janeiro 14, 2012

"Copa 2014 e seus impactos" (IHU)


Copa 2014 e seus impactos

PICICA: "Embora muitos gostem de futebol e torçam muito pelos seus times e pela seleção verde e amarela, é possível anular tantos fatos tristes que estão ocorrendo ou deveríamos concordar com Marcos Alvito, historiador e antropólogo, ao dizer que o Brasil é o país do futebol somente para os ricos, visto que “A Copa do Mundo no Brasil vai custar 17 bilhões de reais. Para se ter uma ideia, o Bolsa Família gasta 13 bilhões e meio de reais por ano. Se o Bolsa Família permite que você alimente 30 milhões de pessoas, com o dinheiro da Copa do Mundo daria para alimentar 50 milhões de pessoas durante o ano. Será que vale a pena, quando sabemos que 65% desse dinheiro irá para a construção de estádios, que vão aprofundar o processo de elitização do futebol, além de dar dinheiro para empreiteiras, políticos e dirigentes corruptos?”."

O primeiro jogo de futebol no Brasil foi realizado em 15 de abril de 1895 entre funcionários de empresas inglesas que atuavam em São Paulo. Os funcionários também eram de origem inglesa. Este jogo foi entre Funcionários da Companhia de gás X CIA. Ferroviária São Paulo RAILWAY. O primeiro time a se formar no Brasil foi o SÃO PAULO ATHLETIC, fundado em 13 de maio de 1888. No início, o futebol era praticado apenas por pessoas da elite, sendo vedada a participação de negros em times de futebol. Em 1950, a Copa do Mundo foi realizada no Brasil, sendo que a seleção brasileira perdeu o título, em pleno Maracanã, para a seleção Uruguaia (Uruguai 2 x 1 Brasil). Em 2014, a Copa do Mundo de Futebol será realizada novamente no Brasil, mas será que futebol tem sido motivo de prestígio ou de rancor para a população brasileira?
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É verídico que muitos torcedores idolatram os times brasileiros e desocupam-se de seus afazeres para assistir aos jogos de futebol, seja no estádio ou em casa. Os clubes brasileiros têm atraído torcedores de todos os estados e mobilizado sócios a cada notícia que aparece na mídia. Ocorre que, enquanto torcem pelos seus times e vibram pela escolha dos estádios que irão sediar a COPA de 2014, muitos não têm informações sobre as implicações sociais.
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Para o jornalista e escritor Ruy Castro, jornalista, tradutor e escritor brasileiro, todo mundo ama mil vezes mais o seu clube do que a seleção brasileira. No entanto, quando ouviu-se falar que a COPA seria no Brasil, ficou claro que a população brasileira se “vestirá” de verde e amarelo em 2014. O problema ocorre com o fato de que todo o lucro desse grande evento proposto para o nosso país será destinado somente a FIFA. Os vendedores ambulantes estarão proibidos de trabalharem a menos de dois quilômetros dos estádios de futebol e as vantagens que parte da população adquiriu para compras de “meio ingressos” serão “ignoradas” segundo Roberto Morales. Lembrando, ainda, que haverá remoção de famílias para a construção de estradas. Mais de 3.000 somente no Rio de Janeiro perderão os seus lares na esperança de receberem um novo lar do governo.
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É possível, com essas e tantas outras informações lançadas na mídia, nos últimos meses e anos, continuarmos considerando o Brasil como “o país do futebol”? Embora muitos gostem de futebol e torçam muito pelos seus times e pela seleção verde e amarela, é possível anular tantos fatos tristes que estão ocorrendo ou deveríamos concordar com Marcos Alvito, historiador e antropólogo, ao dizer que o Brasil é o país do futebol somente para os ricos, visto que “A Copa do Mundo no Brasil vai custar 17 bilhões de reais. Para se ter uma ideia, o Bolsa Família gasta 13 bilhões e meio de reais por ano. Se o Bolsa Família permite que você alimente 30 milhões de pessoas, com o dinheiro da Copa do Mundo daria para alimentar 50 milhões de pessoas durante o ano. Será que vale a pena, quando sabemos que 65% desse dinheiro irá para a construção de estádios, que vão aprofundar o processo de elitização do futebol, além de dar dinheiro para empreiteiras, políticos e dirigentes corruptos?”.
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A questão fica aberta para quem quiser responder.
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