novembro 23, 2011

Boletim da CPT: romaria e meio ambiente, ocupação do INCRA na Paraíba, demissão em Belo Monte, massacre na comunidade Kaiowá Guarani, entre outros


Ano 24 - Goiânia, Goiás.       Edição nº. 23 de 2011 – De 22 de novembro a 7 de dezembro.
Veja nesta edição:
- 24ª Romaria da Terra e das Águas de Alagoas traz como tema o meio ambiente         
- 200 agricultores ocuparam o INCRA na Paraíba         
- Após protesto, 150 são demitidos em usina de Belo Monte         
- CPT Juazeiro celebra 35 anos         
- CPT Espírito Santo lança campanha de divulgação da produção agroecológica em assentamentos         
- Comunidade Kaiowá Guarani sofre massacre na manhã da última sexta-feira    
- Via Campesina realiza mobilização em Goiás
- Eleito o novo presidente da Cáritas Brasileira
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24ª Romaria da Terra e das Águas de Alagoas traz como tema o meio ambiente         
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), em parceria com as Comunidades Eclesiais de Bases (Cebs), realizou entre os dias 12 e 13 de novembro a 24ª Romaria da Terra e das Águas, no município de Marechal Deodoro (AL). Este ano trouxe como tema “Preservar, cuidar e cultivar a vida na mãe terra”, definido dentro da Campanha da Fraternidade 2011, cujo lema “A natureza geme em dores de parto” (Rm 8,22). Cerca de quatro mil romeiros, de várias comunidades, assentamentos e acampamentos do estado, acompanharam a Romaria. A escolha de Marechal Deodoro, segundo Carlos Lima, coordenador da CPT no estado, se deu devido à grande quantidade de água e lagoas, e por causa do monocultivo da cana de açúcar e exploração imobiliária do local, fatores esses responsáveis pela destruição e/ou degradação do meio ambiente. A 24ª edição da Romaria da Terra e das Águas percorreu cerca de 9 km e meio, com animação do grupo Koinonya, do município de Fleixeiras. Durante o percurso, três paradas proporcionaram a reflexão a respeito do tema, as consequências e impactos sócio-ambientais. (Fonte: CPT Alagoas)

200 agricultores ocuparam o INCRA na Paraíba         
Mais de 200  trabalhadores  e trabalhadoras rurais das fazendas Quirino, em Juarez Távora e Linda Flor, em Mogeiro, ligados à  Comissão Pastoral da Terra (CPT), ocuparam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no dia 16 de novembro. O grupo  entregou pauta de reivindicações à superintendência.  Dentre os pontos da  pauta   está  a conclusão de um processo que está na Justiça.. O Incra havia feito um acordo com a Comissão dos posseiros de Quirino do Caiçara, mas ainda falta liberação  de recursos  para que possa acontecer a aquisição da fazenda. Na audiência com o superintendente regional, Lenildo Morais, foi discutida a pauta e o  superintendente disse que  em relação à liberação de TDA’s - Títulos da Dívida Agrária - o INCRA Nacional já liberou  recursos para Quirino. Lenildo explica que “o Incra já havia garantido a liberação de TDA’s para as duas áreas. No caso de Quirino, o problema foi a emissão dos títulos em nome do antigo dono, que faleceu antes de recebê-los. Mas, isso já foi corrigido. Em relação à fazenda Linda Flor, existe um decreto de desapropriação que vence em março de 2012 e os posseiros solicitaram a liberação dos TDA’s ainda este ano. Isso também está garantido pelo Incra”, informou Morais. Após a  audiência os trabalhadores e trabalhadoras em assembleia decidiram desocupar a sede. A fazenda Quirino tem 901 hectares, onde vivem 30 famílias de posseiros que lutam pela terra há 13 anos. A área representa um dos mais importantes conflitos por terra do estado. A fazenda Lnda Flor tem 940 hectares, que irão comportar 37 famílias, depois que for transformada em assentamento da reforma agrária. (Fonte: CPT Nordeste II)

Após protesto, 150 são demitidos em usina de Belo Monte         
O consórcio Norte Energia, construtor da hidrelétrica de Belo Monte, demitiu 150 trabalhadores, no dia 16 de novembro, após um protesto por melhores condições de trabalho. Eles haviam paralisado as atividades na manhã do sábado anterior e, no mesmo dia, apresentaram reivindicações à diretoria de Belo Monte. O protesto foi no canteiro de obras da usina em Vitória do Xingu, a 945 km de Belém (oeste do Pará) onde trabalham 1.800 trabalhadores. Segundo os trabalhadores, ao chegarem ao canteiro de obras na manhã do dia 16, uma lista com os nomes dos demissionários havia sido colocada na entrada do local. De lá, eles foram levados até a rodoviária de Anapu (a 179 km de Vitória do Xingu), de onde retornariam a suas cidades natais. Uma das queixas dos trabalhadores é o desvio de função. "Estão colocando pedreiros para trabalhar em serviços gerais", afirmou José Antônio Cardoso, um dos líderes do protesto e um dos demitidos. Outras reivindicações são aumento salarial, aumento do valor do vale-alimentação e uma diminuição no intervalo das folgas para visita à família, atualmente de seis meses (benefício dos que moram fora da região). O consórcio não comentou se as demissões tiveram relação com o protesto. No mês passado, outro protesto - liderado por índios - paralisou as obras da usina contra os possíveis impactos de Belo Monte no rio Xingu. (Fonte: Folha de São Paulo)

CPT Juazeiro celebra 35 anos         
Nos dias 18, 19 e 20 de novembro a CPT de Juazeiro Bahia celebrou 35 anos da criação da Pastoral na Diocese, em Carnaíba do Sertão - Juazeiro - BA. Um seminário intitulado “O que mudou na vida do povo da região?” norteou as reflexões. A programação contou, ainda, com uma celebração eucarística e uma visita à histórica comunidade de Areia Grande que há mais de 30 anos resiste em seu território. Camponeses e camponesas, agentes antigos e novos da CPT local, parceiros e amigos que durante estes 35 anos têm contribuído na luta e organização dos atingidos por barragens, Fundo de Pasto, assalariados rurais, em defesa dos seus direitos e do seu jeito tradicional de viver, participaram das comemorações. A CPT da diocese de Juazeiro foi criada em 1976, um ano depois do nascimento da CPT Nacional, com o objetivo de conhecer a realidade social, despertar para a vida em comum, tomar consciência dos problemas, e dar segurança aos posseiros. Hoje continua prestando um serviço de apoio e assessoria aos camponeses e camponesas, de forma articulada com outros parceiros. (Fonte: CPT Bahia) 

CPT Espírito Santo lança campanha de divulgação da produção agroecológica em assentamentos         
A CPT Espírito Santo lançou uma campanha de divulgação da produção em assentamentos baseada na cultura agroecológica. A campanha é uma resposta à propaganda negativa que o Movimento Paz no Campo, encabeçado por ruralistas, vem divulgando no estado em que chama os assentamentos de "favelas rurais". Focando seus ataques sobre os assentamentos, dizendo que eles são improdutivos, procuram jogar a opinião pública contra os assentados e contra a Via Campesina. O próprio nome do movimento já é provocativo, "paz no campo". Diante desta realidade, e executando seu projeto que visa estimular a produção agroecológica, principalmente nas áreas de assentamentos, a CPT Espírito Santo está divulgando os resultados do seu trabalho, dentro deste propósito. Cartazes informativos foram espalhados em pontos chaves da região norte do Espírito Santo. É uma maneira de divulgar as experiências positivas e produtivas (de forma ecológica) dos assentamentos. (Fonte: CPT Espírito Santo)

Comunidade Kaiowá Guarani sofre massacre na manhã da última sexta-feira        
No início da manhã da última sexta-feira (18), por volta das 6h30, a comunidade Kaiowá Guarani do acampamento Tekoha Guaviry, município de Amambaí, Mato Grosso do Sul, sofreu ataque de 42 pistoleiros fortemente armados. O massacre teve como alvo o cacique Nísio Gomes, 59 anos, executado com tiros de calibre 12. Depois de morto, o corpo do indígena foi levado pelos pistoleiros – prática vista em outros massacres cometidos contra os Kaiowá Guarani no MS. Os relatos dão conta de que os pistoleiros atiraram em três jovens. Um está hospitalizado e os outros dois foram levados pelo grupo. “Estavam todos de máscaras, com jaquetas escuras. Chegaram ao acampamento e pediram para todos irem para o chão. Portavam armas calibre 12”, disse um indígena da comunidade que presenciou o ataque e terá sua identidade preservada por motivos de segurança. Conforme relato do indígena, o cacique foi executado com tiros na cabeça, no peito, nos braços e nas pernas. “Chegaram para matar nosso cacique”, afirmou. O filho de Nísio tentou impedir o assassinato do pai, segundo o indígena, e se atirou sobre um dos pistoleiros. Bateram no rapaz, mas ele não desistiu. Só o pararam com um tiro de borracha no peito. Este não é o primeiro ataque sofrido pela comunidade, composta por cerca de 60 Kaiowá Guarani. Desde o dia 1º deste mês os indígenas ocupam um pedaço de terra entre as fazendas Chimarrão, Querência Nativa e Ouro Verde – instaladas em Território Indígena de ocupação tradicional dos Kaiowá. A comunidade vivia na beira de uma Rodovia Estadual antes da ocupação do pedaço de terra no tekoha Kaiowá. O acampamento atacado fica na estrada entre os municípios de Amambaí e Ponta Porã, perto da fronteira entre Brasil e Paraguai. (Fonte: CIMI)

Via Campesina realiza mobilização em Goiás
A Via Campesina mobilizou cerca de 250 trabalhadores rurais que estão acampados em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) SR-28 e também na Central de Processamentos do Banco do Brasil em Goiânia desde o último domingo (20), para protestarem contra o não cumprimento do Termo de Cooperação entre o banco e a autarquia. A mobilização também acontece em quatro agências do Banco do Brasil no interior do Estado.
De acordo com Valdir Misnerovicz, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), está havendo a manifestação, pois há um Termo de Cooperação com o Banco do Brasil Nacional para que as terras inadimplentes sejam avaliadas anteriormente pelo INCRA para analisar se há possibilidade de instalar um assentamento e caso não haja esta possibilidade deverá ir a leilão. “O problema é que eles não estão cumprindo com este termo e tem fazendas sendo leiloadas sem que o INCRA avalie e crie os assentamentos”, destacou. (Fonte: CPT Goiás)

Eleito o novo presidente da Cáritas Brasileira
Dom Flávio Giovenale, da Diocese de Abaetetuba, no estado do Pará, foi eleito com 63% dos votos para ocupar o cargo de presidente da entidade nos próximo quatro anos. No total, 117 delegados participaram deste processo. Dom Flávio recebeu 74 votos e dom Guilherme Antônio Werlang, da diocese de Ipameri (GO), ficou com 43. O processo eleitoral que teve início no dia 10 de novembro último, durante o IV Congresso e XVIII Assembleia Nacional da Cáritas Brasileira realizado em Passo Fundo (RS), seguiu até o dia 11, pois nenhum dos candidatos recebeu 50% mais um dos votos, conforme prevê o estatuto da instituição. Anadete Gonçalves Reis foi reeleita para a vice-presidência da entidade com 99% dos votos. O Bispo de Abaetetuba é sacerdote católico da ordem dos salesianos, originário da cidade de Murello, Itália, nascido no dia 06 de maio de 1954. Estudou Filosofia no Instituto Salesiano de Filosofia e Pedagogia em Lorena, São Paulo entre os anos de 1975 e 1976 e Teologia no Instituto Teológico Pio XI, também em São Paulo, entre 1978 e 1981. Pós graduou-se na Universitá Pontificia Salesiana (Fac. Spiritualitá) em Roma (1984-1985). Declarou seus votos religiosos em 8 de setembro de 1971 e sua ordenação Presbiteral ocorreu em 20 de dezembro de 1981 em Murello (Itália). Foi ordenado Bispo em 8 de dezembro de 1997 assumindo a Diocese de Abaetetuba. (Fonte: Cáritas Brasileira)

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