Nota do blog: Em três anos serei considerado oficialmente idoso, mas podem me chamar de velho. Como tal quero ser chamado. Nada de melhor idade ou coisa que o valha. Como o quadro pintado pelo Luciano Martins Costa no campo das políticas públicas, em seu artigo para o Observatório da Imprensa, é pra lá de preocupante, declaro que estou em busca de parceiros(as) para articular um movimento por políticas públicas e luta pela boa velhice, senão a gente vira arquivo morto, tá ligado, velho?
POLÍTICA PÚBLICAS
Retrato ignorado do Brasil
Por Luciano Martins Costa em 6/4/2010
A edição da CartaCapital desta semana traz uma interessante reportagem sobre a encruzilhada demográfica do Brasil. A população brasileira está envelhecendo rapidamente, e em duas décadas deixaremos de ser um país predominantemente jovem para nos tornarmos uma nação "supervelha", como o Japão e a maioria da Europa.
A questão, bem amparada em pesquisas e entrevistas, oferece uma perspectiva para análises sobre o futuro imediato do país muito diversa daquilo que vem sendo oferecido aos leitores pela imprensa em geral.
Em primeiro lugar, a projeção de envelhecimento se soma a previsões de que, já em 2030, a população brasileira deverá estagnar nos 207 milhões de habitantes, apenas 17 milhões acima da população atual. E a partir daí deverá entrar em processo de encolhimento, o que pode ser um problema num território continental e com grandes áreas de fronteira.
Outra questão é a adequação dos sistemas de saúde público e privado, além do problema previdenciário, representado principalmente pela persistência de sistemas de aposentadorias desiguais, nos quais a maioria paga pelos privilégios de alguns poucos.
Arquivo morto
Esses temas tocam tudo que se pode imaginar em termos de políticas públicas. A reportagem de CartaCapital pode inspirar reflexões interessantes e enriquecedoras sobre os assuntos que a imprensa tem destacado na agenda pública, nesses dias em que as principais candidaturas à Presidência da República e aos governos dos estados estão na rampa de lançamento.
Desde os projetos de obras de infraestrutura até os debates sobre jornadas de trabalho, direitos humanos e educação, tudo poderia estar sendo analisado sob outro olhar se os participantes – o público inclusive – levassem em consideração o futuro do Brasil daqui a duas décadas.
Mas, infelizmente, parece que a ampla reportagem vai circular em âmbito restrito. Ao contrário do que acontece com as outras revistas semanais de informação, que sempre produzem repercussões nos diários, principalmente quando suscitam escândalo, parece que CartaCapital não é levada em boa conta pelos jornais brasileiros.
Assim como a recente reportagem do Estado de S.Paulo sobre o "Mapa da Violência nos Municípios" (ver aqui), a questão da encruzilhada demográfica vai repousar nos arquivos.
Por isso se diz que o Brasil não conhece o Brasil.
Fonte: Observatório da Imprensa
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
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