Descaminhos do movimento estudantil: as chapas na USP e seus nomes
Os nomes escolhidos pelos grupos que disputam o DCE da USP contam muito sobre os problemas políticos na universidade.
por Vinícius Justo (25/03/2012)
em Brasil
por Vinícius Justo (25/03/2012)
em Brasil
PICICA: "Este texto (...) busca analisar a eleição deste ano com o intuito de nela perceber algo como uma metonímia da política nacional nos últimos tempos, ainda que o seja em uma fatia altamente específica da população do próprio Estado de São Paulo"
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Está em vias de ocorrer o processo eleitoral para o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de São Paulo. Esta entidade é das mais representativas de todo o Movimento Estudantil (doravante ME) do Brasil, tendo grande história nas manifestações estudantis ao longo dos anos, desde a ditadura militar, passando pelo impeachment de Collor e outros movimentos.
Trata-se, entretanto, de uma eleição que não parece ter importância para a maior parte dos estudantes da USP, apesar do clima tenso presente na universidade nos últimos anos. Embora oEstadão tenha dado algum destaque aos movimentos políticos e às chapas que fazem parte da eleição, não há perspectiva de que a votação se dê com a participação de uma grande fatia do eleitorado, estimado em quase 90 mil pessoas.
Este texto, bem como os outros que lhe seguirão, busca analisar a eleição deste ano com o intuito de nela perceber algo como uma metonímia da política nacional nos últimos tempos, ainda que o seja em uma fatia altamente específica da população do próprio Estado de São Paulo. Este primeiro texto partirá dos nomes dados às chapas que participam da eleição para analisar o que representam na política estudantil.
Antes de prosseguir, uma justificação me parece necessária. Não se pretende esgotar no nome de cada chapa sua significação política. Entretanto, à diferença dos partidos nacionais, que não podem mudar de nome ao deus-dará, uma chapa para concorrer a um órgão discente pode apresentar-se da forma que bem entender, e decidir seu nome de acordo com a conjuntura. A escolha do nome revela muito sobre os grupos que disputam a eleição e é um bom ponto de partida, em especial para o leitor que não está plenamente antenado com os acontecimentos na USP.
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