outubro 17, 2010

Dilma Rousseff não pode ceder ao obscurantismo na questão do aborto

PICICA: Voltamos a postar o vídeo em que Dilma Roussef aborda a questão do aborto no Brasil. É sabido que morre uma mulher a cada dois dias devido ao aborto mal assistido, o que o inscreve como um grave problema de saúde pública. Nas eleições de 2010 para a presidência da república, os setores fundamentalistas das igrejas católicas e evangélicas resolveram cobrir o Brasil com o manto do obscurantismo, promovendo um retorno das teses moralistas que foram varridas do cenário de outros países. Fecham os olhos para o fato que uma em cada cinco brasileiras já fez um aborto. Dilma Rousseff tem uma posição clara sobre a questão. Entretanto, foram tantas as distorções promovidas por esses setores que ,transformadas em campanha difamatória - muito bem utilizada por um candidato sem escrúpulos como José Serra -, resultou numa comunicação da candidata (abaixo) que, se não joga décadas de trabalho ao chão, deixa um sabor amargo para quem luta pelos direitos das mulheres. Por isso, é bom rever o vídeo abaixo e o depoimento corajoso de várias mulheres, inclusive de quem já votou no candidato tucano. Aos que perguntam por que descriminalizar o aborto, é bom que indaguem  em que a criminalização tem ajudado as mulheres no Brasil.

Excelente vídeo para motivar debates sobre o aborto. Mostra o absurdo que é criminalizar as mulheres que fizeram aborto. São depoimentos de mulheres e homens de todas as classes sociais, sindicalistas, artistas, religiosos(as), pessoas que sofreram e viram sofrer.

Este vídeo, mesmo que antigo (com mais de 10 anos), é atual, pois mostra a criminalização e a opressão das mulheres. A hipocrisia da sociedade e o resultado disso: a morte de mulheres, na maioria pobres, por causa de abortos inseguros.

É um vídeo que ajuda no esclarecimento das razões porque lutar para que o aborto seja discriminalizado no Brasil e que as mulheres tenham o direito de optar se desejam ou não ter filhos e o Estado responsabilizado a apoiar essa decisão, com assistência médica de qualidade, com informações e com medicamentos ou contraceptivos distribuídos gratuitamente.

Este víde contou com o apoio do Núcleo de Estudos da Mulher e Relaçoes Sociais de Gênero - NEMGE e da Fundação MacArthur

CARTA DILMA ROUSSEFF
15 de outubro de 2010

Dirijo-me mais uma vez a vocês, com o carinho e o respeito que merecem os que sonham com um Brasil cada vez mais perto da premissa do Evangelho de desejar ao próximo o que queremos para nós mesmos. É com esta convicção que resolvi pôr um fim definitivo à campanha de calúnias e boatos espalhados por meus adversários eleitorais. Para não permitir que prevaleça a mentira como arma em busca de votos, em nome da verdade quero reafirmar:

1. Defendo a convivência entre as diferentes religiões e a liberdade religiosa, assegurada pela Constituição Federal;

2. Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto;
 
3. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País.

4. O PNDH3 é uma ampla carta de intenções, que incorporou itens do programa anterior. Está sendo revisto e, se eleita, não pretendo promover nenhuma iniciativa que afronte a família;

5. Com relação ao PLC 122, caso aprovado no Senado, onde tramita atualmente, será sancionado em meu futuro governo nos artigos que não violem a liberdade de crença, culto e expressão e demais garantias constitucionais individuais existentes no Brasil;

6. Se Deus quiser e o povo brasileiro me der, a oportunidade de presidir o País, pretendo editar leis e desenvolver programas que tenham a família como foco principal, a exemplo do Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e tantos outros que resgatam a cidadania e a dignidade humana.

Com estes esclarecimentos, espero contar com vocês para deter a sórdida campanha de calúnias contra mim orquestrada. Não podemos permitir que a mentira se converta em fonte de benefícios eleitorais para aqueles que não têm escrúpulos de manipular a fé e a religião tão respeitada por todos nós. Minha campanha é pela vida, pela paz, pela justiça social, pelo respeito, pela prosperidade e pela
convivência entre todas as pessoas.

Dilma Rousseff

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