Nota do blog: Documentário sobre Francisco Franco, o general que jogou a Espanha numa das mais longas ditaduras da Europa. Meu bisavô, Primo Casado Valles, natural de Valladolid, que foi vice-consul da Espanha em Iquitos (1903-1908), onde nasceu minha amada vovó Maria Casado Ramirez, falecido em 1932, não viveu para ver a ascensão da ditadura franquista, essa vergonha da história da Espanha.
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A justiça injusta
O juiz espanhol Baltazar Garzón tentou reabrir o caso de genocídio coletivo que representaram os massacres que o regime franquista realizou na Espanha. Não apenas não conseguiu, como sofre agora as represálias da Justiça (com perdão da palavra), que deseja puni-lo por essa afronta ao ditador.
A isso se refere Galeano no texto reproduzido em seguida:
GARZON, por EDUARDO GALEANO
“O juiz Baltasar Garzón se senta agora no banco dos acusados. Ele ameaçou a impunidade dos ladrões dos fundos públicos e perturbou a paz dos ladrões da memória coletiva.
O Tribunal Supremo, cúpula do sistema judicial espanhol, não dissimula sua decisão de condená-lo. Dos quinze juízes membros desse tribunal, dez chegaram a seus cargos jurando fidelidade ao Generalíssimo Franco. E não o esquecem, para que não se diga que eles negam o direito de recordar.
Até quando a Justiça seguirá perseguindo aos justos? Até quando a Justiça seguirá sendo injusta?
Héctor Tizón, que sabe muito de história e de Justiça, costuma advertir que a Justiça condenou Sócrates e Jesus, que foram os dois homens mais justos de toda a história da humanidade.”
Fonte: Agência Carta Maior
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