“Há mais de 200 anos a humanidade tem segregado o chamado louco dentro dos hospitais psiquiátricos. A justificativa é a necessidade de tratamento, mas o resultado, de fato, é a violação dos direitos humanos demonstrado desde o mais banal preconceito até as cenas de tortura e morte.”
Dia 18 de maio – Dia Nacional de Luta Antimanicomial
Em Belo Horizonte ocorreu um desfile da escola de samba LIBERDADE AINDA QUE TAM TAM pela Av. Afonso Pena com concentração na Praça Sete. O tema central desse ano foi o CIRCO – Todo mundo vai ao circo, e eu também! Este é o contraponto à arquitetura globalizante que explora, anula e exclui seres humanos. Contraponto também às formas rígidas e homogeneizantes do imperialismo, representado pelo domador/ dominador – alusão direta ao manicômio, lugar de violação de direitos, anulação da vida, privação da liberdade e do não direito à diferença. O hospital psiquiátrico, símbolo desse modelo excluidor do portador de sofrimento mental da sociedade, deve acabar. E no desfile observa-se que a convivência com a loucura é realidade. Os trabalhadores, usuários, familiares, apoiadores todos juntos por uma mesma causa: Liberdade para todos.
A Escola de Samba é composta por 6 alas:
1ª ala: Hoje Tem Espetáculo, Tem Sim Senhor! O desafio da vida, o convite à alegria, à transformação; a beleza dos serviços substitutivos e do projeto de Saúde Mental.
2ª ala: Faça Humor, Não Faça Guerra Crítica ao imperialismo e ao grande imperador (George Bush); sátira à uniformização e ao enquadramento.
3ª ala: O Circo É Nosso A Ala das Crianças vem marcar que elas também fazem parte do sonho: uma sociedade sem manicômios.
4ª ala: Não Fique aí Parado, Você Pode Ser Internado Homenagens aos personagens da história, os movimentos sociais, protesto ao hospital psiquiátrico, não ao eletrochoque e a qualquer forma de opressão.
5ª ala: Tempos Pós, Pós-Modernos Esta ala revela, no hoje e no amanhã, o futuro, um outro mundo possível, o trabalho solidário.
6ª ala: Eles Severino e Nós Delirando Homenagem aos delírios, alucinações, a experiência da loucura e sua contribuição para o mundo, em contraposição à mediocridade e à falta de imaginação.
“...Ninguém vai nos enquadrar/ Gente é para brilhar/ Vou, vou seguir brincar cantar/ Vou pular meu carnaval/ Para a cidade encantar/ Sou pandeiro/ Sou o tamborim/ Sou o xique-xique/Também o tan tan/ Nosso desfile traz a fantasia/ E toda a magia de um grande circo/ Que vai descendo pela avenida/ E a chuva de papéis/ Eu recebo com alegria/ E agora, transformando em história/ O que sempre foi calado/ E guardado na memória.” (Trecho do Samba Enredo 2005 Tan Tan Tan Tan Tan Tan – Oficina de Música do Centro de Convivência São Paulo/ BH)
Fonte: CMI Brasil - Centro de Midia Independente
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