O poeta Zemaria homanageou duas inesquecíveis e saudosas personagens: Antônio Paulo Graça, autor de Uma poética do Genocídio, editado pela Topbooks, e Alcides Werk, autor de Trilha Dágua, editado pela Edições Imprensa Oficial do Estado do Amazonas (minha edição é a quarta, de 1994, presenteada pelo Zé, com dedicatória do autor, em maio de 1995). Sobre este último Zemaria produziu um belo ensaio intitulado A Miragem elaborada (um vôo livre sobre a poesia de Alcides Werk), como trabalho final do Curso de Pós-Graduação em Literatura Brasileira, na Universidade Federal do Amazonas, em 1989.
Aqui um trecho do ensaio sobre uma passagem poética:
Outros poemas como Vitória-Régia, Ariranha e Jaburu, compidado em Poemas Da Água e da Terra, têm por motivo, ainda a ocupação de espaço poétido pelos seres amazônicos. Nesse mesmo livro - uma edição bilíngüe, português-inglês, para consumo ocasional de turistas preocupados com a causa ecológica - os poemas Calypso e Boto cor de Rosa registram a famigerada incursão de Jacques Cousteau pela Amazônia, em 1986. Não sem poesia, como nesta passagem de Calypso:
A salsugem do seu casco
traz às minhas narinas
a lembrança de lugares que apenas sonhei
Não sem amarga ironia, como no poema dedicado à farsa criada por Costeau e vendida como verdade científico-piegas ao mundo:
Boto,
boto cor de rosa,
que em menino aprendi vermelho
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