Capa do livro de Guilherme Githay de Figueiredo, com mural de Tim Russo
Quando, na semana passada, a companheira Waldileya Rocha, chefe de gabinete da Pro-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Estadual do Amazonas - UEA, lembrou-me da existência do Centro de Midia Independente - CMI, a propósito de um espaço de veiculação da luta antimanicomial, jamais imaginei que alguém tão próximo do CMI estivesse tão próximo de nós. Trata-se do jovem pesquisador, professor de antropologia da Universidade Estadual do Amazonas no município de Tefé, Guilherme Gitahy de Figueiredo. Membro do Núcleo de Pesquisa "Comunicação Para a Cidadania" da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação - Intercom, Guilherme faz parte de uma nova geração que está ressignificando os movimentos sociais em todos os cantos do planeta, do qual o CMI é uma das suas expressões, e do qual ele é um dos seus articuladores na Amazônia. Conheci-o nesta semana. Tive a impressão de que em algum momento nos cruzamos noutras reencardenações. Quem sabe na Revolução Francesa ou no Exército de Emiliano Zapata? Para degustação dos meus leitores, apresento um livro sobre o zapatismo de autoria do nosso Guilherme Gitahy de Figueiredo, que também é cientista político.
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Novo livro sobre zapatismo no BrasilPor CMI PAN AMAZÔNICO 05/07/2006 às 23:08
Divulgue o novo livro sobre o zapatismo lançado no Brasil:
Título: A Guerra É o Espetáculo ? Origens e Transformações da Estratégia do Exército Zapatista de Libertação Nacional
Autor: Guilherme Gitahy de Figueiredo (Professor da UEA)
Prefácio de Pablo Ortellado (Professor da USP)
O dinheiro arrecadado pelo autor será destinado à solidariedade com as comunidades indigenas de Chiapas.
Onde comprar?
Uma opção é a editora:
http://www.rimaeditora.com.br/produtos_pesquisa.asp?codigo_produto=128
Resumo: No ano novo de 1994, os indígenas de Chiapas, México, começaram a surpreender o mundo com um espetacular levante guerrilheiro. A sociedade civil respondeu com fortes mobilizações, reforçando as demandas e opondo-se aos meios violentos da guerrilha. Já estavam em curso as transformações da estratégia do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) que, deixando de lado a violência e inovando em inúmeros aspectos as formas de se fazer política, conseguiu conectar-se a diversos setores civis nacionais e internacionais para formar um amplo movimento, cujos ecos ressoaram em iniciativas tão importantes quanto as de Seattle (Movimento Anticapitalista) e Porto Alegre (Fórum Social Mundial). Ao longo de anos o EZLN deixou de ser uma guerrilha clássica para dar ênfase ao desenvolvimento da autonomia local, à criação de mecanismos de participação e comunicação, e ao uso intenso de táticas voltadas para a mídia, buscando assim combater a opressão e construir desde já "um mundo onde caibam muitos mundos". Como se deram estas tão inusitadas mudanças em sua estratégia? Para responder a esta pergunta, o antropólogo e cientista político Guilherme Gitahy de Figueiredo esteve no México e em Chiapas entre dezembro de 1998 e fevereiro de 1999, onde viveu em meio aos atores do conflito e colheu observações, entrevistas e uma farta bibliografia. O resultado foi a dissertação de mestrado, defendida no Departamento de Ciência Política da Unicamp e que, juntamente com o ensaio final para o Programa de Formação de Quadros Profissionais do CEBRAP, deu origem a este livro. Atualmente o autor é professor de antropologia na Universidade do Estado do Amazonas e voluntário em coletivos e redes para a democratização dos meios de comunicação.
O livro não possui copyright, e sim copyleft. O que é isso? Leia estes artigos de Pablo Ortellado, que é também o autor do prefácio do livro:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2002/06/29908.shtml
e
http://www.adusp.org.br/revista/37/r37a01.pdf#search=%22Direitos%20autorais%20e%20o%20acesso%20%C3%A0s%20publica%C3%A7%C3%B5es%20cient%C3%ADficas%22
Link para dowload da dissertação de mestrado do autor do livro:
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000305038
(a principal diferença entre a dissertação e o livro é que este traz o prefácio de Pablo Ortellado e um epílogo sobre os acontecimentos após 2003 e, especialmente, a Sexta Declaração da Selva Lacandona)
Outro artigo do mesmo autor:
http://www.comciencia.br/reportagens/agraria/agr15.shtml
Artigo sobre o livro e o autor no Jornal da Unicamp:
ttp://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2006/ju333pag05.html
Entrevista do autor para a UNISINOS: http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_entrevistas&Itemid=29&task=entrevista&id=720
Contracapa de Tom Dwyer (IFCH/UNICAMP - 1º Vice Presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia):
"Num cenário mundial dominado por aquilo que é apresentado como pensamento único e neo-liberalismo, os Zapatistas surgiram como um movimento espetacular no campo da anti-globalização. O Zapatismo surgiu no estado mais atrasado do México, mas sua imagem no mundo é forjada pelo uso de uma das ferramentas mais modernas no mundo - a internet.
Para entender este movimento o jovem aluno da UNICAMP decidiu se deslocar até Chiapas. Lá ele morou durante um tempo, viu de perto as reações armadas do Exército Mexicano, com muita coragem circulou, apesar de todas os obstáculos postos pela repressão, em meios Zapatistas e chegou a viver junto com os moradores da região penetrando no fundo do movimento.
Seu objetivo era investigar o movimento sem se afiliar a nenhuma teoria consagrada. A partir de suas observações minunciosas da realidade, ele construiu sua compreensão teórica de maneira indutiva. O que se descobre neste livro é uma visão do Zapatismo que é baseada não apenas no dia-a-dia de quem mora na região e sofre, mas também na bibliografia, leituras históricas, dados estatísticos e entrevistas com membros e simpatizantes do movimento na cidade do México. O resultado é um trabalho bem escrito, rico, denso, erudito, complexo e que busca enfrentar os dilemas e perspectivas dos residentes de Chiapas.
O livro é baseado em rigorosa pesquisa interdisciplinar nas Ciências Sociais, assim ele se distancia das visões útopicas dos ideologos de esquerda, que ignoram a vida das pessoas tal como é vivida. É também distante das imagens mediáticas espalhadas via internet e televisão. Assim o leitor pode se aproximar às realidades de um dos mais importantes movimentos sociais de nossos tempos, e também conhecer muito melhor, através de olhos de um jovem pesquisador brasileiro, um de nossos vizinhos mais importantes - o México."
Links relacionados:
Rádio Insurgentes: http://www.radioinsurgente.org/
CMI-Chiapas: http://chiapas.mediosindependientes.org/
Palavra Zapatista: http://palabra.ezln.org.mx/
Sexta Internacional: http://zeztainternazional.ezln.org.mx/index.php
Revista Rebeldia: http://www.revistarebeldia.org/html/index.php
Enlace Zapatista: http://enlacezapatista.ezln.org.mx/
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Publicado pelo Centro de Mídia Independente
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