janeiro 20, 2012

"George Orwell tava certo" (Psicotramas)

George Orwell tava certo


PICICA: "A vida imita a arte. Uma frase do filme (sobre tornar-se assunto na mídia): “Tudo interessa. Mas nada importa.” Essa frase é incrível!! Sugere a indiferença humana aliada a uma curiosidade de cu-madre que precisa preencher os vazios da sua vida." 

Uma mocita inglesa, participante dum desses programas, sofrendo de câncer, fez da doença 1 verdadeiro reality show. Aonde vamos parar?? A moda agora é a celebrização da morte!? Houve um ensaio fotográfico capturando, dia após dia, a morte do pai, acho que a Bennetton usou algumas pra divulgação da empresa, ou produziu otras igual-mente invasivas pra gerar polêmicas rentáveis. 


Num é uma má idéia: os participantes do Big Brother, diretores, produtores, roteiristas, apresentadores desta lama… todos deveriam alcançar a fama suprema: a morte em frente às câmeras. Mas ficaríamos livres deles? Infeliz-mente, não. Pruma imprensa marron sempre houve 1 púb(l)ico ocre.



Os reality shows são uma excrescência dos nossos dias, constituem uma forma do cêrumano olhar os otros cêrumanos como se ante bichos no zoo-(i)lógico. É tudo tãããão fake, tãããão forçado-armado, tãããão com script. Que lástima!! Tris-te.


1 dos últimos filmes da Romy Schneider (e olha que ela “partiu fora do combinado” em 1982!) se chamava “La mort en direct” (Bertrand Tavernier, 1980) y mostrava num futuro próximo – os dias de hoje, premonitoria-mente - 1 programa de TV onde 1 fulano, o ator era o Harvey Keitel, instalava uma microcâmera no próprio olho, ou seja, tuuuudo que ele via, a TV mostrava. E ele paquerava a personagem doente da Romy, uma mulher com os dias contados por estar com uma doença grave, só pra transmitir sua agonia&morte pela TV. A diferença é que ela num se oferecia pra morrer em frente às câmeras; hoje em dia as pessoas fazem qualquer coisa (qual-quer coisa mes-mo) pra se transformar em celebrities. Pero o púb(l)ico já ansiava por essa necrofilia. A vida imita a arte. Uma frase do filme (sobre tornar-se assunto na mídia): “Tudo interessa. Mas nada importa.” Essa frase é incrível!! Sugere a indiferença humana aliada a uma curiosidade de cu-madre que precisa preencher os vazios da sua vida. Indica uma postura zen ou de gente com disponibilidade pro que der&vier porque não tem pôrranenhuma vindo mes-mo, nem dando, hã?!??


O otro olhão de cada esquina… e a importância de ocultar pensamentos, + do que emoções. É assim que vamos construindo nossa subjetividade, porque guardamos segredos e/ou mentimos pra mamãe (que deixa de ser 1 Big Mother y vira 1 “SEMELHANTE”).


Num tem importância o que você fez, vale se foi descoberto ou não. Trata-se duma realidade que diaria-mente nos encara pela mídia. Na linha de associações, descompromissadas, veio-me a piadinha sobre como se define o “perverso”, isto é, “todo carinha normal pego em flagrante”. Essa piada é risonha-mente séria. Denuncia os falsos moralismos que invadem a vida sexual de cada 1; serve pra criticar a expressão da “normalidade”. Melhor ainda, mostra como uma mentalidade policial intervém, externa-mente, pra produzir o flagrante y assim revira tuuuudo numa “perversão”: é que esta “exterioridade”, e talvez só ela, é que será “perversa” porque, nessa, num se trata de reconhecer a diferença entre “eu” y o “outro”…


 Fonte: Psicotramas 

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