BH será representada na marcha antimanicomial em Brasília

Nota do blog: "BH será representada na marcha antimanicomial em Brasília" - Manchete como essa você não lerá em Manaus. A capital do Amazonas é um dos municípios mais atrasados quando se fala em implantação de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O único existente - na zona norte da cidade - foi implantado pelo governo do Estado, na época em que fui coordenador do Programa Estadual de Saúde Mental (2003-2007). Tudo porque perdeu-se o bonde da história. Enquanto Belo Horizonte, e outros 12 municípios, de grande porte, de diferentes estados da federação, municipalizou a sáude, no início dos anos 1990, conforme determinação da histórica VIII Conferência Nacional de Saúde (1988), iniciando a implantação da rede substitutiva ao manicômio, conhecida no país como CAPS, e em BH conhecidos como CERSAM - Centro de Referência em Saúde Mental -, que hoje somam um total de 7 unidades III (funcionando 24 horas), Manaus, com sua prosaica vocação à passividade (há controvérisas), não dispunha de inteligência e/ou competências para tanto. A tardia decisão política de municipalizar as ações de saúde, que só aconteceu em 2003, ainda não deu frutos na área de saúde mental, passado seis anos da assinatura do acordo entre os três poderes públicos. Um exemplo que enche os amazonenses de vergonha: o estado do Pará que tinha 14 CAPS por volta de 2003, atualmente tem 40 CAPS. Nem tudo está perdido! A gloriosa Associação Chico Inácio - filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial - estará representando o Amazonas na Marcha dos Usuários de Saúde Mental por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, no próximo dia 30 de setembro. Até agora não conseguiram uma passagem aérea sequer. Mas que vão, vão. Vão com a mesma garra com que lutaram pela Lei de Saúde Mental do Estado do Amazonas. E mais. Na bagagem, as seguintes reivindicações: substituição do Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro por um Hospital de Clínicas (com um Pronto Atendimento para atendimento de crises); implantação de leitos psiquiátricos em Hospitais Gerais e de uma rede de CAPS; criação de Centros de Convivência; política de geração de emprego e renda; garantia de direitos previdenciários. Grande Associação Chico Inácio! A luta continua.