PICICA: No post anterior deixei de mencionar uma outra ação nociva ao ambiente social manauara, nos tempo atuais. Trata-se da idéia fixa do prefeito de Manaus em construir um camelódromo. Até aí nada demais, não fosse a insistência em erguê-lo em área inapropriada. Onde já se viu emporcalhar o visual que se descortina para o rio Negro, entre a velha Alfândega e a Capitania dos Portos? Como é que se insiste em comprometer a paisagem fechando o olhar para o rio que banha a cidade, reproduzindo um erro das administrações que permitiram a ocupação desordenada da orla do rio Negro, conhecida entre nós como beiradão? Não me venham com a crítica anêmica de que estaríamos privilegiando a paisagem em detrimento do homem. Perguntem de qualquer especialista em turismo o significado desta perda. Faz-se necessário um camelódromo em Manaus? Sim. Que não se use a proximidade da Copa do Mundo em 2014 para executar projetos mal formulados, estrategica e arquitetonicamente. Caso contrário, é deixar recair sobre o cidadão o ônus de bancar novos "prosamins" para corrigir erros de inépcias administrativas. Taí o desabamento do porto do Chibatão que não nos deixa cair em contradição. O embargo da obra pelo Ministério Público Federal agiu em tempo, preventivamente.
PICICA: O prédio da Alfandega de Manaus (acima), construído no século XIX, iria rivalizar com uma construção de arquitetura duvidosa para abrigar um camelódromo, não fosse a iniciativa do Ministério Público de embargar a obra. Como as vias naturais de deslocamento no Amazonas são os rios, nada mais óbvio do que construi-lo às margens do rio, naquela época. De lá prá cá, com os modernos meios de transporte não se justificam construções na orla do rio Negro. O vizinho estado do Pará deu um belo exemplo de como ressignificar e dar outra destinação social para as docas. Bons exemplos devem ser seguidos. O que fazem nossos legisladores que não se inspiram em bons exemplos? É hora de rever a legislação sobre a orla da cidade.
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