 anos passados, o Conselho Federal de Psicologia, ao lado do Movimento da Luta Antimanicomial, com o apoio da Prefeitura da cidade de Bauru e da Universidade Estadual Paulista realizará, no mês de dezembrodeste ano de 2007, o Encontro Nacional "20 anos de Luta por uma sociedade sem manicômios", para fazer um balanço dos 20 anos de trajetória desta luta.
"Este evento pretende recolocar a radicalidade à Reforma Psiquiátrica", diz o vice-presidente do CFP, Marcus Vinícius de Oliveira. "O Movimento da Luta Antimanicomial é o sal da Reforma Psiquiátrica, deu o tom para essa Reforma no país. No mundo inteiro, muitas reformas acontecem, mas sem radicalizarem, sem o raciocínio de que a exceção é, muitas vezes, cruel. Mas, no Brasil, optamos pela radicalidade. Começamos a caminhada dizendo não a esta forma de exclusão que são os manicômios. E, nisso, a Carta de Bauru, editada naquele longíquo dezembro de 1987, que vamos retomar agora, mostra-se muito atual, porque rechaça o manicômio, essa forma pior de exclusão", diz Marcus Vinícius.

O Encontro "20 anos de luta por uma sociedade sem manicômios" pretende fazer um resgate do movimento antimanicomial no país e ser também um locus para se acolherem narrativas de usuários, trabalhadores e militantes da luta antimanicomial, com o objetivo de aprofundar a ideologia "por uma sociedade sem manicômios!". Para isso, o Encontro tem site próprio, hospedado dentro do portal da Psicologia – www.pol.org.br –, para inscrição de trabalhos, narrativas históricas do tema, a serem apresentadas em Bauru, nos dias 6 a 9 de dezembro, data prevista para o evento.

Expectativa – Em Bauru, começam as movimentações para as comemorações dos 20 anos da Carta de Bauru. "A prefeitura da cidade abre com saudosismo essa comemoração", diz o Secretário Municipal de Saúde, Mário Ramos de Paula e Silva. "Estamos fazendo um resgate dos 20 anos do Movimento da Luta Antimanicomial no Brasil porque foi aqui, nesta cidade, que teve origem esse processo de luta. Naquela época, em 1987, a grande dificuldade era articular um serviço público com modelo acadêmico, universitário, e articular o que acabou sendo o NAPS – Hospital Dia, o primeiro Hospital Dia no Brasil. Aqueles idos de 1987 eram intensos, tendo em vista a reconstrução da democracia, a abertura de canais e tudo o que se escreveu naquela ocasião, que acabou se transformando em letra, com a Constituição de 1988. Agora, 20 anos passados, enxergamos este como um momento extremamente importante, como o grande desafio de implementar a rede de saúde mental em busca da efetivação da inserção social e da cidadania", completa.

O Encontro Nacional "20 anos em luta por uma sociedade sem manicômios" vai levar, à cidade de Bauru, o debate sobre as práticas, mas será também um momento de integração cultural, com shows e teatros, buscando a reaproximação de todos os atores desta que, de luta, passou a ser uma política pública do próprio governo federal – a Reforma Psiquiátrica.

"Há vinte anos não tínhamos idéia do que poderia ser a Reforma Psiquiátrica", diz o psiquiatra Roberto Tykanori. "O evento de Bauru foi por demais inusitado. Seu lema foi uma chamada para uma sociedade sem manicômios, o que, convenhamos, há 20 anos, quase ninguém conseguia entender! Reunimos pouco mais de 200 pessoas e saímos às ruas com palavras de ordem. E nos diziam: ‘quê sociedade é esta que vocês querem???'. Lá em Bauru começamos a defender essa idéia, que se difundiu e hoje se tornou uma das políticas mais discutidas no Congresso Nacional", afirma.

De acordo com Celso Zonta, doutor em Psicologia Social e prof. da UNESP/Bauru, "este é um momento de dupla dimensão. Em 2007, vamos fortalecer as organizações que trabalham com saúde mental e vamos avançar na luta".
Portanto, em dezembro, todos a Bauru!

Fonte: Conselho Federal de Psicologia

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Rogelio Casado;
Meu nome é Alan Reis e faço parte de um grupo espírita de Belém do Pará (Grupo JEAC), e o grupo ta montando um site para divulgar o seu trabalho que ta voltado para teatro musica e dança e ao mesmo tempo divulgar as musicas da Doutrina Espírita e eu tava querendo saber se você poderia me da o site ou Histórico do grupo Harmonia para eu divulgar no site do grupo?
Meu MSN: allan_reis@msn.com.br

Dês de já agradeço a sua atenção.