setembro 13, 2009

Aníbal vive. Poetas não morrem jamais!

Anibal Beça e Alice Ruiz
Acervo do poeta

Nota do blog: Hoje, 13 de setembro, Aníbal Beça faria 63 anos. Os paraenses chamavam-no "sabiá da Amazônia". Melhor dizê-lo "pororoca amazônica", tal a verve do poeta. Sem ele Manaus perdeu um dos seus mais importantes criadores de enigmas. Guardião da língua, esse Majnun da poesia deixa-nos uma obra que continua a alumiar as noites desmedidas da nossa aldeia.

Suíte para os habitantes da noite


Aníbal Beça

VI


Em tom de old blues para piano, sax,
contrabaixo, guitarra e bateria

Quem saberia de mim
se me visse assim como estou
rendido ao aço das manhãs
pastoreando esse meu cão
por essas ruas tranquilas

Que gemelar seria eu
linha paralela de vida
e tão parelha dessas ruas
fagulha dupla de mão única
bifurcada e sem retorno
nos afazeres do meu sonho

Em mim eu sou o que não fui
comigo fui o que não era:
o derrotado nominado
o nominado vencedor
e resta só o testemunho
do cão que me acompanha agora
e dessas ruas que me sabem antes

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