dezembro 01, 2010

Três artigos contra o noticiário triunfalista sobre o combate ao tráfico de drogas no RJ

PICICA: Face ao triunfalismo que tomou conta do noticiário da mídia nacional com a ocupação de uma das favelas do Complexo do Alemão, o PICICA põe a disposição do leitor artigos indispensáveis para a compreensão dos acontecimentos no Rio de Janeiro. 1) Mídia ainda idolatra milicos, de Miguel do Rosário -  "Analisar as recentes operações militares em favelas do Rio requer muito cuidado para não sermos levados, meio que distraidamente, a uma visão cînica e oficialista. O triunfalismo da mídia é constrangedor. Poucos dias antes da tomada do morro do Alemão, o guru dos alienados da rede, Marcelo Tas, escreveu uma mensagem no Twitter em que pedia que o exército, depois de resolver o problema do Rio, se dirigisse ao Congresso Nacional e “limpasse” a casa. Houve resposta imediata, naturalmente. Outro Marcelo, o Branco, rebateu que os militares já tinham feito aquilo, na ditadura. A babação de ovo da mídia pelos milicos é atávica, golpista e doentia. É bom ficar de olho bem aberto."; 2) Triunfo e Ilusão 2 - "A ocupação se deu com os vexames de sempre contra moradores. TVs destruídas a golpe de fuzil, casas arrombadas e saqueadas. Pouco a pouco a grande mídia vai mostrando que a ocupação teve os elementos de sempre. Desprezo pelo povo pobre, arrogância e violência. Leitores de O Globo pediram isso, insistiam em que se tinha de entrar em todas as casas. Imagine-se isso em um bairro de classe média. Mas, para eles, na favela não vigem os direitos humanos."; 3) Tropa de Elite III: Quem é o inimigo? - Já que a moda agora é colocar câmeras para acompanhar os cercos policiais cinematográficos em tempo real, porque não colocamos câmeras em todos os presídios brasileiros para que a gente possa ver o que está sendo escondido de nossos olhos todos os dias? A humanização do sistema prisional brasileiro, seria, definitivamente, o primeiro passo para um real combate a violência no Brasil. Mas quem irá levantar essa bandeira? É fácil tirar os criminosos de seus territórios. O que aconteceu este fim de semana no Brasil, já poderia ter acontecido há muito tempo. (...) Todos nós sabemos que o tráfico de drogas existe no Rio por uma conivência com a polícia e autoridades do governo. Não adianta esconder o problema trancafiando a sombra da sociedade. Tampouco resolve a violência como resposta à violência. O estado não pode punir com base no olho por olho, dente por dente. Isto é vingança. E o estado não pode ser vingativo. A punição deve existir para corrigir com rigor e dignidade quem errou e ajudar este indivíduo a encontrar seu caminho de autotransformação." De quebra, veja a entrevista com Luiz Eduardo Soares para o Roda Viva. O entrevistado é bom. Os entrevistadores fixos do programa são lastimáveis.
radarcultura | 30 de novembro de 2010 |
O Roda Viva dessa segunda-feira recebe um homem acostumado com a violência. O sociólogo Luiz Eduardo Soares foi secretário de segurança pública nacional e do Rio de Janeiro. Além disso, ele é co-autor do livro Elite da Tropa que inspirou o filme Tropa de elite.
Na pauta do programa, os ataques do crime organizado na cidade do Rio de Janeiro.

O Roda Viva é um programa da Tv Cultura. Mais informações em: http://www.tvcultura.com.br/rodaviva

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